O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entend
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1 A CLÍNICA DA PSICOSE Profª Ms Sandra Diamante Dezembro
2 O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entendimento psicanalítico da psicose tanto clínica qto teoricamente. Funções dos sintomas psicóticos na transferência, com ênfase nas defesas primitivas (identificação projetiva, dissociação, negação), com redução da capacidade de pensar do paciente e de se haver com a realidade interna. Funções do analista: ser continente e usar interpretações contratranferênciais. A organização intrapsíquica das relações internas de objetos diferencia os diversos tipos de organizações defensivas no desenvolvimento da clinicada psicose. 2
3 Psicose e Parte Psicótica: uma aproximação clínica Definida por Freud como uma negação da realidade e inadaptação. É um distúrbio narcisista, um aparelho psíquico danificado. A parte psicótica (não descrita por Freud) defini-se a partir do conceito de Cisão. Para Freud trata-se de um processo defensivo dos mais primitivos. Rosenfeld conjectura que a parte sadia ou neurótica, sem presente em qq paciente, é capaz de estabelecer alguma forma de relação transferencial, mesmo com a parte cindida do ego. 3
4 Podemos entender algo sobre o paciente psicótico graças a sua parte mais sadia através da qual ele pode verbalizar e formas conceitos. Não se pode tomar contato direto com a parte psicótica. Vai sendo criada, durante o tratamento (19 25, p 32) Para Freud a transferência não está totalmente ausente, mas pode ser usada até certo ponto, e a psicanálise conseguiu um inegável sucesso nas depressões cíclicas, transtornos paranóides leves e esquizofrenias parciais (1925) Contribuições de Bion (1967 a) ao campo clínico e técnico ao identificar o funcionamento da personalidade psicótico. Entende que a personalidade psicótica não tem capacidade de formular perguntas para si mesmo, não toma conhecimento dos conflitos. Expele seu ego e suas funções perceptivas. 4
5 Transferência no Tratamento Psicanalítico O analista deve então ajudar o paciente a recuperar aquilo do qual se livrou (objetos, emoções, e também funções do ego) por identificação projetiva. No tratamento é preciso aproveitar-se da parte neurótica do paciente, com mínima capacidade de verbalização, par estabelecer uma relação transferencial. Esta parte neurótica que dá base para uma relação transferencial. (Abraham) Metodologicamente a Transferência em Freud permite que os protótipos das imagos parentais emerjam. É pela relação libidinosa que o paciente é capaz de se comunicar com o analista. 5
6 Como é a transferência no tratamento de psicóticos? Alguns fenômenos transferenciais Muitos aspectos profundos que nos neuróticos só podem ser trazidos à superfície trabalhosamente, nos psicóticos são visíveis a qualquer um O que Freud chamou de transferências na psicose, foi um tipo de transferência que não pode ser incluída na sua teoria das neuroses. Com alguns modos de comunicação mais primitivos e indiferenciados, disruptivas ou desorganizadas. Restituição Psicótica: São delírios e alucinações como tentativas de restituição do vínculo. Mas são fenômenos transferenciais? Nem Freud respondeu... Freud: Reconstituição é reconexão com os objetos. A noção do conceito de tempo necessário para estabelecimento 6 de transferência no tratamento com psicótico.
7 Conduta técnica: 1. Não interpretar apressadamente, antes criar o contexto adequado; 2. Aprender a conter as identificações projetivas do paciente para não ser subjugado por elas 3. Considerar os sentimentos contratransferenciais em relação à transferência delirante 4. Não interpretar níveis edípicos pois só aumentam a confusão do paciente. Ex: esta é uma parte louca sua projetada no seu pai ou sua mãe e agora em mim 5. O paciente descobre que existe alguém capaz de tolerar e conter sentimentos insuportáveis para ele, e par aqueles que com ele convivem. Rosenfeld, 1994, p.42/43. 7
8 O uso da contratransferência O terapeuta do paciente psicótico ante emoções intensas que estão além dos afetos da transferência do neurótico. A contratransferência deveria ser usada para pensar e não para explicar ou interpretar. Usada como hipótese para pensar. Os sentimentos intensos são transmitidos pelos mecanismos (defensivos e também expressivos, tom de voz, frases interrompidas mensagens paradoxais. 8
9 O uso da contratransferência A maneira do psicótico se expressar é a fonte mais rica, mais que memórias e sonhos dos neuróticos (Liberman, 1970) A contratransferência é perturbadora somente enq uanto não percebemos seu significado, qdo não se sabe o que fazer com ela. Nos psicóticos a perturbação é mais difícil porque o paciente tenta transmitir o que não pode expressar em palavras, seu mundo caótico infantil 9
10 O uso da contratransferência No caso do paciente psicótico o sentimento mais difícil de tolerar é o desespero. É sua forma de projetar de se livrar dos sentimentos insuportáveis, com os quais não pode lidar. Tenta descobrir se o terapeuta também se sente desesperançado dele, ou se fica atento e ainda pode pensar ativamente, diferente dos pais na sua infância. A contratransferência deve ser pensada, decodificada, levada para nossa análise e nunca expelida por meio de interpretações selvagens apressadas e incorretas. 10
11 REFERÊNCIAS D. Rosenfeld. O Psicótico. Petrópolis, RJ: Vozes, J. Bergeret. Psicopatologia: teoria e clínica 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, A personalidade normal e a patológica 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, S. Freud. Obras Completas 11
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