Atualização dos temas tributários de interesse do setor automotivo e a judicialização nos negócios.
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- Yasmin Sequeira Farinha
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1 Atualização dos temas tributários de interesse do setor automotivo e a judicialização nos negócios. Cristiano Lisboa Yazbek, advogado tributarista com especialização em Planejamento Tributário (Universidade Positivo), mestre em Direito Econômico e Socioambiental (PUC Paraná), diretor do IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação e sócio da Amaral, Yazbek Advogados.
2 Há mais de 10 anos vem contribuindo para a conscientização da população da alta carga tributária no Brasil. Lançado em 2005 através de parceria do IBPT com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Impostômetro registra, em tempo real, a arrecadação tributária da União, Estados e Municípios. A base de dados é oriunda de fontes oficiais: Receita Federal, Secretaria do Tesouro Nacional, CEF, TCU e IBGE, entre outras. Foi considerado um dos 50 marcos de São Paulo pelo portal G1. A Lei , Lei de Transparência Fiscal, determina que o consumidor seja informado da carga tributária aproximada na aquisição de produtos e serviços, constante no documento fiscal. O IBPT auxilia empresas para que cada produto ou serviço tenha, respectivamente, os códigos NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços) corretos e atualizados, evitando inconsistências passíveis de autos de infração e multas. O Empresômetro contabiliza em tempo real o número de novas empresas e apresenta estatísticas atualizadas por setor, atividade, tipo jurídico, estado, cidade, matrizes e filiais. Em parceria com a Confederação Nacional do Comércio e Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) foi lançado em 2014 o Empresômetro MPE que traz maior transparência nos dados referentes às MPEs e informações sólidas para a formulação de novas políticas públicas para o setor. O Lupa nas Compras Públicas disponibiliza uma ferramenta com os preços médios de cada produto ou serviço adquirido pelo setor público, fomentando o interesse da população na análise e controle das compras públicas e seus reflexos na qualidade dos serviços prestados.
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5 A arte da tributação consiste em retirar as penas do ganso com o mínimo de dor. Jean-Baptiste Colbert ministro das Finanças de Luís XIV
6 TRIBUTAÇÃO: A REALIDADE NACIONAL QUANTIDADE DE TRIBUTOS QUANTIDADE DE NORMAS QUANTIDADE DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS (Estudo IBPT) MULTI INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (Bitributação) TRIBUTAÇÃO SOBRE CONSUMO NO BRASIL (Estudo IBPT)
7 QUANTIDADE DE NORMAS: No dia 5 de outubro de 2015, a Constituição Federal completou 27 anos. De 1988 até o momento atual, foram editadas mais de 5,2 milhões de normas, o que representa cerca de 764 regras por dia útil, entre leis, medidas provisórias, instruções normativas, emendas constitucionais, decretos, portarias, instruções normativas, atos declaratórios, entre outras. O cálculo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação IBPT, que detectou que no que diz respeito à matéria tributária, foram editadas normas, a maioria exigente em excesso, e responsável por exaurir os contribuintes, confundindo-os e exigindo de pessoas físicas e jurídicas um trabalho infinito para a compreensão e o cumprimento de todas as regras. Brasil-desde-a-constituicao-de-88
8 1. Esgotamento da capacidade contributiva (inadimplência x arrecadação) 2. Planejamento tributário empresarial = necessidade corporativa 3. Custo tributário relevante item na composição do preço final de produtos e serviços. 4. Globalização X Competitividade X Sobrevivência 5. Debates sobre mudança e aumento de tributos
9 CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA EM RELAÇÃO AO PIB ANO % DO PIB ,07% ,16% ,04% ,09% ,95% ,21%
10 40,00% CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA 35,00% 34,21% 30,00% 25,00% 28,04% 33,09% 33,95% 20,00% 15,00% 20,07% 22,16% 10,00% 5,00% 0,00%
