SONDAGEM INDUSTRIAL Março de 2015
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- Alfredo Coelho Garrau
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1 SONDAGEM INDUSTRIAL Março de 2015 A exportação se consolida como perspectiva positiva para os próximos meses A Sondagem industrial, realizada junto a 162 indústrias catarinenses no mês de março, mostrou que as expectativas da indústria para os próximos seis meses melhoraram. Apesar de ter ocorrido crescimento dos indicadores que refletem a expectativa relativa à demanda por produtos, compra de matérias-primas e número de empregados, os dados mantêm-se abaixo da linha dos cinquenta pontos, o que sugere que a indústria não tem uma perspectiva positiva quanto ao crescimento do mercado interno nos próximos seis meses. A partir de janeiro, as empresas que participam da pesquisa passaram a acreditar em expansão das exportações, o que configurou uma tendência no trimestre. Em março, as expectativas de crescimento das vendas externas ficaram ainda mais positivas, sobretudo quando consideradas as respostas das grandes indústrias (60,8 pontos). Perspectivas da indústria para os próximos seis meses (pontos) 57, ,4,5 Acima de 50 pontos = otimista 50 50, ,3 47, mar.14 abr.14 mai.14 jun.14 jul.14 ago.14 set.14 out.14 nov.14 dez.14 jan.15 fev.15 mar.15 44,8 demanda de produtos compras de matéria-prima número de empregados quantidade exportada Fonte: FIESC/PEI e CNI O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa de crescimento da demanda, da quantidade exportada, do emprego e da compra de matérias-primas nos próximos seis meses.
2 Sobre a intenção de investir, 16% das empresas pesquisadas afirmou que realizará investimentos nos próximos 6 meses, definitivamente. Das demais, 29,5% respondeu que provavelmente investirá e,5% não realizará investimentos nos próximos meses. Observa-se pelo gráfico abaixo que o indicador de intenção de realizar investimentos está em queda desde novembro de Intenção de investir nos próximos seis meses ,4 64,6 63,2 62,9 61,2 60,8 57,4 56,3 57,1 55,8, ,6 52,5 52,6 51,7 49,2 nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar Acima de 50 pontos = intenção de investir Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam intenção de investir nos próximos seis meses. Valores abaixo de 50 indicam que não há intenção de investir nos próximos seis meses. Em março de 2015, o indicador de volume de produção foi de 51,4 pontos, acima dos 51,1 pontos de março do ano anterior. Se considerado o porte das empresas que participaram da pesquisa, observase que foram as grandes empresas que sinalizaram crescimento no nível de produção. Evolução da Produção em março de 2015 comparada a fevereiro de 2015 e a março de 2014 (pontos) GRANDE QUEDA 53,4 52,4 55,7 AUMENTO MÉDIO 41 47,9 51,4 PEQUENO TOTAL 35 46,9 47,4 51,1 44,7 51,4 MAR.14 FEV.15 MAR.15 Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento de produção frente ao mês anterior e abaixo de 50, queda.
