Serviço e Disciplina de Clínica Médica. Sessão Clínica - 28/05/2018. Auditório Honor de Lemos Sobral- Hospital Escola Álvaro Alvim

Documentos relacionados
Oncologia Gastrintestinal

ANAMNESE. Identificação: 77 anos de idade, feminina, branca, casada, professora aposentada, natural e procedente de Campos dos Goytacazes - RJ.

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Identificação: 57 anos, feminina, casada, do lar, natural e procedente de Campos dos Goytacazes

Caso clínico. Homem, 50 anos, desempregado, casado, sem filhos, Gondomar. parestesias diminuição da força muscular. astenia anorexia emagrecimento

II WORKSHOP INTERNACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM HEPATOLOGIA

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Seminário Grandes Síndromes

Processo Seletivo para Residência Médica 2010

Múltiplos nódulos pulmonares, que diagnóstico?

CASO CLÍNICO Síndrome de Plummer-Vinson: uma tríade rara e improvável

Tumores renais. 17/08/ Dra. Marcela Noronha.

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIAS INTERNAS E EXTERNAS PARA O CURSO DE MEDICINA MÓDULO IV PROVA DE HABILIDADES

Bárbara Ximenes Braz

Discussão de Caso Clínico. Módulo de Sistema Digestório

1 a ETAPA - PROVA C/PP PNEUMOLOGIA PEDIÁTRICA

Caso Clínico #5. Identificação: MFS, feminina, parda, 35 anos; natural e procedente de Boa Vista - Roraima

ANAMNESE. Identificação: Paciente masculino, 68 anos de idade, branco, casado, escriturário, natural e. Queixa principal: dor na barriga

CONSULTA EM GASTROENTEROLOGIA CÓDIGO SIA/SUS:

Identificação: Homem, 68 anos, branco, casado, caminhoneiro aposentado, natural de Campos dos Goytacazes.

Desafio de Imagem. Emanuela Bezerra - S6 25/08/2014

Trabalho de biologia

Leia estas instruções:

Identificação J.J.S., masculino, 48 anos, caminhoneiro, negro, residente em Campo Grande, MS.

Tumores Malignos do Endométrio

Data da primeira consulta: 18/01/2013. Antonio da Silva, 36 anos, branco, natural e procedente de Ribeirão Preto(SP), solteiro, garçom.

ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

Como Escrever a Anamnese e o Exame Físico no Prontuário Médico

Questões das aulas teóricas de Propedêutica Cirúrgica II

9º Imagem da Semana: Radiografia Tórax

Oncologia. Caderno de Questões Prova Discursiva

Identifique-se na parte inferior desta capa. Caso se identifique em qualquer outro local deste Caderno, você será excluído do Processo Seletivo.

Profª Drª Lara Vianna de Barros Lemos Relatora: Drª Ana Luísa Silva Souza (R2) Debatedora: Drª Maria Fernanda Fernandes Duarte Costa (R1)

Terapia conservadora da mama em casos multifocais/multicêntricos

Módulo: Câncer de Rim Metastático

Fonoaudiologia. Caderno de Questões PROVA DISCURSIVA. SRH Superintendência DESEN. de Recursos Humanos

Identificação: F.S.M., 60 anos, masculino, branco, casado, aposentado (bancário), natural e residente em Campos dos Goytacazes.

ADENOCARCINOMA DE JEJUNO OCASIONANDO VÔMITOS RECORRENTES: um relato de caso

DATA HORA AULA PROGRAMADA MÓDULO PROFESSOR 26/01/18 17:00 Apresentação do internato Fernanda + Joao Marcos + Denny

Planilha do Internato em Cirurgia - 1º / 2014

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

Ingestão de cáusticos - avaliação de factores preditivos de gravidade. Ver PDF

Gaudencio Barbosa R3 CCP HUWC 10/2011

Responda às perguntas seguintes usando exclusivamente o glossário.

Dr. Fabio Del Claro. Hemorragias Digestivas Alta Parte I INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO. Dr. Fabio Del Claro. Hemorragias digestivas altas (HDA)

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

- Descrito na década de 70, mas com aumento constante na incidência desde os anos 90

Caso Clínico. Paciente do sexo masculino, 41 anos. Clínica: Dor em FID e região lombar direita. HPP: Nefrolitíase. Solicitado TC de abdome.

QUESTÕES DA PROVA DE ANATOMIA PATOLÓGICA (Edital nº 42/2016- PROGRAD)

CASO CLÍNICO Pós graduação em Mastologia 28 Enfermaria Santa Casa da Misericórdia RJ María Priscila Abril Vidal

É um nódulo pulmonar?

