ANTIMICROBIANOS EM ALIMENTAÇÃO ANIMAL ARIOVALDO ZANI, Médico Veterinário, MBA Vice-Presidente Executivo - Sindirações Diretor Depto. Agronegócio FIESP Diretor Financeiro Feedlatina Diretor Projetos CBNA IFIF Board Member Belo Horizonte/MG 28.05.2010
IMPORTÂNCIA DA AGROPECUÁRIA NA ECONOMIA BRASILEIRA Sistema pecuário Brasileiro - 7,5%do PIB - 18% das Exportações do Agronegócio (SRI/MAPA) 198 - Liderança mundial na exportação de carne bovina e de aves - Quarto Exportador Mundial de carne suína 173 161 152 138 128 119 121 97 73 60 53 58 51 55 56 58 56 60 48 49 47 48 25 31 23 22 20 21 24 8 8 6 6 5 4 5 5 5 7 9 12 10 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: SRI/MAPA 91 74 72 63 58 49 65 39 44 Exp. Brasil Imp. Brasil Exp. Agronegócio Imp. Agronegócio
PLANTEL, PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO SUÍNOS (mil) PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO CARNE FRANGO milhões tons 2620 1374 1368 2709 1471 2943 2998 3029 1476 1527 1579 3190 857 815 755 707 709 1004 991 976 999 957956 927 914 872 888 924 851 867 852 946 880 872 890 902 892 802 835 891 866927 862 897 862 798 829 830 764 860 873 844 777 791 781 750 622 969 969 958 961 932 917 887 895 870 608 508 625 528 606 529 2004 2005 2006 2007 2008 2009 matriz ind. matriz subs. produção exportação Fonte: ABIPECS 213 207 190 203 187190 178 Fonte: ABEF 307 304 268 242 286 264 259 243 284 200 225209 232 274 jul/0 7 sep/07 jan/06 mar/06 m a y/06 jul/0 6 s e p/06 n ov/06 jan/0 7 mar/0 7 may /07 exportações 330 323 316 330 313 299 313 304 329 317 300 361 339 290 301 335 315 270 324 235 267 263 293 307 275 269 275 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 produção s e t/08 n ov / 08 jan/09 mar/09 mai/ 09 jul/0 9 s e t/0 9 n ov/09*
EVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO DE RAÇÕES (milhões de toneladas) e PARTICIPAÇÃO NA DEMANDA Sal Mineral 3% Cães e Gatos 3% Leite 8% Corte 4% Aquáticos 1% Poedeiras 8% Frangos 45% 58,7 58,4 Equinos 1% 53,6 Suínos 26% Outros 1% 47,2 48,3 41,6 41,5 43,5 38,8 32,5 34,5 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* Fonte: Sindirações
EPIDEMIOLOGIA PROPOSTA PARA RESISTÊNCIA BACTERIANA Fonte: IFT, Institute of Food Technologists, US (2006). Antibiotic resistance: Implications for the food system. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety 5: 71-137.
PAPEL DO CODEX ALIMENTARIUS Estabelecer análises de risco (cientificamente embasadas) para melhor compreensão do fenômeno e embasamento racional das opções de manejo de risco; Implantar guias para uso prudente de antimicrobianos em seres humanos e em animais; Implementar programas nacionais para monitoramento do desenvolvimento de bactérias resistentes aos antimicrobianos; Elaborou código de práticas para mnimizar e conter a resistência aos antimicrobianos, através do CAC/RCP 61/2005); O Codex está finalizando a preparação de um Guia de Referência Internacionalpara Análise de Risco de Resistência Bacteriana que deverá ser concluído até o final de 2010.
