UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID
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1 UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID Michele Dalzotto Garcia Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro- Oeste/Irati bolsista do PIBID CAPES Rejane Klein Docente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste/Irati coordenadora do sub-projeto Pedagogia. CAPES. Resumo: O trabalho a seguir teve como objetivo refletir sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação á Docência PIBID, em relação ao trabalho realizado com os alunos e também no que se refere às contribuições deste para a formação docente. A experiência iniciou em março de 2014, em uma Escola Municipal de Irati e é realizada com alunos do 3 ano do Ensino Fundamental, que tem dificuldades na aprendizagem em relação à leitura e a escrita. O Programa nos proporciona ter o contato com uma sala de aula e conviver com a realidade de uma escola. O trabalho com as crianças é desenvolvido utilizando métodos compatíveis às necessidades de cada aluno, sempre envolvendo o lúdico e propiciando aos alunos o contato com a literatura a partir de leitura e a discussão dos textos por meio da oralidade. Concluímos que o programa contribui para o aprendizado das crianças pelo fato de propiciar as mesmas um atendimento individualizado e a elaboração de atividades visando sanar as dificuldades apresentadas. A prática e a experiência desenvolvidas por meio do Programa contribuíram de forma construtiva para a minha atuação como futura docente principalmente em relação a minha postura como professora que melhorou muito desde o início do desenvolvimento das atividades no PIBID. Palavras-chave: alfabetização; aprendizagem; formação para a docência. Introdução No texto a seguir relataremos a experiência vivida pelo Programa PIBID que propicia a participação do acadêmico em escolas e o coloca em contato com alunos da faixa etária correspondente a sua área de trabalho. Este vínculo do acadêmico com a escola e a convivência com o seu cotidiano possibilita que se estabeleça a relação teoria e prática que é fundamental para o futuro docente, pois viver em contato com a realidade de uma escola possibilita conhecer o meio em que atuaremos profissionalmente após nossa formação acadêmica.
2 A prática docente desenvolvida por meio do PIBID descrita neste texto foi realizada em uma escola municipal nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, no município de Irati PR, com alunos entre sete e nove anos. Ao trabalharmos com crianças nesta etapa devemos levar em consideração que a criança está em fase de desenvolvimento, em processo de formação e nem todas estão prontas para o aprendizado, por isso a alfabetização é um processo lento e gradual principalmente com as crianças que apresentam dificuldades e demoram em se apropriarem do processo de leitura e escrita. Levando em consideração essas características e necessidades planejamos atividades de acordo com as dificuldades dos alunos. As atividades são planejadas tendo em vista a aquisição de leitura e da escrita considerando-se o contexto social em que a criança vive. Experiência e Desenvolvimento do Programa na Escola Participamos do Programa PIBID desde agosto de 2012, mas relatarei sucintamente sobre o trabalho realizado este ano que iniciou em março de 2014, com reuniões e esclarecimentos sobre o mesmo. Após o contato com as escolas iniciamos a observação em uma turma de 3º ano no Ensino Fundamental. No momento da observação estabelecemos contato com a sala de aula e auxiliamos a professora regente da turma, ao mesmo tempo em que pudemos observar os alunos que apresentavam dificuldades. Com aproximadamente um mês de observação e convívio com turma, juntamente com a professora regente da turma escolhemos os alunos que iriam participar do projeto PIBID, que tem como objetivo trabalhar com alunos que apresentam dificuldades em relação à leitura e a escrita e não conseguem acompanhar o ritmo da turma. Nos planejamentos incluímos atividades envolvendo a leitura, oralidade e a escrita. A partir dos conteúdos bimestrais determinados pela escola, escolhemos temas envolvendo gêneros textuais como, por exemplo, charge e poesia. Ressaltamos que as crianças atendidas pelo PIBID recebem atenção individualizada. No planejamento além do trabalho com gêneros textuais sempre damos
3 ênfase a literatura infantil, para que as crianças pratiquem a leitura e a partir de questionamentos sobre a história lida possam exercitar a oralidade e posteriormente a criança realiza atividade para sistematizar as discussões feitas oralmente. Em relação à oralidade e a escrita comenta se que, Aceitar essa intervenção é contextualizar não apenas o objeto, mas a própria produção oral e escrita; é permitir outra significação possível e, por ela, a fala e a escrita de outras palavras e estruturas que são, com certeza, aquelas que o aluno está, se não sabendo escrever (pelas regras da escola), sem dúvida desejando falar, e, supõe-se, escrever. (BORTOLOTO, 2001, p. 55). O professor como interventor no processo de alfabetização deve sempre levar o aluno a praticar sua oralidade juntamente com leitura e a escrita expondo seus pensamentos e interpretações diante do assunto trabalhado. O planejamento é parte fundamental do trabalho docente, é o momento de sistematizar conteúdos para serem trabalhados, os