Comentário Semanal de Economia e de Mercados

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1 Comentário Semanal de Economia e de Mercados 3 de fevereiro de 1 DPEC - Departamento de Estudos Nos EUA, destacam-se os dados do PIB do ºT13 e a reunião da Reserva Federal (Fed). De acordo com a 1ª estimativa do PIB do ºT13, o crescimento trimestral anualizado foi de 3.%, ficando em linha com as nossas expetativas e com as do mercado. Note-se que este crescimento surge depois de no trimestre anterior a economia ter avançado.1%, ao ritmo mais elevado desde o ºT11 (+.9%), sendo estes os maiores trimestres de crescimento da economia durante o atual período de expansão iniciado no 3ºT9, apenas superado pelos crescimentos de.9% no ºT11 e de 3.7% no 1ºT1. Para o 1ºT1, estimamos que o PIB cresça novamente entre.5% e 3.5%. A atividade continuará condicionada pelos efeitos dos cortes na despesa pública (embora menos do que na 1ª metade de 13), mas, ao contrário do ºT13, já não será afetada pela paralisação de muitos serviços públicos em outubro e pela incerteza então observada em resultado da possibilidade dos EUA entrarem em incumprimento, dada a impossibilidade de emitirem dívida, caso não houvesse acordo para o aumento do limite da dívida. Em dezembro houve um acordo orçamental entre Democratas e Republicanos, pelo que se espera uma melhoria da confiança dos agentes económicos e uma aceleração do emprego. Até porque o contexto internacional deverá se apresentar cada vez menos adverso, nomeadamente com o crescimento na Zona Euro e na Ásia a acelerar, ainda que se preveja um menor contributo das exportações líquidas. O contributo da variação de existências deverá continuar a reduzir-se, podendo inclusivamente ser ligeiramente negativo. Por sua vez, o consumo privado deverá desacelerar, de 3.3% para um crescimento entre.% e.%. Estes abrandamentos deverão ser contrariados por, pelo menos, uma menor redução dos gastos públicos e por uma aceleração do investimento em capital fixo, sobretudo com o regresso ao crescimento da construção residencial e da construção não residencial, sendo que o investimento em equipamentos deverá continuar a acelerar, após a pontual estabilização do 3ºT13. Em resultado do crescimento do º semestre de 13 e das perspetivas para 1, na sua reunião de política monetária (9-jan), a Fed melhorou a apreciação relativamente à situação económica dos EUA, deixando de considerar que o crescimento económico tem-se apresentado moderado, para passar a assinalar que o crescimento acelerou nos trimestres mais recentes. Esta melhoria da apreciação explica a sua decisão de moderar, pela ª reunião consecutiva, o teor expansionista da sua política monetária, em linha com as nossas e as expetativas do mercado, ao reduzir, novamente em 5 mil milhões de dólares (mm$), o ritmo de compras mensais de dívida pública (para 35 mm$) e de dívida ligada ao imobiliário (para 3 mm$). Em todo o caso, a Fed continua a ter uma política monetária extremamente acomodatícia, que se tem tornado particularmente premente num momento de aperto orçamental e num quadro em que, quer a taxa de inflação, quer, sobretudo, a taxa de desemprego, se encontram afastadas do objetivo de longo prazo, pelo que o próprio PIB se encontra abaixo do potencial e da tendência pré-crise. Admite-se que até ao final do ano a Fed deixe de comprar dívida. Na Zona Euro, foram divulgados bastantes dados macroeconómicos e abrangendo diversos tópicos desde a atividade económica até ao mercado laboral e à inflação, passando ainda pelo crédito, destacando-se a evolução favorável e sensivelmente em linha com o esperado pelo mercado evidenciada pelos indicadores do confiança da Comissão Europeia (CE), já referentes ao 1ºT1, sugerindo uma aceleração do crescimento económico neste início de trimestre, corroborando as nossas perspetivas de uma aceleração da economia no total do trimestre (mostram-se compatíveis com um acréscimo do PIB de.% no 1ºT1, ligeiramente superior aos.3% por nós defendidos). De resto, os restantes dados de atividade conhecidos (os de natureza quantitativa, ainda referentes ao ºT13 e que se revelaram tendencialmente negativos, como as leituras de dezembro das vendas a retalho alemãs e espanholas e dos gastos de consumo dos franceses) também não vieram alterar o nosso cenário para a economia da Zona Euro no ºT13 embora eliminando os riscos ascendentes que antes destes dados se identificavam sobre a nossa estimativa. Com efeito, continuamos a apontar para um acréscimo de.% no ºT13, depois de a economia ter crescido.1% no 3ºT13, em desaceleração face aos.3% do ºT13, mas confirmando a saída da recessão técnica em que se encontrava desde o ºT11. Mas não obstante a confirmação da saída de recessão e os sinais cada vez mais animadores de recuperação do ritmo de crescimento da região, a verdade é que a recente recessão prolongou-se durante demasiado tempo (desde o ºT11 até ao 1ºT13), tendo naturalmente deixado mossa no mercado laboral, com os últimos dados a revelarem algum alívio da taxa de desemprego, mas permanecendo muito próxima dos níveis máximos históricos observados entre abr-13 e set-13. As pressões inflacionistas, por seu lado, voltaram a aliviar, continuando a revelar um caracter essencialmente temporário, ao passo que a evolução da massa monetária e do crédito continuaram a sugerir condições financeiras bastante restritivas, devendo estes últimos dados acabar por justificar uma maior atenção na reunião do Conselho de Governadores do BCE que decorrerá na próxima quinta-feira (dia -fev). Uma reunião de onde não se esperam decisões muito relevantes de política monetária, mas onde terão naturalmente ganho força as medidas que visem, designadamente, contrariar esta escassez de crédito na economia, como sendo, por exemplo, a introdução de

2 Comentário Semanal de Mercados condicionalidade no acesso dos bancos a futuras operações do BCE de cedência extraordinária de liquidez (LTRO), de forma a garantir que essa liquidez introduzida no sistema seja canalizada em maiores proporções para a economia real trata-se de um procedimento idêntico ao do Banco de Inglaterra (BoE) com o Funding for Lending Scheme (FLS). Em Portugal, a semana ficou marcada pela divulgação de importantes dados macroeconómicos de atividade, como as últimas leituras das vendas a retalho e da produção industrial referentes ao ºT13, que mostraram comportamentos mensais distintos, revelando-se negativos ao nível do retalho, mas positivos ao nível da atividade indústria, comportamentos em grande parte por nós aguardados, acabando assim por não colocar em causa as nossas perspetivas de um ligeiro crescimento da atividade económica nesse trimestre. O nosso indicador compósito para o PIB permaneceu a sinalizar um ligeiro acréscimo de.1% no ºT13, com a procura interna, mais precisamente o consumo privado e o investimento, a ser afetada pelo anúncio de um incremento na austeridade no âmbito da Proposta de OE 1, mas numa intensidade que se antevê mais do que compensada pelas exportações líquidas refletindo um acréscimo das exportações e uma ligeira queda das importações, bem como pelo consumo público, que terá sido a única componente da procura interna a expandir. Já relativamente ao 1ºT1, e a um nível mais agregado, foi conhecida a leitura de janeiro do indicador de sentimento económico (ESI), calculado pela Comissão Europeia (CE) e que compreende informação referente aos principais setores de atividade, bem como à confiança dos consumidores, com o indicador a subir pela ª subida dos últimos 9 meses e fazendo níveis máximos desde ago-, sinalizando uma subida trimestral do PIB de.% no 1ºT1, um resultado que, contudo, difere das nossas perspetivas. da relativa estabilização da atividade que prevemos, já que a procura interna será condicionada pela entrada em vigor das medidas de austeridade constantes no OE 1. Por último, e assumindo contornos igualmente positivos, refiram-se os dados sobre o mercado laboral, com a estimativa do Eurostat para a taxa de desemprego em dezembro a revelar uma descida 15.5% para 15.%, corrigindo pela 1ª vez consecutiva dos 17.% registados entre jan-13 e fev-13, que constituem um máximo desde o início da série (em 193), após uma tendência de agravamento desde. As fortes reduções da taxa de desemprego do INE (não ajustada de sazonalidade) nos dois últimos trimestres disponíveis caiu novamente a pique no 3ºT13, passando de 1.% para 15.%, depois de no ºT13 já ter observado a maior diminuição desde o ºT199 e tratando-se da ª queda (consecutiva) em 9 trimestres, bem como as descidas mensais da taxa de desemprego estimada pelo Eurostat ao longo do ºT13, constituem dados inegavelmente animadores, ao interromperem um período de deterioração que se verificava desde que a crise do euro se alastrou a Portugal e, no seu encalço, veio o programa de ajustamento. Contudo, e a avaliar designadamente pelos indicadores de emprego do INE atualmente disponíveis, não é claro que estas descidas mensais da taxa de desemprego reportadas pelo Eurostat venham a ser confirmados pelos dados oficiais do INE, prevendo-se que a taxa de desemprego encete uma trajetória descendente mais sustentada apenas a partir da primavera, depois também de um 1º trimestre em que a atividade económica deverá, como referido, grosso modo estabilizar. No Reino Unido, semana ficou marcada pela divulgação da estimativa preliminar para o PIB no ºT13, que deu conta de um crescimento em cadeia de.7%, em linha com o que previa o mercado e o Montepio, consistindo no º trimestre consecutivo de crescimento e no 3º seguido de forte expansão (+.% nos dois trimestres anteriores). Com esta subida, o PIB atingiu um nível máximo desde o ºT, todavia permanecendo.1% abaixo do nível pré-recessão (npr), o nível médio de 7. Em termos homólogos, registou-se um crescimento de.%, o maior desde o 1ºT. Paralelamente, foram divulgados dados ainda referentes ao ºT13 para a moeda e crédito que continuaram muito animadores ao nível do número de empréstimos aprovados para compra de casa (o indicador mais seguido), que atingiram máximos desde jan- e para os preços das casas que subiram.% em termos homólogos, ao maior ritmo desde set-1 e ascendendo a máximos desde ago-. Já referente ao 1ºT1, o indicador de sentimento económico voltou a subir em janeiro, atingindo um máximo desde dez-97 e revelando-se compatível com um crescimento do PIB de 1.%, o que fica, para já, acima do nosso cenário central (entre +.5% e +.7%). No Japão, os dados de atividade continuaram a revelar-se consistentes com uma aceleração do crescimento do PIB no ºT13, para um valor entre.5% e.9% (+.3% no 3ºT13), estimando-se que as exportações líquidas tenham apresentado um contributo não tão negativo para o crescimento do PIB, enquanto a procura interna terá continuado a beneficiar dos efeitos das medidas de política económica tomadas pelas autoridades. Em dezembro, o défice comercial de bens desceu, mais do que o esperado, mas representando o º maior défice de sempre, com as exportações a subirem e as importações a caírem ligeiramente. O dado mais negativo foi o das vendas a retalho, que desceram 1.1% em dezembro, um resultado que contrariou as expetativas do mercado (consenso: +.3%), mas depois de no mês anterior terem registado uma subida de.%, tendo agora corrigido de um nível máximo desde jan-1. No ºT13 observou-se um crescimento de 1.5%, antecipando-se assim uma aceleração do consumo privado (que subiu apenas +.% no 3ºT13). As encomendas de construção subiram em dezembro, o mesmo acontecendo com os fogos iniciados, neste caso pelo º mês consecutivo, pelo que a média móvel de 3 meses dos fogos ascendeu a níveis máximos desde nov-, mas a das encomendas continuou a aliviar de máximos desde jun-7, continuando, no seu conjunto, consistentes com uma recuperação da atividade na construção. Na indústria, a estimativa preliminar para a produção de dezembro veio apontar para uma subida de 1.1%, ficando aquém das expetativas do mercado (consenso: +1.3%) e sobretudo do crescimento de.% contido nas habitualmente otimistas previsões realizadas no final de dezembro pelo Ministério da Economia (METI), mas atingindo um novo nível máximo desde abr-1; no ºT13, a produção cresceu 1.9%, a 3ª aceleração trimestral consecutiva e observando o maior crescimento desde o 3ºT11. No 1ºT1 a produção deverá continuar a acelerar, com as previsões do METI a apontarem para um crescimento de 7.1%, um valor que deverá ser DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

3 Comentário Semanal de Mercados excessivo, mas com o indicador PMI Manufacturing que subiu em janeiro para um máximo desde fev- a sugerir um crescimento muito robusto (+.3%). Relativamente ao mercado de trabalho, em dezembro, a taxa de desemprego desceu para 3.7%, após 3 meses nos.%, quando as expetativas do mercado apontavam para uma descida mais marginal (consenso: 3.9%), e ficando no valor mais baixo desde ago-7. Um aspeto negativo é que se observaram descidas no emprego e no desemprego, consubstanciando-se num recuo da população ativa no mês, mas não no trimestre, tendo atingido um máximo desde o 3ºT9; o emprego registou no ºT13 o 5º crescimento trimestral consecutivo, movimento que deverá prosseguir no 1ºT1, até porque está a aumentar a procura de trabalhadores, já que o rácio de oportunidades de trabalho por candidato atingiu em dezembro um máximo desde set-7. No que diz respeito aos preços, o IPC cresceu 1.% em termos homólogos em dezembro, ao maior ritmo desde out-, observando o 7º acréscimo consecutivo (+1.5% em novembro), após 11 quedas, enquanto o IPC excluindo apenas os produtos alimentares não transformados avançou 1.3%, ao ritmo mais elevado desde out-. O IPC core (i.e., excluindo a alimentação e a energia) cresceu pelo 3º mês consecutivo (+.7% vs +.% no mês anterior) e ao ritmo mais elevado desde ago-9, depois de ter estabilizado em setembro e caído durante 5 meses, dando sinais positivos relativamente ao processo de saída da deflação, ainda que se mantenha claramente aquém do objetivo de %. Na reunião de -dez, o Banco do Japão (BoJ) manteve a postura da sua política monetária, após na reunião de abr-13 a ter tornado ainda mais acomodatícia, nomeadamente comprometendo-se em aumentar de uma forma substancial o seu balanço e a base monetária, que passou a ser o grande instrumento da política monetária, mas espera-se que, no ºT1 ou no 3ºT1, possa realizar novos estímulos, que passariam desde logo pelo aumento da base monetária. Nos Mercados Financeiros, a semana revelou uma deterioração do sentimento global de mercado, pela ª semana consecutiva. Relativamente às perspetivas para a economia global, os indicadores divulgados para as principais economias revelaram comportamentos globalmente positivos, mas que vieram ao encontro das expectativas dos mercados, sendo que foram ademais ensombrados pela decisão também ela esperada pela maioria dos analistas da Fed de reduzir mais o ritmo de remoção dos estímulos. Acresce que os investidores mantiveram-se receosos face a um abrandamento nas economias emergentes, uma tenência que já vinha da semana anterior. A amparar esta deterioração do sentimento esteve a decisão do banco central da Turquia de subir as taxas de juro para defender a lira. Ao nível da crise do euro, foi desta feita uma semana relativamente calma, com Portugal a capitalizar as boas notícias da semana anterior. O bom sentimento das últimas semanas foi reforçado pelas revisões em alta efetuadas às previsões de crescimento para este ano das respetivas economias pelas autoridades da Alemanha, Irlanda e Espanha. Analisando os movimentos nos mercados financeiros, a deterioração do sentimento de mercado, sobretudo devido aos receios relativamente às economias emergentes, penalizou transversalmente os mercados acionistas, tendo, pela ª semana consecutiva, o efeito simétrico (positivo) sobre a dívida de referência. Todavia, desta feita, o aumento da aversão ao risco não se refletiu sobre a dívida privada e a dívida periférica, cujos spreads registaram genericamente descidas, no caso da dívida soberana de Portugal capitalizando nas boas notícias da semana anterior. As commodities não apresentaram uma tendência definida, após duas semanas de subidas, sendo penalizadas pela energia e, sobretudo, pelos metais de base e pelos metais preciosos, e impulsionadas pelas agrícolas e pelo gado. No MMI, as Libor do dólar e as Euribor ficaram praticamente inalteradas, no primeiro caso sensivelmente em mínimos históricos, enquanto as Euribor, apesar das descidas marginais, evidenciam uma tendência de subida desde o início do ano. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