PAPEL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA Regulamenta o uso terapêutico e não terapêutico de antimicrobianos em animais, através do Decreto 5053\2004 e 6296\2007 e seus documentos legais; Segue criteriosamente as recomendações da OIE e da OMS Organização Mundial da Saúde em questões relativas à segurança dos alimentos; Acompanha à risca as recomendações do Codex alimentarius da FAO\OMS do qual o Brasil é signatário e proibiu o uso de antimicrobianos criticamente importantes na alimentação animal (cefalosporinas de 3ª. e 4ª. Geração, quinolonas/fluoroquinolonas, macrolídeos, penicilinas e aminoglicosídeos); Restringiu o uso de algumas classes de antimicrobianos como aditivos zootécnicos Melhoradores de desempenho e conservadores de alimentos, através da IN 26 de 09.07.2009
PAPEL DA INDÚSTRIA Contribui para o fornecimento de alimentos seguros para os consumidores domésticos e internacionais, a fim de manter a posição brasileira de maior exportador global de carnes e apóiam integralmente os esforços destinados a melhorar a qualidade do alimento distribuído à população em consonância com a legislação em vigor; Reconhece legítima e suficiente a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que já regulamenta com competência o uso não-terapêutico em animais, em produtos que contenham antimicrobianos, para fins de promoção de crescimento, eficiência alimentar, ganho de peso, prevenção de doenças feita de formarotineira ou com outro propósito, na ausência de sinais clínicos de doença, com base nas avaliações dos estudos científicos sobre resistência aos antimicrobianos; Cumpre integralmente com todas as regras determinadas pelo órgão regulador, utiliza apenas aqueles agentes melhoradores de desempenho e associações aprovadas, respeita os limites máximos de uso e obedece à prescrição veterinária;
CONTRIBUITIONS FROM MEMBER STATES AND STAKEHOLDERS Fifteen Member States have provided detailed information and the responses indicate consensus that there are at present no better alternatives to the current regulatory and inspection system in place regulating the use of coccidiostasts as feed additives. International Federation for Animal Health Europe IFAH European Feed Manufacturers Federation FEFAC European Poultry Producers and Traders Association AVEC COPA COGECA Le Comité Européen de la dinde Association of Veterinary Consultants
PRESENÇA DE BACTÉRIAS RESISTENTES EM ISOLADOS DE SUÍNOS TRATADOS OU NÃO COM ADITIVOS ANTIMICROBIANOS Fonte: Gebreyes W, Bahonson PB, Funk JA e McKean J (2008). Seroprevalence of Thrichnella, Toxoplasma, and samonella in Antimicrobial-free and Conventional swine production Systems. Foodborne pathogens and Disease 5: 199-203.
CONSUMO DE ANTIBIÓTICOS NA DINAMARCA Fonte: McKean JD (2008). The Trouble with Europe. For the Record 7: 14-17.
ESTIMATIVA DO CONSUMO TOTAL DE ANTIMICROBIANOS EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO (kg de ativo) Fonte: DANMAP (2005). The Danish Integrated antimicrobial resistance monitoring and research programme. Use of antimicrobial agents and occurrence of antimicrobial resistance in bacteria from food animals, food s and humans in Denmark. Disponível em: www.danmap.org.
PORCENTAGEM DE ISOLADOS DE Campylobacter E DE Salmonellas RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS Campylobacter Salmonella Fonte: DANMAP (2005). The Danish Integrated antimicrobial resistance monitoring and research programme. Use of antimicrobial agents and occurrence of antimicrobial resistance in bacteria from food animals, food s and humans in Denmark. Disponível em: www.danmap.org.
