Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.



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P A R E C E R Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União. Não se trata de solicitação de informação

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CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

DESPACHO DE JULGAMENTO

caput do art. 16 da Lei nº /2011; Súmula nº 1/2015 CMRI:

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Relação de Consumo Informação incorreta Canal alternativo;

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão ao pedido de acesso à informação. Informações sigilosas

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Transcrição:

Referência: 60502.002981/2014-12 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há. Recorrente: C. G. Concurso público vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica ITA COMAER a regra é a publicidade, o sigilo exceção argumento de que se trata de informação pessoal Ação Civil Pública Acata-se argumentação do recorrente conhecido e provido. COMAER Comando da Aeronáutica Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Ato Data Teor Pedido 24/11/2014 Resposta Inicial 23/12/2014 Recurso à Autoridade Superior O cidadão apresentou pedido de informação nos seguintes termos: Gostaria de receber a lista de aprovados no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, realizado em 1994 (para selecionar os estudantes que iniciaram o curso em 1995), com a ordem de classificação e nota final para cada aprovado. O Órgão apresenta resposta ao cidadão nos seguintes termos: (...)cumpre-nos informar a V.Sa. que segue anexa a relação, por ordem alfabética, dos candidatos aprovados e convocados para a matrícula no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), conforme solicitado em seu pleito. Cumpre-nos, também, informar que as notas individuais e médias finais dos candidatos não são divulgadas em razão do caráter pessoal das informações e poderão ser veiculadas, apenas, de forma individual 23/12/2014 O cidadão apresenta recurso à autoridade superior nos seguintes termos: Nos termos do art. 31, da Lei nº 12.527/11, e do art. 3º, inciso V, do Decreto nº 7.724/12, in - formação pessoal é a informação relativa à intimidade, vida privada, honra e imagem. A classificação em um concurso vestibular, com a respectiva nota final, obviamente que não se enquadra nestes critérios. Em todos os concursos públicos é divulgada a classificação, com as respectivas notas finais. E, 21

Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 29/12/2014 29/12/2014 05/01/2015 Recurso à CGU 05/01/2015 inclusive, nos vestibulares mais recentes do ITA passou a ser divulgada a classificação, em decorrência de orientação do Ministério Público, atuando como fiscal da lei. Isto é decorrência do princípio constitucional da publicidade na administração pública. Portanto, não se sustenta a alegação de que não pode ser fornecida a mim a classificação, com a nota final, para os aprovados no Concurso Vestibular do ITA realizado em 1994 para selecionar os estudantes que iniciaram o curso em 1995. O Órgão apresenta resposta, limitando-se a ratificar as informações já prestadas, sem nada acrescentar. O cidadão apresenta recurso à autoridade máxima reiterando seus pedidos anteriores e opina: (...)Reitero, inclusive, com a informação que não foi objeto de análise no recurso em 1ª instância, com clara violação ao princípio constitucional do contraditório, de que nos vestibulares mais recentes do ITA a classificação passou a ser divulgada. Logo, no mínimo deveria haver uma coerência de conduta dentro do COMAER, acarretando o atendimento parcial ao pedido, com a divulgação da classificação, mas sem as médias finais. O Órgão apresenta resposta, novamente limitando-se a ratificar as informações já prestadas, sem nada acrescentar. O cidadão apresenta recurso à Controladoria-Geral da União nos seguintes termos: Sinceramente, espero que o recurso seja de fato apreciado, pois os recursos impetrados nos âmbito do Comaer foram analisados somente pro forma, uma vez que pontos por mim coloca - dos sequer foram objeto de análise, e as respostas foram lacônicas, simplesmente informando que se ratificava a resposta original. O que está sendo solicitado é somente a classificação, com a respectiva média final, dos aprovados no Concurso Vestibular do ITA realizado em 1994 para selecionar os estudantes que iniciaram o curso em 1995. Em qualquer espécie de concurso público, inclusive vestibulares, a classificação, com as médias finais, dos aprovados, é divulgada, em decorrência do princípio constitucional da publicida - de. Por mais que se tente, está muito além do senso comum defender que a classificação em um concurso vestibular é uma informação relativa à intimidade, vida privada, honra e imagem. Reitero, inclusive, com a informação que não foi objeto de análise nos recursos em 1ª e 2ª instâncias, com clara violação ao princípio constitucional do contraditório, de que nos vestibulares mais recentes do ITA a classificação passou a ser divulgada. Logo, incoerente invocar se tratar de informações pessoais somente as informações relativas a concursos vestibulares anteriores, quando o próprio Comaer não entende desta forma para os concursos vestibulares mais recentes. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, verbis: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 22

