1 Departamento de Saúde. Núcleo de Estudos e Pesquisas na



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A RTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ART I C L E S Uso do cartão da criaça em Feira de Sataa, Bahia C h i l d re's care cards use i Feira de Sataa, Bahia Graciete Oliveira Vieira 1 TatiaadeOliveiraVieira2 Maria Coceição Oliveira Costa 3 P e d ro Vieira Sataa Netto 4 Vilma Alves Cabral 5 1 Departameto de Saúde. Núcleo de Estudos e Pesquisas a Ifâcia e Adolescêcia da Uiversidade Estadual de Feira de Sataa. Campus Uiversitário, Km. 03, BR 116. CEP: 44.031-460. Feira de Sataa, BA, Brasil. http://www.uefs.br 2, 4 Faculdade de Medicia de São José do Rio Preto, SP, Brasil. 3 Departameto de Saúde. Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva. Núcleo de Estudos e Pesquisas a Ifâcia e Adolescêcia Uiversidade Estadual de Feira de Sataa, BA, B r a s i l. 5 Fudo das Nações Uidas para a Ifâcia. Salvador, BA, Brasil. Abstract Objectives: to determie the fillig percetage of the "Child Care Card" (CC) focusig o the follow-up ad developmet of childre uder oe year old i Feira de Sataa, Bahia, 2001. Methods: cross-sectioal study. Two thousad t h ree hudred ad ietee questioaires were filled by mothers of childre uder oe year old i 44 health cliics selected through simple stratificatio with the use of statistical sigificace measure m e t s t h rough the Chi-Square method ad p 5, 0. P revalece ratio was calculated with cofidece i t e rval at 95. Results: 95.5 of the mothers iterviewed had the " C a re Card". Apgar curves were re p o rted i 28.4 of the "Care Cards". I relatio to growth ad devel - opmet curves 39.6 ad 77.9 respectively were ot filled. Childre of mothers who did ot work away f rom home ad/ or with icomes lower tha two miimum salaries had a sigificatly better chace of havig their weight re p o rted i the "Care Card ". P r i m i p a rous ad mothers with a educatio level above elemetary school were associated to a higher p robability of furishig developmet curves ifor - matio. Residece i the work area of commuity health agets ad ifat's age uder six moths were idicated as protectio factors for fillig the develop - met curve. Coclusios: i the populatio studied, the "Care C a rd" was ot beig fully utilized specially cocerig developmet ad Apgar data. Key word s G rowth, Child developmet, Child w e l f a re, Health pro m o t i o. Resumo Objetivos: verificar o ídice de preechimeto do " C a rtão da Criaça (CC)" com êfase o acompahameto do crescimeto e desevolvimeto em m e o res de um ao em Feira de Sataa, Bahia, 2001. Métodos: estudo trasversal. Foram aplicados 2319 questioários às mães das criaças meores de um ao, as 44 Uidades de Saúde selecioadas por estratificação simples e utilizadas medidas de sigificâcia estatística, através do qui-quadrado com p 5,0. Foi calculada razão de prevalêcia e i t e rvalo de cofiaça 95. Resultados: das mães etrevistadas 95,5 p o rtavam CC. O ídice Apgar costava em 28,4 dos CC. Quato às curvas de crescimeto e de desevolvi - meto 39,6 e 77,9 respectivamete ão foram p reechidas. Filhos de mães que ão trabalham fora do lar e/ou com reda mesal meor que dois salários míimos apresetaram chace sigificatemete maior de ter o peso aotado o CC. Primiparidade e escolaridade matera maior que o esio básico fudametal esteve associado a maior pro b a b i l i d a d e de aotação da curva de desevolvimeto. Residir a á rea de atuação dos agetes comuitários de saúde e idade iferior a seis meses mostraram-se fatores de p roteção para preechimeto da curva de desevolvi - m e t o. Coclusões: a população estudada, o CC ão estava sedo utilizado pleamete, pricipalmete os dados de desevolvimeto e ídice de A p g a r. Palavras-chave C rescimeto, Desevolvimeto ifatil, Bem-estar da criaça, Promoção da saúde.