planejamentos de ensino, os planos de aula e os projetos de trabalho são, portanto, frutos de reflexões coletivas e individuais cujo objetivo é a aprendizagem das crianças. (Goulart, 2007, p.89). No projeto PIBID essa tarefa é realizada juntamente com as bolsistas e posteriormente é corrigida pelo professor (a) coordenador (a) do projeto para depois aplicá-lo. O trabalho é realizado com dez alunos da turma que possuem diferentes níveis de dificuldades, sendo três alunos com dificuldades mais complexas e sete alunos que já estão iniciando seu processo de alfabetização, apenas com alguns desafios a serem superados como as sílabas complexas que interferem muito na leitura quanto na escrita. Escrever uma palavra implica empregar todas as letras que representam suas qualidades sonoras. Grafar de modo completo as palavras não parece ser algo tão simples e tão acessível às crianças em seus anos iniciais de aprendizado da escrita. (ZORZI, 1998, p.53)
4 O início da aprendizagem da língua escrita para a criança é algo muito complexo, pois envolve a compreensão do sistema alfabético, bem como, das relações grafemas-fonemas. Sabemos também que a aquisição da língua escrita é um processo lento e complexo e para isso, necessita de um bom planejamento e de atendimento individualizado. Fundamentado nas dificuldades das crianças realizamos atividades que possam contribuir para a aprendizagem, levando materiais diferenciados, utilizamos jogos como o alfabeto móvel para os alunos que possuem dificuldades mais complexas e bingo da letra inicial, de sílabas e palavras. A finalidade da incorporação dos jogos é para que sirvam como meio para as crianças compreenderem o sistema da escrita alfabética, pois enquanto a criança joga está aprendendo de forma lúdica. Ressaltamos que as atividades de sistematização, sempre são planejadas a partir de um texto referente ao tema que vem sendo trabalhado (poesia ou charge), como já exemplificamos, visando a contextualização da leitura e da escrita. Após a leitura de cada texto realizamos a discussão e interpretação oral com o objetivo de exercitar a oralidade. Assim, cada criança pode expressar sua compreensão do assunto e ao mesmo tempo, relacioná-lo à realidade em que vive. No decorrer do processo de alfabetização percebemos algumas dificuldades Cagliari (1995) afirma que no processo da escrita podemos constatar que há muito mais acertos do que erros na escrita das crianças. O fato é que devemos olhar para os acertos da criança e não para os erros, avaliar o quanto ela já aprendeu. O professor deve permitir que o aluno escreva textos espontâneos para ver quais são as dificuldades e facilidades que o aluno apresenta na aprendizagem da escrita. Como foi descrito acima as crianças atendidas pelo programa são aquelas que apresentam dificuldades na aprendizagem e não acompanham o ritmo da turma. Para iniciar o trabalho com as crianças notamos a importância de conhecer a realidade delas. Notamos que além das dificuldades relativas à aquisição da leitura e da escrita as crianças se mostram carentes de atenção e afeto. Em reunião com a equipe pedagógica na escola ficou claro a situação em que as crianças vivem. A maioria dos alunos devido
5 às condições materiais e sociais se mostra desmotivada para o estudo. Portanto em nossa concepção o papel da escola nesse caso, é tentar motivá-las para a aprendizagem. Acreditamos que um trabalho que envolva atividades de acordo com as necessidades da criança e atenção a individualizada poderá contribuir para a aquisição da leitura e escrita. Procedendo a avaliação das atividades desenvolvidas no primeiro semestre de 2014 podemos dizer que os alunos respondem bem aos objetivos traçados. Dentre as conquistas dos alunos destacamos leitura mais fluente, maior dedicação na realização das atividades em sala de aula. Considerações Finais A experiência do PIBID propiciou até aqui a possibilidade de atuarmos junto a crianças que apresentam dificuldades para a aquisição da leitura e da escrita. Como já mencionado em relação aos alunos observamos pequenas conquistas em relação ao processo de aquisição da língua escrita. Quanto a formação para o exercício da docência destacamos a vivência no espaço escolar com seus desafios e conquistas, a possibilidade de estabelecer vínculos com a escola, seus membros e, ainda questionamentos e reflexões na relação teoria-prática. Assim sendo, consideramos que estar diante de uma turma, observando-os permite verificar a dinâmica do trabalho em sala de aula. Além disso, auxiliar e trocar ideias com a professora regente nos proporciona momentos de aprendizagem e reflexão para a nossa prática e só contribui para nossa formação docente. Poder colaborar para o aprendizado de uma criança, por mais que seja um processo lento e gradual é muito construtivo. Ver os resultados acontecendo nos motiva a continuar e a buscar sempre a forma mais adequada para levar os alunos a aprender. Referências BORTOLOTO, Nelita. A interlocução na sala de aula. 1ªed. São Paulo: Editora: UNESP, 2001.
6 CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. 8ª ed. São Paulo: Editora Scipione, GOULART, C; A organização do trabalho pedagógico: alfabetização e letramento como eixos norteadores. Brasília: 2ª edição, ZORZI, Jaime Luiz. Aprender a escrever a apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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