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

Neoplasias. Benignas. Neoplasias. Malignas. Características macroscópicas e microscópicas permitem diferenciação.

RESIDÊNCIA MÉDICA SUPLEMENTAR 2015 PRÉ-REQUISITO (R1) / CLÍNICA MÉDICA PROVA DISCURSIVA

Gastrinoma. Departamento de Anatomia da UFPR Professor Adjunto de Anatomia Dr. Eduardo José B. Ramos.

DATA HORA AULA PROGRAMADA MÓDULO PROFESSOR SALA 26/07/ :00 Apresentação do internato Denny

ANAMNESE. Queixa principal: Tosse

DATA HORA AULA PROGRAMADA MÓDULO PROFESSOR SALA 26/07/ :00 Apresentação do internato Denny

Caso Clínico. Dr., a minha mãe sente-se cansada. João Serra Martins Interno do 4º ano de MGF Orientadora: Dr.ª Irene Cardoso

Curso Continuado de Cirurgia Geral

PROPEDÊUTICA CONTEXTUALIZADA IV Clínica Cirúrgica (MED076)

Concurso Público UERJ Prova Discursiva Médico coloproctologista

CASO CLÍNICO. Identificação: Mulher, 48 anos, branca, casada, do lar, natural e residente de Italva. Queixa Principal: falta de ar e dor no peito

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS CENTRO OESTE Planilha de aulas - Internato em Cirurgia 1º semestre de 2015

CANCRO GÁSTRICO: do diagnóstico ao tratamento

ORGANIZADOR. Página 1 de 6

RELATO DE CASO Identificação: Motivo da consulta: História da Doença atual: História ocupacional: História patológica pregressa: História familiar:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS CENTRO OESTE Planilha de aulas - Internato em Cirurgia 1º semestre de 2015

PÂNCREAS ENDÓCRINO. Felipe Santos Passos 2011

Serviço e Disciplina de Clínica Médica. Sessão Clínica 05/11/2018. Orientador: Prof. Luis Clóvis Bittencourt. Prof. Edilbert Pellegrini

METODOLOGIA DO EXAME CLÍNICO

SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE (SES) 2015 PRÉ-REQUISITO / CANCEROLOGIA PEDIÁTRICA PROVA DISCURSIVA

Orientação para preparo de. Endoscopia Digestiva Alta

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA PLANO DE ENSINO

Carcinoma hepatocelular. Departamento de Cirurgia Hospital das Clínicas FMUSP. Prof. Dr. Marcel Autran C. Machado

Tumores Ginecológicos. Enfª Sabrina Rosa de Lima Departamento de Radioterapia Hospital Israelita Albert Einstein

Tese (doutorado) Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2009.

Orientador: Prof. Sandro Bichara Mendonça. Relator: Dr. Alex Batista Paulo. Debatedora: Drª Kassia Piraciaba Barboza

16º Imagem da Semana: Radiografia do Joelho

ASCITE DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO: MANEJO CLÍNICO P A U L A A R R U D A D O E S P I R I T O S A N T O O R I E N T A Ç Ã O : D R. C É S A R A M O R I M

GASTRORECIFE 2019 MAR HOTEL 15 A 17 DE AGOSTO DE 2019

CÂNCER GASTROINTESTINAL 1

Caso Clínico 14/09/11 - "Falta de ar há 8 meses" Qui, 15 de Setembro de :04 - Última atualização Qui, 29 de Março de :31

RESIDÊNCIA MÉDICA Concurso de Admissão Prova Escrita Dissertativa (16/11/2014) ENDOSCOPIA DIGESTIVA E HEPATOLOGIA COREME / FCM / COMVEST

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA

Cancro do Pâncreas: a melhor decisão multidisciplinar Como estadiar? Manuela Machado IPO Porto, Oncologia Médica

PROPEDÊUTICA CONTEXTUALIZADA III - GOB (MED075) APM/IMA/PRO 1 o Trimestre 2017/1

Cintilografia Óssea com 99mTc-MDP na suspeição do câncer de próstata.

Manejo Ambulatorial de Massas Anexiais

Leia estas instruções:

Caso Clínico 29/09/11 - "Dor em joelho esquerdo" Qua, 05 de Outubro de :10 - Última atualização Qui, 29 de Março de :28

PROVA OBJETIVA. b) Liste os outros exames que devem ser solicitado para o esclarecimento do quadro e descreva qual seria a abordagem terapêutica.

