Programação monetária para o segundo trimestre de 1997

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Transcrição:

Março 1

Programação monetária para o segundo trimestre de A. A economia no primeiro trimestre de 1. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 2,91% em, refletindo a retomada PIB trimestral do nível da atividade econômica 146 observada, principalmente, a 143 partir do segundo trimestre de. Em termos setoriais, o 14 desempenho mais significativo 137 foi o de serviços (3,34%), seguido 134 pela agropecuária (3,12%) e 131 indústria (2,34%). O resultado 128 do setor industrial está associado 125 ao desempenho menos favorável 94.II 94.III 94.IV 95.I 95.II 95.III 95.IV 96.I 96.II 96.III 96.IV Fonte: IBGE. da indústria de transformação, que evidenciou a redução de 14,3% ocorrida na produção de bens de capital. Índice 198 = 1 2. O nível da atividade econômica vem se mantendo relativamente estável nos últimos meses. Nesse sentido, a produção industrial Produção industrial registrou queda de,5% em janeiro e alta de,3% em 15 1 115 11 fevereiro, na série com ajuste 5 sazonal. A tendência observada 15 1 a partir do crescimento de 4,3% ocorrido em julho de é de estabilidade do nível da produção -5-1 95 9 85 Nov Fev Mai Nov Fev Maio Nov Fev industrial, com a ocorrência de 1994 pequenas oscilações nos últimos Variação em 12 meses Indicador mensal Fonte: IBGE seis meses. 1/ Dados dessazonalizados Variação em 12 meses (%) Indicador mensal 1/ 1

3. A trajetória do nível de utilização da capacidade instalada, no início de, sinaliza arrefecimento Utilização da capacidade instalada na indústria da atividade industrial. A média % de utilização no primeiro bimestre do ano alcançou 78,1%, 83 81 o que representa redução de um ponto percentual em comparação com a média do segundo semestre de, período em 79 77 75 Mar Jun Set Mar Jun Set que, de forma coerente com a 1994 evolução da produção industrial, a utilização da capacidade Fonte: CNI e Fiesp Brasil São Paulo instalada foi cerca de dois pontos percentuais superior à média do semestre anterior. 4. A evolução dos principais índices de preços permanece compatível com o grau de inserção externa Índices de preços da economia do país, fator Variação percentual em 12 meses estabilizador de preços, % 33 principalmente no que se refere 28 aos bens tradables. No primeiro trimestre do ano a variação do 23 18 13 IPA-DI e do IPC-Fipe, índices 8 associados, respectivamente, aos 3 Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar bens tradables e nontradables, atingiu 1,6% e 1,5%. É relevante observar a convergência entre Fonte: FGV e FIPE. IPA-DI IPC-Fipe tais índices quando consideradas as variações acumuladas em 12 meses, de 1,1% e de 9%, respectivamente. 5. O índice do nível de emprego do Ministério do Trabalho indica redução de 1,22% no ano de Índice do emprego industrial no Estado de São. Em todos os setores de Paulo 1989=1 atividade a variação do índice 8 foi negativa, ocorrendo com 75 maior intensidade na indústria 7 de transformação e na construção 65 civil. O nível de emprego industrial no Estado de São Paulo 6 Out Fev Abr Jun Out Fev permaneceu em queda no Fonte: Fiesp primeiro bimestre de, acumulando redução de,74% no período. A tendência é de desaceleração do ritmo de demissões, indicada pela redução sistemática, a partir de maio de, da taxa de demissões acumulada em 12 meses. 2

