Comunicação A INFLUÊNCIA DA CONTAÇÃO DA HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL



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Transcrição:

Comunicação A INFLUÊNCIA DA CONTAÇÃO DA HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL MENDONÇA, Magda Letícia Bezerra 1 Palavras-chave: Histórias, Educação infantil A presente apresentação refere-se a parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) a ser produzido no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco Unidade Acadêmica de Garanhuns. Este ainda encontra-se em fase de levantamento bibliográfico e tem por tema a contação de histórias na educação infantil e sua interferência na leitura de mundo das crianças dessa faixa etária. O hábito de contar e ouvir histórias é uma tradição das mais antigas, praticadas pela humanidade e surge a partir da necessidade de transmitir: histórias, tradições, regras sociais, e os mitos de um povo. Atualmente, essa atividade ressurge da tradição oral para reinventar e apontar nova ordem de considerações a respeito de uma prática social que herdamos das comunidades arcaicas. Mesmo com o passar do tempo, as histórias transmitidas oralmente não perderam o poder de encantar, sejam adultos ou crianças. Limitando-me ao universo infantil, na pesquisa, é fácil observar que a criança sente-se tentada, no momento em que começa a ouvir histórias, a penetrar num novo universo, que é mágico, onde tudo se torna possível e seus mais diferentes sonhos podem ser realizados. Quando a história é contada na escola, ela não deveria ser feita apenas com a intenção pedagógica de incentivar o hábito de leitura da literatura infantil porque é um forte instrumento para aguçar a leitura de mundo. O professor deve fazer com que se desperte o imaginário e a fantasia para favorecer o desenvolvimento de seus alunos. O diálogo e a palavra devem ter um caráter mágico e fantasioso que pode ter o objetivo tanto de proteger e construir, como ameaçar ou desconstruir. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, na Unidade Acadêmica de Garanhuns.

Faz-se necessário descobrir o que há de fabuloso nessas narrativas orais que a muito se difundem pelo mundo, e como as crianças estabelecem vínculos entre elas e a sua realidade. Até o século XVII não existia a categoria infância, e as crianças estavam sujeitas a uma educação não-formal, dada em casa, e aos mesmos mitos, lendas e romances épicos que os adultos de sua época, pois elas eram consideradas adultos em miniatura. Coelho (2003:41) coloca que com o Renascimento os contos e fábulas com elementos da mitologia e da tradição popular começam a ter importância, assim como uma educação formal. Após essa época a criança começa a ser vista de forma diferente. Se antes ela convivia com histórias que tinham características próprias para entendimento dos adultos, e recebia uma educação não formal no seio da família, agora ela já convivia com contos recheados de cultura popular e com uma educação formal, realizada em escolas. É a partir do século XVIII que a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta. ( AZEVEDO, 2005) Nessa época Charlles Perrault faz surgir os contos de fadas, imortalizando histórias que repercutem até hoje como Cinderela e Chapeuzinho Vermelho Ainda segundo Coelho (2003:48): com o Iluminismo surge à valorização da razão em detrimento da imaginação, e assim entendia-se que a criança não deveria perder tempo com contos de fada. Porém no século XIX com a preocupação dada aos estudos de desenvolvimento infantil, o papel das histórias infantis e da educação é revisto, e a partir deste século elas se preocupam em abordar contos críticos, com idéias sociais. Boa parte do fantasioso que é característico das histórias some nesse período e elas passam a ter um caráter mais sério. É no Romantismo, que reaparecem a fantasia, a imaginação e o mistério dos contos de fada que dão liberdade para a criança criar e imaginar. A partir de então, as histórias infantis ganham ênfase sendo consideradas de suma importância no desenvolvimento infantil. No momento em que a criança ingressa na escola, encontra-se num difícil momento de transição, ela se encontra rodeada de novas oportunidades, porém se

vê separada dos pais e distante de um ambiente que já lhe era comum. Além das angústias que são inerentes, ela se vê em relação com pessoas estranhas e, com atividades nunca vistas antes, o que exigem certas adequações às regras e às pressões sociais; Com isso, fortes reações emocionais podem vir à tona nesse momento. Revela-se então a importância das histórias.através do prazer ou das emoções que as histórias lhe proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e nos personagens, que agem no seu inconsciente, atuando pouco a pouco, para ajudar a resolver os conflitos interiores nessa fase da vida. As histórias oferecem um palco onde as crianças podem representar seus conflitos interiores. Ao ouvirem histórias as crianças projetam, inconscientemente, parte delas mesmas em vários personagens da história, enquanto se divertem, elas também são esclarecidas sobre si mesmas, tendo o desenvolvimento de sua personalidade favorecido. O impacto que essas histórias podem causar na criança, pode ser mais intenso e durável se sua apresentação for feita de formas diferenciadas, que chamem a atenção, usando sempre de ludicidade e criatividade, em um clima livre, que favoreça a acomodação da criança. Sua compreensão é emocional e cognitiva, ajudando a criança a entender-se por si própria e aprender a conviver em sociedade. Sendo assim, a contação de histórias é forte instrumento pedagógico, na medida em que responde às principais questões da criança: vida, morte, sexualidade, medo, etc. Contar histórias para crianças deve ser um ato constante, e como já salientei, não só porque executá-lo é o início da aprendizagem para ser leitor, mas para provocar a imaginação. Deve dar prazer a quem conta e ao ouvinte. Constitui fonte de prazer e encantamento pela vida. É ouvindo histórias que se pode descobrir o mundo imenso de conflitos e soluções, que se pode sentir novas e diferentes emoções, conhecer lugares novos, começar a formar opiniões, critérios, conceitos e novos valores. Para contar uma história é preciso saber como se faz, afinal podem se descobrir sons e palavras novas, e por isso é importante que se tenha uma metodologia específica. É preciso que quem conte, crie um clima de envolvimento, de encanto, e saiba dar pausas necessárias para que a imaginação da criança possa ir além... construir seu cenário, visualizar seus monstros, criar os seus