1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7.724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. 4. Ainda preliminarmente, em resposta ao questionamento do cidadão em sede de recurso apresentado à CGU, ressalte-se que a Lei de Acesso à Informação ampliou imensamente as possibilidades oferecidas aos cidadãos para solicitar do Estado as informações que desejarem, sejam tais dados de interesse individual ou coletivo. O caso em análise demonstra os desafios enfrentados pela CGU para se garantir o acesso à informação, mas também simboliza os esforços desta Controladoria para atender às demandas dos cidadãos junto à Administração Pública Federal, sempre procurando fazer uma análise justa e imparcial no tratamento de qualquer tipo de recurso, independentemente do órgão ou entidade pública recorridos, para se garantir o ganho de transparência concretamente possível. 5. Quanto à análise de mérito, registre-se primeiramente que, em caso análogo ao presente, a Controladoria-Geral da União determinou que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) franqueasse acesso às notas de todos os candidatos que realizaram concurso vestibular. Veja-se extrato da referida decisão constante do NUP 23480.018458/2012-15: De outra via, é evidente que as informações solicitadas têm natureza pública. O vestibular é um concurso público. A lisura dos procedimentos de seleção de vagas em universidades merece ser acompanhada pelo cidadão, que tem o direito de saber a pontuação de cada um dos selecionados através do vestibular. Ainda que se avente algum indício de informação pessoal, há a supremacia do interesse público sobre o privado nesse momento (...) (grifos originais) 23

6. Cumpre ressaltar que no Estado Democrático de Direito devem ser observados os princípios consagrados na Constituição da República, dentre eles, destacando-se o princípio da publicidade, pressuposto necessário à transparência administrativa e controle social. 7. Com efeito, é praxe da Administração Pública Federal, no que diz respeito a concursos públicos, a divulgação de nomes e notas de todos os candidatos aprovados (independentemente de se classificados ou não). Podemos citar, como exemplo de certames públicos em que foram divulgados o nome e a pontuação final dos candidatos aprovados, bem como dos candidatos excedentes, os seguintes: Escola de Especialistas de Aeronáutica http://concursos.eear.aer.mil.br/soo/divulgacoes/convocados.matricula.php?concurso=eagsb-1-2-2014 AMAN http://www.espcex.ensino.eb.br/downloads/lista1_final_classificados.pdf 8. Provas realizadas em certames públicos carregam consigo a expectativa da transparência do processo e não de pessoalidade ou de privacidade. Isso porque um candidato de um concurso público sabe, por lógica, da necessidade de divulgação do resultado final de seu certame, sendo comum a disponibilização dos nomes dos aprovados com suas respectivas notas, como nos casos acima. 9. A disponibilização dos dados solicitados está diretamente relacionada à promoção dos controles administrativo e social da Administração Pública, não havendo com a publicação dos nomes e das notas dos candidatos aprovados, violação de seu direito à intimidade e à privacidade, uma vez que não se tratam de informações pessoais sensíveis, mas sim de dados sobre a relação do cidadão com a Administração Pública Federal. Em especial, ressalta-se que por serem as notas solicitadas, apenas daqueles candidatos que foram aprovados no certame, não há de que se falar em constrangimento. 10. O art. 31 da Lei de Acesso à Informação, que protege as informações pessoais, não pode ser interpretado de maneira tão ampla a permitir que se restrinja acesso inclusive a dados que, embora digam respeito a determinadas pessoas, são essenciais ao funcionamento e controle da atividade da Administração Pública. 24

11. Tendo analisado a questão até este ponto, a CGU buscou, através de interlocução com o COMAER, a disponibilização da informação solicitada pelo requerente. Paralelamente, a CGU através de pesquisa jurisprudencial verificou que o Ministério Público Federal ajuizou a Ação Civil Pública nº 0004849-63.2013.403.6103, cuja decisão foi posteriormente apresentada também pelo COMAER. 12. A Ação Civil Pública (ACP) proposta busca obrigar o ITA a divulgar o resultado final mediante a publicidade das notas individuais parciais (discriminadas por prova/disciplina) e finais de todos os candidatos do concurso de admissão, bem como classificação final dos candidatos aprovados no vestibular, acompanhada das respectivas notas parciais e finais e dos critérios de desempate (...). 13. O Poder Judiciário em primeira instância julgou procedente a Ação. Possivelmente vem daí o que nos apresentava o solicitante em seus recursos de primeira e de segunda instância: inclusive, nos vestibulares mais recentes do ITA passou a ser divulgada a classificação, em decorrência de orientação do Ministério Público, atuando como fiscal da lei. 14. Porém, em sede de recurso de apelação, a decisão foi reformada pelo Acórdão 12611/2015. 15. Em seu voto, a Desembargadora Federal Marli Marques Ferreira, acolhe a argumentação de que a divulgação das notas e classificação dos candidatos serviria apenas ao marketing de instituições preparatórias de candidatos a vestibular, com finalidades meramente comerciais. 16. Porém, qual benefício de marketing poderia obter uma instituição preparatória de candidatos ao vestibular diante da classificação e das notas referentes a um vestibular realizado há mais de 20 anos? 17. A decisão do Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região acolhe outros argumentos de difícil associação com o caso analisado neste parecer. Por exemplo, que a não publicação de notas e classificação dos candidatos tem o objetivo de evitar comparações precipitadas quanto à capacidade intelectual de cada um, o que se evidenciaria pelo sistema de cobrança dos resultados nos cursos de Engenharia ou a preocupação com a convivência dos alunos aprovados, visto que diferentemente de 25