11 A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA, EM PROPORÇÃO AO PIB, CRESCEU MAIS DE 70% EM 36 ANOS.
12 INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO VALOR R$ BI NOMINAL VALOR R$ BI ATÉ 31/12/
13 EXPLOSÃO DA INADIMPLÊNCIA
14 INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO % DO PIB ,21% ,39% ,45% ,70% ,84% ,60%
15 INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO % DA ARRECADAÇÃO ANUAL ,72% ,44% ,69% ,83% ,75% ,91%
16 INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE PRIMEIRA VEZ QUE O ESTOQUE DA DÍVIDA DOS CONTRIBUINTES ULTRAPASSOU A ARRECADAÇÃO ANUAL DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS ESTOQUE DA DÍVIDA = R$ 2,21 TRILHÕES ARRECADAÇÃO ANUAL = R$ 2,01 TRILHÕES
17 Há possibilidade de aumento de Tributos? Déficit Público e Desequilíbrio das Contas Públicas Federais Caixa Combalido dos Estados e Municípios Necessidade Urgente de Investimentos Públicos
18 Há possibilidade de aumento de Tributos? Projeto de Unificação de Pis/Cofins e criação da CSS; Limitação JCP; Tributação da Distribuição de Lucros e Dividendos; Aumento do Coeficiente do Lucro Presumido.
19 Importante desafio: Projeto de Unificação de Pis/Cofins e criação da CSS: CRIAÇÃO: PIS - LC 07/70 (iniciativa privada) PASEP - LC 08/70 (servidores públicos) Finsocial DL 1940/1982; extinto em 1991 Cofins: LC 70/91 Não-Cumulatividade: Leis 10637/2002 e 10833/2003 Importância na matriz tributária.
20 PRINCÍPIOS ORIENTADORES CF. GOVERNO Simplificação da apuração do tributo; Neutralidade econômica; Redução significativa do número de setores que permanecerão no regime de incidência cumulativa dos tributos; Adoção do regime de crédito financeiro (não está claro se haverá exceções) e regime de imposto contra imposto, com a discriminação do valor do débito em documento fiscal; Sinalização de que haverá ressarcimento tempestivo dos créditos; Manutenção de alíquota única no regime não cumulativo, porém, sem divulgar a possível alíquota.
21 ETAPAS DA OPERAÇÃO DE UNIFICAÇÃO 1ª ETAPA: Novo PIS/PASEP Período de testes para CALIBRAGEM da alíquota da nova contribuição, evitando perdas ou ganhos de arrecadação em relação à legislação atual Período de avaliação das novas regras, permitindo possíveis ajustes 2ª ETAPA: PIS/PASEP + COFINS = CSS (Contribuição para a Seguridade Social)
22 CALIBRAGEM Em 2002 foi instituído o regime da NÃO CUMULATIVIDADE para o PIS, com alíquota que foi elevada de 0,65% para 1,65%. O objetivo inicial difundido aos empresários para a adoção do novo regime, à época, era permitir que as exportações da indústrias fossem desoneradas através dos créditos tributários. Já a elevação da alíquota teve como mote a necessidade da manutenção da arrecadação, uma vez que o Governo tem a necessidade de assegurar o cumprimento do orçamento e precisava eliminar o risco de perda. Em 2003, a arrecadação do PIS teve um crescimento nominal de 34,33% em relação ao ano anterior (o maior da série histórica até hoje).
23 CALIBRAGEM Entretanto, no ano seguinte (2004), com o início da vigência da COFINS pelo regime NÃO CUMULATIVO, o Governo elevou a alíquota na mesma proporção utilizada para o PIS, sem qualquer calibragem. Como consequência, a arrecadação da COFINS em 2004 sofreu um aumento nominal de 33,3% em relação ao ano anterior. Conclusão: Não devemos esperar a CALIBRAGEM da alíquota prometida no novo regime proposto para se evitar perdas ou ganhos na arrecadação.
24 IMPACTOS DA NOVA CONTRIBUIÇÃO (CSS) DIVULGADOS PELO GOVERNO Ampliação do direito creditório juntamente com a regra de equivalência entre débitos na cadeia anterior com o crédito na cadeia posterior garante a incidência sobre o real valor agregado por cada empresa. A tributação do real valor agregado elimina os resíduos de cumulatividade para as empresas sujeitas à não-cumulatividade, aumentando a competitividade dos produtos nacionais no mercado externo. Também aumenta a competitividade dos produtos nacionais em relação aos produtos importados (desonerados na origem).