dragões, adentrar pela sua floresta, vestir a princesa com a roupa que está inventando, pensar na cara do rei... e tantas outras coisas mais... (ABRAMOVICH, 1997:20) Antes de tudo, deve haver uma preparação, das crianças, feita pelo professor, indagações e estímulos para aguçar a criatividade delas antes mesmo da história começar, assim elas sentem-se convidadas e ainda mais ligadas à história que irão ouvir. É claro que no processo de planejamento da atividade deve se preocupar também com qual recurso será utilizado para contar a história. Fantoches, dramatizações, exposições de figuras ou mesmo do livro que se está lendo. Mas tudo de forma muito criativa e que prenda a atenção dos educandos. Diante do mundo que existe ao redor da criança, com jogos sonoros, cores, brincadeiras com rimas e palavras cabe ao professor buscar sempre mais para ilustrar essas atividades. Contar histórias é saber criar um ambiente de encantamento, suspense, surpresa e emoção, onde enredo e personagens ganham vida, transformando tanto narrador como ouvinte. Deve impregnar todos os sentidos, tocando o coração e enriquecendo a leitura do mundo na trajetória de cada um, isto é, aguçar a imaginação, os sentidos, ao mesmo tempo estimular a cognição. Pode se afirmar que os segredos de um bom contador de histórias são: a) Curtir a história o bom contador acredita na sua história, se envolve e vibra com ela. Se o professor não estiver interessado, dificilmente conseguirá interessar as crianças. b) Evitar adaptações deve-se ler o que está escrito no livro. Não privar os alunos do contato com o texto literário. Os velhos contos de fadas são histórias cheias de fantasias e de poesia. Lidam com sentimentos fundamentais do ser humano: o medo, a angústia, o ódio, o amor. Permitem à criança exercitar através da imaginação, soluções para problemas concretos da vida, que interessam ao adulto. c) Não explicar demais a adaptação de histórias é uma descaracterização da história na vida da criança. Muitas vezes, a história exerce a função de desenvolver ou até prolongar o mistério. Ao fazer a tradução ou adaptação, o professor deixa tudo muito bem esclarecido, não restando qualquer mistério. Ao ser encerrada, a história realmente se encerra, deixando de existir para a criança.

d) Uma história é um ponto de encontro ao entrar numa roda de história, a criança participa de uma experiência comum que facilita o conhecimento e as ligações com as crianças. e) Uma história também é um ponto de partida a partir de uma história é possível desenvolver outras atividades: desenho, massa, cerâmica, teatro ou o que a imaginação sugerir. f) Comentar a história fazer perguntas diretas para a criança, verificando se ela figurou bem cada um dos caracteres, se os moldou de acordo consigo mesma, se o caráter que nos apresenta é o que pretendíamos transmitir. g) Dar modalidades e possibilidades da voz sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importante; falar tão baixo de modo quase inaudível, nos momentos de dúvidas; e usar humoradamente as onomatopéias, os ruídos, os espantos, levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo. É fundamental dar longas pausas quando se introduz o Então..., para que haja tempo de cada um imaginar as muitas coisas que estão para acontecer em seguida. Partindo desses pressupostos e entendendo o papel da escola na socialização da criança, pretendemos investigar se os professores de fato entendem a contação de história como instrumento pedagógico de grande poder para educação. Sendo atividades bem planejadas e com devidas precauções tomadas, favorecem às crianças e fazem com que desvendam seus conflitos. Analisaremos, através de respostas a questionários, a percepção de professores de uma escola da rede pública e outra da rede particular de ensino do município de Garanhuns, no estado de Pernambuco, a cerca da importância que a contação de história tem na leitura de mundo por parte dos educandos. A opinião e a influência que a contação exerce nas crianças também serão avaliadas, pois após uma atividade de contação de história será proposto a elas que recontem aquela história, para que assim possamos analisar a maneira como elas a transportaram para sua realidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1997.

AZEVEDO, Ricardo. Literatura Infantil: visões da infância e certos traços populares. Disponível em: HTTP://ricardoazevedo.com.br/Artigo07.htm, acessado em setembro 2007. COELHO, Betty. Contar histórias Uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1986. COELHO, Nelly N. O conto de fadas: símbolos, mitos, arquétipos. São Paulo: DCL, 2003.