CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE - CNPC 16 de Junho de 2010 FEICORTE São Paulo-SP PAINEL: AFTOSA FUTURO DO PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO Antenor de Amorim Nogueira Presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte / CNA Maio de 2010
Tópicos a serem abordados A importância da Pecuária para a Economia Brasileira Gargalos do Sistema Brasileiro de Defesa Agropecuária Cenários e Oportunidades
A Importância da Pecuária para a Economia Brasileira
Exportações do Agronegócio (2008-2009) Em milhões de US$ Com plexo Soja 17.240 17.980-4,12% Carnes 11.787 14.545-18,9% Produtos Florestais 7.223 9.326-22,6% Açúcar e Álcool 7.873 9.716 23,4% Café Milho 1.322 1.259 4.763 4.279-4,8% -10,2% 2008 2009 Fonte: Balança Comercial/MAPA.
Brasil: Produção de Carnes Última década em mil t.e.c e ton Δ = +101% 11.127 10.000 Bovina Frango 8.000 6.270 Suína Δ = +39% 8.730 6.000 5.526 4.000 3.190 2.000 Δ = +74% 1.834 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: SUT/CNA, ABEF, ABIPECS e FNPP-CNA.
Brasil: Exportações de Carnes Última década 6.000 Milhões de US$ Bovina Frango Suína Δ = + 494% 5.307 4.000 Δ = + 405% 4.118 2.000 0 893 815 134 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 1.225 Δ = + 814% Fonte: Balança Comercial do Agronegócio/MAPA.
Ganhos de Produtividade da Pecuária Brasileira Área (ha) Descrição Var. (%) 1996 2006 Dif. Pastagens Naturais (ha) 78.048.463 57.316.457-20.732.006-26,56 Pastagens Plantadas (ha) 99.652.009 101.437.409 1.785.400 1,79 Área Total de Pastagens (ha) 177.700.472 158.753.866-18.946.606-10,66 Rebanho Bovino (cabeças) 153.058.275 171.613.337 18.555.062 12,12 Bovinos / Ha 0,86 1,08 0,22 25,50 Área média de pastagem (ha/cab.) 1,16 0,93-0,24-20,32 Estabelecimentos de Bovinos 2.698.197 2.673.176-25.021-0,93 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário Comparativo entre os Censos Agropecuários 1996/2006 - IBGE
Censo Agropecuário 2006 IBGE Rebanho Bovino por Região Part. (%) Brasil e Região Geográfica 1996 Part. (%) 2006 Part. (%) Brasil 153.058.275 100,00 171.613.337 100,00 Norte 17.276.621 11,29 31.336.290 18,26 Nordeste 22.841.728 14,92 25.326.270 14,76 Sudeste 35.953.897 23,49 34.059.932 19,85 Sul 26.219.533 17,13 23.364.051 13,61 Centro-Oeste 50.766.496 33,17 57.526.794 33,52
Produção Mundial de Carne Bovina em 2009* (%) Produção Mundial de Carne Bovina em 2009* (%) Rússia 2% Outros Países 18% Estados Unidos 21% Canadá 2% México 3% Austrália 4% Brasil** 15% Índia 5% Argentina 6% China 10% União Européia 14% Fonte: USDA-FAS; **CNA *Preliminar
Exportações Mundiais de Carne Bovina em 2009* (%) Exportações Mundiais de Carne Bovina em 2009* (%) União Européia3 2,3% Uruguai 4,4% Canadá 6,7% Outros Países 7,5% Brasil** 23,9% Nova Zelândia 7,4% Argentina 7,9% Austrália 19,5% Índia2 9,5% Estados Unidos 11,0% Fonte: USDA-FAS; **Secex/MDIC - CNA *Preliminar
Importações Mundiais de Carne Bovina em 2009* (%) Importações Mundiais de Carne Bovina em 2009* (%) Outros Países 32,3% Estados Unidos 19,5% Rússia 10,9% Egito 2,3% Vietnam Canadá 3,9% 4,2% Coréia, Rep. da 4,5% Fonte: USDA-FAS *Preliminar México 4,7% Japão 10,4% União Européia 7,3% Obs: Canadá, Coréia, EUA, Japão e México representam 43% do mercado mundial
Gargalos do Sistema Brasileiro de Defesa Agropecuária
Proposição de Termo de Referência para Elaboração de Plano Nacional de Defesa Agropecuária no Brasil FEVEREIRO - 2010
Justificativas No contexto da Defesa Agropecuária do Brasil faz-se necessária a aplicação da legislação e ajustes normativos dentro das novas demandas do mercado nacional e internacional que permita ao País consolidar um sistema de sanidade que proporcione credibilidade ao consumidor final, aos governos e às organizações internacionais. Neste sentido para assegurar um melhor desempenho dos processos e dos procedimentos envolvidos, preconiza-se a modernização e o fortalecimento do Sistema Nacional de Defesa Agropecuária. As mudanças empreendidas devem visar ao aumento da eficiência e da eficácia do Sistema, como forma de melhorar a competitividade do País, tanto no âmbito do mercado externo como do mercado interno, na comercialização de seus produtos agropecuários.