6. No primeiro trimestre de, o superávit do Tesouro Nacional (conceito necessidades de Necessidades de financiamento do Tesouro financiamento) alcançou R$ 2 Nacional bilhões (1% do PIB), ante R$ bilhões 3 superávit de R$ 2,8 bilhões (1,5% 25 do PIB) em igual período de. 2 As obrigações líquidas com juros 15 reais atingiram R$ 2,8 bilhões, 1 determinando déficit operacional 5 de R$,8 bilhão (,4% do PIB). A receita total do Tesouro, -5 95.I 95.II 95.III 95.IV 96.I 96.II 96.III 96.IV 97.I critério competência, atingiu R$ 25,7 bilhões, o que representa Fonte: STN/MF receita despesa resultado crescimento de,3%, comparativamente às observadas no primeiro trimestre de, enquanto as despesas alcançaram R$ 23,7 bilhões, com crescimento de 3,8%. O resultado de caixa do Tesouro apresentou déficit de R$ 2,4 bilhões nos três primeiros meses do ano, 63,3% inferior ao registrado em igual período do ano passado (R$ 6,5 bilhões), destacandose o crescimento de 16,9% nas receitas e a queda de 1,5% nas despesas. 7. O saldo da dívida líquida do setor público totalizou R$ 276,2 bilhões em fevereiro de, o Dívida líquida do Setor Público equivalente a 34,4% do PIB, Em % do PIB comparativamente a 32% em 35 igual período de. Do total, Ajuste patrimonial R$ 243,1 bilhões referem-se à 33 dívida interna e R$ 33,1 bilhões à dívida externa. Excluindo-se 31 os ajustes patrimoniais decorrentes, em sua maior parte, 29 da capitalização do Banco do Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Fev Brasil e do reconhecimento de Divida fiscal líquida Dívida líquida total dívida de exercícios anteriores, a dívida fiscal líquida alcançou R$ 26,9 bilhões ( 32,4% do PIB). 3

8. As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) apresentaram, nos últimos doze Necessidades de Financiamento do meses terminados em fevereiro Setor Público de, déficit nominal de Fluxo acumulado em 12 meses % do PIB 5,75% do PIB, ante 7,33% em 9 igual período do ano anterior. 6 Não obstante o crescimento da 3 dívida devido ao reconhecimento de débitos contraídos no passado, as despesas com -3 Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Fev juros nominais vêm apresentando redução em todos os níveis Nominal Juros Nominais Primário de governo, passando de 7,54% (-) superávit (+) déficit do PIB, no que se refere ao fluxo acumulado em doze meses encerrados em fevereiro do ano passado, para 5,77% em igual período de. O superávit primário reduziu-se de,22% do PIB para,2% do PIB nesse período. 9. As exportações físicas no primeiro trimestre de atingiram US$ 1,7 bilhões, 3,6% superiores às verificadas em igual Balança Comercial Saldo acumulado em 12 meses período do ano anterior. As US$ bilhões 12 importações, entretanto, cresceram 27,6%, passando de US$ 1,7 bilhões para US$ 13,7 bilhões. A diferença entre o ritmo de crescimento das exportações e das importações determinou déficit comercial da ordem de US$ 3,1 bilhões no trimestre. A expansão das importações pode ser atribuída à aquisição externa de bens de capital, de bens de 8 4-4 -8-12 Jan Abr Jul Out Jan Fonte: Ministério da Indústria, Comércio e Turismo. Abr Jul Out Jan Mar consumo duráveis, e de combustíveis e lubrificantes, que elevaram-se em 41,3%, 38,4% e 34%, respectivamente, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Importante destacar que as importações de bens de capital e de matérias primas e produtos intermediários representaram 7,7% do total das aquisições externas, proporção ligeiramente inferior à verificada nos primeiros três meses do ano anterior. 4

1. O saldo em transações correntes, nos três primeiros meses do ano, foi deficitário em US$ 6,8 bilhões, Investimentos diretos estrangeiros 1/ sendo US$ 4,4 bilhões devidos Ingressos acumulados em 12 meses ao déficit relativo a serviços, dos US$ bilhões 12 quais US$ 2 bilhões referem-se 1 a pagamentos de juros. O 8 finan-ciamento do déficit em 6 transações correntes vem 4 ocorrendo em um cenário de 2 maior participação dos recursos captados a prazos mais longos. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Set Out Nov O influxo líquido de recursos externos atingiu, no trimestre, 1/ Inclui também operações em moeda nacional, mercadorias e conversões. US$ 7,4 bilhões, dos quais US$ 2,9 bilhões relativos a investimentos em carteira, US$ 2,9 bilhões a investimentos diretos e US$ 1,6 bilhão a captação de créditos. A maior proporção dos investimentos diretos nesse início de ano confirma a tendência já verificada no ano anterior. 11. O ingresso de recursos externos vem possibilitando a manutenção, em nível confortável, do saldo das reservas internacionais. Em Reservas internacionais - liquidez março, de acordo com o conceito US$ bilhões 7 de liquidez internacional, o nível 6 das reservas atingiu US$ 59 5 bilhões. Esse saldo equivale a 4 12,6 meses de importações, 3 considerando-se a média dos últimos 12 meses das compras 2 externas. 1 Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Mar 12. Ao final do primeiro trimestre de, o intervalo de flutuação da taxa de câmbio era de US$ 1,5 e US$ 1,14. A taxa de câmbio, segmento livre, desvalorizou-se em 1,92% no trimestre, estando cotada a R$ 1,585 para compra e a R$ 1,593 para venda. A contratação de câmbio no segmento de taxas livres apresentou ingresso líquido de US$ 3,2 bilhões, verificando-se superávit de US$ 3,4 bilhões nas transações financeiras e déficit de US$,2 bilhão nas transações comerciais. 5