CIÊNCIA vs. IDEOLOGIA a) Carbadox e Olaquindox potencial genotóxico e carcinogênico JECFA Conclusão científica As decisões emanadas do Codex alimentarius são sempre embasadas na ciência: Risk assessment should be soundly based on science.... Esta colocação é de extrema relevância visto que para uma tomada de decisão (gerenciamento de risco), o Codex vale-se e recomenda a realização de análises de risco que sejam transparentes, documentadas e científicas b) Avoparcina princípio da precaução à revelia do embasamento científico Comissão Européia e outros países Paradoxo: EUA e Europa (Avoparcina vs. Vancomicina)
IMPACTO ECONÔMICO FRANGOS DE CORTE - A retirada dos APC leva à uma CA estimada de 1,92 o que representa uma perda de 3,78% em relação a CA ideal de 1,85; - Perdas econômicas/ano = R$ 354 milhões - Aumento no custo de produção de 3,2%, enquanto 2,9% na UE; SUÍNOS - A retirada dos APC leva à uma perda em GP de 17% em leitóes e 6,9% em suínos em crescimento; -Perdas econômicas/ano = R$ 463 milhões - Aumento no custo de preoução de 9,2%, enquanto 8,2% na UE; GERAL -A redução no ganho de peso dos animais leva a uma redução de lotes criados por ano, com menor utilização das instalações de criação e portanto, aumento nos custos fixos; - Desuniformidade de lotes, aumento no custo de abate; - Diminuição absorçao nutrientes com aumento da carga de dejetos; - Aumento incidência doenças entericas com maior utilização de antibioticos;
COMPREENSÃO DA INDÚSTRIA 1. O possível desenvolvimento de resistência bacteriana a antimicrobianos de relevância humana e veterinária ainda é controversa, necessitando para total esclarecimento da realização de análises de risco; 2. Risco é a probabilidade de ocorrência de um fato e não sua ausência; 3. Os resultados da análise de risco devem levar em conta os benefícios oriundosdo uso daquelas moléculas, uma vez que a proibição implica diretamente em custo adicional de aproximadamente R$ 1 bilhão na produção de aves e suínos. - Risco de resistência: a) Virginiamicina = Probabilidade de 0,7 a 14 chances em 100 milhões (Cox & Popken, 2004) b) Macrolídeo = Probabilidade de 10 chances em 100 milhões (Hurd et al., 2004) c) Nenhum antimicrobiano = milhares de chances de infecção por Salmonella e Campylobacter
COMPREENSÃO DA INDÚSTRIA 4. Hipotético banimento aumentaria: a) a incidência de doenças infecciosas nos animais de produção; b) o uso de antimicrobianos empregados para tratamento das enfermidades; c) a probabilidade de contaminação de produtos oriundos desses animais por bactérias resistentes ou não; d) A CA estimada em frangos de corte de 1,92 o que representa uma perda de 3,78% em relação a CA ideal de 1,85; Perdas econômicas/ano = R$ 354 milhões e aumento no custo de produção de 3,2%, enquanto 2,9% na UE; e) Levaria à perda em GP de 17% em leitóes e 6,9% em suínos em crescimento; Perdas econômicas/ano = R$ 463 milhões e aumento no custo de produção de 9,2%, enquanto 8,2% na União Européia; f) A redução de lotes criados por ano, com menor utilização das instalações de criação e portanto, aumento nos custos fixos; desuniformidade de lotes, aumento no custo de abate; diminuição absorçao nutrientes com aumento da carga de dejetos e aumento incidência doenças entericas com maior utilização de antibioticos;
PROJEÇÃO DEMANDA GLOBAL OPORTUNIDADE PARA O BRASIL OVERALL BEEF PORK POULTRY SHEEP/GOAT OTHERS 2010 285.472 66.250 102.212 96.965 14.451 5.594 2015 310,576 70.670 108.494 109.707 15.721 5.984 2020 337.888 75.384 115.161 124.123 17.104 6.115 2030 397,176 85.439 128.726 157.338 20.145 5.528 2040 438.729 93.448 133.968 182.598 226.978 6.018 2050 484.630 102.207 139.425 211.912 25.573 5.514 % 69,8 54,3 36,4 118,5 77,0-1,4 Fonte: Adaptado: Sindirações
VIÉS IDEOLÓGICO AMEAÇA PARA O BRASIL - Hormônios - Antimicrobianos - Organismos Geneticamente Modificados - Nanotecnologia - Gases Efeito Estufa - Índices de Produtividade - Código Florestal - PNDH Não basta ter acesso a uma determinada informação, ainda que ela seja muito bem fundamentada nas mais variadas evidências empíricas. É preciso haver predisposição para um determinado tipo de raciocínio para que sejam aceitos argumentos racionais e bem fundamentados. Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário