Poupança Privada e o Financiamento Corpora3vo de Longo Prazo
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- Thomas Valverde Carmona
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1 Poupança Privada e o Financiamento Corpora3vo de Longo Prazo Será que o Brasil está se tornando normal? Ernani Torres ernanit@hotmail.com 65º Forum de Debates Brasilianas Novembro de 2015
2 Caracterís3cas do Mercado de Crédito Brasileiro no início da década de Escasso: Baixa Relação entre Estoque de Crédito ao Setor Privado/PIB 2. Volá3l - Processos de Ajuste Externo e Inflação 3. Taxas de Juros Elevadas 4. Concentração elevada e estritamente regulado 5. Forte par3cipação dos bancos públicos 6. Curto prazo: mercado voluntário de crédito corpora3vos longo prazo bancos e atulos - pra3camente inexistente
3 O Quadro mudou: Crédito ao Setor Privado no Brasil já é superior à média internacional Crédito ao Setor Privado por Bancos de Depósito (Em % do PIB) 76,6 99,9 93,9 60,5 54,7 63,5 41,8 24,8 27,1 26,7 39,5 31,6 37,6 30,9 Brasil Mundo Países Alta Renda América La3na Fonte: Banco Mundial 2015
4 ... liderado pelas famílias: consumo e habitação Crédito às Pessoas Jurídicas, Físicas e Habitação (Em % do PIB) 28,4 15,6 16,4 15,78 3,4 1,3 7,16 8,0 Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas Habitação Fonte: Banco Central do Brasil (2015)
5 Forte concorrência entre bancos nacionais públicos e privados Estoque de Crédito por Tipo de Controle de Banco (Em % do PIB) 30,0 9,4 9,7 5,2 14,6 11,3 7,8 18,4 8, Estatais Privados Nacionais Estrangeiros Fonte: Banco Central do Brasil,2015, Elaboração dos Autores
6 Bancos públicos atuaram como estabilizadores das flutuações do crédito corpora3vo privado Crescimento do Crédito às PJ por Fonte de Recursos em 12 meses (Em % aa) 3,21 2,32 1,6 1,51 1,01-0,83 0,2-0,58-0, Não Direcionado Direcionado Fonte: Banco Central do Brasil,2015
7 BNDES teve papel relevante no financiamento de longo prazo, principalmente pós-2008 Crédito do BNDES frente ao PIB e frente ao Crédito Total dos Bancos (Em % ) ,9 12, , ,5 10, , ,6 6, BNDES Emprés3mos/PIB (esq) BNDES Empr. /Total Bancos (dir.) Fonte: Banco Central do Brasil,2015, Elaboração do Autor
8 ... graças ao financiamento do Tesouro Nacional BNDES: Principais Fontes de Recursos ao ano (Em % ) 10% 12% 9% 7% 12% 10% 7% 8% 8% 7% 12% 9% 16% 9% 8% 6% 8% 7% 3% 8% 4% 7% 4% 4% 4% 5% 8% 6% 6% 16% 38% 46% 50% 53% 53% 54% 67% 66% 53% 40% 30% 28% 27% 27% 26% Fundos ins3tucionais Tesouro Exterior Outros Patr. Líq. Fonte: BNDES, 2015, Elaboração dos Autores
9 Metade dos Creditos do BNDES são originados e man3dos em carteira pelos bancos comerciais BNDES : Operações Diretas e Indiretas (Em % ) Fonte: BNDES,2015. Elaboração dos Autores
10 E o mercado de atulos corpora3vos? Estoque de Títulos de Crédito Privado (Em % do PIB) Países Estados Unidos 68,2 77,2 94,6 105,7 91,9 Coréia do Sul 27,9 37,0 50,7 53,0 59,3 Malasia 18,2 30,5 32,8 47,4 58,1 França 49,4 45,6 34,2 38,3 56,3 Japão 38,5 41,9 48,1 41,0 37,2 8,6 12,0 Alemanha 5,8 8,2 52,5 57,1 34,9 24,0 4,0 China 3,3 15,8 9,1 14,4 2,5 7,1 10,7 23,1 Brasil 8,3 8,4 12,7 21,7 Mexico 1,3 1,2 9,8 13,9 15,7 Reino Unido 12,8 12,9 18,3 15,1 12,3 India 0,3 1,0 0,4 0,9 4,9 22,8 Fonte: Banco Mundial (2015)
11 Títulos Corpora3vos foram um destaque em termos de crescimento Brasil: Estoque de A3vos Financeiros(Em % do PIB) Financial Assets * Debentures 6,6 7,9 8,2 8,7 9,0 9,6 11,6 12,0 12,8 Títulos Corpora3vos Outros 0,1 0,1 0,6 0,5 0,3 0,3 0,2 0,3 0,2 Sub-Total (a) 6,6 8,0 8,8 9,2 9,3 9,9 11,8 22,8 12,2 13,1 CDBs 14,5 14,9 24,1 25,6 22,6 18,2 14,8 13,2 11,0 Financial L.F.s 0,0 8,60,0 0,0 0,0 0,8 3,6 5,4 7,0 6,8 Corporate 12,0 5,8 Outros 0,1 8,20,3 0,2 0,6 1,5 0,7 0,7 0,6 0,6 Bonds Sub-Total( 4,0 b) 14,6 15,2 24,3 26,2 24,1 22,5 20,9 15,8 20,8 18,4 9,1 14,4 Tit. Cessão de Crédito (c) 1,2 1,0 1,4 2,3 2,6 3,3 4,6 6,1 8,1 Titulos Privados Ta+b+c) 26,3 22,3 24,6 35,4 38,0 36,6 37,0 38,8 41,1 Títulos Públicos(d) 54,5 46,1 46,0 41,7 43,2 42,5 43,0 43,6 41,9 Total (a+b+c+d) 80,8 68,4 70,6 77,1 81,1 79,2 80,0 82,4 82,9 Fonte: ANBIMA
12 ... mas a maior parte das operações são de arbitragem fiscal e regulatória dos bancos Estoque de Debêntures por Tipo (% do PIB) 11,1 10,9 9,5 8,9 7,8 7,9 8,1 4,5 4,6 22,8 3,0 3,4 6,5 2,0 1,9 2,3 2,1 8,6 12,0 5,8 3,9 8,2 2,9 4,0 1,6 15,8 9,1 14,4 5,8 6,0 5,7 5,9 6,1 6,5 6,6 2,3 2,1 4,4 2,3 1,6 1,4 2,3 0,6 0,6 0, Leasing Outros Setores Fonte: AMBIMA, 2014
13 Mercado deslanchou com 476 Emissões de Debêntures por Tipo de Distribuição(Em R$ bi) 109,5 78,5 86,0 22,8 57,0 5,8 31,8 4,0 9,1 0,0 0,0 8,6 38,7 8,2 16,0 13,7 14,4 15,8 48,2 3,0 15,0 10,9 3,7 12,0 15, Ofertas Restritas Ofertas Registradas Fonte: ANBIMA, 2015
14 Bancos são os principais atores na originação mas também na aquisição Estoque de Debêntures por Grupo de Detentores em 08/08/2013 (%) 5,8 4,0 9,1 15,0 4,1 1,3 0,8 8,6 8,2 14,4 78,8 Bancos 22,8 Demais Inst. E Interm. Fin. 12,0 Fundos de Inves3mento 15,8 Prev. Privada (Fechadas) Outros Modelo é uma forma de Originação, Distribuição e Aquisição Fonte: ANBIMA
15 Debêntures Incen3vadas 22,8 5,8 4,0 9,1 8,6 8,2 14,4 15,8
16 Quais são as novidades? 1. Houve um rápido crescimento das operações com dívida corpora3va a par3r de Pelo lado da oferta de fundos para Inves3mento na Indústria e Infraestrutura: Lucros Re3dos (45%), BNDES (27%); Fontes externas (12%); Debêntures (12%) e Ações (4%) 3. Padrão de Financiamento liderado por bancos e não pelo mercado de capitais. Qual a importância do BNDES e dos bancos comerciais e dos outros provedores de fundos nesse processo?
17 Pela ó3ca da provisão de fundos (2013) Estoque de Crédito de Longo Prazo em 2013 (Em %) Fontes PIB Total BNDES Direto 5,8 36,1 BNDES Indireto 5,6 34,9 Bancos ex Leasing 2,3 14,1 Fundos Inves3mento 1,7 10,5 Outros 0,7 4,3 Total 16,0 100,0 Fonte: BNDES e ANBIMA, Elaboração dos Autores BNDES é fonte de mais de 2/3 do crédito de longo prazo, mas mercado já responde por 1/3
18 Pela ó3ca da decisão de alocação de fundos (2013) Tomador de Decisão Em % do PIB Em % BNDES 5,8 36,2 Outros Bancos 8,8 55,0 Não - Bancos 1,4 8,8 Total 16,0 100,0 Bancos comerciais comandam a alocação de crédito de longo prazo
19 Existe compe3ção entre o BNDES e os bancos comerciais? 1. Na maior parte dos casos, os dois sistemas são complementares e não compe33vos entre si. 2. Há fricções em casos específicos: Petrobras em Entretanto, existe compe3ção entre os dois sistemas do ponto de vista global: maximização de taxas (TJLPxSELIC) 4. Quando Taxa Selic Elevada, empresas não gostam de emi3r
20 Perspec3vas para o financiamento domés3co de longo prazo. 1. Mercado tem tamanho, mas é dominado por bancos (arbitragem fiscal). 2. Colocação direta amarrada pela 400 da CVM. Tem emissores e inves3dores interessados veio para ficar (arbitragem fiscal favorece) 4. Taxas do Tesouro elevadas demais e TJLP/BNDES baixas demais retardam o crescimento do mercado 5. Regulação não parece ser o problema principal hoje.
21 Recomendações de Polí3ca 1. Reforma da Res. 400 da CVM Oferta pública ampla Fim da autorização prévia (modelo inglês) ou pelo menos criação da classe de emissores qualificados e de autorização prévia 2. Ampliação da Debêntures Incen3vadas para outros setores de infra (distribuição de energia) e indústria 3. Reorientação do programa do BNDES de Emissão de Debêntures em favor das incen3vadas e não das debêntures bancárias. Programa de emissão de R$ 50 bi até 2018.
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