Vieira GO et al. I t ro d u ç ã o As criaças, por serem um complexo biológico em formação, estão mais vuleráveis aos codicioates ambietais, os quais podem iterferir os ídices de morbidade e de mortalidade, assim como c o m p r o m e t e r o processo de crescimeto e desevolvimeto e a expressão do potecial geético.1-5 A moitorização do crescimeto foi recomedada desde a década de 70, a Coferêcia de A l m a - Ata, realizada o Cazaquistão, em 1978. No Brasil, embora o relatório da V Coferêcia Nacioal de Saúde, realizada essa mesma década, teha icorporado a vigilâcia do crescimeto, o tema somete gahou relevâcia em 1984, com a criação do "Programa de Assistêcia Itegral à Saúde da Criaça (PAISC)" pelo Miistério da Saúde. A s ações básicas de saúde formuladas pelo PA I S C visam assegurar itegralidade a assistêcia prestada pelos serviços de saúde, deslocado o efoque da ateção voltada às patologias para a priorização das ações prevetivas, cujo eixo básico é garatir o adequado crescimeto e desevolvimeto.6-8 As cico ações básicas propostas pelo PAISC são: a) o icetivo ao aleitameto matero e orietação adequada para o desmame; b) assistêcia e cotrole das ifecções respiratórias agudas; c) imuização p a r a cotrole das doeças preveíveis; d) cotrole das doeças diarréicas e e) acompahameto do crescimeto e desevolvimeto (CD) ifatil,9, 1 0 t e d o como meio de visualização o "Cartão da Criaça ( C C ) ".1 0, 11 O CC utiliza o aumeto mesal do peso como pricipal idicador do crescimeto ormal e sadio da criaça, ou seja, uma curva de crescimeto com potos de cortes e padrões de referêcias que permite aos profissioais de saúde e aos pais acompaharem o CD das criaças meores de cico aos. Os cartões de meios e meias possuem apresetações diferetes, uma vez que os padrões de crescimeto são desiguais.1 2 Outro aspecto importate é que o CC é um istrumeto de caráter educativo e se costitui uma maeira ecoômica, ão-ivasiva, de fácil iterpretação e compreesão por parte da comuidade. Os pais ou resposáveis, em poder do cartão, têm a oportuidade de observar e acompahar o CD de seus filhos, elemeto idispesável para idetificação precoce de problemas de saúde diâmicos, como a desutrição e retardo do crescimeto, com possibilidade de reversão do processo, em tempo de garatir um crescimeto adequado à criaça, uma vez que quadros crôicos, quado istalados, tedem a promover repercussões irreversíveis.8, 1 3, 1 4 Va l e ressaltar que a atropometria é a técica mais uiversalmete aplicada para avaliar o tamaho e represeta um idicador de crescimeto e de risco utricioal. Pela sua capacidade de moitorar saúde e crescimeto, tem lugar de destaque a Saúde Publica, especialmete o caso de países em desev o l v i m e t o. 15 Etretato, a utilização de medidas atropométricas pode diferir sigificativamete, de acordo com o objeto de estudo, tato do poto de vista idividual quato coletivo1 5, 16 e deve ser complemetada por outras iformações de saúde, utrição, culturais, socioecoômicas e demográficas.1,15 O "Cartão da Criaça", além de moitorar o gaho poderal, permite também o registro de idetificação da criaça, tipo de parto, ídice de A p g a r, local e data de ascimeto, caledário para aotação das vacias, iformações básicas de desevolvimeto e dos direitos costitucioais das criaças. O "Cartão" é válido em todo o território acioal como comprovate de vaciação e o seu forecimeto é gratuito e deve ocorrer o mometo do ascimeto, com a posse assegurada aos pais. Com a promulgação da Costituição de 1988 houve um implemeto das ações prevetivas, o que determiou a decisão de implatação do CC em todo território acioal. Em 1989, a Secretaria de Saúde da Bahia implatou as ações básicas de saúde e ormalizou a utilização do CC