PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA COM ADULTO: UM CAMINHO PARA A

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1 PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA COM ADULTO: UM CAMINHO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE. Ana Celina Pires de Campos Guimarães. Danielle Arrielo Rossato. Resumo A psicoterapia de orientação psicanalítica tem sido utilizada em clínica-escola apresentando resultados satisfatórios na promoção de saúde. Neste trabalho apresentarse-á um caso atendido em vinte e oito sessões de cinqüenta minutos, no estágio de clínica psicanalítica na Universidade do Sagrado Coração de Bauru.Trata-se de uma paciente que apresentava transtorno de ansiedade com traços depressivos e obsessivos, além de obesidade. A hipótese diagnóstica foi de transtorno misto de ansiedade e depressão e hiperfagia decorrente dessa ansiedade. Sua energia estava direcionada à busca de satisfação para o seu ego ideal, que desejava a completude, nunca se satisfazendo e não tolerando frustrações. O objetivo da intervenção frente à queixa apresentada pela paciente, foi de promover maior integração visando diminuir seu sofrimento psíquico. O método de intervenção foi o psicanalítico, utilizando associação livre e a relação transferencial e contratransferencial, enfatizando assim a relação entre paciente e terapeuta. A psicoterapia tem elementos expressivos e de apoio, com flexibilidade, atuando neste continuum dependendo das necessidades da paciente no processo. Obteve-se como resultado melhora na auto-estima, na autonomia e diminuição de sintomas somáticos. Apresentou, durante o processo, muita resistência e mecanismos de defesa, especialmente a projeção de seus problemas em sua filha pré-adolescente. Conclui-se que essas dificuldades são típicas do funcionamento neurótico e que o processo caminhou satisfatoriamente apesar de lento e difícil. Palavras-chave: ansiedade, psicanálise, saúde.

2 INTRODUÇÃO A Psicanálise teve como marco inicial, no início do século XX (1900), a publicação da obra A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. Os estudos realizados a partir da hipnose foram fundamentais e decisivos para a evolução da psicanálise. O inconsciente passa a ser algo concreto, tangível e sujeito à experimentação. No ano de 1923 Freud redefiniu ansiedade como sendo o conflito entre os desejos sexuais e/ou agressivos inconscientes do Id versos as ameaças de punição advindas de um Superego rígido. A ansiedade advinda do conflito é sentida como ameaça ao inconsciente. Com isso, o Ego mobiliza defesas para manter o equilíbrio intrapsíquico, mas, se essa ansiedade sinal não ativar os recursos suficientes do ego o resultado poderá ser uma ansiedade mais intensa, persistente e até outros sintomas neuróticos. A ansiedade passa a ser uma manifestação sintomática de um conflito neurótico. Na neurose o paciente apresenta algum grau de sofrimento e de adaptação, em alguma, ou mais de uma área importante de sua vida, permanente mal-estar consigo próprio, razoável integração do self, boa capacidade de juízo crítico e adaptação à realidade. (Zimermam, 2004). A Psicanálise é considerada um método de investigação dos fenômenos mentais, uma técnica de tratamento psicoterapêutico e uma teoria do aparelho psíquico e da personalidade. Nas terapias de orientação psicanalítica o paciente vai construindo novos valores e posicionamentos a partir da transferência com o analista. Para isso, é importante que haja um encontro entre o par analítico. A psicoterapia assim constitui um processo vincular, onde duas pessoas vão enfrentar verdades difíceis de reconhecer.. O paciente deve manter uma participação ativa, refletindo, opinando, contestando. Enquanto que o terapeuta o estimula com perguntas instigativas-reflexivas, abrindo novos vértices de percepção dos fatos. A psicoterapia psicodinâmica tem como objetivo analisar as defesas e revelar o material dinamicamente reprimido no inconsciente, diferente da psicoterapia de apoio, que fortalece as defesas e suprime os conflitos inconscientes, entretanto a psicoterapia de apoio, em sua prática é orientada pela compreensão psicanalítica, portanto não devemos