4 Indicadores Anunciados na Semana Passada País Data Evento Período Consenso Actual Anterior Revisão Portugal 3-Jan Confiança do Consumidor - INE (mm3m) Jan Indicador de Clima Económico - INE (mm3m) Jan Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito - BdP Q Produção Industrial (YoY) Dec -- 7.%.9% 3.% Produção Industrial sa (MoM) Dec % 1.% 1.% Sentimento Económico (CE) Jan Vendas a Retalho (MoM) Dec % 3.1% 3.% Vendas a Retalho (YoY) Dec -- -.% 3.%.1% 31-Jan Inquérito de Conjuntura ao Investimento - INE % -.1% -.3% Taxa de Desemprego - Eurostat Dec % 15.5% -- Espanha -Jan Total de Empréstimos Hipotecários - Valor (YoY) Nov % -15.5% -- 9-Jan Vendas a Retalho Reais sa Wda (YoY) Dec % 1.9% 1.% 3-Jan PIB sa (QoQ) Q P.3%.3%.1% -- PIB sa (YoY) Q P -.1% -.1% -1.1% -- Sentimento Económico (CE) Jan Jan Balança Corrente (EUR) Nov --.9B 1.7B -- IPC (YoY) Jan P.3%.%.3% -- IPCH (YoY) Jan P.3%.3%.3% -- Alemanha 7-Jan IFO - Avaliação Atual Jan IFO - Clima Empresarial Jan IFO - expectativas Jan Jan GfK - Confiança Consumidor Feb Jan IPC (YoY) Jan P 1.5% 1.3% 1.% -- IPCH (YoY) Jan P 1.3% 1.% 1.% -- Taxa Desemprego sa Jan.9%.%.9%.% 31-Jan Vendas a Retalho (MoM) Dec.% -.5% 1.5%.9% França 7-Jan Desemprego Registado sa Dec 39.1k 333.k 393.k -- Desemprego Registado sa (MoM) Dec Jan Confiança do Consumidor Jan Jan Consumo Privado (MoM) Dec -.% -.1% 1.% -- IPP (YoY) Dec -.%.% -.% -.7% Itália -Jan Confiança do Consumidor Jan Jan Índice de Confiança Industrial Jan Índice de Sentimento Empesarial Jan Jan IPP (YoY) Dec % -.3% -- Zona Euro 9-Jan M3 sa (YoY) Dec 1.7% 1.% 1.5% -- M3 sa média 3 meses (YoY) Dec 1.5% 1.3% 1.7% 1.% 3-Jan Confiança do Consumidor Jan F Confiança Industrial Jan Confiança nos Serviços Jan..3.. Indicador Clima Empresarial Jan Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito - BCE Q Sentimento Económico (CE) Jan Jan IPC Core (YoY) Jan A.%.%.7% -- IPC Estimativa (YoY) Jan.9%.7%.% -- Taxa Desemprego sa Dec 1.1% 1.% 1.1% 1.% R. Unido -Jan Índice dos Serviços (3mth/3mth) Nov.7%.%.% -- Índice dos Serviços (mom) Nov.3%.%.1% -- PIB (QoQ) Q A.7%.7%.% -- PIB (YoY) Q A.%.% 1.9% -- 9-Jan Preços Habitação - Land Registry SA (mom) Dec %.1%.% Preços Habitação - Nationwide sa (MoM) Jan.%.7% 1.% -- 3-Jan Empréstimos Hipotecários Aprovados (BoE) Dec 7.9K 71.K 7.K -- Empréstimos Líquidos de Crédito Consumo Dec.7B.B.B.7B Empréstimos Líquidos Garantidos por Habitações Dec 1.B 1.7B.9B 1.1B M Ex IOFCs 3M Annualised Dec 5.% 3.7%.9% 5.1% M Oferta Monetária (YoY) Dec --.%.7% -- Sentimento Económico (CE) Jan Jan GfK - Confiança Consumidor Jan EUA 7-Jan Dallas Fed - Manufacturing Jan Vendas Casas Novas (MoM) Dec -1.9% -7.% -.1% -3.9% Vendas Casas Novas saar Dec 55K 1K K 5K -Jan Confiança do Consumidor (Confer. Board) Jan Enc. Bens Dur. Ex Def. Mat. Aero (Mom) Dec.3% -1.3%.5%.% Encomendas Bens Duradouros excl Transp sa (MoM) Dec.5% -1.% 1.%.1% Encomendas Bens Duradouros sa (MoM) Dec 1.% -.3% 3.5%.% Entregas Bens Dur. Ex Def. Mat. Aero (MoM) Dec.1% -.%.%.3% IP Habitação S&P/CaseShiller ( Áreas Metropolitanas) sa MoM Nov.%.% 1.5% -- IP Habitação S&P/CaseShiller ( Áreas Metropolitanas) YoY Nov 13.% 13.71% 13.1% -- Richmond Fed - Manufacturing Jan Jan Fed - Decisão sobre Taxa de Juro Jan-9.5%.5%.5% -- Fed QE3 - Compras mensais Jan $5 $5 $75 -- Fed QE3 - Compras mensais de MBS Jan $3 $3 $35 -- Fed QE3 - Compras mensais de treasuries Jan $35 $35 $ -- 3-Jan Confiança do Consumidor (Bloomberg; anterior ABC) jan Consumo Privado (QoQ) Q A 3.7% 3.3%.% -- Contratos Assinados p/ Venda de Casas Usadas (MoM) Dec -.3% -.7%.% -.3% Contratos Assinados p/ Venda de Casas Usadas nsa (YoY) Dec -.3% -.1% -.% -.% Deflator Core do Consumo Privado (QoQ) Q A 1.1% 1.1% 1.% -- Deflator do PIB (QoQ) Q A 1.% 1.3%.% -- NAPM-Milwaukee Jan Pedidos Subsídio de Desemprego - Acumulado jan-1 3K 991K 35K 37K Pedidos Subsídio de Desemprego - Novos jan-5 33K 3K 3K 39K PIB Anualizado (QoQ) Q A 3.% 3.%.1% Jan Chicago PMI Jan Confiança do Consumidor (Univ. Michigan) Jan F Consumo Privado - Nominal (MoM) Dec.%.%.5%.% Deflator Consumo Privado (YoY) Dec 1.1% 1.1%.9% -- Deflator Core Consumo Privado (YoY) Dec 1.% 1.% 1.1% -- Deflator Core do Consumo (MoM) Dec.1%.1%.1% -- Deflator do Consumo (MoM) Dec.%.%.% -- Índice Custos Trabalho Q.%.5%.% -- Rendimento Privado sa (MoM) Dec.%.%.% -- Japão 7-Jan Balança Comercial nsa Dec B B B B Balança Comercial sa Dec B - 11.B B B Exportações de Bens (YoY) Dec Importações de Bens (YoY) Dec Índice de Preços nas Empresas - Serviços (YoY) Dec 1.1% 1.3% 1.% 1.% -Jan Confiança das Pequenas Empresas Jan Jan Vendas a Retalho - nominais nsa (YoY) Dec 3.9%.%.%.1% Vendas a Retalho - nominais sa (MoM) Dec.3% -1.1% 1.9%.% 31-Jan Consumo Privado - Real (YoY) Dec 1.1%.7%.% -- Encomendas de Construção (YoY) Dec --.9%.% -- Fogos Iniciados anualizada Dec 1.M 1.55M 1.33M 1.37M IPC (YoY) Dec 1.5% 1.% 1.5% -- IPC ex prod aliment e energia (YoY) Dec.7%.7%.% -- IPC ex prod aliment não transformados (YoY) Dec 1.% 1.3% 1.% -- IPC Tokyo (YoY) Jan.%.7%.9% -- IPC Tokyo exc prod aliment e energia (YoY) Jan.%.3%.3% -- IPC Tokyo exc prod aliment não transformados (YoY) Jan.7%.7%.7% -- PMI Manufacturing Jan Produção de Veículos (YoY) Dec -- 1.% 1.% -- Produção Industrial nsa (YoY) Dec P 7.3% 7.3%.% -- Produção Industrial sa (MoM) Dec P 1.3% 1.1% -.1% -- Rácio de Oportunidades de Trabalho por Candidato Dec Taxa Desemprego sa Dec 3.9% 3.7%.% -- Brasil 9-Jan Empréstimos - Bancos Privados Dec -- 13B 131B 13B Empréstimos (MoM) Dec --.% 1.5% 1.% Incumprimento Individual (+ 9 dias de atraso) Dec --.7%.7%.% 3-Jan IPP - Ind. Transformadora (YoY) Dec % 5.7% 5.9% Saldo Orçamental Dec 1.B 1.5B.B 9.B Taxa Desemprego nsa Dec.%.3%.% Jan Dívida Pública Líquida (% PIB) Dec 3.% 33.% 33.9% -- Saldo Orcamental Primário Dec 11.7B 1.B 9.7B -- China -Jan Indicador Avançado Dec Lucros Industriais (YTD YoY) Dec -- 1.% 13.% -- 3-Jan PMI Manufacturing - HSBC Jan Rússia 7-Jan Investimento de Capital (YoY) Dec.%.3%.% -- IPP (YoY) Dec.% 3.7% 1.% -- Rendimento Disponível (YoY) Dec.% 1.5% 1.5%.% Salários Reais (YoY) Dec.5% 1.9%.%.1% Taxa de Desemprego nsa Dec 5.5% 5.% 5.% -- Vendas a Retalho - Reais nsa (MoM) Dec 19.% 19.%.% -- Vendas a Retalho - Reais nsa (YoY) Dec.% 3.%.5% -- Índia -Jan Banco da Índia - Rácio de Reservas de Caixa Jan-.%.%.% -- Banco da Índia - Repo Rate Jan- 7.75%.% 7.75% -- Banco da Índia - Reverse Repo Rate Jan-.75% 7.%.75% Jan Défice Orçamental Dec PIB Anual - ano fiscal 1Q R --.5%.%.7% Fonte: Thomson Reuters.; Legenda: nsa - não ajustado de sazonalidade; sa - ajustado de sazonalidade; wda - ajustado de dias úteis; saar - taxa anualizada ajustada de sazonalidade; WoW - variação semanal; MoM - variação mensal; QoQ - variação trimestral; YoY - variação homóloga; mm3m - média móvel 3 meses. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

5 EUA Crescimento do PIB nos dois últimos trimestres foi o º maior do atual período de expansão iniciado na ª metade de 9, dando argumentos à Fed para moderar ligeiramente o teor expansionista da sua política monetária De acordo com a 1ª estimativa do PIB do ºT13, o crescimento trimestral anualizado foi de 3.%, ficando em linha com as nossas expetativas e com as do mercado. Note-se que este crescimento surge depois de no trimestre anterior a economia ter avançado.1%, ao ritmo mais elevado desde o ºT11 (+.9%), sendo estes os melhores trimestres de crescimento durante o atual período de expansão iniciado no 3ºT9, apenas superados pelos crescimentos pontuais de.9% no ºT11 e de 3.7% no 1ºT1. Assim, pela ª vez consecutiva desde o início de 1, a economia cresce acima dos 3%, que corresponde ao crescimento mediano da economia americana nos últimos anos. No ºT13, a economia ficou.5% acima do máximo histórico anterior à Grande Recessão (registado no ºT7), contrariamente à Zona Euro, ao Reino Unido e ao Japão (este último podendo ter batido máximos históricos no ºT13) :Q :Q 5:Q :Q 7:Q EUA - PIB :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual 1:Q 13:Q Este abrandamento da economia surgiu após 3 acelerações consecutivas, tratando-se da 17ª subida em 1 trimestres ( anos e meio), com a exceção a ser o 1ºT11 (-1.3%). Refira-se que as sucessivas acelerações até ao 3ºT13 coexistiram com um aperto orçamental, sendo que em grande medida continuou a beneficiar do facto de o último trimestre de 1 ter sido desapontante, com o PIB praticamente a estagnar (+.1%), refletindo o impacto da intensificação da recessão na Zona Euro e alguns eventos pontuais, quer de origem natural (furacão Sandy), quer de origem política (impasse relativamente a um acordo no Congresso para evitar subidas automáticas nos impostos e cortes automáticos na despesa no início de 13). O acordo foi conseguido apenas no último dia de 1, traduzindo-se num aperto orçamental para 13 moderado (baseado num aumento de impostos e no fim de alguns benefícios fiscais (nomeadamente, o fim da redução temporária dos impostos sobre o trabalho que se vinham aplicando a todos os trabalhadores), e a partir do º trimestre também em cortes na despesa pública, com a política orçamental a permanecer acomodatícia. É assim notável que o PIB tenha crescido nos trimestres do ano de 13 a um ritmo anualizado de.7%, acima do potencial estimado pela Fed (cerca de +.%) e do crescimento médio de.% observado desde o fim da Grande Recessão de /9. Em todo o caso, em termos médio anuais, em resultado dos efeitos de base, o PIB avançou apenas 1.9% face a 1, em abrandamento após o avanço de.% em EUA - Crescimento Anual do PIB Comparando com o crescimento observado no trimestre precedente, o abrandamento do PIB refletiu principalmente as desacelerações no investimento em existências, o regresso às quedas nos gastos públicos, no investimento em construção residencial e não residencial, que não foram compensados pela aceleração do consumo e das exportações e pelo abrandamento das importações. Comparando o relatório com as nossas expetativas, as maiores surpresas negativas foram a descida do investimento em construção e o menor crescimento do consumo, que foram compensados pelo facto de o contributo da variação de existências ter sido ligeiramente positivo (e não negativo como esperávamos) e pelo facto de o contributo das exportações líquidas ter sido um pouco superior ao esperado Crescimento Anual do PIB (%) Média Média -9 Média 1-13 EUA - Crescimento do PIB (anualizado) ºT13 Contributo 3ºT13 1ª est D (p.p.) 3 ºT 13 ºT 13 1ª PIB Cons. Privado Duradouros Não-Durad Serviços Gastos Públicos Investimento Fixo Não Residencial Estruturas Eq & Softw Prop. Intelect Residencial Var. Stocks Exportações Importações Fonte : BEA. Nota (*) A Variação de Existência está expressa em Contributo para o crescimento. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 5

6 Para o 1ºT1, estimamos que o PIB cresça novamente entre.5% e 3.5%. A atividade continuará condicionada pelos efeitos dos cortes na despesa pública (embora menos do que na 1ª metade de 13), mas, ao contrário do ºT13, já não será afetada pela paralisação de muitos serviços públicos em outubro e pela incerteza então observada em resultado da possibilidade dos EUA entrarem em incumprimento, dada a impossibilidade de emitirem dívida, caso não houvesse acordo para o aumento do limite da dívida. Em dezembro houve um acordo orçamental entre Democratas e Republicanos, pelo que se espera uma melhoria da confiança dos agentes económicos e uma aceleração do emprego. Até porque o contexto internacional deverá se apresentar cada vez menos adverso, nomeadamente com o crescimento na Zona Euro e na Ásia a acelerar, ainda que se preveja um menor contributo das exportações líquidas. O contributo da variação de existências deverá continuar a reduzir-se, podendo inclusivamente ser ligeiramente negativo. Por sua vez, o consumo privado deverá desacelerar, de 3.3% para um crescimento entre.% e.%. Estes abrandamentos deverão ser contrariados por, pelo menos, uma menor redução dos gastos públicos e por uma aceleração do investimento em capital fixo, sobretudo com o regresso ao crescimento da construção residencial e da construção não residencial, sendo que o investimento em equipamentos deverá continuar a acelerar, após a pontual estabilização do 3ºT13. EUA - Evolução do PIB, da Inflação (Core) e dos Fed Funds :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 PIB - Variação Homóloga Deflator Core PCE - Variação Homóloga Fed Funds 1:1 imobiliário (para 3 mm$). Em todo o caso, a Fed continua a ter uma política monetária extremamente acomodatícia, que se tem tornado particularmente premente num momento de aperto orçamental e num quadro em que, quer a taxa de inflação, quer, sobretudo, a taxa de desemprego, se encontram afastadas do objetivo de longo prazo, pelo que o próprio PIB se encontra abaixo do potencial e da tendência pré-crise. 17, 1, 15, 1, 13, 1, 11, EUA - PIB vs Estimativa para o PIB baseado na tendencia Un: 1^9$ 1, 199:Q 1999:Q :Q 1:Q :Q 3:Q :Q 5:Q :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q 1:Q 13:Q PIB - baseado na tendencia de crescimento PIB Em meados de 13 o Presidente da Fed tinha admitido a possibilidade de no final do ano reduzir lentamente o ritmo de compras mensais de dívida, cenário que os mercados chegaram admitir que pudesse vir a ocorrer em setembro, algo que nunca chegou a ser o nosso cenário central, sendo que na reunião de dezembro o mercado até já nem esperava uma redução das compras, mas a Fed acabou por fazê-lo. A Fed reiterou que se as informações recebidas apoiam amplamente as suas expectativa de melhoria contínua das condições no mercado de trabalho e que, se a inflação voltar em direção ao seu objetivo de longo prazo, irá provavelmente reduzir o ritmo de compra de ativos em reuniões futuras. No entanto, a compra de ativos não tem um curso pré-definido, já que as decisões da Fed sobre o seu ritmo permanecerão condicionais às perspetivas para o mercado de trabalho e para a inflação, bem como à sua avaliação da provável eficácia e custos de tais compras. Admite-se, em todo o caso, que até ao final do ano a Fed deixe de comprar dívida. Refira-se que, em resultado do crescimento do º semestre de 13 e das perspetivas para 1, na sua reunião de política monetária (9-jan), a Reserva Federal norte-americana (Fed) melhorou a apreciação relativamente à situação económica dos EUA, deixando de considerar que o crescimento económico tem-se apresentado moderado, para passar a assinalar que o crescimento acelerou nos trimestres mais recentes. Esta melhoria da apreciação explica a sua decisão de moderar, pela ª reunião consecutiva, o teor expansionista da sua política monetária, em linha com as nossas e as expetativas do mercado, ao reduzir, novamente em 5 mil milhões de dólares (mm$), o ritmo de compras mensais de dívida pública (para 35 mm$) e de dívida ligada ao DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