para acompahameto de saúde de meores de cico aos, em todo estado. Visado esteder as ações básicas de saúde aos úcleos familiares, em 1991, o Miistério da Saúde oficializou o Programa de Agetes Comuitários de Saúde (PACS), com uma ageda prioritariamete direcioada ao grupo matero-ifatil. Em Feira de Sataa, o PACS foi implatado em 1992.17 No ao de 2005, o "Cartão da Criaça" foi revisado pelo Miistério da Saúde, resultado a "Cadereta de saúde da criaça", com ampliação da faixa de acompahameto para dez aos de idade. Nesse ovo istrumeto, além das iformações cotidas o CC, foram icluídos dados sobre gravidez, parto e puerpério; orietações relevates sobre a alimetação saudável, gráficos de perímetro cefálico, espaço para aotações de estatura, iformações quato à preveção de acidetes, à saúde auditiva, visual e bucal, profilaxia de ferro e vitamia A e espaço para aotações de itercorrêcias c l í i c a s.18, 19 Cosiderado a importâcia desses istrumetos para a avaliação e acompahameto de saúde das criaças, o presete estudo teve como objetivo aalisar o ídice de preechimeto do "Cartão da Criaça", assim como possíveis associações com variáveis

Uso do Cartão da Criaça em Feira de Sataa materas e das criaças meores de um ao, residetes o muicípio de Feira de Sataa, Bahia, em 2 0 0 1. M é t o d o s Trata-se de um estudo observacioal de corte trasversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Uiversidade Federal da Bahia, realizado a cidade de Feira de Sataa, Bahia, situada a 108 Km da capital do estado - Salvador - com uma população em toro de 480.949 habitates.1 7 Foram selecioadas criaças meores de um ao que haviam completado essa idade até o dia 25 de agosto de 2001 (Dia Nacioal de Vaciação), procedetes de Feira de Sataa e que compareceram às uidades de vaciação sorteadas, acompahadas de suas respectivas mães, as quais aceitaram respoder ao questioário. A uidade de aálise correspodeu às mães e criaças meores de um ao, selecioadas para a amostra. O plao amostral foi probabilístico e estratificado. Para assegurar a cobertura vacial, baseada a demada de criaças atedidas em cada uidade de saúde, a primeira etapa de vaciação a Secretária de Saúde de Feira de Sataa dividiu a cidade em quatro áreas geográficas (comados), represetadas por bairros que correspodiam a subpopulações mutuamete excludetes; desta forma, uma amostra casual simples foi retirada de cada estrato, levado-se em cosideração o úmero de criaças vaciadas por área, a primeira etapa de vaciação. A v a c i a ç ã o ocorreu em 62 uidades (postos de saúde e escolas) e foram sorteadas 44 uidades para compor a amostra. Do primeiro e segudo estratos (comados) f o r a m sorteadas respectivamete 12 detre as 17 uidades existetes e do terceiro e quarto comados foram sorteadas respectivamete 10 etre as 14 uidades. Respoderam ao questioário 2319 mães, correspodedo a 24,1 da população (9615) de criaças meores de um ao, residetes o muicípio de Feira de Sataa, em 2001.1 7 Apeas quatro mães se recusaram a participar da pesquisa. Foram aplicados questioários idividuais, prétestados durate o plao piloto. As questões elaboradas foram fechadas, com três alterativas excludetes: sim, ão, ão sei/ão lembro e aplicadas diretamete às mães, ão sedo coletadas iformações de terceiros, evitado assim a iterferêcia do efeito p ro x y. Foram também coletadas iformações diretamete do CC para iformações como peso, perímetro cefálico, comprimeto e ídice de Apgar ao ascimeto. O questioário foi aplicado por 104 uiversitários da área de saúde, previamete treiados. O treiameto foi realizado em duas fases. A primeira fase cosistiu o treiameto de oito iteros e residetes de medicia, como supervisores e a seguda fase foram treiados 96 estudates