B. Política monetária no primeiro trimestre de 13 O primeiro trimestre de constitui-se em cenário de significativas realocações de recursos financeiros, em decorrência do início da cobrança da CPMF, provocando impacto expansionista sobre os agregados monetários restritos e alterações na composição dos agregados mais amplos. 14. A base monetária restrita, no conceito de média dos saldos diários, alcançou R$ 24,7 bilhões em março, situando-se no intervalo estimado pela programação monetária para o primeiro trimestre de (R$ 23,3 bilhões - R$ 27,3 bilhões), o que representa expansão de 37% em relação ao correspondente mês do ano anterior e de 22,8% no ano. Os componentes da base monetária apresentaram expansão semelhante, considerando-se o período de 12 meses encerrado em março: 34,4% no que se refere às reservas bancárias e 38,5% relativamente ao papel moeda emitido. Quadro 1. Resultados ocorridos e previstos pela programação monetária no primeiro trimestre de Discriminação Previsto Ocorrido R$ bilhões Variação percentual R$ bilhões Variação percentual em 12 meses 1/ em 12 meses M1 2/ 33,2-39, 54, 36,9 57,4 Base restrita 2/ 23,3-27,3 4,2 24,7 37, Base ampliada 3/ 191,5-224,8 51,7 194,2 41,1 M4 3/ 323,9-38,2 33,6 336,4 26,8 1/ Para o cálculo das variações percentuais considera-se o ponto médio das previsões. 2/ Média dos saldos dos dias úteis no último mês do período. 3/ Saldos em fim de período. 15. A base monetária ampliada, composta pela base monetária restrita acrescida dos títulos públicos federais e dos demais compulsórios em espécie, alcançou R$ 194,2 bilhões em março, situando-se dentro do intervalo estimado por meio da programação monetária (R$ 191,5 bilhões - R$ 224,8 bilhões) e apresentando crescimentos de 5,2% no primeiro trimestre e de 41,1% em relação a março de. 6

16. A média dos saldos diários do M1 situou-se em R$ 36,9 bilhões no mês de março, dentro do intervalo estimado por meio da programação monetária para o primeiro trimestre (R$ 33,2 bilhões - R$ 39 bilhões). A % 1 8 variação acumulada no trimestre 6 atingiu 27,1%, refletindo a transferência de recursos dos 4 2 fundos de investimento financeiro de curto prazo (FIF- CP) para os depósitos à vista, Jul Set Nov Jan que cresceram 6,5% no período,. ante redução de 11,4% no mesmo trimestre de. O papel moeda em poder do público reduziu-se em 5,8% no trimestre. Meios de Pagamento Variação percentual em 12 meses Mar Mai Jul Set Nov Jan M1 M4 Mar 17. O M4, conceito de liquidez mais abrangente da economia, atingiu R$ 336,4 bilhões ao final de março, com crescimentos respectivos de 4,1% e de 26,8%, no ano e em 12 meses, tendo-se mantido, também, dentro dos limites estimados na programação monetária para o primeiro trimestre de (R$ 323,9 bilhões - R$ 38,2 bilhões). 18. Manteve-se no primeiro trimestre de o processo de redução gradual das taxas de juros. Nesse sentido, o Comitê de Política Monetária (Copom) fixou a TBC e a TBAN a vigorar no mês de março em 1,62% e 1,8%, respectivamente, ante 1,74% e 1,9% em dezembro passado. A trajetória da taxa efetiva de juros over/selic foi semelhante, % a. m. 3 2,5 2 1,5 Taxas de juros efetivas evoluindo de 1,8% a.m. em 1 Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Abr dezembro para 1,64% a.m. em Selic TBC Tban março, evidenciando redução da taxa anualizada de 23,9% para 21,6% nesse período. 7