7 Os Destaques na semana passada nos EUA PIB De acordo com a 1ª estimativa do PIB do ºT13, o crescimento trimestral anualizado foi de 3.%, ficando em linha com as expetativas do mercado (consenso: +3.%) e com as nossas próprias estimativas. Note-se que este crescimento surge depois de no trimestre anterior a economia ter avançado.1%, ao ritmo mais elevado desde o ºT11 (+.9%), sendo estes os maiores trimestres de crescimento da economia durante o atual período de expansão iniciado no 3ºT9, apenas superado pelos crescimentos de.9% no ºT11 e de 3.7% no 1ºT1. Assim, pela ª vez consecutiva desde o início de 1, a economia cresce acima dos 3%, que corresponde ao crescimento mediano da economia americana nos últimos anos. Este abrandamento da economia surge após 3 acelerações consecutivas, tratando-se da 17ª subida em 1 trimestres ( anos e meio), com a exceção a ser o 1ºT11 (- 1.3%). Refira-se que as sucessivas acelerações até ao 3ºT13 coexistiram com um aperto orçamental, sendo que em grande medida continuou a beneficiar do facto de o último trimestre de 1 ter sido desapontante, com o PIB praticamente a estagnar (+.1%), refletindo o impacto da intensificação da recessão na Zona Euro e alguns eventos pontuais, quer de origem natural (furacão Sandy), quer de origem política (impasse relativamente a um acordo no Congresso para evitar subidas automáticas nos impostos e cortes automáticos na despesa no início de 13). O acordo foi conseguido apenas no último dia do ano, traduzindo-se num aperto orçamental para 13 moderado (baseado num aumento de impostos e no fim de alguns benefícios fiscais (nomeadamente, o fim da redução temporária dos impostos sobre o trabalho que se vinham aplicando a todos os trabalhadores), e a partir do º trimestre também em cortes na despesa pública), com a política orçamental a permanecer acomodatícia. É assim notável que o PIB tenha crescido nos trimestres do ano de 13 a um ritmo anualizado de.7%, acima do potencial estimado pela Fed (cerca de +.%) e do crescimento médio de.% observado desde o fim da Grande Recessão de /9. Em todo o caso, em termos médio anuais, em resultado dos efeitos de base, o PIB avançou apenas 1.9% face a 1, em abrandamento após o avanço de.% em 1. Refira-se que o PIB excluindo a variação de existências (real final sales), considerada uma medida de crescimento core, registou um crescimento de.%, evidenciando a 3ª aceleração consecutiva (+.5% no 3ºT13; +.1% no ºT13 e apenas +.% no 1ºT13). Entre os indicadores que monitorizamos, havia pouca convergência entre as diversas estimativas: os indicadores de confiança dos consumidores (+1.%) e o indicador de confiança das pequenas empresas (+.7%) sinalizavam crescimentos fracos, mas por um lado o indicador coincidente da Conference Board (+3.%) e o CFNAI (+3.%) sinalizavam um crescimento acima do observado, enquanto outros dois sinalizam crescimentos na ordem dos 3%: o indicador ISM composite production (+.%) e o nosso US Momentum Indicator (+.9%), este último um indicador que mede a tendência de crescimento económico nos EUA (obtido através da 1ª componente principal de diversos indicadores económicos). Comparando com o crescimento observado no trimestre precedente, o abrandamento do PIB refletiu principalmente as desacelerações no investimento em existências, o regresso às quedas nos gastos públicos, no investimento em construção residencial e não residencial, que não foram compensados pela aceleração do consumo e das exportações e pelo abrandamento das importações. Comparando o relatório com as nossas expetativas, as maiores surpresas negativas foram a descida do investimento em construção e o menor crescimento do consumo, que foram compensados pelo facto de o contributo da variação de existências ter sido ligeiramente positivo (e não negativo como esperávamos) e pelo facto de o contributo das exportações líquidas ter sido um pouco superior ao esperado. No ºT13, a economia ficou.5% acima do máximo histórico anterior à Grande Recessão (registado no ºT7), contrariamente à Zona Euro, ao Reino Unido e ao Japão (este último podendo ter batido máximos históricos no ºT13). Este facto não impede a Reserva Federal (Fed) de continuar a ter uma política monetária extremamente acomodatícia (não obstante ter sido ligeiramente e consecutivamente moderada nas reuniões de 1-dez e 9-jan), que se tem tornado particularmente premente num momento de aperto orçamental e num quadro em que, quer a taxa de inflação, quer, sobretudo, a taxa de desemprego, se encontram afastadas do objetivo de longo prazo. Para o 1ºT1, estimamos que o PIB cresça novamente entre.5% e 3.5%. A atividade continuará condicionada pelos efeitos dos cortes na despesa pública (embora menos do que na 1ª metade de 13), mas, ao contrário do ºT13, já não será afetada pela paralisação de muitos serviços públicos em outubro e pela incerteza então observada em resultado da possibilidade dos EUA entrarem em incumprimento, dada a impossibilidade de emitirem dívida, caso não houvesse acordo para o aumento do limite da dívida. Em dezembro houve um acordo orçamental entre Democratas e Republicanos, pelo que se espera uma melhoria da confiança dos agentes económicos e uma aceleração do emprego. Até porque o contexto internacional deverá se apresentar cada vez menos adverso, nomeadamente com o crescimento na Zona Euro e na Ásia a acelerar, ainda que se preveja um menor contributo das exportações líquidas. O contributo da variação de existências deverá continuar a reduzir-se, podendo inclusivamente ser ligeiramente negativo. Por sua vez, o consumo privado deverá desacelerar, de 3.3% para um crescimento entre.% e.%. Estes abrandamentos deverão ser contrariados por, pelo menos, uma menor redução dos gastos públicos e por uma aceleração do investimento em capital fixo, sobretudo com o regresso ao crescimento da construção residencial e da construção não residencial, sendo que o investimento em equipamentos deverá continuar a acelerar, após a pontual estabilização do 3ºT :Q :Q 5:Q :Q 7:Q EUA - PIB :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual EUA - Crescimento do PIB (anualizado) ºT13 1:Q 13:Q Contributo 3ºT13 1ª est D (p.p.) 3 ºT 13 ºT 13 1ª PIB Cons. Privado Duradouros Não-Durad Serviços Gastos Públicos Investimento Fixo Não Residencial Estruturas Eq & Softw Prop. Intelect Residencial Var. Stocks Exportações Importações Fonte : BEA. Nota (*) A Variação de Existência está expressa em Contributo para o crescimento. 1, 17, 1, 15, 1, 13, 1, 11, EUA - PIB vs Estimativa para o PIB baseado na tendencia Un: 1^9$ :Q 1999:Q :Q 1:Q :Q 3:Q :Q 5:Q :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q 1:Q 13:Q PIB - baseado na tendencia de crescimento PIB EUA - Crescimento Anual do PIB Crescimento Anual do PIB (%) Média Média -9 Média 1-13 DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 7

8 Analisando em detalhe as diversas componentes, no ºT13 o consumo privado apresentou um crescimento de 3.3%, ficando aquém das estimativas do mercado (consenso: +3.7%) e das nossas próprias (Montepio: +3.%), mas acelerando face ao 3ºT13 (+.%) e ao ºT13 (+1.%), crescendo ao ritmo mais elevado desde o ºT1 (+.3%). O consumo apresentou o maior contributo para o crescimento do PIB (+. p.p. vs +1.3 p.p. no 3ºT13) e bateu novos níveis máximos históricos, bem como todas as suas componentes. Por detrás da aceleração esteve sobretudo o comportamento do consumo de serviços, que acelerou de apenas de.7% para.5%, em grande medida porque no 3ºT13 o consumo de energia volátil e muito dependente das condições atmosféricas ficou aquém do que é normal para a época do ano, como de resto já tinha ficado patente na redução da produção industrial do segmento de utilities. Notese, no entanto, que o consumo de serviços tem demonstrado um comportamento muito anémico ao longo de todo período pós recessão, estando nomeadamente associado ao facto do elevado desemprego jovem ter obrigado muitos jovens a manterem-se por mais tempo em casa dos seus pais, o que está patente nos números de pessoas por casa, que tem vindo a subir. A expansão do consumo de bens não duradouros acelerou de.9% para.%, registando o 9º crescimento consecutivo. Por sua vez, o consumo de bens duradouros desacelerou de 7.9% para 5.9%, penalizado pelo facto de as vendas de carros terem descido 1.7% no ºT13. Saliente-se que o consumo de bens duradouros tem apresentado crescimentos robustos em 15 dos últimos 1 trimestres, refletindo, em grande medida, a recuperação das vendas de carros. Apesar da descida trimestral das vendas de carros, é de realçar que de nov-1 a dez-13 as vendas ultrapassaram sempre as 15 milhões de unidades. Admite-se que o aumento de impostos acordado para o início de 13 em especial a subida dos impostos sobre o trabalho possa ter condicionado as vendas ao longo do ano, sendo precisamente por isso de salientar a enorme resiliência do mercado automóvel durante 13. É assim visível uma trajetória ascendente, com as vendas de dezembro a ficarem.1% acima das de igual período de 1, e com as observadas nos 1 meses do ano a ficarem 7.5% acima das registadas no período homólogo de 1. O mercado automóvel tem, portanto, acompanhado a recuperação da atividade económica, do emprego e da confiança dos consumidores, que no 3ºT13, em termos médios, permaneceu em máximos desde o final de 7, mas que no ºT13, fruto do impasse negocial entre Republicanos e Democratas, desceu, ainda que em recuperação em novembro e dezembro e permanecendo em níveis consistentes com um crescimento do consumo no ºT13 similar ao observado no 3ºT13. A própria tendência da subida dos preços da gasolina desde os mínimos de ciclo em 9 tem vindo a provocar alguma antecipação da renovação da frota automóvel, na medida em que os carros novos são energeticamente bem mais eficientes. Independentemente da questão energética, o movimento de renovação de frotas deverá continuar a suportar as vendas, na medida em que a idade média do parque automóvel atingiu mais de 11 anos de idade, um máximo histórico desde que existem registos. Além disso, a subida dos preços das casas e as baixas taxas de juro das hipotecas apesar da recente subida poderão favorecer o refinanciamento, com as famílias a utilizarem esses fundos nas aquisições de carros. A taxa de poupança desceu de.9% para.3%, após duas subidas consecutivas, aproximando-se dos.1% do 1ºT13 e afastando-se dos.% observados no ºT1, que é o valor mais elevado desde o ºT9, sendo que no ºT1 os rendimentos das famílias tinham estado empolados pela distribuição de dividendos e de bónus, em antecipação ao aumento de impostos. Fazendo a média dos 3 últimos trimestres, a taxa de poupança foi de.%, abaixo da média dos 3 trimestres anteriores (+5.1%) e dos últimos 5 anos (+5.5%), ainda que em linha com a dos últimos 1 anos (+.%). Daí que seja fundamental para o crescimento sustentável do consumo privado que o ritmo de crescimento de postos de trabalho volte a acelerar para perto do nível observado na ª metade de 1 e que não recrudesçam as pressões inflacionistas associadas às subidas dos preços das commodities nos mercados internacionais, que em diversos trimestres, quer em 11, quer em 1, foram um marcante entrave à recuperação da economia. Ao contrário do antecipado, o crescimento do investimento em capital fixo desacelerou, com o crescimento a passar de 5.9% para.9%, evidenciando um contributo de.1 p.p. (+.9 p.p. no 3ºT13), observando-se quedas no investimento em estruturas e no investimento residencial, uma desaceleração no investimento em produtos de propriedade intelectual, que não foram compensadas pela aceleração no investimento em equipamentos. O investimento residencial caiu 9.%, anulando grande parte da subida do trimestre anterior (+1.3%), contrariando as indicações dadas pelos diversos indicadores para o setor. Esta queda segue-se a 1 subidas consecutivas, mas com a atividade no setor a corresponder a apenas cerca de 55% do máximo histórico registado em 5. Note-se que o investimento em construção teve em 1 o primeiro contributo positivo para o crescimento anual do PIB desde 5, voltando a apresentar um novo contributo positivo em 13. Como tínhamos antecipado, o investimento em construção não-residencial (estruturas) abrandou, mas um pouco mais do que o que esperávamos, acabando mesmo por registar uma contração de 1.%, após ter avançado 13.% no 3ºT13, contabilizando 9 subidas nos últimos 11 trimestres e voltando, assim, a afastar-se do nível mais elevado desde o ºT9 que fora registado no ºT :Q :1 :Q 5:Q :Q EUA - Consumo Privado 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual 1:Q EUA - Vendas de Carros e Consumo de Bens Duradouros (YoY) :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Consumo de Bens Duradouros - Var. Hom. (YoY) (esc. esq.) Vendas de Carros - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) :Q :Q 5:Q EUA - Investimento Privado :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual (YoY) 1:Q 13:Q :Q DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

9 Como esperado o investimento em equipamentos acelerou (de +.% para +.9%), atingindo um novo nível máximo histórico (algo que não acontece com as demais componentes do investimento fixo), voltando assim a superar o crescimento do PIB, o que tem sido a tendência desde que a economia regressou ao crescimento no 3ºT9 (em que as exceções foram o 3ºT13, com +.%, e o 3ºT1, quando caiu). O abrandamento do investimento iniciado em 1 refletiu a incerteza relativamente ao processo de consolidação orçamental e ao próprio aperto orçamental, facto que voltou a penalizar o investimento no 3ºT13, sobretudo no final do trimestre, à medida que os Democratas e os Republicanos iam demonstrando pouco interesse em encontrar um acordo. Ainda assim, apraz registar que o investimento empresarial em equipamentos tem exibido uma resiliência notável num contexto de forte incerteza na economia mundial, em que a crise da Zona Euro se foi arrastando. No âmbito da revisão benchmark do PIB efetuada em julho, foi adicionada uma nova categoria, o investimento em produtos de propriedade intelectual, que subiu 3.% no ºT13 (+5.% no 3ºT13), apresentando agora uma performance em linha com a média do atual período de expansão dos EUA, iniciado no 3ºT9 (+3.%). A volátil componente da variação de existências foi a grande surpresa positiva deste relatório, ao apresentar um contributo positivo de. p.p., quando era esperado um contributo negativo, sobretudo porque no 3ºT13 esse mesmo contributo tinha-se cifrado em 1.7 p.p. Num contexto de referida incerteza nas negociações que se realizaram entre Democratas e Republicanos durante o 3ºT13, admitia-se que parte do contributo da variação de existências fosse indesejado, nomeadamente porque o investimento em capital acabou por abrandar no 3ºT13, quando no início desse trimestre era esperado justamente o contrário. Era neste contexto que se esperava para o ºT13 uma redução do contributo, inclusivamente para valores ligeiramente negativos, algo que deverá suceder agora no 1ºT1, ademais que o contributo médio da variação de existências no conjunto dos últimos trimestres (+. p.p.) é o mais elevado desde o 3ºT1, e justamente no trimestre seguinte (ºT1) também acabou por se observar um contributo negativo. Em todo o caso, perspetiva-se que os empresários continuem a acumular existências nos próximos trimestres, suportando a produção e o emprego, particularmente numa altura em que os rácios entre os stocks e as vendas se encontram em níveis historicamente baixos. Os gastos públicos voltaram a contribuir negativamente para o crescimento do PIB no ºT13, ao passarem de um crescimento de.% para uma queda de.9%, contabilizando-se 1 descidas em 1 trimestres, particularmente intensa no ºT1 (-.5%). Entre os gastos públicos, as despesas do Governo federal desceram 1.% (-1.5% no 3ºT13), refletindo nomeadamente as paragens de grande parte dos serviços públicos federais entre 1 e 1 de outubro, tendo-se observado uma queda de 1.% dos gastos em defesa, novamente intensa, após duas descidas bastante moderadas (-.% no ºT13 e -.5% no 3ºT13), que se tinham seguido às quedas de 11.% no 1ºT13 e de 1.% no ºT1 (a maior em anos). De resto, a descida no conjunto daqueles dois anteriores trimestres fora a maior desde 195, então em resultado da desmobilização após a Guerra da Coreia. Já do lado dos gastos excluindo defesa observou-se uma queda igualmente intensa (-1.3%), superior às observadas no 3ºT13 e no ºT13 (-3.1%), refletindo, na altura, os cortes automáticos na despesa pública, em resultado da ausência de acordo entre Democratas e Republicanos relativamente à forma de consolidação das finanças públicas. Trata-se da ª descida consecutiva após 5 trimestres de expansão, embora devendo-se ter em conta que nos 5 trimestres imediatamente anteriores se registaram apenas quedas e uma estabilização. Os gastos dos órgãos estaduais e locais da administração subiram.5%, representando a 3ª subida consecutiva (+1.7% no 3ºT13), mas apenas a ª nos últimos 17 trimestres, já que durante grande parte desse período estes organismos tiveram obrigatoriamente de controlar a despesa, na presença de fortes restrições ao endividamento. No entanto, a recuperação que se vem a observar nos impostos cobrados sugere que estes organismos poderão contrabalançar a breve trecho parcialmente os esforços de contenção que, desde 1 de março, terão que ser necessariamente aplicados a nível Federal para colocar as contas públicas numa trajetória sustentável. Finalmente, o contributo das exportações líquidas acabou por acelerar mais do que antecipávamos (à luz dos últimos dados da balança comercial), passando de.1 p.p. para 1.33 p.p.. Trata-se do º contributo positivo consecutivo (-.7 p.p. no ºT13) e do maior desde o último trimestre da Grande Recessão (ie. O ºT9). Durante o período de expansão pré Grande Recessão de /9, os contributos negativos tinham sido a regra na economia americana, uma vez que o seu suporte vem normalmente da procura interna. Note-se, no entanto, que ao longo do ano de 1, em média, observaram-se contributos positivos das exportações líquidas (+.3 p.p.), algo que voltou a suceder em 13 (+. p.p.) sensivelmente na mesma magnitude, sendo notável, porque ocorreu num contexto em que os EUA cresceram a um ritmo superior ao das restantes economias desenvolvidas. As economias emergentes têm tido um papel importante no crescimento das exportações americanas, que ao avançarem 11.% no ºT13 (+3.9% no 3ºT13) bateram novos máximos históricos. Algo que também sucede com as importações, que cresceram.9%, ainda que em nova desaceleração (+.9% no ºT13 e +.% no 3ºT13). EUA - PIB e Contributo da Variação de Existência (Non-Farm) / p.p :Q 1:Q 11:Q 1:Q 13:Q :Q :Q :Q PIB - Var. Trim. Anualizada (QoQ) Contributo da Variação de Existências (Non-Farm) :Q :Q :Q 5:Q 5:Q :Q :Q EUA - Gastos Públicos 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual EUA Importações Bens e Serviços 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual EUA Exportações Bens e Serviços 5:Q :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Var. Trim. Anualizada (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual 1:Q 1:Q 1:Q 13:Q 13:Q 13:Q DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 9