3 vê-las com tal distanciamento. Independentemente do pólo ser expressivo ou de apoio, a melhoria da qualidade das relações objetais é uma meta da psicoterapia (Gabbard 1998). O importante, que deve ser considerado sempre, é a motivação do paciente para o tratamento, a capacidade de estabelecer aliança terapêutica, seus recursos para manejar a ansiedade, sua capacidade de introspecção e de distinguir a fantasia da realidade (Cordioli, 1998). Segundo Gabbard (1998) as intervenções realizadas pela psicoterapia de orientação psicanalítica vão muito além das tradicionais interpretações. Constituem sete categorias ao longo do continuum expressivo de apoio: Interpretação: instrumento último e decisivo envolve tornar consciente o que era inconsciente, deve ser realizado com muita segurança e com a certeza de que o conteúdo já está quase consciente, aí sim o terapeuta realiza a interpretação. Confrontação: visa à elucidação de como os comportamentos do paciente afetam os outros ou leva ele a refletir sobre seus sentimentos, enfocando algo que ele não aceita, minimiza ou nega. Clarificação: reformulação do que foi dito pelo paciente a fim de dar mais coerência para a comunicação. Encorajamento para elaborar: momento em que o terapeuta solicita mais informações sobre pontos trazidos pelo paciente, perguntas que o levam à reflexão. Validação empática: o terapeuta deve mostrar que está em sintonia com o estado interno do paciente, através de comentários que validam os sentimentos relatados por ele. Conselho e elogios: recomendam e reforçam as atitudes positivas do paciente. Afirmação: envolve comentários de apoio, deixando explicito ao paciente que ele é compreendido. Essas intervenções devem, no entanto, partir da capacidade egóica do paciente e de qual nível do processo terapêutico que ele se encontra (apoio ou insight) Inicialmente, partindo da afirmação, quando o paciente chega à psicoterapia com o ego mais frágil e ao longo do processo, já com o ego mais fortalecido, a interpretação. O objetivo deste trabalho foi realizar intervenção na abordagem psicanalítica, em uma clínica-escola, mediante a queixa apresentada pela paciente, promovendo maior integração e diminuindo seu sofrimento psíquico.

4 QUEIXA A paciente chegou à Clínica- Escola através de encaminhamento médico, em virtude de seu excesso de peso, alimentação demasiada e ansiedade. HISTÓRICO DE VIDA A paciente, do sexo feminino, tem 36 anos de idade, é evangélica, dona de casa e trabalha autonomamente. Amasiada, mãe de uma filha adolescente, fruto de seu primeiro casamento, e também mãe de mais um casal, uma menina pré-adolescente e um menino, deste seu atual relacionamento. Relata não ter muitas recordações nem saudades de sua infância. Filha mais velha de cinco irmãos, desde cedo teve que ajudar a mãe com os afazeres domésticos. A mãe sempre foi muito distante e rígida com os filhos, especialmente com ela (sic). Acha que desde quando nasceu é ansiosa, apesar de não se lembrar muito da infância, recorda que em datas como natal ou aniversário, ficava ansiosa para saber que presentes iria ganhar. Aos 4 anos caiu e machucou o nariz, deu pontos, diz que se lembra da dor e da avó chorando - era muito escandalosa. Do mais não se lembra da infância, nem das festas de aniversário. A avó morreu muito jovem, doente, aos 49 anos. Recorda algumas passagens de sua infância com ela, lembranças que são carregadas de saudades. Quando adolescente tinha sonhos, desejos. Ajudava sua mãe em casa e gostava de fazer as tarefas que cabia a ela. Jogava basquete, e gostaria muito de ter seguido essa carreira, mas sua mãe a impediu, alegando que se jogasse ela se afastaria da igreja. Sua mãe nunca a incentivou a lutar pelos seus sonhos, nem para estudar seu sonho era se formar em Direito. Em relação à questão profissional, quando solteira, trabalhou em alguns escritórios, mas engravidou pela primeira vez e parou de trabalhar. Depois trabalhou em outros lugares, mas nunca ficou muito tempo. Há 13 anos não trabalha formalmente. Ficou grávida aos 19 anos, de um namorado que não era seu grande amor, conta que na verdade se relacionava com ele para compensar uma decepção amorosa. Gostava de outro, mas sabia que não poderia dar certo, então se envolvi com esse rapaz, acaba engravidando e sob pressão do seu pai casou-se. Conviveu com essa pessoa até a filha completar três anos.

5 Depois do rompimento desse casamento, logo se envolveu com outro homem, seu marido atual. Foram morar juntos, ele assumiu sua filha, mas logo tiveram que mudar de cidade e morar com os sogros em virtude de problemas financeiros. Na segunda gravidez relata ter engordado bastante, mas com ajuda de remédios e regimes severos conseguiu perder peso. Mas foi em sua última gestação, há 3 anos, que engordou mais, sofreu com pressão alta e depois disso não voltou ao seu peso normal. Assim, procurou endocrinologista o qual, além do tratamento médico, encaminhou a paciente à psicoterapia. Hoje, a paciente busca a sua diferenciação na família, quer ser reconhecida e valorizada muito além do desempenho de seus papéis sociais, quer ser mais do que mãe, esposa, dona de casa, ela quer ser mulher, ser ela mesma. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA A hipótese diagnóstica é de transtorno misto de ansiedade e depressão e hiperfagia decorrente dessa ansiedade. Segundo a CID 10 (Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento), esses transtornos são classificados em: 3.1 Transtornos neuróticos, estresse e somatoformes F 41.2 Transtorno misto de ansiedade e depressão. O sintoma principal a ser considerado são as manifestações de ansiedade. No entanto, sintomas depressivos e obsessivos também podem estar presentes secundariamente. Utiliza-se essa categoria quando ambos os sintomas estão presentes, porém nenhuma em grau suficiente para justificar o diagnóstico separadamente. Alguns sintomas autonômicos (tremor, palpitação, boca seca, estômago embrulhado) devem estar presentes, se não houver não devemos usar essa categoria. 3.2 Transtornos Alimentares F 50.4 Hiperfagia associada a outras perturbações psicológicas. Apresentando as seguintes diretrizes diagnósticas: Obesidade reativa a perdas, acidentes, operações cirúrgicas e eventos emocionalmente angustiantes. Ingestão demasiadamente exagerada de alimentos. - hipersensível à aparência, perda de autoconfiança nos relacionamentos pessoais; - a obesidade pode motivar para uma dieta que pode resultar em sintomas afetivos menores, como ansiedade, inquietação, fraqueza e irritabilidade.

6 MÉTODO O processo terapêutico teve com método de intervenção o psicanalítico, especificamente, foi utilizado a Psicoterapia de Orientação Psicanalítica que atua flexivelmente em um continuum expressivo/de apoio dependendo das necessidades da paciente durante o processo. Utilizou associação livre, relação transferencial e contratransferencial, enfatizando assim a relação entre o par analítico (paciente e psicoterapeuta). EVOLUÇÃO DO CASO A primeira sessão a paciente, inicialmente verbaliza pouco, prende-se essencialmente a falar sobre a sua queixa, a obesidade, mas com a acolhida sente-se mais à vontade e fala de suas angústias. Traz muito forte uma ambivalência em relação à presença do marido, quando está com ele o quer distante, mas quando está longe sente muita saudade. Se apresenta como uma pessoa que se sente muito sozinha, desamparada. Outro aspecto claro é a identificação projetiva com a filha do meio, que também é obesa. Na sessão subseqüente, apresenta-se muito desvitalizada, cansada, com uma certa resistência em falar diretamente de si mesma. Seu cansaço e pouca energia vital pode ser sentidos através da contratransferência. Na terceira sessão a paciente mais disposta, verbaliza bastante. A transferência estabelece-se de forma muito positiva. Está com o pensamento mais organizado, conseguindo colocar com mais clareza suas idéias. Expressa a necessidade de se organizar no tempo para atingir suas metas particulares. No entanto, ainda é forte a identificação projetiva com a filha. Caminha então para uma disposição em buscar a sua felicidade. Agora sua energia está direcionada a busca da satisfação de seu ego ideal. Coloca-se como força que alavanca a família, principalmente no período que o marido esteve desempregado. Ainda com as idéias um pouco desorganizadas a ênfase da psicoterapeuta se mantém na atitude psicanalítica interna, no pólo de apoio, utilizando recursos como a compreensão, o respeito, a acolhida, a continência, o acompanhamento, além do elogio, as afirmações e a validação empática. Agora é nítida transferência positiva, a paciente, mais receptiva realmente estabelecendo o par analítico.