Diagnóstico por Imagem em Oncologia

A PREVENÇÃO faz a diferença

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

DESAFIO DE IMAGEM Nathália Denise Nogueira Sales 7º semestre

Transcrição:

Serviço e Disciplina de Clínica Médica Sessão Clínica - 28/05/2018 Auditório Honor de Lemos Sobral- Hospital Escola Álvaro Alvim Orientador: Dr. Geraldo Venâncio Relatora: Dra. Paula Morette de Oliveira R2 Debatedora: Dra. Ana Eduarda S. da Silveira R1

CASO CLÍNICO Identificação: MCA, 40 anos, solteira, natural de Minas Gerais.. Queixa Principal: inchaço na barriga. HDA: Paciente relata que há 30 dias iniciou quadro de aumento de volume abdominal, acompanhado de dor abdominal difusa tipo cólica e não relacionada à ingesta alimentar. Refere emagrecimento (não sabe quantificar), astenia e aparecimento de edema em membros inferiores sem sinais flogísticos e de caráter contínuo. Há 20 dias refere progressão do quadro abdominal e evolução com oligúria. Procurou a UBS mais próxima à sua residência, sendo prescrito Buscopan Composto e Luftal "sic. Sem melhora, buscou atendimento hospitalar. HPP: Relata hepatite viral há 15 anos, não sabendo informar o tipo. Informa internação hospitalar há 5 meses por queixas gástricas. Nega diabetes, HAS ou história de DST. História de contato com pessoas com esquistossomose e Doença de Chagas. Medicamentos: Atualmente em uso de omeprazol.

CASO CLÍNICO Cirurgias: Ø Hemotransfusão prévia: Ø H. Ginecológica: Menarca aos 12 anos. G1P1A0. Ciclos menstruais irregulares. História familiar: Nada digno de nota. História social: Nega tabagismo ou etilismo. Exame Físico: regular estado geral, hipocorada 2+/4+, desidratada 1+/4+, anictérica, acianótica, TAX= 36,5 ºC. ACV: RCR em 2T, BNF s/ sopros. PA = 130X90 mmhg FC= 80 bpm. AR: MV diminuídos no 1/3 inferior do tórax bilateralmente, com FTV diminuído em bases. Macicez em bases pulmonares. Sinal de Signorelli +. Abdome: globoso, tenso, ausência de cicatrizes. Sinal de piparote +. Ruídos hidroaéreos presentes. Devido à ascite volumosa, vísceras não palpáveis. Sem sinais de hepatopatia. MMII: edema 1+/4+, pulsos pediosos palpáveis e simétricos bilateralmente.

EXAMES COMPLEMENTARES Cabeça e Pescoço: gânglios não palpáveis, tireóide sem alterações. Orofaringe: sem alterações. Peso: 49 kg Exames Complementares: EDA (há 5 meses quando ficou internada): monilíase esofágica, gastrite crônica com discreta atividade inflamatória. Colonoscopia (há 5 meses quando ficou internada): processo inflamatório do reto, cólon sigmóide descendente e transverso. USG de abdome (internação atual): volumosa ascite, derrame pleural bilateral e órgãos abdominais sem alterações. TC de abdome (internação atual): obstrução de intestino delgado com ovários aumentados bilateralmente de consistência heterogênea, fígado sem alterações. Solicitado esofagogastroduodenoscopia.

EXAMES COMPLEMENTARES Hb/HT (12-17 g/dl / 37-50 %) 7,3/ 25 Leuco (4.000-11.000/mm 3 ) 9.700 Segment (40 75%) 64% Linf (20-40%) 23% Bilirrubina total (0,2-1,20 mg/dl) 0,3 BD (até 1,0 mg/dl) 0,1 BI (até 0,5 mg/dl) 0,2 Creatinina (0,4-1,2 mg/dl) 0,7 Sódio (135-145 meq/l) 131 Potássio (3,5-5,5 meq/l) 3,7 TGO (até 31 U/L) 13 TGP (até 31 U/L) 6 GAMA GT (8 A 41 U/L) 49 FA (35-104 U/L) 281 VHS (até 20mm) 45 LÍQUIDO ASCÍTICO: GASA = 0,8 Discutir Hipóteses e Conduta de Seguimento.