10 Política Monetária O Comité de Política Monetária (FOMC) da Reserva Federal norte-americana (Fed) decidiu, na reunião de 1 de dezembro, moderar o teor expansionista da sua política monetária, contrariando as nossas e as expetativas do mercado, ao reduzir, a partir de janeiro, o ritmo de compras mensais de dívida pública e de dívida ligada ao imobiliário, algo que chegou a ser admitido pelos mercados exatamente há 3 meses atrás, mas que, na altura, não constituía o nosso cenário central. Recorde-se que em meados do ano o Presidente da Fed já tinha admitido a possibilidade de no final do ano reduzir lentamente o ritmo de compras mensais de dívida. Se é verdade que em setembro e outubro tinha sido muito prematuro avançar com a redução de estímulos, neste momento existem alguns factos que acabam por dar alguma razão à Fed: i) a forte aceleração da economia no 3ºT13 e o facto dos indicadores para o ºT13 estarem a sinalizar um crescimento ligeiramente superior a %; iii) a aceleração do emprego acima do que se esperava há meses atrás e a redução da taxa de desemprego, encontrando-se já nos 7%, um valor que Bernanke tinha referido como podendo implicar o início da redução das compras de dívida; iii) o acordo orçamental entre Democratas e Republicanos, que reduziu os riscos sobre o crescimento económico para o próximo ano, embora a Fed tenha continuado a admitir que a política orçamental está a restringir o crescimento económico, ainda que referindo agora que a extensão da restrição pode estar a diminuir ; iv) o facto de os índices S&P 5 e Dow Jones terem registado máximos históricos levou a um aumento dos receios quanto à formação de bolhas ainda que na nossa opinião esta subida acompanhe as melhorias nos fundamentais da economia e das empresas. No entanto, vários dos objetivos ainda não foram conseguidos: i) com exceção do 3ºT13, em que 1/3 do crescimento foi empolado pela volátil variação de existências, a economia não cresce acima de 3% desde o 1ºT1; ii) a criação de empregos no 3ºT13 ficou aquém da registada nos 3 trimestres anteriores e com a média dos últimos meses a ficar em novembro, pela 5ª vez consecutiva, abaixo da marca dos mil, um valor que alguns dos responsáveis da Fed têm referido como um mínimo para considerar a criação de empregos como robusta, não obstante o registo de novembro em si (+1 mil) ter, superado esta marca; iii) a taxa de desemprego desceu em novembro, mas continua acima da taxa natural de desemprego (NAIRU), tendo em novembro a população ativa apenas aliviado de mínimos desde ag-1; iv) as taxas de juro de longo prazo estão bem acima dos níveis de final de 1, condicionando uma mais rápida recuperação do imobiliário; v) os mercados de exportação dos EUA têm evidenciado um fraco crescimento; vi) a subida da duração do desemprego em novembro para máximos desde dez-1 e ficando no 5º pior registo de sempre Recorde-se que a política da Fed está grosso modo concentrada em 3 frentes: nos dois programas de compra de ativos e no objetivo para a taxa de juro (que desde dez-1 está temporalmente condicional a valores numéricos da taxa de desemprego e de inflação). Na reunião de set-1 tinha anunciado a compra de ativos colateralizados por créditos à habitação (MBS Mortgage-Backed Securities), num total de mil milhões de dólares (mm$) por mês, sem data prevista para o seu término, e que agora foi reduzido para 35 mm$ por mês. Na reunião de dez-1 a Fed comprometera-se a comprar obrigações de dívida pública americana (treasuries) a um ritmo mensal de 5 (mm$), igualmente sem data prevista para o seu término, e que agora foi reduzido para mm$ por mês. A Fed anunciou que irá continuar a reinvestir em títulos garantidos por créditos hipotecários (MBS) das agências hipotecárias, os montantes originados pelos cupões e os principais vencidos dos títulos de dívida e MBS das mesmas agências. Em conjunto, estas medidas deverão continuar a pressionar em baixa as taxas de juro de longo prazo, a apoiar os mercados de hipotecas e a ajudar a tornar de um modo geral as condições financeiras mais acomodatícias. A autoridade reiterou agora que irá continuar com a aquisição de títulos enquanto não forem evidentes melhorias significativas no mercado laboral, num contexto de estabilidade de preços. Se as informações recebidas apoiarem amplamente as expectativa da Fed de melhoria contínua das condições no mercado de trabalho e se a inflação voltar em direção ao seu objetivo de longo prazo, a Fed irá provavelmente reduzir o ritmo de compra de ativos em reuniões futuras. No entanto, a compra de ativos não tem um curso pré-definido, já que as decisões da Fed sobre o seu ritmo permanecerão condicionais às perspetivas para o mercado de trabalho e para a inflação, bem como à sua avaliação da provável eficácia e custos de tais compras. Ao mesmo tempo, para apoiar uma recuperação económica mais forte e para assegurar a estabilidade dos preços e a manutenção da inflação em níveis mais consistentes com o seu duplo mandato, o FOMC decidiu manter a sua principal taxa de política monetária, a fed funds target rate, no seu atual nível, no intervalo de.% a.5%, e por um período de tempo após o término dos programas de compras de ativos, tempo este que desde a reunião de dez-1 deixou de ser de calendário. Efetivamente desde então a Fed deixou de fazer uma referência temporal à permanência da taxa dos fed funds em níveis historicamente baixos (anteriormente era até pelo menos meados de 15 ), optando por estabelecer uma regra numérica face aos valores das principais variáveis macroeconómicas. EUA - Evolução do PIB, da Inflação (Core) e dos Fed Funds :1 5: :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 PIB - Variação Homóloga Deflator Core PCE - Variação Homóloga Fed Funds 1: :1 1:1 11:1 1:1 13:1 1: : , 3:1 EUA - Inflação e Expectativas de Inflação Un: Índice 5. IPC. - Var. Hom. (YoY) - esc. esq. Expectativas Inflação - 1 ano (Univ. Michigan) - esc. dir. EUA - Índice de Condições Financeiras vs CFNAI Un: Índice (Score) 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 Índice de Condições Financeiras CFNAI - Média Móvel 3 meses 13:1 EUA - Taxa de Desemprego e Var. do Emprego Un: 1^3 emp. :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 Var. Emprego Não-Agrícola (esc. esq.) Tx. Desemprego (esc. dir.) 1:1 13: : DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

11 A saber, a taxa de juro manter-se-á no atual nível enquanto pelo menos: a taxa de desemprego permanecer acima de.5%, as previsões para a taxa de inflação para os próximos 1 a anos não excederem em.5 p.p. o objetivo de.% e as expectativas de inflação de longo prazo continuarem bem ancoradas. Para determinar durante quanto tempo irá manter uma postura altamente acomodatícia da política monetária, a Fed também irá considerar outras informações, incluindo medidas adicionais de condições do mercado de trabalho (não explicitou, mas a duração do desemprego tem sido referida por diversas vezes por vários responsáveis da Fed), indicadores de pressões inflacionistas e de expectativas de inflação e indicadores relativos às condições financeiras. A Fed antecipa agora, com base na avaliação desses fatores, que provavelmente vai ser adequado manter a fed funds target rate, mesmo depois da taxa de desemprego cair abaixo dos.5%, especialmente se projetar uma taxa de inflação abaixo do objetivo de longo prazo de %. Em termos de apreciação da situação económica, a Fed continuou a referir que a retoma na construção residencial abrandou um pouco nos meses recentes (recorde-se que a partir de dez-1 a Fed deixou de caraterizar a situação do setor como depressiva). Nos restantes aspetos, a apreciação ficou sensivelmente inalterada. O FOMC continuou a considerar que o crescimento económico tem-se apresentado moderado (com efeito, o crescimento anualizado do PIB no 1ºT13 foi de +1.1%, o do ºT13 de +.5% e o do 3ºT13 de +3.%, já não moderado, mas devendo no ºT13 ficar, segundo a Fed, na ordem dos +.%, sendo que as nossas expetativas são entre +.% e +.5%). Quanto às condições gerais no mercado de trabalho, a Fed refere que existem sinais de melhorias adicionais nos últimos meses, o mesmo que referia anteriormente. No entanto, continua a considerar que a taxa de desemprego permanece elevada, apreciação que está em linha com a informação pública disponível. O consumo privado tem continuado a subir, bem como o investimento empresarial em capital fixo. A inflação tem estado abaixo do objetivo de longo prazo da Fed, uma apreciação em linha com o que referia anteriormente. As expectativas de longo prazo para a inflação mantiveram-se estáveis. Em termos prospetivos, o FOMC considera que, com uma política monetária bastante acomodatícia, o crescimento da economia deverá acelerar e a taxa de desemprego descer gradualmente para níveis consistentes com o mandato dual da instituição. A autoridade monetária considerou que os riscos para a atividade económica e para o mercado de trabalho ficaram mais balanceados, quando há meses atrás considerava que existiam mais riscos descendentes. Note-se que, na reunião anterior, foi retirada do comunicado pós-reunião a afirmação de que as condições financeiras ficaram mais restritivas nos meses recentes, um risco que a Fed vinha identificando e que, se sustentado, poderia ditar o abrandamento o ritmo de melhoria da economia e do mercado de trabalho. Ao nível da estabilidade de preços, referiu, pela ª reunião consecutiva, que uma taxa de inflação persistentemente abaixo de % cria riscos para o crescimento económico, ainda que antecipe que a inflação se irá mover para o seu objetivo de médio prazo. Anteriormente (até à reunião de junho) apenas referia que a inflação ficaria sobre ou abaixo da taxa que julga ser consistente com o seu duplo mandato. Note-se que esta nova afirmação encontra-se em linha com o que fora defendido em junho por James Bullard, que considerava que a Fed deveria sinalizar mais fortemente a sua vontade de defender o seu objetivo de inflação, à luz das recentes baixas leituras dos indicadores de inflação. Recorde-se que na reunião de jan-1 a Fed passou a considerar como objetivo para a inflação um crescimento de % do deflator do consumo privado, enquanto do lado do emprego passou a ter como referência a taxa de desemprego de longo prazo estimada pelos seus responsáveis, que neste momento está no intervalo de 5.% a 5.%, substancialmente superior ao que era vários anos atrás. Na definição da política monetária, a Fed irá procurar mitigar os desvios da inflação da sua meta de longo prazo e os desvios da taxa de desemprego do seu valor de referência. Estes objetivos são geralmente complementares. No entanto, nas circunstâncias em que a Fed julgar que os objetivos não são complementares, segue-se uma abordagem balanceada de modo a atingi-los, tendo em conta a magnitude dos desvios e os horizontes temporais potencialmente diferentes sobre as quais o emprego e a inflação são projetados regressarem aos níveis considerados consistentes com seu mandato. Após 7 reuniões consecutivas, Esther L. George, a Presidente da Reserva Federal de Kansas City, votou com a maioria, já que anteriormente mostrava-se contrária aos fortes estímulos dados pela Fed, receando que estes contribuam para a criação de desequilíbrios económicos e financeiros e que, ao longo do tempo, possam causar um aumento nas expectativas de inflação de longo prazo. Desta feita houve também uma dissidência, mas no sentido contrário, ou seja, no sentido da manutenção dos estímulos, com Eric S. Rosengren a defender que a taxa de desemprego ainda é elevada e que com a taxa de inflação bem abaixo da meta, as mudanças no programa de compra são prematuras até que os dados futuros indiquem mais claramente que o crescimento económico se manterá sustentadamente acima da sua taxa potencial. EUA - Fed Funds vs Estimativa baseada na Duração do Desemprego :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Fed Funds Estimativa baseada na Duração do Desemprego 1:1 EUA - Evolução do PIB, da Inflação (Core) e dos Fed Funds :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 PIB - Variação Homóloga Deflator Core PCE - Variação Homóloga Fed Funds 1:1 DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 11

12 Aconteceu na semana passada nos EUA Emprego O número de novos pedidos de subsídio de desemprego subiu mais do que o esperado na semana terminada em 5 de janeiro, de 39 mil para 3 mil (consenso: 33 mil), contabilizando apenas a 5ª subida das últimas 1 semanas, afastando-se sensivelmente de mínimos de meses e ficando agora mais afastado dos 9 mil observados há 19 semanas (que são um nível mínimo desde mar-, bem antes do início da última recessão). Recorde-se que no início de dezembro tinha-se observado fortes subidas, atingindo então máximos desde mar-13, numa volatilidade que resulta sobretudo do facto de ter ocorrido o feriado de Ação de Graças, que provoca normalmente grandes oscilações nas semanas adjacentes ao feriado. Note-se que os pedidos de subsídio de desemprego são bastante voláteis, pelo que importa olhar para a média móvel de semanas (mms), que já mesmo no final de 1 apresentava leituras consistentes com os fundamentos económicos e que praticamente estabilizou, após 3 descidas consecutivas, contabilizando apenas 1 subidas em 9 semanas, embora permanecendo aquém dos mínimos desde mai-7 observados no final de setembro. Ao subir de 33 para 33 mil indivíduos, a variável aproximou-se da barreira psicológica dos 3 mil, permanecendo nos últimos meses em níveis compatíveis com uma criação de postos de trabalho no setor privado entre 1 e mil, valores bem superiores aos 7 mil criados em dezembro (o total do emprego não-agrícola subiu em 7 mil naquele mês). Importa contudo ter em mente que os novos pedidos de subsídio de desemprego refletem sobretudo os despedimentos, sendo que ao nível das contratações os dados têm-se revelado mais fracos. O último dado quantitativo disponível revelou que no trimestre terminado em novembro as ofertas de emprego subiram para um novo máximo desde mai-. Já em janeiro, ao nível dos indicadores qualitativos da indústria transformadora, os indicadores regionais de emprego, em média, subiram, sinalizando um crescimento do emprego a um ritmo superior ao do mês anterior, algo que não sucedeu na componente de emprego do indicador nacional PMI Manufacturing da Markit (estimativa preliminar). Do lado dos consumidores, as indicações continuaram a ser positivas, já que, conjuntamente, as componentes referentes à situação do emprego e às expetativas de emprego do indicador de confiança dos consumidores, calculado pela Conference Board, sinalizavam uma criação de postos de trabalho de mil, um valor superior aos 7 mil criados em dezembro e superior às expetativas do mercado para janeiro, sendo também ligeiramente superior ao valor central que é sinalizado pelos novos pedidos de subsídio de desemprego. Depois do desapontante relatório do emprego de dezembro, em que a criação de empregos no ºT13 não conseguiu atingir os mil, ficando-se pelos 515 mil, ligeiramente acima do 3ºT13 (+5 mil, a 1ª aceleração após 3 trimestres de abrandamento), estes dados dos novos pedidos de subsídio de desemprego sugerem que no 1ºT1 o emprego poderá continuar a acelerar e a aproximar-se daquela marca de mil. No entanto, trata-se de crescimentos moderados comparativamente a outros períodos de expansão e, sobretudo, comparativamente à velocidade da perda de empregos registada durante a Grande Recessão. Este facto acaba assim por continuar a corroborar a manutenção de estímulos por parte da Fed, não obstante a autoridade ter vindo em 9-jan, pela ª reunião consecutiva, anunciar que irá continuar a reduzir ligeiramente o ritmo de compras mensais de dívida pública e de dívida privada a partir, em resultado dos sinais de aceleração da atividade económica e da redução do desemprego. Un: Índice Un: Milhares (escala invertida) : , -1, EUA - Índice Regionais de Emprego vs Pedidos Semanais 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 1: Índice Regionais de Emprego - média 7 (esc. esq.) Novos Pedidos Subsídio Desemprego - Média Semanas (esc. dir.) EUA - Variação do Emprego Não-Agrícola vs Pedidos Semanais Un: 1^3 Empregos Un: 1^3 Empregos : :1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 1: Variação do Emprego Não-Agrícola Pedidos Subs. Desemprego - MM Semanas - esc dir. e invertida (escala invertida) : : EUA - Desemprego vs Empregos Oferecidos 5: : 7: : 9: 1: 11: 1: Taxa de Desemprego (esc. esq.) Taxa de Empregos Oferecidos (esc. dir.) 13: DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