7 Mais vitalizada está consciente de seu papel na família, sente-se responsável por eles, mas isso lhe traz também satisfação. Mostra consciência das mudanças em seus posicionamentos e atitudes, e mudanças que lhe trazem mais satisfação em viver. Quando fala da filha do meio, seu discurso é carregado de ansiedades, parece desconfortável pela filha apresentar a ela um aspecto seu, que ela mesma rejeita e projeta na menina. Pela primeira vez, na sétima sessão, verbaliza vagas lembranças de sua infância. Resiste a seus aspectos semelhantes à filha do meio. Ao tomar consciência dessas semelhanças defende-se, mas admite que ao se confrontar com a filha parece estar de frente consigo mesma, e não gosta do que encontra. Começa a relatar preocupações com sua vida conjugal. Atribui à sua forma física de hoje a diferença sentida em seu relacionamento. Relaciona, mas ainda não tem consciência disso, a necessidade de emagrecer, voltar a seu corpo de mais de doze anos atrás para ter o mesmo marido daquela época. Carrega, com isso, muita culpa, pois desconsidera outros fatos e sente-se única e exclusivamente culpada pela sua própria insatisfação e conseqüentemente sente raiva de si mesma. Na décima primeira sessão, a psicoterapeuta, através do confronto tenta trazer a consciência questões sobre si mesma. Ela resiste, defende-se através de mecanismos projetivos. Tem dificuldade em entrar em contato consigo mesma. A décima segunda sessão a paciente apresenta-se com aparência cansada, com o cabelo e vestimentas desarrumados, mas a forma de lidar com o cansaço mudou. Antes, seu padrão de resposta frente ao cansaço era depressivo, agora sai do discurso de ter que fazer a vida acontecer está realmente realizando. Organizada, ciente de suas necessidades e limitações. Mas, fica claro também a dificuldade que tem de reconhecer que além de cuidar também precisa ser cuidada, não aceita ajuda dos outros, mas reclama a falta dela. Não se deixa cuidar, mais está cuidando de si mesma, mostra preocupação com a chegada do inverno, pois normalmente sofre muito com a bronquite asmática. Há uma queda da energia vital na décima terceira sessão, o setting neste dia reflete como a paciente se sente frente às dificuldades em sua família, estagnada, estéril. O discurso agora é carregado de desesperança em relação à mudança dos outros, parece que tudo que ela não pode ter controle, ou modificar sozinha fica difícil de acontecer da forma que a agrade. A desesperança na mudança do outro denota a

8 desesperança na sua própria mudança. Sente-se desanimada em relação à desorganização familiar, e sobrecarregada pela demanda da família sobre ela. Na décima quarta sessão as intervenções predominantemente no pólo de apoio devido a fragilidade da paciente frente aos conflitos familiares, apresenta dificuldade em delegar responsabilidade aos demais membros da família, e por isso sente-se responsável por tudo e por todos. Sentimentos de menos valia emergem, devido a negligencia do marido, no entanto, no décimo quinto atendimento trouxe vários conteúdos que apontam para a sua valorização, parece querer ser reconhecida e busca preservar a sua individualidade. Apesar de ainda muito indiferenciada em relação à família e utilizando bastante o mecanismo de defesa da identificação projetiva, surge um dado novo que é à busca da diferenciação, deseja ser reconhecida como pessoa, quer conquistar seu espaço independente dos demais. A temática da décima sexta sessão gira em torno da necessidade de apoio e do sentimento de abandono. Cabe ressaltar que esse atendimento antecede as férias. Sentese desamparada, sem apoio na família para continuar a sua caminhada, e que luta sozinha para buscar o equilíbrio de todos. Buscou-se apoiá-la, validando seus sentimentos, objetivando com isso, fortalecê-la para tentar compreender melhor essa realidade a posteriormente tentar transformá-la com atitudes maduras. Volta das férias, na décima sétima sessão, com as idéias mais organizadas, bastante consciente de suas limitações e limitações dos outros com quem convive. Em nenhum momento da sessão projetou suas dificuldades no marido ou na filha. Parece reconhecer a sua parcela de responsabilidade pelas suas escolhas e pelas coisas que lhe acontecem. As duas sessões subseqüentes, décima oitava e décima nona, a paciente falta devido ao problema de saúde da filha mais velha. Retorna na vigésima sessão apresentado-se regredida e querendo que alguém resolva seus problemas. A maior parte da sessão, foi muito confusa, com predomínio da parte psicótica da personalidade da paciente. Com o discurso bastante desconexo, não segue coerentemente o raciocínio. Ansiosa, quer falar de tudo um pouco, mas resiste a expressar seus reais sentimentos perante todos os acontecimentos. Sente-se sozinha, pois acha que não pode contar com o marido. Traz na vigésima primeira sessão, pela primeira vez, a sua relação com a mãe, que parece ter sido uma mãe castradora, pois não a incentivou a buscar seus sonhos,

