PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União DESPACHO

Transcrição

1 DESPACHO Referência: / e / Assunto: Recursos contra decisão denegatória aos pedidos de acesso à informação requeridos à Universidade Federal do Tocantins pelo. Senhor Ministro de Estado Chefe da, 1. O presente Despacho trata de solicitações de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, formuladas pelo. As solicitações, de números / e / , foram recebidas pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) nos dias 18/10/12 e 24/10/12 respectivamente. 2. Tendo sido os pedidos feitos pelo mesmo requerente e por economia processual, a análise será feita em um mesmo despacho. 3. O quadro 1 a seguir apresenta o teor dos pedidos: Quadro 1 Resumo dos pedidos Número do pedido / / Objeto Solicito cópia do Regimento próprio do Colegiado do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da UFT, Conforme Art. 11, 2 do Regimento dos Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu no âmbito da Universidade, que diz: - O programa terá um colegiado composto pelos docentes do programa, com regimento próprio aprovado seguindo as orientações do Regimento de Pós- Graduação da UFT. Solicito cópia do Processo Administrativo, conforme prevê a LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999, que trata do meu desligamento do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da UFT. Da Cronologia dos fatos 4. No dia 05/11/12, a UFT respondeu o pedido / por meio do sistema e-sic. Informou que: [...] o Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional, enviou apenas o Regimento dos Cursos de Pós-Graduação stricto sensu, aprovado no CONSEPE Nº07/2008, porque o mestrado é dirigido por esse Regimento geral dos cursos de pós graduação da UFT.

2 5. Já o pedido / foi respondido em 14/11/12 da seguinte maneira: De acordo com documento anexo, o processo do ja foi entregue em mãos pela Ouvidoria, conforme recebido pela Coordenação do Mestrado. 6. Não satisfeito, o requerente interpôs recurso de 1ª instância no mesmo dia da resposta aos pedidos. Alegou o seguinte, quanto ao pedido / : Foi entregue apenas a cópia do Regimento dos Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu no âmbito da Universidade, que diz em seu Art. 11, 2 do: - "O programa terá um colegiado composto pelos docentes do programa, com regimento próprio aprovado seguindo as orientações do Regimento de Pós-Graduação da UFT." É este REGIMENTO PRÓPRIO, ou seja interno, que foi solicitado. 7. Em relação ao pedido / , reclamou: o que foi me entregue, conforme documentos anexados, foram alguns documentos. Não tem nada haver com um verdadeiro Processo Administrativo, conforme prevê a Lei Nº Para cada um dos recursos, a UFT forneceu respostas no dia 23/11 12 dias após vencido o prazo para responder ao recurso nº / informando que conforme documentos em anexo, encaminharemos as informações solicitadas via - , de acordo com cada protocolo, assim que recebermos da Coordenação do Mestrado [...]. Ao final da resposta do NUP / , foi acrescentado o seguinte texto: OBS= O processo que recebemos da coordenação do mestrado foi enviado por Não satisfeito, o cidadão recorreu em 2ª instância, alegando, basicamente, que não recebera as informações solicitadas. 10. No dia 29/11, a UFT respondeu a todos os recursos com o seguinte texto: [...] Suas solicitações foram respondidas pela Coordenação do Mestrado em Desenvolvimento Regional de acordo com cada protocolo e enviadas no formato documento.zip, através do da Ouvidoria Geral UFT, (ouvidoria@uft.edu.br) para o seu ( ), conforme anexo, uma vez que não foi possível anexá-lo no sistema e-sic pois o arquivo excedia no tamanho. [...] 11. Mediante solicitação da CGU, o órgão compartilhou o citado arquivo anexo, denominado ANEXO DO DE 28 DE NOV 12, o qual continha diversos documentos e uma tabela com comentários para cada NUP, conforme transcrito no quadro 2 abaixo: Número do pedido Quadro 2 Resposta aos recursos de 2ª instância Resposta / A resposta foi escrita na área reservada ao NUP / Segue regulamento do programa [...] aprovador junto com o programa em 2006 pela CAPES. Esse regimento não está mais sendo utilizado e no momento