outras instituições de ensino, os candidatos aprovados no vestibular passam a residir nas dependências do ITA e convivem durante todo o período com seus colegas de universidade. 18. O regime de internato e a convivência universitária já passaram há muitos anos para aqueles aprovados no vestibular de 1994. Este argumento, como os demais, teve sua aplicação tornada nula passadas mais de duas décadas do início do curso. 19. Saliente-se ainda que o principal fundamento utilizado pelo Poder Judiciário para negar acesso especificamente à classificação com as médias dos aprovados no vestibular de 2014 foi a autonomia universitária prevista no artigo 206 da CF., nos seguintes termos: O pedido do autor da ação civil pública pede, conforme fl. 07 da inicial, que no edital do Concurso Vestibular de 2014 do ITA (com edital publicado em 2013), conste que a divulgação do resultado final será feita mediante a publicidade das notas individuais parciais, discriminadas por prova/disciplina, e finais de todos os candidatos do concurso de admissão, bem como a classificação final dos candidatos aprovados no vestibular, acompanhada das respectivas notas parciais e finais e dos critérios de desempate.(...) Não há, nas provas coligidas dos autos, qualquer afirmação de que a Instituição descumpre quaisquer dos princípios voltados ao ensino e previstos no art. 206 da CF, razão pela qual não deve o Ministério Público Federal recomendar a adoção deste ou daquele procedimento, até porque é um outro modelo de instituição pública, em pleno gozo da autonomia prevista no art. 207 da CF, inclusive para ditar as regras de seu concurso de acesso, visando a preservação da intimidade de seus candidatos, a fim de manter tratamento isonômico, vista voltada à longa convivência de 05 (cinco) anos internos na instituição. Assim considerando, dou integral provimento ao recurso para cassar a tutela antecipada, e julgar improcedente a ação. (destaque nosso) http://web.trf3.jus.br/acordaos/acordao/buscardocumentogedpro/3963799 20. A inscrição para o concurso de admissão de 1994 era feita através do preenchimento da Ficha de Inscrição e Informações como nos informou a COMAER: (...)encaminho a V.Sa., em anexo, a ficha de inscrição que à época, em 1994, consistia no próprio ato de divulgação do vestibular do ITA. Essa convocação não era feita via edital. 21. Em verdade, no edital de 2014, o ITA manifestou expressamente que essas informações não seriam divulgadas. Por outro lado, no concurso vestibular de 1994 26

objeto deste processo administrativo houve uma omissão do ITA, pois não consta da Ficha de Inscrição qualquer referência ao formato da publicação do resultado final. 22. Talvez por isso o TRF optou por negar acesso à classificação do Edital de 2014, sem enfrentar a Lei de Acesso à Informação, haja vista que o próprio ITA já havia estabelecido literalmente em edital a não divulgação dessa informação. No caso em tela, vestibular de 1994, considerando-se a omissão do edital, é necessária a aplicação do inciso I do art. 3º: a observância da publicidade preceito geral e do sigilo como exceção. 23. O controle social sobre os concursos públicos interessa a toda sociedade. Por exemplo, a divulgação da pontuação final revela-se mecanismo que aperfeiçoa o direito de ampla defesa aos candidatos, possibilitando a elaboração dos recursos para aqueles que estiverem próximos da nota mínima de corte. 24. Com base no princípio da publicidade não se pode mais admitir que a discricionariedade administrativa seja encarada de forma absoluta. A discricionariedade deve encontrar limite baseado no princípio da proporcionalidade, eis que há o direito de acesso à informação e não somente a autonomia de gestão da instituição de ensino. 27

Conclusão 25. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento e provimento do recurso, uma vez que há evidente primazia do interesse público sobre o privado neste caso. 26. Por fim, recomendamos à instituição de ensino que reavalie seus normativos internos que restrinjam o escopo da LAI quando da divulgação dos resultados de seus processos seletivos futuros, seguindo critérios de transparência ativa. DANTON BRITO DE SANTANA LOPES Analista de Finanças e Controle 28

D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo provimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 60502.002981/2014-12, direcionado à COMAER. A instituição deverá providenciar acesso a lista de aprovados no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, realizado em 1994 (para selecionar os estudantes que iniciaram o curso em 1995), com a ordem de classificação e nota final para cada aprovado, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da notificação desta decisão. O comprovante de entrega da informação deverá ser postado diretamente no e-sic no prazo supra citado. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 29

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 782 de 27/03/2015 Referência: PROCESSO nº 60502.002981/2014-12 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/03/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/03/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: a32eabde_8d236865ed57f93