9 sonhos esses que até hoje permeiam sua mente e seu coração. Sente-se bem com o reconhecimento de seu valor por parte da filha do meio, com isso, consegue reconhecer características positivas na filha, dado que nos aponta que a paciente está integrando a figura da menina, pois, antes só considerava o que era negativo. Na verdade, projetava na menina e na vida aspectos os quais negava em si mesma. Agora, considerando a menina com aspectos positivos e negativos, faz-nos pensar que também consegue observar em si esses aspectos. Reconhece que as mudanças são realmente lentas até para ela, com isso, passa a compreender que o outro também pode mudar, mas tudo em seu tempo. A dificuldade de entrar em contato com seus sentimentos, especialmente com a dor, é evidenciada no vigésimo segundo atendimento. Algumas vezes parecia ter uma percepção apenas parcial dos fatos, não consegue agregar o pólo positivo e negativo em uma mesma situação ou em uma pessoa, acaba vendo as coisas de forma parcial, desintegrada. Depois dessa sessão, a paciente falta três vezes consecutivas porém liga justificando. Acredita-que essas faltas demonstram a resistência de entrar em contato com os sentimentos que emergem da sessão anterior às faltas. Depois desse período longe da psicoterapia chega à vigésima sexta sessão com um aspecto sorridente, veste-se com roupas de cores claras, parece mais magra e também está com um novo corte de cabelo. Senta-se na cadeira habitualmente ocupada pela psicoterapeuta e verbaliza bastante. Parece, em cada fala, tentar reafirmar a sua identidade que vai além de esposa, de mãe ou de dona de casa, coloca-se como uma mulher com desejos e grande vitalidade para transpor as dificuldades vivenciadas. Ao discutir-se o término da terapia ela consegue identificar conscientemente algumas conquistas e sente-se mais segura por isso. Fica claro também que a paciente buscará algo substitutivo dessa relação, quando diz que agora poderá retornar as visitas, aos irmãos da igreja, que tanto gostava de fazer. Na vigésima sétima sessão, já no processo de alta, traz muitos planos que deseja ainda realizar, almeja voltar a trabalhar. Coloca, algumas vezes, o trabalho como sendo algo que substituirá a psicoterapia. A alta mobiliza nela forças para continuar a sua caminhada independente do outro. A vigésima oitava sessão parece consciente da responsabilidade de que tem consigo mesma em querer e buscar seu crescimento pessoal. Sabe que isso depende dela, mais do que qualquer coisa externa deve vir de dentro para fora, a mudança deve

10 partir dela. Já não se angustia por isso e sabe que, algumas coisas só ela pode fazer por si mesma, não se sente mais impotente pelo fato do marido não a acompanhar, se posicionou perante a vida e quer continuar crescendo, caminhando, independente do outro lhe acompanhar ou não. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao final do processo considera-se alguns ganhos significativos para a paciente. Os resultados obtidos foram: Estabelecimento da aliança terapêutica; Crescimento na auto-estima e na autonomia; Diminuição de sintomas somáticos; Maior diferenciação do eu na família; A projeção de suas dificuldades na filha adolescente diminuíram consideravelmente; Consciência de suas responsabilidades como agente de mudanças em sua própria vida; Alta da paciente. No processo psicoterápico fica evidente a luta interna entre os aspectos saudáveis e os aspectos doentes da personalidade da paciente. A psicoterapeuta alia-se ao lado sadio para juntos buscarem mudanças reais. Apesar da paciente oscilar bastante nas sessões entre aspectos sadios e patológicos da personalidade, aliar-se à parte saudável, reforça esses aspectos positivos. Segundo Zimermam (2004) o processo analítico deve transitar pelos núcleos psicóticos da personalidade do paciente, e com isso, a onipotência é substituída pelo pensar, a onisciência pela capacidade de aprender com as experiências, a prepotência dá lugar ao reconhecimento da dependência e da impotência, a confusão mental é substituída por discriminações de falso e verdadeiro, a arrogância por um orgulho de si mesmo, o uso de excessivas identificações projetivas por capacidade de empatia e continência. A paciente busca, incessantemente, a sua identidade, conflito esse característico da fase da adolescência, talvez por isso a maciça projeção de suas partes negadas na figura de sua filha adolescente. Para D Andrea (1997) o conflito básico da adolescência é a identidade X difusão de papéis, onde para tornar-se adulto o jovem precisa deixar de ser, simplesmente, o filho de fulano, e ser reconhecido pela comunidade como uma