Desafios 1. Técnicos 1. 1 Financiamento Problemas: Financiamento insuficiente em todos os níveis do sistema de defesa sanitária do País; falta de planejamento, priorização e gestão eficiente da liberação dos recursos para execução de forma compatível com as políticas de defesa agropecuária; liberação de recursos somente ao final do exercício, inviabilizando a devida aplicação dos mesmos; interrupção da liberação dos recursos em anos eleitorais, comprometendo a política de defesa sanitária. Proposições: Elaboração de cálculo de risco econômico sanitário, com o dimensionamento de possíveis situações de emergência sanitária e seus impactos e medidas de mitigação. Criação e aprimoramento de mecanismos indenizatórios para os programas sanitários, como por exemplo o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose e o programa de peste suína clássica. Criação e manutenção de fundos privados com subsídio público; Planejamento e priorização do orçamento da defesa sanitária de acordo com o cálculo de risco econômico sanitário; Recursos de liberação contínua Não contingenciamento dos recursos da defesa sanitária.
Desafios 1. Técnicos 1.3 Integração do sistema e papel das autoridades sanitárias Problemas: Dificuldades de integração entre níveis do sistema de defesa agropecuária (federal, estadual e municipal) e entre atores do sistema, gerando crise de autoridade sanitária no cumprimento das medidas acordadas, às quais o país está comprometido por acordos internacionais. Baixo nível de envolvimento de órgãos do governo federal (exemplo: INCRA, FUNAI e MDA), estadual e municipal, nas ações de defesa agropecuária. Proposições: Aprovar legislação (conforme item anterior) que defina claramente as competências e as responsabilidades de todos os órgãos envolvidos direta e indiretamente com as questões de defesa agropecuária e reforce o papel das autoridades sanitárias brasileiras, definindo penalidades em caso de não cumprimento. Tornar obrigatório para órgãos responsáveis pela extensão rural a observância às normas de defesa agropecuária (contemplando o manejo sanitário).
Desafios 1. Técnicos 1.4 Coordenação de Políticas sanitárias e fitossanitárias com países limítrofes Problemas: Instabilidade da situação da América do Sul, especialmente em relação à febre aftosa. Dificuldade dos países do Cone Sul e Mercosul de encontrar formas sustentáveis de cooperação e na coordenação de medidas sanitárias e fitossanitárias, apesar dos recorrentes focos de doenças, pragas e plantas invasoras nas regiões de fronteira; resultados insuficientes com as medidas adotadas pelo Brasil, como no caso da aftosa, com a doação de vacinas. Necessidade de coordenação do apoio e das ações das polícias dos países para fiscalização sanitária de fronteira. Proposição: Aprovação de uma legislação federal única que trate das questões de fronteiras relacionadas à defesa agropecuária e contemple formas de cooperação e controle com os países vizinhos; deve prever o apoio da polícia para fiscalização sanitária de fronteira.
Desafios 2. Institucionais 2.1 - Falta de políticas públicas e recursos financeiros contínuos que promovam uma melhor execução e funcionamento do Sistema de Nacional de Defesa Sanitária. 2.2 - Insuficiência de profissionais (técnicos) para as ações de Defesa Agropecuária no exercício da fiscalização. Problemas: Carência de profissionais nos postos de fiscalização dos portos, aeroportos, postos de fronteira e agências centrais de correios, bem como a fiscalização volante, visando fiscalizar o trânsito nacional e internacional, bem como prevenir ou controlar a entrada de pragas, doenças e plantas invasoras de importância quarentenária e a sua disseminação no País. Carência de profissionais nos Estados para a execução das políticas de defesa agropecuária do País, em parceria com o MAPA.