3 / estamos em processo de formulação de novo regimento para adequar as mudanças ocorridas em 2010 [...]. Assim, o Programa está utilizando o Regimento Geral dos Cursos de Pós-Graduação da Universidade Federal do Tocantins. Anexo os dois regimentos [...] A resposta anexou o antigo regimento do programa, de 2006, e o regimento geral, em vigor. Todos os documentos que trata dessa questão até a data em que foi entregue na Ouvidoria [...] estão anexados ao Processo [...]. 12. O recorrente interpôs recursos à CGU no mesmo dia 29/11. Reiterou que não havia recebido as informações solicitadas no pedido / Quanto ao NUP / , declarou: Apenas para constar que após várias semanas de solicitação do Regimento Interno do Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Regional, finalmente fui informado, por , que o antigo Regimento não está mais sendo utilizado e que no momento estão em processo de formulação de novo regimento. Assim fica registrado que o Programa não tem Regimento Interno válido. 13. De acordo com a competência trazida pelo Art. 23, 1º, do Decreto nº 7.724/12, a CGU solicitou esclarecimentos à UFT por meio do Ofício nº /2012/OGU/CGU/PR, complementado por e- mails trocados com a Ouvidoria da unidade. 14. Questionada acerca da existência de processo formalizado, conforme solicitado por meio do NUP / , a UFT respondeu, com cópia para o recorrente: 15. É o relatório O processo em questão se refere a toda a documentação encaminhada e solicitada pela Ouvidoria. Esclarecemos que não se trata de um processo com protocolo no sistema em função da forma como o procedeu suas solicitações de Esclarecimentos, que ocorreu via ouvidoria. Um eventual processo via sistema teria sido aberto caso o Sr. Waner tivesse encaminhado suas demandas aos órgãos competentes para na Universidade que é neste caso o CONSEPE Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. Análise 16. Registre-se que os Recursos foram apresentados perante a CGU de forma tempestiva, no dia 29/11/2012, dado que a decisão do Recurso de 2ª Instância foi expedida no mesmo dia. Os Recursos foram recebidos na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº /2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo

4 Federal, o requerente poderá recorrer à, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 17. Passando à análise do mérito, cumpre observar que não é intuito do presente Despacho concluir se a Universidade atendeu ou não às suas diversas normas internas. Pretende-se, apenas, analisar se a instituição foi capaz de assegurar acesso às informações públicas por ela produzidas ou custodiadas, de acordo com os ditames da Lei nº /11 e do Decreto nº 7.724/12. No caso do processo nº / , a Universidade apresentou, desde a resposta ao pedido, regimento geral dos cursos de pós-graduação da UFT, válido para o programa de mestrado em questão. A informação foi complementada na resposta ao recurso de 2ª instância, ficando bastante clara a inexistência de regimento interno específico para o programa. 18. Do mesmo modo, em relação ao NUP / , está perfeitamente compreensível a inexistência de processo administrativo formalizado. A Universidade forneceu, porém, aquilo que declarou ser toda a documentação relacionada ao recorrente. 19. De posse dessas informações, o recorrente, se desejar, pode tomar as medidas cabíveis na esfera administrativa ou judicial, a fim de questionar o possível descumprimento das normas por parte da Universidade. Não é intuito da Lei de Acesso à Informação (Lei nº /11) resolver disputas dessa natureza. Informações para o monitoramento 20. A fim de subsidiar o trabalho de monitoramento realizado pela autoridade prevista no Art. 40 da Lei nº /11 e pela, apontamos alguns procedimentos falhos que podem ser revistos pela instituição: a. O pedido e os recursos foram respondidos pela Ouvidoria-Geral da instituição e pela Coordenação do curso, sem que houvesse qualquer indicação de que os mesmos tivessem sido apreciados por autoridade hierarquicamente superior e pela autoridade máxima da instituição, em descumprimento aos artigos 21 e 22 do Decreto nº 7.724/12.

5 b. Somente foi fornecida resposta completa ao pedido / quando da resposta ao recurso de 2ª instância. Já a informação de que não havia sido formalizado processo numerado, relativa ao NUP / , somente foi fornecida mediante solicitação da CGU. c. Conforme já indicado no parágrafo 8, não foi cumprido o prazo para resposta ao recurso de 1ª instância do pedido nº / Conclusão 21. Diante do exposto, opina-se pelo conhecimento e desprovimento dos recursos, visto que o órgão respondeu as questões formuladas pelo recorrente com as informações e documentos disponíveis em seus registros. 22. Ademais, faz-se necessário ressaltar a ocorrência de procedimentos falhos os quais merecem revisão por parte da instituição. Dessa forma, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento da Universidade Federal do Tocantins que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação.

6 Folha de Assinaturas Documento: DESPACHO nº 1588 de 27/02/2013 Referência: Assunto: Recursos contra decisão denegatória aos pedidos de acesso à informação requeridos à Universidade Federal do Tocantins pelo Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral da União Assinado Digitalmente em 27/02/2013 Relação de Despachos: Encaminhe-se ao Exmo. Sr. Ministro Chefe desta, Dr. Jorge Hage Sobrinho, a fim de subsidiar e, acolhendo-se o presente Despacho, atribuir fundamento a sua decisão. JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral da União Assinado Digitalmente em 27/02/2013 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 7bf54c17_8cfe2f2af200d77