11 pessoa com identidade própria (p.105). É exatamente o que ela busca, sua identidade, independente de seus muitos papéis sociais. Para esse mesmo autor, a identidade é a capacidade da pessoa se colocar em oposição e de conseguir o reconhecimento desta oposição pelos outros. Quando o jovem não consegue afirmar sua identidade tem-se como resultado uma pessoa em permanente crise dos papéis difusos e contraditórios, uma mistura de papéis sociais mal assimilados. (D Andrea, 1997). Um aspecto relatado pela paciente foi as somatizações, principalmente a bronquite asmática. No entanto, não houve nenhuma ocorrência de crises durante o processo psicoterápico. A paciente busca completude, nunca se satisfaz e não tolera frustrações. Quando algum núcleo de conflito mais primitivo é tocado ela se defende e resiste faltando aos atendimentos. É observado e cabe ser apontado o fato das faltas da paciente estarem a serviço da resistência. Elas são constantes, tornando-se até evidentes, que aconteçam, todas as vezes que na sessão anterior a paciente tem uma experiência emocional forte. Qualquer experiência psíquica, função ou acontecimento pode ser usado a serviço da resistência, dependendo da capacidade de integração e de adaptação do ego. (Dewald, 1981). O processo evoluiu com elementos expressivos e de apoio, dependendo de suas necessidades e de sua capacidade de integrar e elaborar o que foi trabalhado. A alta foi dialogada e discutida com a paciente. Ela conseguiu identificar conscientemente algumas conquistas e sente-se mais segura por isso. Segundo Dewald (1981), o paciente pode ter uma reação em relação ao grau de melhora, tanto de prazer e satisfação, quando o progresso foi significativo; ou reação de desapontamento e insatisfação, quando a melhora foi limitada ou não ocorreu. O término não significa o completo crescimento e desenvolvimento mental. Ele é indicado, quando há melhora significativa ou eliminação dos sintomas apresentados ou, ao menos, evidência de melhora na capacidade de tolerar os sintomas ou conflitos que permaneceram; melhor capacidade de estabelecer relações objetais maduras e trabalhar em qualquer forma ou campo que tenha escolhido, além da capacidade de reconhecer e explorar seus conflitos por si próprio (Dewald, 1981). O critério para o término não é a completa eliminação do stress ou conflito, mas a sim a capacidade progressiva do indivíduo identificá-los e se adaptar a eles.

12 PROGNÓSTICO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que as dificuldades encontradas durante o processo são típicas do funcionamento neurótico. A paciente, através da projeção, rejeita o que é penoso ou doloroso, experimentando como sendo não-ego (Fenichel, 1981) com isso, não tem consciência de alguns de seus conflitos internos, fazendo com que o processo caminhe satisfatoriamente, mas lento e difícil. O prognóstico é de que a partir da alta a paciente continue diferenciada dos outros membros da família, para que assim prossiga sua caminhada pela vida construindo passo a passo a sua felicidade e seu crescimento mental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas (1993) Coord. OMS; trad. Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas. CORDIOLI, A. V. (1998). Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artes Médicas. D ANDREA, F. F. (1997). A adolescência. In: Desenvolvimento da Personalidade: enfoque psicodinâmico. Cap. VI, p Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. DETHLEFSEN, T & DAHLKE, R. (1983) A Respiração. In: A doença como caminho. Cap 03, p São Paulo: Cultrix. DEWALD, P. (1981). Psicoterapia: uma abordagem dinâmica. Porto Alegre: Artes Médicas. FENICHEL, O. (1981). Teoria Psicanalítica das Neuroses. São Paulo: Atheneu. FREUD, S. Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago. GABBARD, G. (1998). Psiquiatria Psicodinâmica. Porto Alegre: Artes Médicas. KLEIN, M. (1975). Sentimento de Solidão. Cap. Quarto, pág Rio de Janeiro: Imago. ZIMERMAN, D. E. (2004). Manual de Técnica Psicanalítica: uma revisão. Porto Alegre: Artes Médicas.

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