de odotologia e efermagem, divididos em cico grupos. O treiameto cosistiu em apresetação da pesquisa pelo coorde a d o r, apresetação do questioário, realização de leitura do questioário e do maual do etrevistador e aplicação do questioário, idividualmete, ao colega e vice-versa. Todos os iquiridores realizaram pelo meos quatro leituras do questioário, ates de ir para o trabalho de campo. Só foi permitido realizar a pesquisa os aluos que participaram de todas as etapas do treiameto. As variáveis estudadas, em relação às características materas, foram: idade, paridade, escolaridade, reda mesal familiar, trabalho fora do lar e local de residêcia. No que se refere aos dados das criaças, foram coletadas iformações, coforme o preechimetodocc,quatoàdatadeascimetopara cálculo da idade, sexo, idade gestacioal, tipo de parto, ídice de Apgar do 5º miuto de vida, peso, comprimeto e perímetro cefálico por ocasião do ascimeto. Observadas também aotações o CC quato ao ome do hospital em que a criaça asceu e o moitorameto do CD. Quato às aotações presetes a idetificação do CC, foram cosideradas como icompletas a ausêcia de um dos ites. Para a curva de crescimeto, foi cosiderada completa mediate a aotação de pesos pelo meos a cada três meses, com um míimo de quatro aotações o primeiro ao de vida; equato que a curva de desevolvimeto foi cosiderada como completa quado o cartão possuía todas as aotações correspodetes à idade da criaça etrevistada. Na aálise para avaliação das associações etre as variáveis, calculou-se a razão de prevalêcia (RP) e, para iferêcia estatística, efetuou-se o teste do quiquadrado, com cálculo de valor de p e do Itervalo de Cofiaça 95 (IC95), sedo cosiderados c o m o estatisticamete sigificates valores bicaudais de p iguais ou meores do que 5,0. O programa estatístico utilizado foi o Statistical Package for Social Scieces (SPSS), a versão 10.0. R e s u l t a d o s O total de criaças aalisadas ão perfaz 2319 para todas as questões, porque foram cosideradas como válidas apeas as repostas positivas ou egativas,

Vieira GO et al. sedo computadas como perdidas/iválidas as questões respodidas como "ão sei/ão lembro" e as icompletas. Das 2319 mães de criaças meores de um ao etrevistadas, 95,5 (2215) portavam o CC. No que se refere às aotações do ome da criaça e dos pais, ão costavam simultaeamete em 36,5 dos cartões, sedo cosiderados icompletos, embora o ome da criaça estivesse aotado em 99,8. O ome do hospital de ascimeto costava em 76,6; otipodepartoem93,3eoídicedeapgardo5º miuto após o ascimeto em apeas 28,4 dos cartões. As variáveis, peso, perímetro cefálico e comprimeto por ocasião do ascimeto, estavam presetes em 97,2, 88,9 e 91,8 dos cartões, r e s p e c t i v a m e t e. O úmero de criaças a faixa etária de 30 dias variou de 6,9 (161) a 10,3, (240) e detre as 2319 criaças estudadas 1224 (52,8) eram meores ou iguais a seis meses. As características materas e das criaças pesquisadas estão descritas a Tabela 1. Tabela 1 Distribuição das variáveis re f e retes às características materas e das criaças. Variável N Idade mater a 2314 100, 0 <20 aos 513 22, 2 >20 aos 1801 77, 8 P a r i d a d e 2318 100, 0 M u l t í p a r a 1246 53, 8 P r i m í p a r a 1072 46, 2 Trabalho fora do lar 2315 100, 0 N ã o 1776 76, 7 S i m 539 23, 3 E s c o l a r i d a d e 2308 100, 0 Básico fudametal 638 27, 7 >Básico fudametal 1670 72, 3 Reda familiar 1640 100, 0 2 salários míimos 1038 63, 3 >2 salários míimos 602 36, 7 Peso de ascimeto 2258 100, 0 <2500 gramas 165 7, 3 2500 gramas 2093 92, 7 P re m a t u r i d a d e 2314 100, 0 S i m 172 7, 4 N ã o 2142 92, 6