Caso clínico Discutir hipóteses diagnósticas e exames adicionais para a condução do caso

Caso Clínico QUEIXA PRINCIPAL: inchaço na barriga HDA: Paciente relata que há 30 dias iniciou quadro de aumento do volume abdominal, acompanhado de dor abdominal difusa tipo cólica e não relacionada à ingesta alimentar. Refere emagrecimento (não sabe quantificar), astenia e aparecimento de edema em membros inferiores sem sinais filogísticos e de caráter contínuo. Há 20 dias refere progressão do quadro abdominal e evolução com oligúria. Procurou a UBS mais próxima à sua residência, sendo prescrito Buscopan Composto e Luftal "sic. Sem melhora, buscou atendimento hospitalar.

Caso Clínico HPP: Relata hepatite viral há 15 anos, não sabendo informar o tipo. Informa internação hospitalar há 5 meses por queixas gástricas. Nega diabetes, HAS ou história de DST. História de contato com pessoas com esquistossomose e Doença de Chagas. Atualmente em uso de omeprazol. Cirurgias: Ø Hemotransfusão: Ø História fisiológica: Menarca aos 12 anos G1P1A0. Ciclos menstruais irregulares. História familiar: Nada digno de nota. História social: Nega etilismo e tabagismo.

Caso Clínico Exame físico: Regular estado geral, hipocorada 2+/4+, desidratada 1+/4+, anictérica, acianótica, TAX= 36,5 ºC. ACV: RCR em 2T, BNF s/ sopros. PA = 130X90 mmhg FC= 80 bpm. AR: MV diminuídos no 1/3 inferior do tórax bilateralmente, com FTV diminuído em bases. Macicez em bases pulmonares. Sinal de Signorelli +. ABDOME: abdome globoso, tenso, ausência de cicatrizes. Sinal de piparote +. Ruídos hidroaéreos presentes. Devido à ascite volumosa, vísceras não palpáveis. Sem sinais de hepatopatia. MMII: edema 1+/4+, pulsos pediosos palpáveis e simétricos bilateralmente. Cabeça e Pescoço: gânglios não palpáveis, tireóide sem alterações. Orofaringe: sem alterações. Peso: 49 kg

Caso Clínico Exames Complementares: EDA (há 5 meses quando ficou internada): monilíase esofágica, gastrite crônica com discreta atividade inflamatória. Colonoscopia (há 5 meses quando ficou internada): processo inflamatório do reto, cólon sigmóide descendente e transverso. USG de abdome (internação atual): volumosa ascite, derrame pleural bilateral e órgãos abdominais sem alterações. TC de abdome (internação atual): obstrução de intestino delgado com ovários aumentados bilateralmente de consistência heterogênea, fígado sem alterações. Solicitado esofagogastroduodenoscopia.

Caso Clínico Hb/HT (12-17 g/dl / 37-50 %) 7,3 / 25 Leuco (4.000-11.000/mm 3 ) 9.700 Segment (40 75%) 64% Linf (20-40%) 23% Bilirrubina total (0,2-1,20 mg/dl) 0,3 BD (até 1,0 mg/dl) 0,1 BI (até 0,5 mg/dl) 0,2 Creatinina (0,4-1,2 mg/dl) 0,7 Sódio (135-145 meq/l) 131 Potássio (3,5-5,5 meq/l) 3,7 TGO (até 31 U/L) 13 TGP (até 31 U/L) 6 GAMA GT (8 A 41 U/L) 49 FA (35-104 U/L) 281 VHS (até 20mm) 45 LÍQUIDO ASCÍTICO: GASA = 0,8

Discussão clínica Queixa principal: inchaço na barriga ASCITE

Discussão clínica Queixa principal: inchaço na barriga ASCITE

Discussão clínica MANEJO DA ASCITE: Análise do Líquido ascítico - GASA: 0,8

Discussão clínica MANEJO DA ASCITE: Análise do Líquido ascítico - GASA: 0,8

Discussão clínica OBSTRUÇÃO DO INTESTINO DELGADO

Discussão clínica PERDA DE PESO + ASTENIA ASCITE COM GASA BAIXO INTERNAÇÃO PRÉVIA COM RASTREIO HIPÓTESES DERRAME PLEURAL AUMENTO BILATERAL DE OVÁRIOS

Hipótese Diagnóstica ADENOCARCINOMA GÁSTRICO Tipo histológico mais comum de câncer gástrico ( aprox. 90% dos casos). Dividido em dois subtipos: Intestinal e Difuso. Os pacientes costumam procurar assistência médica tarde demais, porque os sintomas na fase inicial (potencialmente curáveis) são muitas vezes mínimos ou inexistentes. FAVORÁVEL: Internação prévia com queixas gástricas, gastrite crônica, perda de peso, astenia, anemia, possíveis metástases para pulmão (derrame pleural), peritôneo (ascite), ovários (aumento bilateral na TC - Tumor de Krukenberg), osso (fosfatase alcalina aumentada). DESFAVORÁVEL: Mais frequente no sexo masculino, ausência de queixas gástricas na internação atual, ausência de linfonodomegalia palpável, ausência de história familiar.