13 Confiança dos Consumidores A estimativa final de janeiro do indicador de confiança dos consumidores da Universidade de Michigan veio rever em alta a estimativa preliminar, de. para 1. pontos, superando as expetativas do mercado (consenso: 1. pontos), embora ficando ainda aquém dos.5 pontos de dezembro. Contudo, com esta queda mensal reverteu muito pouco do acréscimo do mês anterior (+7. pontos), que levou o indicador a afastar-se pelo º mês consecutivo dos 73. pontos de outubro (que é um mínimo desde dez-1) e a subir para um máximo desde julho, quando atingiu o nível mais elevado desde jul-7 (antes da economia ter entrado na anterior recessão). Se olharmos para os seus habituais determinantes, vemos que a confiança dos consumidores encontra-se aquém dos fundamentais económicos, não obstante o valor fundamental do indicador de confiança ter observado uma diminuição, refletindo um comportamento misto (mas, em média, ligeiramente desfavorável) dos diversos indicadores. Com efeito, os registos relativos ao emprego revelaram um comportamento ligeiramente pior do que no mês anterior, observando-se uma criação do emprego no bimestre dez/nov inferior à do bimestre anterior, enquanto a taxa de desemprego desceu no bimestre. Por sua vez, registou-se uma marginal descida do crescimento dos indicadores relativos aos preços das casas. A condicionar o indicador estiveram também a desaceleração dos preços das ações e a aceleração da inflação mensal em dezembro, nomeadamente o regresso aos crescimentos dos preços da gasolina, cujo índice é um dos mais sensíveis para os consumidores e que mais impacto tem ainda que enviesadamente nas suas expetativas de inflação. De facto, as expectativas de inflação para o horizonte de 1 meses subiram de 3.% para 3.1%, aliviado pelo º mês consecutivo de um mínimo desde out-1. Por seu lado, as expectativas para o horizonte de 5 anos passaram de.7% para.9%, revertendo a desaceleração do mês anterior e aliviando de mínimos desde mar-9 (se bem que partilhado com vários meses). Esta descida do indicador de Michigan resultou de quedas de ambas as componentes, com a relativa às expectativas a descer pela 1ª vez nos últimos 3 meses, mas revertendo muito pouco da melhoria do mês anterior, que havia levado o índice a aliviar de mínimos desde nov- 11, para máximos desde agosto, aproximando-se então do registo de junho, quando atingiu máximos desde out-1, que é a leitura mais elevada desde jul-7. Por seu lado, a componente que mede a situação corrente desceu pela 5ª vez nos últimos meses, mas revertendo apenas 1/5 da melhoria de dezembro, que havia levado o indicador a recuperar de mínimos desde janeiro, para máximos desde julho, que é valor mais elevado desde jul-7, encontrandose, não obstante esta descida, desde nov-11 acima do limiar que historicamente é consistente com acréscimos no consumo privado. Indicador compósito Neste momento já são conhecidos 5 indicadores para o mês de janeiro, observando-se 3 subidas e duas descidas, sendo que as indicações mistas, mas em média positivas, consistentes com um cenário de melhoria da confiança dos consumidores, acompanhando a aceleração da economia e do emprego. O indicador da Bloomberg, desceu no º registo semanal de janeiro, apresentando em termos mensais igualmente uma descida, fazendo uma pausa na recuperação dos mínimos desde out- 1 registados em outubro e depois de em julho ter-se observado o nível mais elevado desde dez-7. Verificaram-se descidas nas suas 3 componentes. O índice relativo ao estado da economia desceu ligeiramente, após duas subidas consecutivas, em que aliviara dos mínimos desde set-1 registados em outubro, afastando-se assim dos máximos desde jan- observados em julho. O indicador referente às finanças pessoais aliviou de máximos desde set-13, que é por sua vez um máximo desde mar-, estando ainda condicionado pelos aumentos de impostos que entraram em vigor em jan-13, em resultado do acordo entre Democratas e Republicanos e, mais recentemente, da subida das taxas de juro de longo prazo de referência para as hipotecas. O índice referente à predisposição para consumir desceu igualmente, após duas subidas consecutivas, sendo o único que mais do que anulou a subida do mês anterior, aproximando-se dos mínimos desde mar-13 registados em ago-13, sendo que duas semanas antes estaria a atingir o valor mais elevado desde out-7. Recorde-se que, num relatório paralelo ao indicador semanal (publicado duas semanas antes), o indicador mensal de expetativas relativamente à economia americana, calculado igualmente pela Bloomberg, apresentou um melhor comportamento, subindo para um máximo de 5 meses. O indicador da RBC subiu em janeiro pelo º mês consecutivo, após duas quedas, ficando agora apenas.3 pontos abaixo do registo de junho, quando atingiu o valor mais elevado desde dez- 7, ou seja, uns meses antes de ser conhecida a falência da Lehman Brothers. O indicador da IBD/TIPP subiu pelo 3º mês consecutivo, mas ainda não anulou a descida de outubro, continuando a ser o indicador que revela um maior pessimismo, sinalizando uma subida fraca do consumo no mês, de /3 do crescimento que o conjunto dos demais indicadores que seguimos sugeria para dezembro (+.%). O indicador da Conference Board subiu em janeiro de 77.5 para.7 pontos, registando a ª subida consecutiva, com o indicador a passar em dois meses de mínimos desde abril, para máximos desde agosto, dos.1 pontos registados em junho, quando atingiu máximos desde jan-. Analisando os índices específicos do indicador, observaram-se subidas na sua generalidade, com exceção do indicador de expetativas de emprego, que corrigiu apenas 1/7 da subida do mês anterior. Assim, o índice relativo à situação da economia subiu pelo º mês consecutivo, após duas quedas consecutivas, ascendendo a níveis máximos desde jan-, sendo que o índice relativo às expectativas para a economia subiu pelo 3º mês consecutivo, mas ainda não recuperando da descida de outubro, que o tinha colocado em mínimos desde março, permanecendo assim aquém do registo de setembro, quando atingiu um máximo desde fev-11. O índice relativo à situação do emprego subiu também pelo 3º mês consecutivo, atingindo um máximo desde set-, ao passo que as expectativas para o emprego registaram, como referido, uma descida. O índice de situação sinaliza um ritmo de criação de empregos no setor privado de mil, um valor superior aos 7 mil criados em dezembro e superior às expetativas do mercado para janeiro, sendo também ligeiramente superior ao valor central que é sinalizado pelos novos pedidos de subsídio de desemprego (entre 19 e 1 mil). Já o índice referente às expectativas para o emprego sinaliza uma criação de postos de trabalho de 17 mil, sendo que conjuntamente os dois indicadores sinalizam uma criação de postos de trabalho de mil. Em resultado das melhores perspetivas relativamente à evolução do emprego, o índice relativo às expetativas para o rendimento regressou às subidas, após quedas consecutivas, atingindo máximos desde agosto, quando atingiu o nível mais elevado desde fev-11. Assim, em janeiro o nosso indicador compósito para a confiança dos consumidores americanos obtido através da média ponderada dos 5 principais indicadores de confiança dos consumidores deverá subir pelo 3º mês consecutivo, após quedas consecutivas, aliviando em 3 meses de um mínimo desde dez-11 para máximos desde junho, quando atingiu o valor mais elevado desde o início do outono de 7. Cenário para o consumo No ºT13, o nosso indicador compósito para a confiança dos consumidores sinalizava um crescimento anualizado de 1.9% do consumo, mas este acabou por crescer 3.3%, não obstante o impasse negocial que se viveu no Congresso. Para o 1ºT1, o indicador sinaliza um crescimento de.5%, prevendo-se que o consumo cresça entre.% e 3.%, ou seja, a meio caminho entre a média dos crescimentos trimestrais de 13 (+.%) e a mediana dos crescimentos dos últimos anos (+3.%). EUA - Ind. Confiança Consumidor da Univ. Michigan Ind. Confiança Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Michigan Situação Expectativas : :Q1 5:1 EUA - Consumo Anualisado (QoQ) vs Conf. Consumidor Composite 199:Q1 :1 199:Q1 Previsão - 1Q1 YoY:./QoQ Anz:.5 :Q1 :Q1 :Q1 Valor EUA - Confiança e Consumo Privado :Q1 :Q1 1:Q1 Variação Un: Índice 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 1:Q1 13:1 Un: Indice 1 1:Q1 Consumption - QoQ Anualiz. (esc. esq.) Consumer Confidence - Quarterly Average (esc. dir.) 1:1 Confiança do Consumidor Uni. Michigan - (esc. esq.) Consumo Privado (YoY) (esc. dir.) EUA - Indicadores de Confiança dos Consumidores Valor Variação Ind. Confiança Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Conference Board Bloomberg IBD Michigan RBC EUA - Contributos para Conference Board Contributos Dez Jan-1 Sit - Economia..7 Sit - Emprego.3. Exp - Economia Exp - Emprego Exp - Rendiment : Un: Índice 11:7 11:1 EUA - Confiança dos Consumidores 1:1 1: 1:7 Conf. Board (esc. esq.) IBD/TIPP (esc. esq.) 1:1 13:1 13: 13:7 Un: Índice 13:1 1:1 Univ. Michigan (esc. esq.) Bloomberg (esc. dir.) DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 13

14 Atividade Industrial O indicador da atividade industrial do distrito da Reserva Federal de Dallas subiu em janeiro de 3.7 para 3. pontos, superando as expectativas do mercado (consenso: +3.5 pontos), registando a ª subida consecutiva e encontrando-se em terreno positivo pelo º mês consecutivo, o que se verificou em 1 dos últimos 1 meses, permanecendo num nível superior à sua média histórica (+1.7 pontos, no período /13). O cenário traçado pelos diversos índices parcelares (que não concorrem para o índice geral) foi ainda mais favorável, tendo-se observado subidas em todos os indicadores, com o indicador PMI obtido através das 5 principais componentes a recuperar da queda do mês anterior, atingindo 5.5 pontos, que é o valor mais elevado desde jul-13, encontrando-se no verde, neste caso pelo 13º mês consecutivo, e agora novamente acima da sua média histórica (pela 3ª vez em meses). O importante índice de novas encomendas subiu pela 1ª vez em 3 meses, e de forma intensa, regressando a terreno positivo e atingindo um máximo desde jun- 13, encontrando-se pela 1ª vez em meses acima da sua tendência histórica. O índice de produção registou também uma forte subida, ficando pela 1ª vez em meses abaixo do indicador de novas encomendas, apresentando-se pelo º mês consecutivo abaixo da sua média histórica (de +1.3 pontos), depois de 3 meses acima da mesma. Já o índice de emprego evidenciou a ª subida consecutiva, encontrando-se acima da sua média histórica, pela ª vez nos últimos 7 meses. O indicador (qualitativo) da atividade industrial do distrito da Reserva Federal de Richmond desceu de 13 para 1 pontos em janeiro, depois de ter estabilizado no mês anterior, revelando uma leitura um pouco mais desfavorável que a aguardada pelo mercado (consenso: +13 pontos), mas permanecendo praticamente colado aos 1 pontos registados em agosto, que são o valor mais elevado desde mar-11, evidenciando pelo 3º mês consecutivo um nível superior à sua média histórica. Em termos dos índices específicos, o comportamento foi misto, com 7 subidas e 3 descidas. Depois de no mês anterior se terem destacado pela negativa (ao evidenciar as maiores subidas), o índice de tempos de entregas dos fornecedores e o importante índice de novas encomendas evidenciaram das maiores subidas, com o primeiro a ficar agora em terreno neutro e o º ainda mais positivo e acima da sua média histórica, e no caso das novas encomendas permanecendo relativamente perto do registo de agosto, quando atingiu um máximo desde dez-1. O indicador de emprego registou a maior descida, após 3 subidas consecutivas, mas contabilizando meses em terreno positivo e encontrando-se acima da sua média histórica, que é negativa. Destaque para o índice de utilização da capacidade instalada, que fez máximos desde abr-1. Nos indicadores prospetivos, o índice relativo à atividade nos próximos meses registou uma descida ligeira, a ª consecutiva, mas não revertendo ainda a intensa subida de novembro, encontrando-se pelo 3º mês consecutivo acima da sua média histórica. O PMI da atividade industrial da região de Milwaukee registou uma inesperada descida, de 5.3 para 5. pontos (consenso: 5.5 pontos), aproximando-se um pouco mais do registo de maio, num mês em que, com.7 pontos, fez um mínimo desde abr-9 (ainda durante a Grande Recessão). Em todo o caso, o PMI sinaliza uma subida da atividade pela 7ª vez em meses, tendo-se registado um abrandamento em 3 das suas 5 componentes, que não foram compensadas pelas acelerações registadas nas componentes de produção e de stocks. Ainda assim, o índice de stocks continuou no vermelho O índice de produção subiu pela 1ª vez em 3 meses, aproximando-se do registo de outubro, quando atingiu um máximo desde jun-11 e a evoluir acima da tendência histórica, ao passo que as novas encomendas voltaram a abrandar, tendo inclusivamente sinalizado uma ligeira contração. O índice de emprego registou a ª maior desaceleração, mas continuou acima do limiar da expansão, afastando-se do registo de setembro, quando atingiu um máximo desde jun-1 e aproximando-se ligeiramente do registo de maio, quando fez mínimos desde pelo menos abr-11 (aquando da revisão da metodologia do indicador). A componente de entregas registou também uma descida, corrigindo de níveis máximos desde fev-1. O indicador PMI da atividade da região de Chicago desceu em janeiro, de. para 59. pontos, mas acabando por ficar acima das expectativas do mercado (consenso: 59. pontos). Tratou-se da 3ª queda consecutiva, com o indicador a afastar-se do máximo desde mar-11 atingido em outubro. Em todo o caso, permanece longe dos 9. pontos atingidos em abril, que representam mínimos desde set-9, sinalizando pela ª vez em 11 meses, um crescimento da atividade económica na região acima da sua média histórica (+5. pontos). Note-se que a partir de out-1 apenas por uma vez o indicador não ficou acima do limiar de expansão dos 5 pontos (em abr-13: 9. pontos). Observaram-se descidas apenas em duas das suas 5 componentes, na de entregas e, especialmente, na de emprego, que ficou ligeiramente no vermelho e em mínimos desde abr-13 (quando sinalizou a única destruição de empregos no ano de 13), ficando agora ligeiramente aquém da tendência histórica. O importante índice de novas encomendas subiu apenas pela 1ª vez em 3 meses, mas sinalizando um crescimento acima dos padrões históricos e acima do registado pela produção, sendo que em outubro tinha expandido ao maior ritmo desde out-. Também o índice de carteira de encomendas subiu, aproximando-se do máximo desde mar-11 atingido em outubro, e depois dos mínimos desde set-9 observados em junho. O comportamento das encomendas é consistente com o facto de a produção continuar a crescer acima da média histórica, tendo acelerado, sendo que desde out-9 apenas por uma vez sinalizou uma contração marginal. Fazendo a contabilidade geral dos 7 surveys regionais para o mês de janeiro, cuja contagem ficou completa com o registo do indicador de Chicago, observaram-se 3 descidas (Richmond, Milwaukee e Chicago), registando-se subidas nos índices gerais das restantes regiões (Filadélfia, Nova Iorque, Kansas City e Dallas). No entanto, também já em janeiro o indicador nacional PMI Manufacturing da Markit tenha revelado na estimativa preliminar um abrandamento, pelo que se admite que o indicador nacional ISM Manufacturing possa permanecer bem acima dos 5 pontos (o limiar da expansão), ainda que em níveis inferiores aos de dezembro, quando desceu de 57.3 para 57. pontos, permanecendo praticamente em máximos desde abr-11. É neste contexto que, depois de no ºT13 a atividade industrial ter acelerado fortemente (não obstante os efeitos das paragens dos serviços públicos na 1ª metade de outubro), se espera um novo robusto crescimento no 1ºT1. A produção industrial deverá assim registar no 1ºT1 o 19º trimestre consecutivo de expansão, sequência sem paralelo nas outras grandes economias desenvolvidas (Zona Euro, Japão ou Reino Unido). Refira-se que os indicadores regionais sugerem um crescimento do PIB de 3.% no 1ºT1, dentro do limite do nosso intervalo de previsão (entre +.5% e +3.5%) : :1 EUA - Atividade Regional (Richmond Fed) vs ISM Un: Índice 5:1 :1 7:1 :1 Richmond Fed (esc. esq.) Un: Índice 5:1 9:1 1:1 11:1 1:1 Un: Índice 13:1 1:1 ISM Manufacturing (esc. dir.) EUA - Chicago PMI vs ISM Manufacturing :1 7:1 :1 Chicago PMI 9:1 1:1 11:1 1:1 ISM Manufacturing Un: Índice 13:1 1:1 EUA - Indicadores Regionais e ISM Manufacturing Indicadores Regionais Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Phily Fed NY Fed Richmond Fed Dallas Fed KC Fed Chicago PMI Milwaukee PMI Média Regionais versão PMI ISM Manufacturing :1 Un: Índice 5:1 Valor Variação EUA - Atividade Regional (Dallas Fed) vs ISM :1 7:1 :1 Dallas Fed (esc. esq.) 9:1 1:1 11:1 1:1 Un: Índice 13:1 1:1 ISM Manufacturing (esc. dir.) DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