25 AMPLIAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO Como o crédito passível de aproveitamento deverá ser destacado em nota fiscal, um dos principais sacrifícios (insumos) empregados na produção ou prestação de serviços continuará não gerando crédito: o gasto com mão-de-obra. Além disso, despesas financeiras continuarão não gerando créditos. Empresas comerciais atacadistas continuarão alijadas do creditamento sobre insumos, conforme atual visão da RFB. Conclusão: A ampliação dos créditos proposta não será suficiente para anular os efeitos do aumento da alíquota de contribuição para, principalmente, empresas que estejam no lucro presumido e que passarão ao regime não cumulativo.
26 IMPACTOS DA NOVA CONTRIBUIÇÃO (CSS) DIVULGADOS PELO GOVERNO As regras mais claras de apuração e creditamento reduzirão substancialmente os litígios jurídicos em relação à contribuição, reduzindo os custos indiretos e melhorando o ambiente econômico (aumento da segurança jurídica). O destaque em documento fiscal, combinado com estrutura tecnológica existente, tornará mais efetivo o controle tributário, reduzindo a sonegação e, por consequência, garantindo uma competição mais igualitária no mercado.
27 REGRAS MAIS CLARAS COM REDUÇÃO DE LITÍGIOS E DE CUSTOS INDIRETOS Como já dito, a apuração do tributo no regime cumulativo é o responsável pela complexidade atual, principalmente em relação ao controle dos créditos. Já o regime cumulativo, por sua vez, é claro e sem subjetividade, pois independe de interpretação ou julgamento quanto à obtenção dos créditos. Números de acórdãos do CARF nos últimos 10 anos: cujas ementas fazem referência a COFINS; cujas ementas fazem referência ao PIS; e cujas ementas fazem referência ao IPI. Ou seja, mesmo o IPI, de cujo regime não cumulativo mais se aproxima o novo modelo proposto para as contribuições unificadas, ainda gera muitos litígios, o que deverá continuar se passando com o PIS e a COFINS.
28 REGRAS MAIS CLARAS COM REDUÇÃO DE LITÍGIOS E DE CUSTOS INDIRETOS Da unificação das contribuições em questão não haverá redução de custos operacionais, já que as empresas (principalmente as do Lucro Presumido) terão que controlar os créditos e débitos por item e destacados nos documentos fiscais, havendo, assim, aumento de custos para o cumprimento de obrigações acessórias. Conclusões: a) A redução de litígios será inexpressiva; e b) Os custos indiretos serão elevados, principalmente para as empresas do lucro presumido.
29 IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO TRIBUTO: COMO ISSO REFLETIRÁ NAS EMPRESAS? Aumento da arrecadação do PIS e da COFINS. Aumento do custo no cumprimento de obrigações acessórias, principalmente pelas empresas do lucro presumido. Redução da lucratividade das empresas. Empregabilidade: a absorção do aumento do custo tributário representará mais demissões.
30 É possível ter um gatilho limitador da carga tributária? Em 2003, um grupo de empresários propôs ao Ministro da Fazenda, Palloci, a inclusão, na Constituição Federal, de um limite à carga tributária de 35% do PIB. Em 2005, o Deputado Gilmar Machado (PT-MG) propôs, no texto do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2006, igual medida (limitação da carga tributária a um percentual do PIB). Em 2010, PEC 511 de autoria do Deputado Alfredo Kaefer PSDB/PR: Altera a Constituição Federal, estabelecendo limite máximo para a carga tributária nacional de 25% calculado sobre o PIB do ano anterior (PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadão - CCJC).