3 Os estoques indesejados mantiveram-se acima da linha divisória dos 50 pontos, mas recuaram em relação ao mês anterior. O indicador situou-se em 53,7 pontos, abaixo dos 57 pontos de fevereiro, mas acima de março de 2014 (53,2) e março de 2013 (53,3). Estoque efetivo em relação ao planejado, janeiro de 2014 a março de 2015 (pontos) , ,2 52,1, ,9 57,3 55,9 57,1 52,8 jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set out nov. dez. jan fev mar 55, Estoque efetivo/planejado 57 53,7 Acima de 50 pontos = estoque acima do planejado Fonte: FIESC/PEI e CNI O indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual situou-se em 39,8 pontos em março, mostrando que a capacidade produtiva está abaixo do usual para o mês, sobretudo para as empresas de médio porte (36,9 pontos). O resultado de março/2015 é o pior na comparação com os mesmos meses dos dois anos anteriores. Utilização da capacidade instalada em março (efetiva/usual) por porte de empresa (pontos) ABAIXO DO USUAL ACIMA DO USUAL GRANDE 44,5 41,3 41,9 MÉDIO 32,8 36,9 43,6 PEQUENO 32,9 39,8 39,1 TOTAL 43 36,8 39,8 mar/14 fev/15 mar/15 Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam capacidade instalada acima do usual para o mês e menor que 50 pontos, abaixo do normal para o período. 3
4 Do total de empresas pesquisadas, 45,6% revelaram atuar com a capacidade instalada igual ao usual, enquanto 45,7% informaram estar operando com capacidade abaixo do usual e somente 8,7% está operando acima do usual para o mês. Das grandes empresas pesquisadas, % ou 36 indústrias afirmaram estar operando com nível igual ao usual, enquanto 35,5% (ou 22 empresas) estão com capacidade abaixo do usual. Quatro grandes empresas estão com capacidade acima do usual. No primeiro trimestre de 2015, a indústria catarinense operou com margens reduzidas, com situação financeira insatisfatória e dificuldades de acesso ao crédito. Na comparação com dezembro de 2014, todos os indicadores pioraram, assim como na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Situação Financeira, margem de lucro operacional e acesso ao crédito (pontos) ACESSO AO CRÉDITO 37,3 32,9 39,1 37,2 SITUAÇÃO FINANCEIRA 48,6 45,3 49,1 47,2 MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL 43,6 39,3 41,7 42,5 MAR.14 MAR.15 DEZ.14 SET.14 Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam situação financeira e margem operacional boa e, abaixo de 50, indicam que os indicadores são considerados ruins. Valores acima de 50 indicam acesso ao crédito facilitado e abaixo de 50 indica dificuldade de ter acesso ao crédito. 4
5 Dentre os principais problemas enfrentados pelas empresas pesquisadas, a demanda interna insuficiente tornou-se mais relevante do que a elevada carga tributária. Na sequência, problemas relativos a energia, como o alto custo ou sua escassez foram destaque. Também aparecerem como relevantes a taxa de câmbio e o custo da matéria prima. Principais Problemas enfrentados pela Indústria Catarinense 1 O trimestre de 2015 (número de respostas). Demanda interna insuficiente Elevada carga tributária Falta ou alto custo de energia Taxa de câmbio Falta ou alto custo da matéria prima Competição desleal Taxas de juros elevadas Inadimplência dos clientes Falta de capital de giro Dificuldades na logística de transporte Falta ou alto custo de trabalhador qualificado Competição com importados Demanda externa insuficiente Burocracia excessiva Falta de financiamento de longo prazo Outros Insegurança jurídica Fonte: FIESC/PEI e CNI O preço das matérias-primas está acima da linha dos cinquenta pontos para todos os portes de empresas pesquisadas, o que indica que os preços dos insumos continuam acima do usual para o mês da pesquisa, contribuindo para compressão das margens. No primeiro trimestre de 2015, as empresas indicam que os preços das matérias-primas estão mais altos na comparação com os trimestres anteriores. 5
6 Preço da Matéria-Prima, por porte de empresa (pontos) grande 59,4 60,8 70,2 médio 61,8 63,8 74,6 pequeno 64,6 63,2 77 total 61,4 62,2 73,2 set.14 dez.14 mar.15 Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam preços médios acima do usual para o mês e menor que 50 pontos, abaixo do normal para o período. Os dados sinalizam, portanto, que as expectativas para os próximos seis meses são de baixo crescimento do nível de atividade no mercado interno, o que justifica a perspectiva negativa para os investimentos futuros. A perspectiva positiva para o futuro próximo advém da demanda externa, sobretudo para as grandes empresas. Como é de se esperar para um mês de março, os estoques caíram quando comparados com o mês anterior, mas ainda continuam maiores do que o planejado. Dentre os indicadores financeiros, todos sinalizaram deterioração da condição financeira na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, com destaque para margem de lucro e acesso ao crédito. Os preços dos insumos apresentaram elevação em consonância com o cenário de elevação dos indicadores de inflação nesse primeiro trimestre de A elevada carga tributária perdeu o posto como principal obstáculo à competitividade, para a demanda interna insuficiente. A preocupação com a escassez de trabalhador qualificado deixou de ser relevante, o que corrobora a perspectiva de recuo no número de empregados nos próximos seis meses. GM Consultoria
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