15 Investimento As encomendas de bens duradouros registaram um decréscimo de.3% em dezembro, quando o mercado esperava uma subida (consenso: +1.%) e tendo ademais recaído sobre dados revistos em baixa, com o acréscimo de novembro a passar de 3.5% para.%. Com este registo, a variável corrigiu de níveis máximos desde jun-13, que por sua vez representam máximos históricos. A contribuir para a variação deste tipo de encomendas esteve, como é habitual, a volátil componente de material de transporte (-9.5% vs +7.9% no mês anterior), onde se observou um decréscimo de 17.5% no material aeronáutico, neste caso depois de no mês anterior ter subido 1.1%. Uma vez que também se observou uma descida das componentes menos voláteis das encomendas de bens duradouros, o tom geral do relatório revelouse globalmente negativo, tendo ao nível das entregas se registado também quedas, embora não alterando o nosso cenário de aceleração do investimento em equipamentos no ºT13. Com efeito, a componente core das novas encomendas de bens duradouros (bens de investimento excluindo defesa e material aeronáutico) desceu 1.3%, anulando metade da subida do mês anterior (que foi revista dos anteriores +.5%), revelando um resultado bastante mais desfavorável que o esperado pelo mercado (consenso: +.3%). Apesar deste decréscimo, o crescimento médio dos últimos 3 meses apenas abrandou (de +.3% para +.%), mas o crescimento dos últimos meses ficou mais negativo (passou de -.1% para -.5%) e com o crescimento dos últimos 1 meses a permanecer em.5%. Igualmente menos favoráveis foram as indicações para a evolução do investimento dadas pelos registos das entregas de bens de investimento excluindo defesa e material aeronáutico, que desceram.% (+.3% em novembro), ficando igualmente aquém das expetativas do mercado (consenso: +.1%) e corrigindo de níveis máximos históricos. Não obstante, pelo 1º mês consecutivo (e contrariamente ao que se verificava no final de 1), a tendência destes dados apresenta-se menos desfavorável do que a das encomendas, com o respetivo crescimento médio nos últimos 1 meses a apresentar-se ainda um pouco inferior ao daquelas (+.% vs +.5%, respetivamente). Em todo o caso, depois de no 3ºT13 o investimento empresarial em equipamentos ter registado um ligeiro crescimento anualizado de.%, em desaceleração (+3.3% no ºT13), atingindo um novo nível máximo histórico (algo que não acontece com as demais componentes do investimento fixo), mas desta feita não conseguindo superar o crescimento do PIB (+.1%), no ºT13 regressou às acelerações e superou o crescimento do PIB, o que tem sido a tendência desde que a economia regressou ao crescimento no 3ºT9 (em que, para além do 3ºT13, a outra exceção tinha sido o 3ºT1, quando caiu). O abrandamento do investimento iniciado em 1 refletiu a incerteza relativamente ao processo de consolidação orçamental e ao próprio aperto orçamental, facto que voltou a penalizar o investimento no 3ºT13, sobretudo no final do trimestre, à medida que os Democratas e os Republicanos iam demonstrando pouco interesse em encontrar um acordo. Ainda assim, apraz registar que o investimento empresarial em equipamentos tem exibido uma resiliência notável num contexto de forte incerteza na economia mundial, em que a crise da Zona Euro se foi arrastando. Por sua vez, os stocks de bens duradouros subiram.% (+.3% no mês anterior), evidenciando no ºT13 um crescimento médio mensal superior ao observado no 3ºT13, devendo-se igualmente ter observado uma aceleração em termos reais. A volátil componente da variação de existências foi a grande surpresa positiva do relatório do PIB do ºT13, ao apresentar um contributo positivo de. p.p., quando era esperado um contributo negativo, sobretudo porque no 3ºT13 esse mesmo contributo tinha-se cifrado em 1.7 p.p. Num contexto de referida incerteza nas negociações que se realizaram entre Democratas e Republicanos durante o 3ºT13, admitia-se que parte do contributo da variação de existências fosse indesejado, nomeadamente porque o investimento em capital acabou por abrandar no 3ºT13, quando no início desse trimestre era esperado justamente o contrário. Era neste contexto que se esperava para o ºT13 uma redução do contributo, inclusivamente para valores ligeiramente negativos, algo que deverá suceder agora no 1ºT1, ademais que o contributo médio da variação de existências no conjunto dos últimos trimestres (+. p.p.) é o mais elevado desde o 3ºT1, e justamente no trimestre seguinte (ºT1) também acabou por se observar um contributo negativo. Em todo o caso, perspetiva-se que os empresários continuem a acumular existências nos próximos trimestres, suportando a produção e o emprego, particularmente numa altura em que os rácios entre os stocks e as vendas se encontram em níveis historicamente baixos EUA - Encomedas de Bens Duradouros (Nominais) - -1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Encomendas de Bens Duradouros sa (MoM) (esc. esq.) Encomendas de Bens Duradouros excl. Transp sa (MoM) (esc. dir.) EUA - Invest. Empresarial Equipam. vs Enc. Bens Duradouros :Q :Q :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q 1:Q :Q 1:Q Investimento (nominal) - Var. Hom. (YoY) (esc. esq.) Encomendas Bens Duradouros -Lags - (YoY) (esc. esq.) Enc. Bens Dur. Excl. Def. e Mat. Aero. -Lags - (YoY) (esc. esq.) Un: Meses :1 EUA - Produção Industrial e Rácio entre Stocks e Vendas :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Prod. Ind. - Var. Hom. (YoY) - esc. esq. Rácio Stocks/Vendas mm3m (Comércio e Indústria) - esc. dir. Rácio - média histórica - esc. dir DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 15

16 1993:1 199:1 1995:1 199:1 1997:1 199:1 1999:1 :1 1:1 :1 3:1 :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Comentário Semanal de Economia e de Mercados Consumo Privado O consumo privado, em termos nominais, subiu.% em dezembro, superando as expetativas do mercado (consenso: +.%), mas representando uma desaceleração face ao mês anterior (+.% em outubro, revisto em alta em +.1 p.p.). Em termos reais, o consumo privado subiu.%, depois de no mês anterior ter avançado.%, batendo novos níveis máximos históricos. Nos últimos 1 meses apenas por duas ocasiões o consumo real caiu, em ago-1 e out-1, esta última refletindo em grande medida o facto de muitas lojas terem encerrado aquando da passagem do furacão Sandy, com os cortes de eletricidade a pesarem igualmente no consumo de serviços. O consumo de bens duradouros desceu 1.%, após ter subido.1% no mês anterior, prejudicado pela evolução na sua principal componente as vendas de automóveis, que em número tinham caído naquele mês, corrigindo de máximos desde mai-7, e aliviando assim de níveis máximos históricos. O consumo de bens não-duradouros subiu 1.% (+.% no mês anterior), para novos níveis máximos históricos, apresentando neste mês uma melhor performance que a observada nas componentes core das vendas a retalho. Os gastos em serviços subiram.%, pelo 5º mês consecutivo (+.% em outubro), renovando níveis máximos históricos. Em termos trimestrais, no ºT13, o consumo privado apresentou um crescimento anualizado de 3.3%, acelerando face ao 3ºT13 (+.%) e ao ºT13 (+1.%), crescendo ao ritmo mais elevado desde o ºT1 (+.3%).Por detrás da aceleração do consumo no ºT13 esteve sobretudo o comportamento do consumo de serviços, que acelerou de apenas de.7% para.5%, em grande medida porque no 3ºT13 o consumo de energia volátil e muito dependente das condições atmosféricas ficou aquém do que é normal para a época do ano, como de resto já tinha ficado patente na redução da produção industrial do segmento de utilities. Note-se, no entanto, que o consumo de serviços tem demonstrado um comportamento muito anémico ao longo de todo período pós recessão, estando nomeadamente associado ao facto do elevado desemprego jovem ter obrigado muitos jovens a manterem-se por mais tempo em casa dos seus pais, o que está patente nos números de pessoas por casa, que tem vindo a subir. A expansão do consumo de bens não duradouros acelerou de.9% para.%, registando o 9º crescimento consecutivo. Por sua vez, o consumo de bens duradouros desacelerou de 7.9% para 5.9%, penalizado pelo facto de as vendas de carros terem descido 1.7% no ºT13. Para o 1ºT1, o nosso indicador compósito para a confiança dos consumidores sinaliza um crescimento de.5%, prevendo-se que o consumo cresça entre.% e 3.%, ou seja, a meio caminho entre a média dos crescimentos trimestrais de 13 (+.%) e a mediana dos crescimentos dos últimos anos (+3.%). Preços O deflator do consumo privado subiu.% em dezembro (consenso: +.%), após ter estabilizado durante dois meses, tendo o respetivo crescimento homólogo acelerado de.9% para 1.1%, em linha com as expetativas do mercado, afastando-se dos.7% de novembro (o menor crescimento desde out-9). O deflator core do consumo privado subiu.1%, em linha com as expectativas do mercado, tendo o respetivo crescimento homólogo acelerado de 1.1% para 1.%, aliviando de um mínimo desde mar-11. Ao contrário do que sucede com o crescimento homólogo do IPC core, o crescimento homólogo do deflator core do consumo privado desde out- que não ultrapassa os %, o target da Fed para a inflação (medida através do deflator do consumo privado). Destaca-se também o facto de o crescimento anualizado nos últimos três meses se encontrar, pela 1ª vez consecutiva, abaixo dos %, tendo em dezembro permanecido nos 1.1%. Na última reunião (9-jan), a Fed considerou que a inflação tem estado abaixo do objetivo de longo prazo da Fed, uma apreciação em linha com o que referia anteriormente. As expectativas de longo prazo para a inflação mantiveram-se estáveis. Em termos prospetivos, referiu, pela 5ª reunião consecutiva, que uma taxa de inflação persistentemente abaixo de % cria riscos para o crescimento económico, ainda que antecipe que a inflação se irá mover para o seu objetivo de médio prazo. Anteriormente (até à reunião de junho) apenas referia que a inflação ficaria sobre ou abaixo da taxa que julga ser consistente com o seu duplo mandato. Note-se que esta nova afirmação encontra-se em linha com o que fora defendido em junho por James Bullard, que considerava que a Fed deveria sinalizar mais fortemente a sua vontade de defender o seu objetivo de inflação, à luz das recentes baixas leituras dos indicadores de inflação. Estes riscos deflacionistas favorecem a manutenção de estímulos por parte da Fed, não obstante a autoridade ter vindo em 9-jan, pela ª reunião consecutiva, anunciar que irá continuar a reduzir ligeiramente o ritmo de compras mensais de dívida pública e de dívida privada a partir, em resultado dos sinais de aceleração da atividade económica e da redução do desemprego :1 EUA - Consumo Privado e Deflator do Consumo :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Consumo Privado - Variação Mensal (esc. esq.) Deflator do Consumo - Variação Homóloga (esc. dir.) EUA - Indicadores de Preços Core IPC Core - Var. Hom. (YoY) Deflator Core do Consumo Privado- Var. Hom. (YoY) DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

17 1993:1 199:1 1995:1 199:1 1997:1 199:1 1999:1 :1 1:1 :1 3:1 :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Comentário Semanal de Economia e de Mercados Rendimento Em dezembro o rendimento das famílias estabilizou face ao mês anterior, quando era esperado um crescimento (consenso: +.%) e depois de no mês anterior ter subido.%. Os rendimentos do trabalho, que são a maior fonte de rendimento das famílias e que tendem a estar mais correlacionados com o consumo privado, estabilizaram também, após acréscimos consecutivos (+.5% no mês anterior), encontrando-se em níveis máximos históricos. Admite-se que em janeiro se possa observar um regresso ao crescimento destes rendimentos, já que o emprego deverá ter crescido a um ritmo superior ao de dezembro. O rendimento disponível real desceu.%, pela ª vez nos últimos meses, depois de ter subido.1% no mês anterior e afastando-se do registo de setembro, quando atingiu o nível máximo desde dez-1, quando foram registados máximos históricos (o anterior máximo datava de mai-, quando os rendimentos foram suportados por cheques fiscais da Administração Bush). O forte crescimento de dez-1 tinha estado empolado por alguns efeitos não repetíveis, nomeadamente, a distribuição de dividendos e a distribuição de bónus que normalmente ocorrem em janeiro e que foram antecipadas devido aos aumentos de impostos e de contribuições para a segurança social que tiveram lugar no dia 1-jan-13. A posterior descida de janeiro resulta da dissipação quer da antecipação daqueles rendimentos, quer do aumento de impostos, sendo que a robusta subida de fevereiro também resulta de efeitos de base, já que o mês de janeiro foi mais fraco do que habitual justamente pelas razões referidas. Em termos homólogos, o rendimento disponível real caiu.7% (+.% no mês anterior), devido a estar a comparar com o referido mês atípico de dez-1, crescendo menos do que o consumo (+.5%, face ao período homólogo), algo que tem praticamente constituído uma regra desde fev-11, com exceção de set-13 e nov-1 e dez-1. As anteriores desacelerações no rendimento disponível real, que se iniciaram a partir de finais de 1, revelam a importância que a escalada dos preços das commodities teve na delapidação do rendimento das famílias e, consequentemente, no fraco crescimento do consumo privado na 1ª metade de 11, sendo que a subida dos preços no início de 1 se refletiu sobretudo em reduções da taxa de poupança. No mês de dezembro a taxa de poupança desceu de.3% para 3.9%, valores bem inferiores aos registados no final de 1 (+.7% em dez-1), obviamente refletindo também os referidos movimentos associados com os rendimentos, aproximando-se dos 3.% registados em jan-13, que são o nível mais baixo desde abr-, ou seja, quando a economia já se encontrava em recessão e perto do fim da época do crédito fácil. No trimestre terminado em dezembro a taxa de poupança foi de.3%, abaixo da registada no 3ºT13 (+.9%), caindo após duas subidas trimestrais consecutivas, encontrando-se agora aquém da taxa média dos últimos 1 anos (+.%), bem como da dos últimos anos (+5.%) e da dos últimos 5 (+5.5%). A taxa de poupança do ºT1 (+.%) continua a ser o valor mais elevado desde o ºT9, sendo que no ºT1 os rendimentos das famílias tinham estado empolados pela distribuição de dividendos e de bónus, em antecipação ao aumento de impostos. Fazendo a média dos 3 últimos trimestres, a taxa de poupança foi de.%, abaixo da média dos 3 trimestres anteriores (+5.1%) e dos últimos 5 anos (+5.5%), ainda que em linha com a dos últimos 1 anos (+.%). Daí que seja fundamental para o crescimento sustentável do consumo privado que o ritmo de crescimento de postos de trabalho volte a acelerar para perto do nível observado na ª metade de 1 e que não recrudesçam as pressões inflacionistas associadas às subidas dos preços das commodities nos mercados internacionais, que em diversos trimestres, quer em 11, quer em 1, foram um marcante entrave à recuperação da economia :1 EUA - Consumo Privado e Rendimento Disponível Un: Índice (Jun =1) :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 Consumo Privado Rendimento Disponível 11:1 1:1 13:1 EUA - Taxa de Poupança (% Rendimento Disponível) Taxa de Poupança (mm3m) Taxa de Poupança - média 5 anos Taxa de Poupança - média 1 anos Taxa de Poupança - média 15 anos Taxa de Poupança - média anos DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 17