31 ARRECADAÇÃO POR ANO 1. REVISÃO DAS DESONERAÇÕES = DE R$ 5 A R$ 15 BILHÕES 2. MUDANÇAS NO PIS E COFINS = DE R$ 30 A R$ 50 BILHÕES 3. TRIBUTAÇÃO DOS LUCROS = DE R$ 15 A 100 BILHÕES 4. CPMF = R$ 40 A 80 BILHÕES 5. AUMENTO DO ICMS = DE R$ 10 A R$ 30 BILHÕES
32 Importantes desafios Superado - MP 685/15 - Declaração de planejamento tributário; Lei de 31/08/2015 Oneração da Folha de Pagamento (aumento de 1% para 2,5% sobre Receita Bruta) Em 2012, a desoneração trouxe um cenário sobre o impacto dos dissídios para fins de negociação de preços com montadoras. Hoje, a oneração permite uma conversa de ajuste de preços especialmente entre as partes que documentaram em época própria o não repasse dos custos previdenciários; REINTEGRA Em momento concomitante à redução do crédito, o Judiciário proferiu importante decisão sobre o cômputo das vendas à ZFM em tal benefício;
33 Importantes desafios Processo nº /RS 4ª Região Com a edição do Decreto-Lei n.º 288/67, as vendas de mercadorias para a Zona Franca de Manaus passaram a ser equiparadas, para efeitos fiscais, às operações de exportação de mercadorias para o exterior, consoante se verifica do disposto no seu art. 4º. Para todos os efeitos fiscais, a venda de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus equivale a exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, sobretudo tendo em vista a manutenção, por expressa previsão constitucional, da Zona Franca de Manaus como zona de livre comércio.
34 Importantes desafios Processo nº /RS 4ª Região Ante o exposto, concedo a segurança postulada nestes autos, resolvendo o mérito da demanda, nos termos do art. 269, inciso I, do CPC, para o fim de: (a) declarar o direito da impetrante à inclusão das receitas de vendas para a Zona Franca de Manaus na base de cálculo do REINTEGRA e, em conseqüência, determinar à autoridade impetrada que não se negue, por essa razão, a fornecer-lhe certidão de regularidade fiscal; (b) declarar o direito da impetrante à compensação dos valores do benefício fiscal previsto no art. 2º, 1º, da Lei n.º /11, incidentes sobre a receita das vendas para a Zona Franca de Manaus, nos termos da fundamentação e observada a prescrição quinquenal, resguardado à Administração o direito de fiscalizar a liquidez e certeza dos créditos compensáveis.
35 Importantes desafios VENDAS ZFM NO CÔMPUTO DO REINTEGRA Origem: Processo nº /RS 4ª Região Superior Tribunal de Justiça: RECURSO ESPECIAL Nº RS Supremo Tribunal Federal: RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº
36 Importantes desafios 1. Exclusão do ICMS, PIS e COFINS da Base de Cálculo do PIS e COFINS- Importação - Recurso Extraordinário /RS; 2. Exclusão dos Tributos da Base de Cálculo do PIS e COFINS/faturamento; 3. Exclusão dos créditos presumidos de ICMS da Base de Cálculo do PIS, COFINS, IRPJ e CSLL; 4. Exclusão de despesas de descarga de mercadorias após chegada do navio nos portos (capatazia) da B.C. do II, IPI, PIS, COFINS e ICMS incidentes na Importação Recurso Especial /SC; 5. Não incidência de Contribuição Previdenciária de 15% sobre faturas emitidas por Cooperativas de Serviços (ex. Unimed) nesse caso o contribuinte é o tomador de serviço das cooperativas - Recurso Extraordinário nº /SP; 6. Exclusão da Incidência do PIS e da COFINS sobre as Receitas Financeiras;
37 Importantes desafios 7. Adequação/Minoração das alíquotas de ICMS incidentes sobre os serviços de Energia Elétrica e de Telecomunicações em observância ao Princípio da Seletividade; 8. Exclusão da Multa de 10% sobre os valores depositados à título de FGTS nas demissões sem justa causa; 9. Exclusão do ICMS e do ISS da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta.
38 Obrigado!! IBPT - São Paulo Av. Juscelino Kubitschek, 1600 Conjunto 102, 10º andar São Paulo (SP) CEP Telefone: (11) cristiano.yazbek@ibpt.org.br
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