Uso do Cartão da Criaça em Feira de Sataa Com relação às 2200 respostas válidas, quato ao preechimeto da curva de crescimeto segudo as categorias completa, icompleta e iexistete, as prevalêcias foram respectivamete 41,1 (905), 29,3 (644) e 39,6 (651). Em relação à curva de desevolvimeto, das 2191 criaças cujos cartões foram avaliados, 77,9 (1707) ão foram preechidos, 14,3 (314) estavam icompletos e 7,8 (170) completos. Em relação à curva de crescimeto foram observadas associações estatisticamete sigificates, com maior probabilidade para o seu preechimeto quado as criaças eram filhos de família com reda mesal meor que dois salários míimos ou quado as mães ão se ausetavam do lar para trabalhar. Observou-se associação, o setido da proteção etre a idade da criaça meor que seis meses e o preechimeto dessa curva. As demais associações estudadas ão apresetaram íveis de sigificâcia estatística (Tabela 2). Com respeito ao preechimeto da curva de desevolvimeto, verificou-se associação positiva para o preechimeto desses dados os casos de mães primíparas e com ível de istrução superior ao esio básico fudametal (Tabela 3). Houve também uma associação, o setido da proteção, etre morar em área de atuação do PACS, ter idade meor que seis meses e ter a curva de desevolvimeto aotada o CC (Tabela 3). As demais variáveis estudadas ão apresetaram associações em íveis de sigificâcia estatística (Tabela 3). Tabela 2 Razão de prevalêcia (RP) e itervalo de cofiaça de 95 (IC95) da associação etre preechimeto da curva de crescimeto os c a rtões da criaça e características mater a s. C u rva de cre s c i m e t o Va r i á v e l S i m N ã o To t a l RP (IC95) p P a rto pre m a t u ro N ã o 1431 70, 1 609 29, 9 2040 93, 0 0,96 (0,87-1,06) 0, 40 S i m 113 73, 4 41 26, 6 154 7, 0 P a r i d a d e P r i m í p a r a 725 71, 5 289 28, 5 1014 46, 1 1,03 (0,98-1,09) 0, 29 Multípara 823 69, 5 362 30, 5 1185 53, 9 Idade matera <20 aos 351 72, 2 135 27, 8 486 22, 1 1,03 (0,97-1,10) 0, 32 >20 aos 1198 69, 9 516 30, 1 1714 77, 9 E s c o l a r i d a d e * >Fudametal 1118 70, 8 462 29, 2 1580 72, 2 1,02 (0,96-1,08) 0, 60 F u d a m e t a l 424 69, 6 185 30, 4 609 27, 8 Trabalho fora do lar Não 1207 71, 8 474 28, 2 1681 76, 6 1,09 (1,02-1,17) 0, 01 S i m 340 66, 0 175 34, 0 515 23, 4 Reda familiar <2 salários míimos 713 73, 1 263 26, 9 976 63, 0 1,01 (1,00-1,14) 0, 05 >2 salários míimos 392 68, 3 182 31, 7 574 37, 0 Mora a área do PA C S S i m 1074 69, 9 468 30, 4 1542 70, 4 0,96 (0,91-1,02) 0, 19 N ã o 470 72, 4 179 27, 6 649 29, 6 Idade da criaça <6 meses 665 58, 6 470 41, 4 1135 51, 6 0,70 (0,67-0,74) 0, 001 >6 meses 884 83, 0 181 17, 0 1065 48, 4 * Esio básico fudametal; Reda familiar em salários míimos; Programa Agete Comuitário de Saúde.

Vieira GO et al. Tabela 3 Razão de prevalêcia (RP) e itervalo de cofiaça de 95 (IC95) da associação etre preechimeto da curva de desevolvimeto os c a rtões da criaça e características mater a s. C u rva de desevolvimeto Va r i á v e l S i m N ã o To t a l RP e IC95 p P a rto pre m a t u ro N ã o 456 22, 4 1576 77, 6 2032 93, 0 1,27 (0,90-1,81) 0, 17 S i m 27 17, 6 126 82, 4 153 7, 0 P a r i d a d e P r i m í p a r a 243 24, 1 766 75, 9 1009 46, 1 1,18 (1,01-1,38) 0, 04 Multípara 241 20, 4 940 79, 6 1181 53, 9 Idade matera <20 aos 111 22, 9 374 77, 1 485 22, 1 1,05 (0,87-1,26) 0, 63 >20 aos 373 21, 9 1333 78, 1 1706 77, 9 E s c o l a r i d a d e * >Fudametal 368 23, 4 1206 76, 6 1574 72, 2 1,22 (1,01-1,47) 0, 03 F u d a m e t a l 116 19, 1 490 80, 9 606 27, 8 Trabalho fora do lar Não 382 22, 8 1291 77, 2 1673 76, 5 1,15 (0,95-1,40) 0, 15 S i m 102 19, 8 412 80, 2 514 23, 5 Reda familiar <2 salários míimos 225 23, 1 750 76, 9 975 63, 1 0,97 (0,81-1,17) 0, 77 >2 salário míimos 135 23, 7 434 76, 3 569 36, 9 Mora a área do PA C S S i m 304 19, 8 1233 80, 