18 Imobiliário Vendas de Casas Novas As vendas de casas novas desceram 7.% em dezembro, para 1. mil unidades (em termos anualizados), ficando aquém da mediana das expectativas do mercado (consenso: 55 mil) e representando a ª descida após 3 subidas, a última das quais bastante intensa (+1.9%) e que haviam levado a variável a recuperar de um mínimo desde jul-1, para um máximo desde jul-. Importa relembrar que as vendas de casas novas são na realidade contratos de compra e venda e, dessa forma, interessa comparar com a performance do número de contratos assinados (mas não concluídos) de transações de imóveis usados, que em dezembro registaram a 7ª descida consecutiva, condicionados pela subida das taxas de juro das hipotecas e pela paragem de muitos serviços públicos resultante do impasse que se vivia entre Democratas e Republicanos. As taxas de juro de referência a 3 anos da Freddie Mac estão longe dos mínimos históricos observados em nov-1 e em dez-1, que resultaram das então novas medidas de estímulo da Fed que visavam justamente diminuir estas taxas de juro, sendo que as expetativas de gradual remoção dessas medidas (como veio a acontecer na reunião de 1-dez) espoletaram uma subida das taxas de juro de longo prazo nos EUA durante o verão, ainda que o facto de em setembro a Fed não ter iniciado a remoção de estímulos tenha provocado uma descida das taxas em outubro, mas voltando a subir em novembro e dezembro. Efetivamente, segundo dados da Freddie Mac, a taxa de juro média a 3 anos para o crédito hipotecário subiu de.% em novembro, para.% em dezembro, igualando os.% de setembro, quando atingiram um máximo desde jul-11 (.55%), permanecendo naturalmente acima dos 3.35% observados em dez-1. Mas as vendas de casas novas e logo a atividade de construção poderão sofrer um impulso resultante do facto de os preços das casas usadas terem vindo a subir, motivados por exíguos níveis de stocks de casas à venda, algo que há muito vem a suceder com as casas novas. Regressando aos dados das vendas de casas novas, vinha sendo visível uma tendência de recuperação, no início de 13 provavelmente excessivamente empoladas por condições meteorológicas mais favoráveis, e que acabou por ser contrariada durante o verão e o início do outono, justamente quando as taxas de juro começaram a subir. Neste sentido, saliente-se o facto de a média móvel de 3 meses das vendas de casas novas ter subido em dezembro pela 3ª vez (consecutiva) em meses, situando-se apenas 1.% abaixo do registo de março (um máximo desde o verão de ), e bem acima do mínimo de sempre registado no trimestre terminado em ago-1 ( mil). Recorde-se que a Fed deixou desde dez-1 de referir nos seus comunicados de política monetária que o imobiliário residencial se encontra em níveis depressivos. Assim, depois de em 11 as vendas de casas novas terem sido as mais baixas desde a criação deste indicador (em 193), em 1 subiram cerca de 1%, pela 1ª vez em 7 anos e ao ritmo mais elevado desde 193, tendo em 13 avançado 1.%, para mil, o valor mais elevado desde (5 mil), embora ainda bastante abaixo do registo de 7 (77 mil) e sobretudo dos 1 15 mil observados em média de 3 a, em plena bolha imobiliária. As vendas de 13 corresponderam a cerca de % do que se esperaria atendendo à população dos EUA, sendo este o º ano consecutivo em que fica aquém do que seria expetável, após 15 anos sempre acima. Este facto acaba por explicar o porquê de haver um grande gap entre as vendas e os registos da confiança dos construtores (NAHB), tendo a confiança em janeiro se situado perto do registo de agosto (quando atingiu máximos desde nov-5) e continuando acima dos padrões históricos, e sendo historicamente compatível com vendas superiores a 7% às efetivamente registadas em dezembro). A fraqueza da procura, traduzida nos (apesar de tudo) baixos níveis de vendas, tem desincentivado a colocação à venda de novas habitações, que têm vindo praticamente sempre a cair após o pico de jul-. No entanto, a tendência de recuperação que se foi observando nas vendas poderá estar a começar a inverter-se, tendo o stock de novas habitações subido em 13 dos últimos 17 meses (acabou por descer de outubro a dezembro, para mínimos desde jul-13), sendo que nos últimos 1 meses apenas por vezes os stocks caíram (contabilizando-se 1 subidas e uma estabilização), quando nos anteriores 5 anos quase sempre tinham assinalado quedas, que culminaram em mínimos desde a criação do indicador, em 193. Notese que o stock de casas colocadas à venda corresponde a pouco mais de metade da sua média histórica, facto que tenderá a desencadear um aumento das construções, assim as vendas prossigam com o movimento de recuperação. A evolução dos preços revelou comportamentos assimétricos face ao mês anterior, e abrandamento face ao período homólogo, tanto ao nível dos preços médios, como dos preços medianos. Os preços dependem quer da importância de cada região no total das vendas (na região Oeste, onde os preços das casas são normalmente mais elevados, seguida do Nordeste), quer do mix de tipologias vendidas durante o mês, sendo que, no caso das casas usadas, a associação de imobiliárias (NAR) referiu que se observou no início de 1 um enviesamento nas transações em favor das casas de menor dimensão/qualidade devido ao acesso ao crédito ter vindo a ser dificultado pelos bancos, por via da redução dos limites máximos dos empréstimos e pelo agravamento comparativo das taxas de juro. Os preços de venda continuam a ser um grande problema para os construtores, mas, de acordo com a NAHB, já não tanto como há uns meses, uma vez que o aumento dos custos com as matérias-primas torna ainda difícil colocar no mercado casas a preços competitivos, em especial quando têm que concorrer com os praticados no mercado secundário, em geral, e com os preços a desconto das vendas sob stress, em particular, embora seja de referir que as vendas de casas sob stress têm vindo a diminuir (e o próprio desconto face ao valor das transações normais ), o que tem explicado a recuperação dos preços das casas usadas face ao período homólogo, os quais tinham anteriormente caído para além dos fundamentais EUA - Rácio das Vendas de Casas Novas nas Vendas Totais 3:1 :1 Un: 1^ :1 :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 Rácio Vendas Casas Novas no Total Média Móvel de 3 meses Média Histórica (1999-1) EUA - Vendas de Casas Novas e Usadas 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Un: 1^ 1. 1:1 Vendas de Casas Usadas saar (esc. esq.) Vendas de Casas Novas saar (esc. dir.) 13:1 EUA - Vendas de Casas Valor Var. Mensal Var. Homól. Novas (1^3) Nov Dez Nov Dez Nov Dez Vendas Stocks Usadas (1^) Vendas Stocks nsa Stocks sa Contratos Usadas (Índice) Preços Novas Médio Mediano Preços Usadas Médio Mediano EUA - Confiança na Construção (NAHB) vs Vendas de Casas Novas Un: meses 1, :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Confiança na Construção - NAHB (esc. esq.) Vendas de Casas Novas (esc. dir.) 1: , 1, 1, DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

19 Imobiliário Contratos Assinados p/ Vendas de Casas Usadas Em dezembro, o número de contratos assinados para venda de casas usadas, que antecipa, com um a dois meses, as vendas de casas usadas, registou um decréscimo de.7%, bem superior ao esperado pelo mercado (consenso: -.3%) e tendo ademais recaído sobre dados revistos em baixa, com o registo de novembro a passar de um crescimento de.% para uma queda de.3%, perfazendo-se 7 descidas consecutivas, sendo que a de dezembro é a maior desde mai-1, prejudicada pelas condições meteorológicas adversas sentidas. Durante o final do verão e o início do outono, a atividade foi prejudicada pela incerteza vivida no congresso devido ao orçamento do ano fiscal e ao levantamento do limite de endividamento dos EUA, sendo que, recorde-se, entre os dias 1 e 1 de outubro muitos serviços públicos federais estiveram mesmo encerrados, devido à não entrada em vigor do Orçamento de Estado para o ano fiscal de 13/1. Assim, observa-se uma queda acumulada de 17.% nestes últimos 7 meses, mas que surge depois de um forte acréscimo de 5.% em maio, que representou o maior ritmo de crescimento desde mai-11 (+.%) e o º maior desde abri-1 (+9.%) altura em que os contratos foram empolados pelo aproximar do término da ª fase do programa para apoio à compra de casa e antes desse período só se verificaram valores na ordem desses no início de 7), e que tinha colocado a variável em máximos desde dez-. Assim, nestes 7 meses, os contratos passaram de máximos desde abr-1, para mínimos desde out-11. O número de contratos assinados situa-se cerca de 19.% acima dos mínimos observados após a expiração da ª fase do crédito fiscal de apoio à aquisição de casas. Em dezembro, as vendas de casas novas (que são, formalmente, contratos e não transações já concluídas) caíram 7.% (o º decréscimo consecutivo, embora após 3 subidas, revertendo muito pouco da intensa subida de 1.9% em outubro), um comportamento ainda assim menos desfavorável do que o observado pelos contratos para venda de casas usadas (-.7%), com o crescimento homólogo a apresentar-se superior também nas casas novas (+.5% vs -.1%, respetivamente), algo que tem sido a norma desde o início de 1, mas que não fora a tendência desde mai-1, sendo que deverá continuar a observar-se nos próximos tempos crescimentos superiores nas vendas de casas novas, nomeadamente se estas evoluírem em paralelo com a confiança dos construtores (NAHB), ainda que tal não venham a suceder com a mesma intensidade. Efetivamente, as vendas de casas novas 13 corresponderam a cerca de % do que se esperaria atendendo à população dos EUA, sendo este o º ano consecutivo em que fica aquém do que seria expetável, após 15 anos sempre acima. Este facto acaba por explicar o porquê de haver um grande gap entre as vendas e os registos da confiança dos construtores (NAHB), tendo a confiança em janeiro se situado perto do registo de agosto (quando atingiu máximos desde nov-5) e continuando acima dos padrões históricos, e sendo historicamente compatível com vendas superiores a 7% às efetivamente registadas em dezembro). Recorde-se que as casas usadas tinham anteriormente vindo a merecer uma preferência maior por parte dos consumidores, beneficiadas pelos preços atrativos resultantes do enorme fluxo de execuções hipotecárias (as quais no ºT13 caíram para o nível mais baixo desde o ºT). Os preços médio e mediano das casas usadas subiram ligeiramente face ao mês anterior e aceleraram face ao período homólogo, neste último caso crescendo pela ª vez (consecutiva), embora aquém do crescimento de agosto, que foi o mais elevado desde out-5. Refira-se que no caso do preço mediano tinham-se observado 1 meses consecutivos com crescimentos de dígitos, observando-se agora dois meses abaixo daquela marca (+9.% em novembro e 9.9% em dezembro). Estes dados de dezembro dos contratos sugerem uma descida das vendas de casas usadas em janeiro, o que deverá constituir a ª descida em 5 meses (+1.% em dezembro). Note-se que a evolução dos contratos tem-se revelado até aqui mais intensa do que a das vendas (embora nos últimos anos se tenha registado um elevado nº de cancelamentos). Recorde-se que as vendas de casas usadas, que ficaram em dezembro num total anualizado de.7 milhões de casas, apresentam-se desde ago- 1 num nível já historicamente compatível com subidas dos preços, sendo que já o era, pelo 5º mês consecutivo, quando comparado com o stock de casas usadas (rácio de existências sobre vendas), o que, de facto, já começa a ser visível nos índices de preços de casas, como o S&P Case/Shiller ou o índice da FHFA. Trata-se de algo que também é essencial para a recuperação das vendas, na medida em que as expectativas de quedas nos preços tendem elas próprias a desencadear uma espiral deflacionista em virtude de espoletarem um adiamento das decisões de aquisição de casas, com vista a adquirirem posteriormente a preços mais baixos. Do lado da procura, a NAR vinha anteriormente a referir que as vendas de casas se tinham alastrado cada vez mais aos proprietários habitantes e não apenas a investidores, sendo visível um crescente interesse por parte de todos os potenciais compradores, numa recuperação que se estava a observar em linha com todos os fundamentos subjacentes: uma recuperação da formação de famílias, taxas de juro em níveis historicamente baixos. No entanto, a NAR também vinha a referir que a erosão do poder de compra das famílias tem condicionado as vendas de casas, nomeadamente o facto de as taxas de juro estarem agora superiores ao que eram há um ano atrás. As taxas de juro de referência a 3 anos da Freddie Mac estão longe dos mínimos históricos observados em nov-1 e em dez-1, que resultaram das então novas medidas de estímulo da Fed que visavam justamente diminuir estas taxas de juro, sendo que as expetativas de gradual remoção dessas medidas (como veio a acontecer na reunião de 1-dez) espoletaram uma subida das taxas de juro de longo prazo nos EUA durante o verão, ainda que o facto de em setembro a Fed não ter iniciado a remoção de estímulos tenha provocado uma descida das taxas em outubro, mas voltando a subir em novembro. Efetivamente, segundo dados da Freddie Mac, a taxa de juro média a 3 anos para o crédito hipotecário subiu de.% em novembro, para.% em dezembro, igualando os.% de setembro, quando atingiram um máximo desde jul-11 (.55%), permanecendo naturalmente acima dos 3.35% observados em dez-1. A NAR reconhece que as subidas das taxas e dos preços das casas podem travar o ímpeto de crescimento da atividade no setor, embora refira que uma aceleração do emprego ao longo de 1 poderia à partida compensar esses fatores. Mas continua a referir que persistem várias fricções do mercado: i) os stocks reduzidos limitam as escolhas dos compradores em muitas áreas; ii) maiores taxas de juro significa que a acessibilidade para a compra já não é tão favorável como era; iii) os critérios de concessão de crédito restritivos estão a manter fora do mercado alguns compradores qualificados que de outra forma teriam condições para concluir a compra : EUA - Vendas de Casas Usadas e Contratos Assinados Un: 1^ :1 5:1 :1 7:1 Vendas de Casas (esc. esq.) Un: 1^ :1 1:1 :1 9:1 1:1 11:1 Un: Índice 1:1 13: Contratos Assinados (esc. dir.) EUA - Stocks de Casas Usadas para Venda :1 3:1 :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Stocks de Casas Usadas para Venda Média Média Valor Var. Mensal Var. Homól. Nov Dez Nov Dez Nov Dez Contratos Vendas Usadas DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 19