C. Perspectivas para o segundo trimestre e para o ano de 19. A condução da política monetária no transcorrer de estará condicionada à manutenção do nível da atividade econômica em patamar adequado às restrições determinadas pelo setor externo. 2. O atual quadro sugere que a taxa de crescimento real do PIB em supere a observada em (2,91%), haja vista a intensificação do nível da atividade econômica a partir do segundo trimestre do ano passado. Essa expectativa ganha corpo quando se analisa a evolução do PIB, no ano de, em termos setoriais. O fraco desempenho do setor industrial naquele ano deverá ser revertido, na medida em que ocorrer a incorporação dos ganhos de produtividade derivados do atual processo de modernização do parque industrial, decorrente da alteração da estrutura da pauta de importações brasileiras. 21. A inflação em deverá situar-se abaixo dos dois dígitos, evolução compatível com o grau de inserção externa da economia do país, fato que contribui para a consolidação do processo de desindexação dos preços da economia. As expectativas para o segundo trimestre são de que os índices gerais de preços deverão voltar aos níveis registrados nos últimos meses de, situando-se em torno de,5% a.m., apesar dos recentes reajuste verificados nas tarifas públicas. 22. As contas públicas deverão evoluir favoravelmente em. A recente aprovação, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados, da reforma administrativa, gera a expectativa de que o processo de reformas constitucionais prossiga favorecendo o equilíbrio das contas do setor público. Além desse aspecto positivo, foram tomadas, ao final de, medidas infra-constitucionais que deverão impactar positivamente as contas públicas. 23. A arrecadação tributária deverá aumentar em, em decorrência de medidas como a alteração da legislação tributária, a mudança na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a criação da CPMF e a prorrogação, até 31 de dezembro de 1999, do Fundo de Estabilização Fiscal, já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Outro fator que tende a ser significativo é a elevação de receitas associada a mudanças de patamar no nível da atividade econômica. Do lado das despesas, destaca-se a adoção de uma série de medidas visando a redução de gastos com pessoal e o corte de R$ 3,2 bilhões realizado no orçamento. Além disso, foi estabelecido teto para a liberação de recursos, equivalente a 85% das despesas previstas no orçamento, com a liberação do restante condicionada ao alcance das metas estabelecidas para a arrecadação. 24. A recuperação das finanças estaduais conta com o estímulo proporcionado pelo acordo de reestruturação de dívidas dos estados junto ao governo 8

federal, em condições de prazo e juros mais vantajosas, acompanhado de compromissos efetivos com o ajuste de gastos públicos e com a privatização de empresas estaduais. 25. O balanço de pagamentos deverá apresentar relativo equilíbrio em. Espera-se reação por parte das exportações diante das medidas de incentivo e do próprio processo de reestruturação e modernização sob o qual a indústria doméstica está submetida, dado o ambiente de maior competição proporcionado pela abertura da economia. Além disso, as medidas recentes visando disciplinar as condições de financiamento das importações também deverão contribuir para amenizar o desequilíbrio da balança comercial. 26. Espera-se, ainda, que o ingresso de recursos externos seja mais acentuado em, em função do aprofundamento do processo de estabilização e da desestatização de setores pelos quais o capital estrangeiro tem demonstrado elevado interesse, o que será determinante para a manutenção do processo de financiamento do déficit em transações correntes, em cenário de melhoria do perfil dos capitais externos ingressados no país, no que tange a prazos e custos. D. Metas indicativas da evolução dos agregados monetários. 27. A programação dos agregados monetários para o segundo trimestre de e as suas estimativas para o final do ano levaram em consideração o cenário provável e as metas governamentais para a inflação, o PIB, as taxas de juros, os impactos monetários das operações com o setor externo, do Tesouro Nacional e de assistência de liquidez ao sistema financeiro. A introdução da CPMF sobre a movimentação de recursos financeiros exerceu forte influência sobre a trajetória dos agregados monetários restritos no primeiro trimestre de, resultando em significativa Quadro 2. Programação monetária para 1/ R$ bilhões Discriminação Segundo Trimestre Ano M1 2/ 35,1-41,2 36,7-44,9 Base restrita 2/ 24, - 28,1 26, - 31,8 Base ampliada 3/ 22,3-258,7 225,9-276,1 M4 3/ 337,5-396,2 352,9-431,3 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 3/ Saldos em fim de período. 9