2 1537 70, 4 0,71 (0,61-0,84) 0, 001 N ã o 179 27, 8 466 72, 2 645 29, 6 Idade da criaça <6 meses 204 18, 0 930 82, 0 1134 51, 8 0,68 (0,58-0,80) 0, 001 >6 meses 280 26, 5 777 73, 5 1057 48, 2 * Esio básico fudametal; Reda familiar em salários míimos; Programa Agete Comuitário de Saúde. D i s c u s s ã o Diate do recete ceário em que figura a implatação da ova "Cadereta de Saúde da Criaça" do Miistério da Saúde em 2005, documeto esse que amplia as iformações cotidas o "Cartão da Criaça" e requer maior participação dos pais e compromisso dos profissioais de saúde quato ao preechimeto, ressalta-se a importâcia de avaliar a utilização do "Cartão da Criaça" pelos pais e profissioais de saúde. Em Feira de Sataa foi costatado que, apesar da quase totalidade das mães etrevistadas portar o CC, o "Dia Nacioal de Vaciação", a maior parte dos cartões ão estavam preechidos de forma plea. Foram costatadas ausêcias de aotações em relação ao ome da criaça e dos pais, hospital em que a criaça asceu, tipo de parto, peso, perímetro cefálico e comprimeto por ocasião do ascimeto. A Pesquisa Nacioal de Demografia e Saúde (PNDS), realizada o Brasil, em 1996, demostrou resultados semelhates, a qual a maioria das mães possuía o cartão e levava-o às cosultas os serviços de saúde, porém, em meos de 10 costava o peso da criaça e uma proporção aida meor possuía a curva de crescimeto desehada.6 Satos et al.,2 0 realizaram também uma pesquisa em "Dia Nacioal de Vaciação", com 329 mães de criaças meores de um ao, a qual verificaram que 99,7 alegavam possuir o CC, embora

Uso do Cartão da Criaça em Feira de Sataa 6,7 ão o portassem a ocasião e 30 das criaças que compareceram à cosulta pediátrica, os três meses que atecederam a pesquisa, ão possuíam qualquer registro de peso o período.2 0 Na presete pesquisa, outro aspecto relevate foi a ausêcia da aotação do ídice Apgar a grade maioria dos cartões, fato que chama a ateção para a possibilidade de as criaças ão estarem sedo assistidas adequadamete ao ascimeto, com coseqüete iexistêcia dessa aotação. Esse ídice está associado à vitalidade do recém-ascido, os primeiros mometos de vida, em que codições adversas ocorridas ao ascimeto e refletidas em baixos valores de Apgar podem ser idetificadas para que medidas de iterveção possam ser tomadas precocemete, através de técicas de estimulação, para preveção de possíveis seqüelas. A falta ou iadequação o preechimeto por parte da equipe de saúde dos CC é ijustificável e demostra um fraco vículo dos profissioais com as ações básicas de saúde, medidas de comprovada eficácia, haja vista a cotribuição dessas ações o perfil de mortalidade ifatil ocorrido as duas últimas d é c a d a s.4, 5 Vale ressaltar que, para prover o sucesso de implatação da ova "Cadereta de saúde da criaça", tedo como foco os profissioais de saúde, o Miistério da Saúde elaborou um Maual para sua utilização que, além de orietar o correto preechimeto dos dados, reforça a importâcia do profissioal como educador e promotor da saúde e ressalta a "Cadereta" como um direito que ão pode ser egado à criaça.1 9 Resta saber se esse istrumeto terá impacto suficiete para modificação das atitudes e práticas dos profissioais de saúde. Para Satos e t a l.,2 0 as dificuldades para a implemetação de ovas ações de saúde cocetram-se também a falta de motivação, a dificuldade de mudaça de comportameto e de atitudes por parte da equipe de saúde. Na presete pesquisa, um achado importate foi a associação positiva, estatisticamete sigificate, etre reda familiar mesal iferior a dois salários míimos e a realização da curva de crescimeto, fato que pode estar relacioado à priorização de ação do PACS as áreas em que residem comuidades meos privilegiadas