Hipótese Diagnóstica Tuberculose Extrapulmonar + HIV A disseminação linfo - hematogênea é a responsável por várias formas. O bacilo também pode alcançar órgãos e tecidos por continuidade. A Tuberculose pleural é a mais frequente, consequente a uma ruptura de um pequeno foco primário de localização subpleural. A Tuberculose peritoneal pode ser decorrente da ruptura de linfonodos mesentéricos ou retroperitoneais. Salpingite tuberculosa por reativação de um foco genital. FAVORÁVEL: Derrame pleural, ascite com gasa baixo, ovários aumentados bilateralmente, emagrecimento, astenia, monilíase esofágica, relato de hepatite viral. DESFAVORÁVEL: ausência de febre, dor pleurítica, tosse seca. Derrame pleural bilateral. Nega história de DST. Internação prévia com sintomas gástricos, gastrite crônica, aumento de fosfatase alcalina.

Hipótese Diagnóstica SÍNDROME DE MEIGS Síndrome rara definida como a presença de derrame pleural e/ou ascite associado a um tumor benigno de ovário. Resolução do quadro clínico logo após remoção do tumor. FAVORÁVEL: Derrame pleural, ascite, ovários aumentados bilateralmente. DESFAVORÁVEL: Mulher jovem, internação prévia com queixas gástricas, gastrite crônica, aumento de fosfatase alcalina.

Condução do caso Caso clínico (anamnese e exame físico) + exames complementares Diagnóstico: -Exame Baritado (Seriografia de Esôfago - Estômago Duodeno) -Endoscopia Digestiva Alta + Biópsia + Exame citológico do escovado da mucosa Seguimento: -Estadiamento (exame clínico, exame laboratorial, tomografia de tórax, abdome, ultrasonografia transvaginal ) -Tratamento ( Cirurgia curativa, Terapia Adjuvante, Terapia Paliativa )

Referências Bibliográficas JÚNIOR, DRA et al. Ascite - estado da arte baseado em evidências. Rev Assoc Med Bras 2009; 55(4): 489-96. São Paulo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v55n4/a28v55n4.pdf> Acessado em: 26 de Maio de 2018. Mincis M, Mincis R. Como diagnosticar e tratar o câncer gástrico. Rev Bras Med. 2008; 65:78-84. HARRISON TR. Harrison: Medicina Interna - 18ª edição. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 2013. SABISTON - TRATADO DE CIRURGIA, 17 - a edição,editura Elsevier, 2006 Volume II, pp. 1354 1542. MATTOS, ANGELO ALVES. Paracentese diagnóstica. Revista da AMRIGS, 50 (1):54-58. 2006.

Seguimento do Caso

EXAMES COMPLEMENTARES Exames Complementares: USG de abdome (internação atual): volumosa ascite, derrame pleural bilateral. TC de abdome (internação atual): obstrução de intestino delgado com ovários aumentados bilateralmente de consistência heterogênea, fígado sem alterações. LÍQUIDO ASCÍTICO: GASA = 0,8

EXAMES COMPLEMENTARES LÍQUIDO ASCÍTICO: GASA = 0,8 Proteína: 4,1

Seguimento do Caso Foram realizados: USG transvaginal: acentuada ascite, ovários aumentados de tamanho com textura econênica difusamente heterogênea sugestivo de metástases ovarianas. EDA atual: lesão ulcerada gástrica compatível com neoplasia. Coletado material para biópsia.

Seguimento do Caso Biopsia de lesão gástrica: adenocarcinoma mucossecretor ulcerado com células em anel de sinete. Cancer gástrico + acometimento ovariano bilateral + carcinomatose peritoneal Diagóstico Final: Adenocarcinoma gástrico com metástase ovariana (tumor de Krukenberg)

Seguimento do Caso Adenocarcinoma Gástrico No Brasil, o adenocarcinoma está entre as três primeiras causas de morte por câncer no sexo masculino e entre as cinco primeiras nas mulheres. Sua incidência é maior entre homens, na proporção de 2:1, sendo mais frequente entre 50 e 70 anos, com pico por volta dos 70 anos em ambos os sexos. O adenocarcinoma representa 95% de todos os cânceres gástricos, dentre os 5% restantes, incluem-se os linfomas e os sarcomas/tumores estromais gastrointestinais.