migração de recursos, especialmente dos FIF-CP para depósitos à vista. Estima-se que esse processo esteja praticamente encerrado, devendo resultar em impacto pouco expressivo sobre o M1 e a base restrita, nos próximos meses. O quadro 2 apresenta as faixas projetadas para os agragados monetários ao final do segundo trimestre e para o ano de. 28. Com o impacto da cobrança da CPMF sobre os depósitos à vista, o agregado M1 alcançou patamar M1 - Variação percentual em 12 meses mais elevado, fazendo com que (média dos saldos diários) a projeção da taxa de variação em 12 meses da média mensal % 1 8 projeção desse agregado apresente 6 crescimento de 59,3% em junho e de 4,6% em dezembro de. 4 2 Abr Abr 29. A partir do comportamento previsto para a demanda por moeda (M1) e baseado na trajetória esperada Base monetária restrita para o multiplicador monetário, variação percentual em 12 meses chegou-se ao crescimento em 12 (média dos saldos diários) % meses para a base monetária 1 projeção (papel-moeda emitido mais 8 6 reservas bancárias) de 49,3% em 4 junho e de 43,6% em dezembro 2 de. -2 Abr Abr 3. A projeção da base ampliada, que leva em consideração a expectativa de neutralidade para no comportamento das fontes de Base ampliada - variação percentual em 12 meses % (Saldos em fim de período) expansão/contração da base 1 monetária restrita, deverá ter como principal fator expansionista as operações de reestruturação das dívidas estaduais. Em função 8 6 4 2 projeção disso, projeta-se uma variação em Abr Abr 12 meses, nesse agregado, de 52,1% em junho e de 36,4% em dezembro de. 1

31. Da mesma forma, e consistente com o padrão de comportamento dos demais agregados, estimou-se M4 - variação percentual em 12 meses crescimento em 12 meses para o (saldos em fim de período) agregado M4 de 3,9% em junho % 5 e de 21,4% em dezembro de, o que aponta tendência de 4 desaceleração no seu crescimento. projeção 3 2 1 Abr Abr 32. A evolução dos agregados monetários é resumida no quadro a seguir, onde são apresentados os valores ocorridos para o ano de e para o primeiro trimestre de, bem como os valores previstos para o segundo trimestre e para o ano de. Os dados para o segundo trimestre e para o ano de têm como referência o ponto médio das previsões. Quadro 3. Evolução dos agregados monetários 1/ Discriminação Ano Primeiro trimestre Segundo trimestre 2/ Ano 2/ R$ Var. % R$ Var. % R$ Var. % R$ Var. % bilhões em bilhões em bilhões em bilhões em 12 meses 12 meses 3/ 12 meses 3/ 12 meses M1 4/ 29, 9,2 36,9 57,4 38,1 59,3 4,8 4,6 Base restrita 4/ 2,1-3,1 24,7 37, 26,1 49,3 28,9 43,6 Base ampliada 5/ 184, 5,5 194,2 41,1 239,5 52,1 251, 36,4 M4 5/ 323, 28,9 336,4 26,8 366,9 3,9 392,1 21,4 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Projeção. 3/ Ponto médio das previsões. 4/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 5/ Saldos em fim de período. 11