do poto de vista socioecoômico e com meor acesso às uidades de saúde. A a o t a ç ã o do peso da criaça o CC é realizada pelos próprios agetes de saúde, após a sua aferição. Em relação às aotações sobre o desevolvimeto europsicomotor, otou-se ausêcia de aotações a grade maioria dos CC, apesar de ter sido observada uma associação o setido da proteção etre residir a área de atuação do PACS e o preechimeto dessa curva. Outra associação o setido da proteção para o preechimeto, ão só da curva de desevolvimeto como também a de crescimeto, foi a idade da criaça meor que seis meses. Esse resultado já era esperado, uma vez que existe uma tedêcia atural de maior ateção e cuidado à saúde das criaças de meor idade, ão só por parte dos pais, como também pelos profissioais de saúde. Neste estudo, foi demostrado também que o ível de istrução da mãe ifluecia o preechimeto da curva de desevolvimeto, em que mães com escolaridade superior ao esio básico fudametal apresetaram uma associação positiva estatisticamete sigificate quato à sua elaboração. Em verdade, é relevate a participação dos pais esse processo, uma vez que são eles que costatam as etapas de desevolvimeto atigidas pela criaça. Etretato, os profissioais de saúde são os resposáveis pelo acompahameto do desevolvimeto da criaça e da sesibilização dos pais quato ao preechimeto do cartão. Aida sobre a curva de desevolvimeto, os achados desse estudo mostraram que mães primíparas tiveram maior ateção quato ao preechimeto. É provável que mães iexperietes, a maior parte primíparas, busquem iformações juto à família, à comuidade e aos profissioais de saúde. Segudo Carvalho Filho,1 3 a percepção matera do CD dos filhos por idicadores próprios é uma realidade cotroversa, visto que a mãe da criaça, a maioria das vezes, usa o CC apeas como cartão de vaciação e só demostra iteresse o gráfico perate problema de saúde do filho. Etretato, é importate lembrar que é possível que as mães ão recoheçam a ecessidade de sua participação a avaliação do CD de seus filhos, por cota de que, habitualmete, as ações de saúde sempre foram delegadas aos profissioais, ão sedo permitida ou estimulada a iterferêcia ativa das mães esse processo. Coclusões e cosiderações Baseado os resultados dessa pesquisa coclui-se que quase a totalidade das mães portava o "Cartão" o "Dia Nacioal da Vaciação" e que a maioria destes tiha a curva de crescimeto preechida. Etretato, esse istrumeto ão estava sedo utilizado de maeira adequada em relação ao acompahameto das etapas do desevolvimeto e à aotação do ídice de A p g a r. As variáveis sigificativamete associadas ao preechimeto da curva de crescimeto foram: mães que ão trabalhavam fora do lar ou famílias com meor reda. Em relação à curva de desevolvimeto, foi otada maior probabilidade para a sua realização quado as mães eram

Vieira GO et al. primíparas ou com maior escolaridade ou residetes a área de atuação do PACS. A idade da criaça meor que seis meses figurou como fator de proteção tato para o preechimeto da curva de crescimeto, quato à de desevolvimeto. A cocepção de que a ateção itegral à saúde da criaça, por parte dos profissioais de saúde e dirigetes, deve ir além dos gráficos ão pode ser perdida. Etede-se que a utilização plea do "Cartão da Criaça", para as aquelas que asceram até o ao de 2004, assim como a "Cadereta de saúde da criaça" (adotada a partir de 2005), são istrumetos esseciais para promover a vigilâcia à saúde itegral da criaça e que ecessitam da participação e compromisso dos profissioais de saúde para a sua implemetação. Fica assim evidete a ecessidade de uma reflexão por parte dos dirigetes e profissioais de saúde acerca das rotias dos serviços de saúde, otimizado medidas de iterveção que possibilitem o cumprimeto das metas de implatação do CC o muicípio. A utilização desses istrumetos coforme o precoizado costitui um importate idicador da qualidade da ateção oferecida pelos serviços de saúde às criaças. R e f e r ê c i a s 1. Barros FC, Victora CG. Epidemiologia da saúde ifatil. São Paulo: HUCITEC; 1998. 