Seguimento do Caso O desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico é multifatorial. Fatores de risco: Tabagismo Helicobacter pylori Populações de baixa renda Alimentos contendo nitrosaminas Grupo sanguíneo A Gastrite crônica atrófica Anemia perniciosa História familiar Cirurgia gástrica prévia Inativação de gene supressor p53 Pólipos gástricos

Seguimento do Caso Quadro Clínico: Depende das características morfológicas do tumor, de seu tamanho, da presença ou não de obstrução gástrica e da presença ou não de metástases. A dor epigástrica constitui uma queixa frequente, assemelhando-se à úlcera péptica. Outros sintomas comuns são: anorexia, saciedade precoce, perda de peso, náuseas e vômitos, disfagia, fraqueza e sintomas de anemia.

Seguimento do Caso Diagnóstico: Baseia-se nos sinais e sintomas da doença e na comprovação diagnóstica com o emprego de métodos complementares: radiológico, endoscópico e biópsia sob visão direta para estudo histopatológico. Após o diagnóstico realiza-se o estadiamento para se definir o tratamento. A cirurgia é o único tratamento curativo satisfatório e o tipo de cirurgia é escolhido de acordo com o estadiamento. Quando não é possível a ressecção, indica-se a quimioterapia na tentativa de diminuir os sintomas e aumentar a sobrevida.

Seguimento do Caso Alguns sinais clínicos podem se desenvolver tardiamente com a evolução da doença, muitas vezes relacionados ao processo de metástase. Vias de disseminação Extensão direta para órgãos adjacentes Linfática: linfonodos regionais (pequena e grande curvaturas, tronco celíaco), supraclavicular esquerda (Virchow), axilar esquerdo (Irish) Hematogênica: circulação porta ou sistêmica (ex: fígado) Implante Peritoneal: epíplon, peritôneo visceral, ovários (Tu de Krukenberg), fundo de saco (prateleira de Blumer), nódulo de irmã Maria José (periumbilical).

Seguimento do Caso Tumor de Krukenberg Adenocarcinoma com células em anel de sinete metastático localizado no ovário. Entidade rara, responsável por 1-2% dos tumores do ovário. Tumor primário habitualmente está localizado no trato gastrointestinal e a localização mais frequente é o estômago (70% casos). Acomete os dois ovários em cerca de 80% dos casos, freqüentemente durante a disseminação peritoneal. Prognóstico sombrio, sobretudo se o tumor primário não for identificado. Sobrevida média após o diagnóstico é de cerca de 14 meses.

Seguimento do Caso Células em Anel de Sinete

Seguimento do Caso Seguimento do Caso No caso clínico em questão, a paciente apresentou-se com ascite, tendo sido diagnosticado tumor gástrico com metástase para ovários e carcinomatose peritoneal. A mesma evoluiu com quadro de abdome agudo obstrutivo, tendo sido operada na urgência, sendo possível realização apenas de colostomia paliativa devido à disseminação generalizada do tumor. A paciente evoluiu para óbito no pós-operatório pela condição clínica grave em que se encontrava.

Seguimento do Caso REFERÊNCIAS: Kiyokawa T, Young RH, Scully RE. Krukenberg Tumors of the Ovary: A Clinicopathologic Analysis of 120 Cases With Emphasis Their Variable Pathologic Manifestations. American Journal of Surgical Pathology 2006 Marzo; 30(3): 277 299. Kassab P, Leme PLS. Epidemiologia do câncer gástrico. Rev Assoc Med Bras. 2003; 49:234-5 Moreno RPV, Leme PLS, Malheiros CA, Ilias EJ, Rodrigues FCM, Rahal F. Análise dos fatores prognósticos do câncer gástrico. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2005; 50:85-91. Testa AC, Licameli A, Di Legge A, Mascilini F, Petruzziello L, Pelagalli M,Scambia G, Ferrandina G. Color Doppler sonographic features of a Krukenberg tumor in pregnancy. J Ultrasound Med. 2009 May;28(5):695-8. Brown DL, Zou KH, Tempany CM, et al. Primary versus secondary ovarian malignancy: imaging findings of adnexal masses in the Radiology Diagnostic Oncology Group Study. Radiology. 2001;219:213 8.