Estratégias 1. A iniciativa privada e o Poder Público necessitam trabalhar juntos para que as ações de vigilância epidemiológica e sanitária, controle e erradicação de pragas e doenças sejam intensificados. 2. Necessidade de enfatizar a importância da participação da iniciativa privada, especialmente do setor primário, desde a fase da elaboração até a fase execução dos programas de sanidade. 3. Representação permanente e efetiva nos âmbitos nacional, regional e multilateral. Participação nas reuniões que compreendem a Defesa Sanitária, respectivamente: GTs, Conselhos, Câmaras Técnicas, Câmaras Setoriais, e outros; Mercosul e Cone Sul; e, Codex Alimentarius, OIE, CIPF. 4. Implementação a nível nacional do Programa Gestão com Qualidade em Campo do SENAR/MG. Este trabalho pode ser efetuado em etapas de curto, médio e longo prazos, por atividade agropecuária e por região, de acordo a disponibilidade orçamentária.
Estratégias 5. Participação em seminários, congressos, cursos de qualificação dos técnicos envolvidos no tema de Defesa Agropecuária. 6. Atuação mais participativa junto aos parlamentares do Congresso Nacional em favor da Defesa Agropecuária Nacional. 7. Promoção de reuniões e discussões de temas correlatos à Defesa Agropecuária com os atores do agronegócio, para formulação de estratégias de ação. 8. Definição de uma linha de trabalho e atuação sobre a questão de normas de rastreabilidade para os produtos primários. É importante considerar que a rastreabilidade é determinante e um dos fundamentos do processo de certificação.
Cenários e Oportunidades
Até 2015, haverá mais 800 milhões de consumidores de alimentos 10,0 9,0 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 3,70 1970 1975 6,51 7,30 8,01 Fonte:Nações Unidas, World Urbanization Prospects: The 2006 Revision, 2007 Valores em bilhões de habitantes 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 8,59 2050 9,19
Disponibilidade de área agrícola no mundo World agricultural area available Reserva de área agrícola tal como definido por FAO/IIASA terra muita apropriada, apropriada ou moderadamente apropriada com nível médio de utilização de insumos e sob condições de chuva. Em milhões de hectares 4 39 31 42 268 142 Fonte FAO/IAASAF
O Brasil é notadamente o país com maior potencial para expansão da agricultura Venezuela 27,4 Brasil Além de área agrícola, o Brasil dispõe de clima favorável a agricultura Bolívia 26,0 187,0 O Brasil também dispõe de tecnologia agrícola 27,3 Outros Fonte: FAO/IAASAF
Desafios e Oportunidades da Bovinocultura de Corte Erradicação da febre aftosa em todo o País Cooperação com países vizinhos para a erradicação da febre aftosa na América do Sul Consolidação de um sistema de rastreabilidade adequado à realidade brasileira Novos desafios: bem-estar animal, aspectos sócioambientais imagem do produto Abertura de novos mercados para a carne bovina brasileira: EUA, Japão, Coréia e outros Efetivação de acordos bilaterais e multilaterais para maior liberalização do mercado de proteínas de origem animal (OMC; Acordo Mercosul x UE, outros)
Desafios e Oportunidades da Bovinocultura de Corte Enquanto o produtor brasileiro recebe em média US$2.00 por Kg de carcaça produzida, o produtor norte americano recebe de US$3.00 a US$4.00 por Kg. Além disso, a carne bovina exportada para países como EUA, Japão e Coréia alcançam valores muito superiores aos de outros mercados.
Preços médios de exportação de carne bovina in natura Países Selecionados (US$ / Ton.) RUSSIA,FED.DA 3.141 IRA REP.ISL.DO 3.883 HONG KONG 3.329 EGITO 3.224 VENEZUELA 4.436 ARGELIA 3.075 ITALIA ISRAEL 3.891 ARABIA SAUDITA 3.748 LIBANO 4.766 PAISES BAIXOS LIBIA 3.120 CHILE 4.239 EMIR.ARABES UN. 4.724 7.883 8.021 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 Fonte: SECEX/MDIC
Condição Sanitária do Brasil em relação à febre aftosa, OIE Zona livre de F.A. sem vacinação (SC) Zona livre de F.A com vacinação Zona tampão e de alta vigilância Zona não livre
Conclusões O Brasil é altamente competitivo no comércio nacional e internacional de produtos agropecuários O País ainda apresenta enorme potencial para obter ganhos de produtividade em importantes segmentos, como o de produtos de origem animal, aumentar a produção e ocupar um espaço maior no mercado mundial Nesse contexto, o Sistema Brasileiro de Defesa Agropecuária desempenha papel chave para as vantagens competitivas da produção agropecuária brasileira Para alcançar os objetivos do setor agropecuário brasileiro, é fundamental que o País seja dotado de um Sistema Nacional de Defesa Agropecuária robusto, eficiente e eficaz.
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