2. Black RE, Morris SS, Bryce J. Where ad why are 10 millio childre dyig every year? The Lacet 2003; 9376: 2226-34. 3. Eisestei E. Atropometria e pediatria. J Pediatr (Rio J) 1994; 70 (4):193-4. 4. UNICEF (Fudo das Nações Uidas para a Ifâcia). A ifâcia brasileira os aos 90. Brasília (DF); 1998. 5. Moteiro CA, Nazário CL. Declíio da mortalidade ifatil e equidade social: o ca so da cidade de S ão Paulo etre 1973 e 1993. I: Moteiro CA, editor. Velhos e ovos males da saúde o Brasil: a evolução do país e de suas doeças. São Paulo: Hucitec ; 1995. p.173-85. 6. Miistério da Saúde. Crescimeto e desevolvimeto [o lie]. Dispoível em URL: http://www. s a u d e. g o v. b r / programas/scriaça/criaça/crescimeto.htm [2002 jul 6] 7. Miistério da Saúde, CONASEMS (Coselho Nacioal dos Secretários Muicipais de Saúde). Plao de ação para a implatação da declaração mudial sobre a sobrevivêcia, a proteção e o desevolvimeto da criaça os aos 90. I: Miistério da Saúde. Metas Projeto Muicípio Amigo da Criaça. Brasília (DF); 1990. 8. Barreto ML, Carma EH. Situação da saúde da população brasileira: tedêcias históricas, 9. Miistério da Saúde. Cetro de Documetação. A s s i s t ê c i a itegral à saúde da criaça: ações básicas. Brasília (DF); 1984. (Textos Básicos de Saúde. Série B, 7). 10. Miistério da Saúde. Situação da saúde da criaça o Brasil [o lie]. Dispoível em URL: http://www. s a u d e. g o v. b r / programas/scriaça/hpcriaça.htm [2002 jul 6]. 11. Marcodes E. Crescimeto ormal: tabelas e gráficos. I: Marcodes E. Crescimeto ormal e deficiete. São Paulo: Savier; 1989. p. 42-69.(Moografias médicas. Serie Pediatria, v.1). 12. Costa MCO. Crescimeto e desevolvimeto a ifâcia e a adolescêcia. I: Costa S, editor. Semiologia e ateção primária ás criaças e adolescetes. Porto Alegre: Reviter; 2005. p. 17-39. 13. Carvalho Filho GWB. Crescedo e aparecedo: o crescimeto ifatil a percepção matera [dissertação mestrado]. Rio de Jaeiro: Istituto Ferades Figueira da Fudação Oswaldo Cruz; 1991. 14. Marcodes E. Moitorização do crescimeto. I: Marcodes E. Crescimeto ormal e deficiete. São Paulo: Sarvier; 1989. p. 5-32. (Moografias médicas. Serie Pediatria, 1). 15. Accioly E, Meireles CL, Valle J, Fraceschii SCC, Ta d d e i JAAC, Sigulem DM. Atropometria a ifâcia. A r s Cvradi 1999; 5: 44-52. 16. Marques RFSV, Lopes FA, Braga JA. O crescimeto de criaças alimetadas com leite matero exclusivo os primeiros seis meses de vida. J Pediatr (Rio J) 2004; 80: 99-105. 17. Feira de Sata. Secretaria de Saúde. Núcleo de I formações e Pesquisas Ecoômicas e Sociais. Dispoível em URL: h t t p :// w w w. i p e s. f e i r a d e s a t a a. b a. g o v. b r / f _ d a d o s. h t m [2004 jul 13]. 18. Miistério da Saúde. Departameto de Iformação e Iformática do SUS. Dispoível em URL: http://tabet. d a t a s u s. g o v.br/cgi/tabcgi.e xe?ibge/cv/popba. def [2005 fev 22]. 19. Miistério da Saúde. Secretária de Ateção à Saúde. Departameto de Ações Programáticas Estratégicas. Maual para utilização da cadereta de saúde da criaça. Brasília (DF); 2005. 20. Satos RS, Cuha AJLA, Gambá CM, Machado FG, Leal Filho JMM, Moreira NLM. Avaliação da assistêcia à saúde da mulher e da criaça em localidade urbaa da região Sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública 2000; 34: 266-71. Recebido em 26 de juho de 2004 Versão fial apresetada em 4 de abril de 2005 Aprovado em 25 de abril de 2005