33. A evolução dos diversos multiplicadores, implícita na programação monetária, é resumida no quadro a seguir: Quadro 4. Multiplicador monetário 1/ Discriminação Ano Primeiro trimestre Segundo trimestre 2/ Ano 2/ Multipli- Var. % Multipli- Var. % Multipli- Var. % Multipli- Var. % cador em cador em cador em cador em 12 meses 12 meses 12 meses 12 meses M1 / Base restrita 3/ 1,444 12,7 1,494 14,9 1,462 6,6 1,414-2,1 Res.bancárias / dep.vista 3/,231-53,6,383-21,5,383-3,8,337 45,9 Papel moeda / M1 3/,54 18,3,374-11,6,374-14,4,463-8,1 M4 / Base ampliada 4/ 1,755-14,3 1,732-1,2 1,532-13,9 1,562-11, 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Projeção. 3/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 4/ Saldos em fim de período. 34. Não obstante a expectativa de monetização de parcela do saldo remanescente dos fundos de investimento de curto prazo, Multiplicador monetário espera-se comportamento 1,7 M1/Base restrita projeção estacionário da relação papelmoeda 1,3 em poder do público/m1,9 e manutenção das taxas de recolhimento compulsório sobre depósitos à vista, o que deverá,5 PMPP / M1 Res.bancária/Dep.vista,1 sustentar o multiplicador da base Abr Abr monetária restrita em um mesmo patamar ao longo do ano de. 35. O multiplicador da base ampliada deverá apresentar trajetória declinante a partir do segundo trimestre de, refletindo as Multiplicador monetário M4/Base ampliada operações associadas à 2,5 reestruturação das dívidas 2,3 estaduais, uma vez que parte 2,1 delas não deverá ter impacto 1,9 sobre o M4, embora projeção 1,7 influenciando a base ampliada. 1,5 Abr Abr 12

Resumo das projeções Quadro 1. Resultados ocorridos e previstos pela programação monetária no primeiro trimestre de Discriminação Previsto Ocorrido R$ bilhões Variação percentual R$ bilhões Variação percentual em 12 meses 1/ em 12 meses M1 2/ 33,2-39, 54, 36,9 57,4 Base restrita 2/ 23,3-27,3 4,2 24,7 37, Base ampliada 3/ 191,5-224,8 51,7 194,2 41,1 M4 3/ 323,9-38,2 33,6 336,4 26,8 1/ Para o cálculo das variações percentuais considera-se o ponto médio das previsões. 2/ Média dos saldos dos dias úteis no último mês do período. 3/ Saldos em fim de período. Quadro 2. Programação monetária para 1/ R$ bilhões Discriminação Segundo Trimestre Ano M1 2/ 35,1-41,2 36,7-44,9 Base restrita 2/ 24, - 28,1 26, - 31,8 Base ampliada 3/ 22,3-258,7 225,9-276,1 M4 3/ 337,5-396,2 352,9-431,3 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 3/ Saldos em fim de período. 13

Quadro 3. Evolução dos agregados monetários 1/ Discriminação Ano Primeiro trimestre Segundo trimestre 2/ Ano 2/ R$ Var. % R$ Var. % R$ Var. % R$ Var. % bilhões em bilhões em bilhões em bilhões em 12 meses 12 meses 3/ 12 meses 3/ 12 meses M1 4/ 29, 9,2 36,9 57,4 38,1 59,3 4,8 4,6 Base restrita 4/ 2,1-3,1 24,7 37, 26,1 49,3 28,9 43,6 Base ampliada 5/ 184, 5,5 194,2 41,1 239,5 52,1 251, 36,4 M4 5/ 323, 28,9 336,4 26,8 366,9 3,9 392,1 21,4 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Projeção. 3/ Ponto médio das previsões. 4/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 5/ Saldos em fim de período. Quadro 4. Multiplicador monetário 1/ Discriminação Ano Primeiro trimestre Segundo trimestre 2/ Ano 2/ Multipli- Var. % Multipli- Var. % Multipli- Var. % Multipli- Var. % cador em cador em cador em cador em 12 meses 12 meses 12 meses 12 meses M1 / Base restrita 3/ 1,444 12,7 1,494 14,9 1,462 6,6 1,414-2,1 Res.bancárias / dep.vista 3/,231-53,6,383-21,5,383-3,8,337 45,9 Papel moeda / M1 3/,54 18,3,374-11,6,374-14,4,463-8,1 M4 / Base ampliada 4/ 1,755-14,3 1,732-1,2 1,532-13,9 1,562-11, 1/ Refere-se ao último mês do período. 2/ Projeção. 3/ Média dos saldos dos dias úteis no mês. 4/ Saldos em fim de período. 14