20 1975: : :11 191:11 193:11 195:11 197:11 199: : : : : :11 1:11 3:11 5:11 7:11 9:11 11:11 13:11 Comentário Semanal de Economia e de Mercados Já relativamente aos preços, estes ainda estão historicamente atrativos, particularmente numa altura em que a economia tem vindo a criar empregos e as rendas estão a aumentar, pelo que as condições de acessibilidade à compra de casa durante o ºT1 foram as segundas mais favoráveis desde que existem dados comparáveis (197). No entanto, em agosto o índice de acessibilidade caiu para um mínimo desde nov-, embora tendo emntre setembro e novembro subido e se encontrado ainda no percentil 5%. Este índice de acessibilidade é, diga-se, ilusório, pois existem custos e barreiras que vão para lá da taxa de crédito imobiliário historicamente baixa, como sejam o reduzido valor de avaliação das habitações, que limita os montantes financiados e obriga as famílias a terem um pé-de-meia para passarem à fase de conclusão do negócio. O canal de crédito tem sido sistematicamente um entrave ao normal desenvolvimento da atividade económica, tendo, como referido, novamente a NAR salientado este constrangimento a propósito dos dados das vendas de dezembro. Neste contexto, as vendas a pronto pagamento continuaram a ocupar uma importante fatia do total de transações (3%, o mesmo que em novembro), em grande parte devido às compras por motivo de revenda (investidores), que foram responsáveis por 1% do total das vendas, mais do que no mês anterior (19%) mas o mesmo que no período homólogo (19%). A escassez de oferta tem suportado as subidas nos preços os quais, note-se, durante a Grande Recessão tinham caído para níveis aquém dos fundamentais, pelo que, depois de terem avançado.% em 1 e 11.% em 13, a NAR prevê um aumento de 5.3% em 1 e de.1% em 15, embora com fortes assimetrias a nível local. Relativamente às vendas de casas usadas, no ano de 1 vendas tinham aumentado 9.% face a 11, ao maior ritmo desde, enquanto em 13 registou-se uma subida de 9.1% para 5.9 milhões, atingindo nível mais elevado desde, quando foram vendidas umas insustentáveis. milhões de casas, no final do boom imobiliário. Para 1, a NAR prevê uma marginal subida para 5.11, seguida de um acréscimo de 3.% em 15, considerando que os níveis de 13 já estão praticamente em linha com os padrões normais face à população dos EUA. Imobiliário Preços Os preços das casas nas principais áreas metropolitanas, medidos pelo índice S&P/Case-Shiller, registaram uma variação homóloga positiva de 13.71% em novembro, a 1ª consecutiva após meses com quedas (+13.1% no mês anterior), num comportamento que ficou ligeiramente aquém das expetativas do mercado (consenso: +13.%), mas crescendo ao ritmo mais elevado desde fev-, suportados pelo reduzido número de casas usadas para venda no mercado. Em termos mensais, considerando os dados ajustados de sazonalidade, registou-se uma subida de.%, a ª consecutiva (+1.5% no mês anterior), com os preços a continuarem a recuperar de mínimos desde jan-3 registados em mar-1, estando agora no nível mais elevado desde jun-. Observaram-se subidas mensais em 1 das áreas metropolitanas (dados não ajustados de sazonalidade), sendo que desde dez-1 todas registam subidas homólogas, com Nova Iorque a continuar a exibir o menor crescimento (+5.9%), mas pelo º mês consecutivo a par de Cleveland (+5.9%), enquanto a maior subida foi pelo º mês consecutivo observada em Las Vegas (+7.9%). O índice nacional de preços de casas (HPI) da Agência Federal de Financiamento da Habitação (FHFA) avançou.1% em novembro, pela ª vez consecutiva e renovando máximos desde jun-. A média móvel de 3 meses a forma como é calculado o índice S&P/Case-Shiller registou um crescimento de.%, o 5º consecutivo, tendo os preços atingido máximos desde jun-. As recentes subidas dos índices S&P/Case-Shiller em outubro expandiu 1.1%, pelo 1º mês consecutivo e FHFA (que tem vindo a recuperar dos mínimos desde dez-3 observados em mai- 11) podem ser entendidas como um sinal de gradual recuperação do imobiliário americano. Sem uma estancagem no movimento de quedas nos preços das casas, o imobiliário nunca poderia iniciar uma recuperação sustentável, na medida em que as expectativas deflacionistas contribuem para o adiamento das decisões de compra de casas, o que alimenta as quedas nos preços. Em termos homólogos, o indicador da FHFA apresentou um crescimento de 7.%, o º consecutivo, após ter estado em queda ininterrupta desde o verão de 7, período que correspondeu ao agravamento da crise do segmento de crédito imobiliário de risco (subprime), estando assim.9% abaixo dos máximos de abr-7 e num nível aproximado ao observado no início de 5. A leitura do FHFA é limitada pelo universo que abrange, cingindo-se aos preços das casas compradas com base em títulos garantidos por créditos hipotecários emitidos pelas agências Fannie Mae e Freddie Mac. Esta realidade, aliada ao facto de a bolha imobiliária ter sido mais intensa nas maiores áreas metropolitanas, justifica o porquê de o índice S&P/Case-Shiller se encontrar no mês de outubro ainda 19.9% abaixo do máximo histórico. Os preços das casas tinham vindo a ser pressionados pelo fraco nível de vendas, mas que desde ago-1 passou a ser historicamente compatível com subidas dos preços. De resto, quando comparado com o stock de casas usadas (rácio de existências sobre vendas), este já se revelava em dezembro compatível, pelo 5º mês consecutivo, com crescimentos nos preços, que só não se consubstanciam em maiores subidas devido às execuções hipotecárias e às vendas a descoberto (que no conjunto são as chamadas distressed sales). As execuções hipotecárias (embora aqui também se observe um desagravamento) continuam efetivamente a apresentar um contributo decisivo para que os preços das casas permaneçam abaixo do seu valor de equilíbrio de longo-prazo neste momento, e apesar das recentes recuperações, em cerca de 5% a 1%, a avaliar pelo modelo de longo-prazo desenvolvido pelo Montepio para o mercado imobiliário norte-americano, com base no índice S&P/Case-Shiller EUA - Racio Stocks/Vendas Casas Usadas vs Preços Un: meses : :1 1:1 :1 3:1 :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Racio Stocks/Vendas Casas Usadas (esc. invertida) Preços - Case/Shiller cidades - var. hom. (esc. dir.) Un: Índice (Jan.=1) 5:11 :11 EUA - Preço das Casas 7:11 :11 9:11 1:11 11:11 1:11 S&P/Case-Shiller - áreas metropolitanas FHFA - Nacional mm3m US Houses Prices (Equilibrium=) :11 DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

21 Zona Euro Semana de divulgação de muitos dados, com os fracos dados sobre a evolução da moeda e do crédito a deverem justificar uma maior atenção do BCE na reunião desta semana Na semana passada foram divulgados bastantes dados macroeconómicos e abrangendo diversos tópicos desde a atividade económica até ao mercado laboral e à inflação, passando ainda pelo crédito, destacando-se a evolução favorável e sensivelmente em linha com o esperado pelo mercado evidenciada pelos indicadores do confiança da Comissão Europeia (CE), já referentes ao 1ºT1, sugerindo uma aceleração do crescimento económico neste início de trimestre, corroborando as nossas perspetivas de uma aceleração da economia no total do trimestre (mostram-se compatíveis com um acréscimo do PIB de.% no 1ºT1, ligeiramente superior aos.3% por nós defendidos) :Q :Q 9:Q 1:Q Zona Euro - PIB 11:Q 1:Q 13:Q Crescimento Trimestral 1:Q Previsão 15:Q De resto, os restantes dados de atividade conhecidos (os de natureza quantitativa, ainda referentes ao ºT13 e que se revelaram tendencialmente negativos, como as leituras de dezembro das vendas a retalho alemãs e espanholas e dos gastos de consumo dos franceses) também não vieram alterar o nosso cenário para a economia da Zona Euro no ºT13 embora eliminando os riscos ascendentes que antes destes dados se identificavam sobre a nossa estimativa. Com efeito, continuamos a apontar para um acréscimo de.% no ºT13, depois de a economia ter crescido.1% no 3ºT13, em desaceleração face aos.3% do ºT13, mas confirmando a saída da recessão técnica em que se encontrava desde o ºT11. Espera-se que no ºT13 a região tenha continuado a ser essencialmente impulsionada pela Alemanha (estimamos +.% vs +.3% no 3ºT13). Não obstante, estima-se para esse trimestre também crescimentos nas restantes 3 maiores economias da região (+.1% em França, +.1% para Itália e +.3% Espanha, neste último caso tendo já sido conhecida também na semana passada a estimativa inicial do PIB). Mas não obstante a confirmação da saída de recessão e os sinais cada vez mais animadores de recuperação do ritmo de crescimento da região, a verdade é que a recente recessão prolongou-se durante demasiado tempo (desde o ºT11 até ao 1ºT13), tendo naturalmente deixado mossa no mercado laboral, com os últimos dados a revelarem algum alívio da taxa de desemprego, mas permanecendo muito próxima dos níveis máximos históricos observados entre abr-13 e set-13. As pressões inflacionistas, por seu lado, voltaram a aliviar, continuando a revelar um caracter essencialmente temporário, ao passo que a evolução da massa monetária e do crédito continuaram a sugerir condições financeiras bastante restritivas, devendo estes últimos dados acabar por justificar uma maior atenção na reunião do Conselho de Governadores do BCE que decorrerá na próxima quinta-feira (dia -fev). Uma reunião de onde não se esperam decisões muito relevantes de política monetária, mas onde terão naturalmente ganho força as medidas que visem, designadamente, contrariar esta escassez de crédito na economia, como sendo, por exemplo, a introdução de condicionalidade no acesso dos bancos a futuras operações do BCE de cedência extraordinária de liquidez (LTRO), de forma a garantir que essa liquidez introduzida no sistema seja canalizada em maiores proporções para a economia real trata-se de um procedimento idêntico ao do Banco de Inglaterra (BoE) com o Funding for Lending Scheme (FLS). Com efeito, e começando precisamente por analisar com mais detalhe os dados conhecidos sobre a evolução do crédito e da moeda, estes continuaram, de facto, a sugerir condições financeiras muito restritivas na Zona Euro: segundo dados de dezembro do BCE, o crescimento homólogo do agregado monetário M3 desacelerou de 1.5% para 1.%, contrariando as expetativas do mercado e fazendo mínimos desde set- 1; ao passo que o crédito ao setor privado viu intensificado o ritmo de queda (-.% vs -1.% no mês anterior), contraindo consecutivamente há quase dois anos (1 meses) e continuando a sugerir condições financeiras restritivas :1 Zona Euro - M3 e Empréstimos ao Setor Privado :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 M3 - Var. Hom. (YoY) Empréstimos ao Setor Privado - Var. Hom. (YoY) 13:1 Ainda assim, refira-se os resultados mais animadores do inquérito de janeiro do BCE aos bancos da Zona Euro, que deixam antever algumas melhorias para o 1ºT1, com os bancos a esperam um alívio transversal dos critérios de concessão de empréstimos, que deverá ser relativamente nulo no caso das empresas não financeiras, e mais intenso no caso dos empréstimos a particulares. Relativamente à procura de empréstimos, os bancos esperam uma melhoria transversal, apontando para acelerações da procura tanto no segmento de empresas, como no de particulares, com destaque para o crédito à habitação. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

22 Relativamente à evolução da atividade, refira-se a um nível mais agregado, e compreendendo informação referente aos principais setores de atividade na região, bem como aos consumidores a leitura de janeiro do indicador de sentimento económico (ESI), que subiu.5 pontos, para 1.9 pontos, superando pelo º mês consecutivo a sua média de longo-prazo depois de ter estado mais de dois anos ( meses) abaixo da mesma, e revelando uma leitura sensivelmente em linha com a esperada pelo mercado. Tratou-se da 9ª subida consecutiva, com o indicador a recuperar de mínimos desde ago-9, para máximos desde jul-11. O aumento do sentimento económico em janeiro refletiu comportamentos maioritariamente favoráveis, com novas subidas de confiança nos serviços, no comércio a retalho e na confiança dos consumidores, e quedas na indústria e na construção, este último setor continuando a evidenciar a situação mais desfavorável :Q1 Zona Euro - GDP (QoQ) vs Economic Sentiment :Q 5:Q Previsão - 1Q1 YoY:1.1/QoQ:. :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Un: Indice 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) Economic Sentiment (Quarterly Average) (esc. dir.) Em termos trimestrais, segundo cálculos do Montepio, o ESI sinaliza crescimentos do PIB de.3% no ºT13 e de.% no 1ºT1 (ainda com a leituras de fevereiro e março em falta), sensivelmente em linha com os sugeridos atualmente pelos indicadores PMI (+.% e +.%, respetivamente), mas tratando-se, como referido acima, de resultados ligeiramente mais favoráveis do que as nossas perspetivas. O nosso indicador compósito para o PIB sugere um acréscimo de.% no ºT13, seguido de uma expansão de.3% no 1ºT1. Refletindo os ainda fracos níveis de atividade económica e a recente passagem da região por uma recessão técnica (entre o ºT11 e o 1ºT13) que se foi traduzindo numa perda líquida de postos de trabalho desde o 3ºT11, com o emprego no 3ºT13 a ficar virtualmente em mínimos desde o ºT5, os últimos dados continuaram a revelar um mercado laboral bastante deteriorado. Efetivamente, segundo as estimativas do Eurostat, a taxa de desemprego cifrouse nos 1.% em dezembro, um valor abaixo do esperado pelo mercado (consenso: 1.1%) e que representa uma estabilização (as leituras de outubro e novembro foram revistas em baixa, de 1.1% para 1.%), encontrando-se neste nível desde outubro, mas apenas a.1 p.p. dos níveis máximos históricos desde o início da série (jul-9). Acresce que os indicadores mais prospetivos relativos a janeiro sinalizaram uma ligeira subida de postos de trabalho na economia no mês e nos seguintes, embora a um ritmo que não deverá ser ainda suficiente para provocar um alívio da taxa de desemprego em janeiro :1 :1 5:1 Zona Euro - Taxa de Desemprego :1 7:1 :1 9:1 1:1 Taxa de Desemprego 11:1 1:1 13:1 Por último, relativamente à inflação medida pela taxa de variação homóloga do IPCH, assistiu-se, de acordo com a estimativa preliminar, a uma descida em janeiro de.% para.7%, contrariando as expectativas do mercado de uma ligeira subida (consenso: +.9%). Tratou-se da ª descida dos últimos 7 meses, revertendo agora totalmente a subida de novembro e regressando ao nível de out-13, encontrando-se em mínimos desde nov-9. A evolução da inflação homóloga em janeiro esteve associada ao comportamento dos preços da energia, que mais do que reverteu a aceleração do mês anterior, regressando novamente às quedas (-1.% vs.% em dezembro), bem como dos preços dos bens alimentares, álcool e tabaco (desaceleraram de +1.% para +1.7%) mas continuando a evidenciar o maior ritmo de crescimento e dos preços dos bens industriais não energéticos (diminuíram de +.3% para +.%). Excluindo os voláteis preços da energia, alimentação, álcool e tabaco, a variação homóloga do IPCH core subiu ligeiramente de.7% para.%, aliviando de mínimos desde o início da série (jan-97), mas revertendo apenas metade da diminuição do mês anterior, passando a estar novamente um pouco acima do índice geral, depois de tal já se ter observado também nos meses de outubro e novembro, ainda que estas tenham sido as únicas 3 vezes em que isto ocorreu desde o início de 1. Estes dados continuam a evidenciar que as anteriores pressões inflacionistas na região advinham essencialmente dos preços da energia, e com os crescimentos relativamente mais elevados observados ainda em algumas classes de produtos a refletirem essencialmente o aumento dos impostos indiretos adotados por alguns países, no âmbito das medidas de austeridade encetadas por alguns governos, a afetar o atual nível da inflação estão, por exemplo, os agravamentos ocorridos em Itália (out-13) e em França (jan-1), assumindo, neste sentido, um carácter essencialmente temporário, designadamente no atual contexto em que a atividade económica na região se encontra claramente abaixo dos níveis pré-crise, após duas recessões em 5 anos. A ilustrar isto mesmo está o comportamento da variação homóloga do IPCH calculado com impostos constantes, que se manteve em dezembro nos.7%, encontrando-se.1 p.p. abaixo do valor então apresentado pelo índice geral. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

23 Aconteceu na semana passada na Zona Euro Consumo Privado A estimativa final de janeiro da Comissão Europeia (CE) para a confiança dos consumidores veio confirmar a estimativa preliminar, de uma subida de para pontos, um resultado que tinha superado a subida aguardada pelo mercado aquando da estimativa preliminar (consenso: -13. pontos), e evidenciando, assim, a 13ª subida dos últimos 1 meses, aliviando neste período de níveis mínimos desde mai-9, para máximos desde jul-11. Com a taxa de desemprego praticamente em máximos históricos estabilizou em dezembro nos 1.%, encontrando-se neste nível desde outubro, mas apenas a.1 p.p. dos níveis máximos históricos desde o início da série (jul-9), permanecendo, assim, a dar conta de um mercado laboral bastante deteriorado, a confiança tem vindo a ser suportada essencialmente pelos dados da inflação e os de atividade que têm vindo a ser divulgados a apontarem para que a economia tenha no ºT13 crescido pelo 3º trimestre consecutivo (estimamos +.%) e em ligeira aceleração (+.1% no 3ºT13), após uma recessão que se arrastou entre o ºT11 e o 1ºT13. Do lado da inflação, existem, como referido, igualmente razões para maior otimismo, com a inflação em janeiro a descer de.% para.7%, regressando a mínimos desde nov-9 que já tinham sido atingidos em outubro e permanecendo a evidenciar reduzidas pressões inflacionistas. Note-se, que, apesar dos elevados níveis de desemprego, o facto de atividade começar a descolar tem provocado uma redução das perspetivas de desemprego dos consumidores. Refira-se que, com esta subida, a confiança dos consumidores passou a estar acima da mediana histórica de -1. pontos, não obstante permanecer ainda algo condicionada pelos receios dos consumidores relativamente ao impacto da crise do euro nas suas economias, como nas suas próprias situações financeiras. Note-se ademais que a crise do euro está ainda longe de se encontrar resolvida, com os seus efeitos sobre a atividade económica a deverem perdurar durante muito mais tempo, designadamente entre os países periféricos obrigados a um maior aperto orçamental, continuando inevitavelmente a afetar a confiança dos consumidores. Ao nível das componentes do índice de confiança, assistiu-se a uma melhoria transversal, com a única exceção das expectativas de poupança que estabilizaram, permanecendo como o º índice no nível menos negativo. A confiança dos consumidores continuou assim a ser suportada pelas expectativas para a situação financeira do agregado familiar, pelo 3º mês consecutivo e depois de em novembro ter sido a única componente a melhorar, evidenciando a 9ª subida em 1 meses (tinham estabilizado em outubro), atingindo máximos desde set-1 e apresentando o valor menos negativo de entre as componentes do índice. As expectativas de evolução da economia contabilizaram também uma forte subida, a 7ª em meses, ascendendo a máximos desde nov-1, mas com a maior melhoria em janeiro a ser registada pelas expectativas de desemprego, sendo apenas o º desagravamento (consecutivo) dos últimos meses, embora evidenciando uma tendência de alívio desde mar-13. Note-se que, não obstante os referidos recentes alívios, o índice evidenciou apenas 9 descidas nos últimos meses, permanecendo em níveis consistentes com uma ligeira subida do desemprego na região, de acordo com os cálculos do Montepio. Em termos trimestrais, o indicador de confiança dos consumidores na Zona Euro apresenta no 1ºT1 (-11.7 pontos) um valor superior ao observado no ºT13 (-1.5) e nos 3ºT13 (-1. pontos), revelando-se empiricamente consistente com subidas no consumo privado e continuando, assim, a dar boas indicações para uma gradual aceleração daquele agregado. Para o ºT13 o nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para um crescimento em cadeia de.%, ligeiramente superior ao do 3ºT13 (+.1%), confirmando o regresso aos crescimentos observado no ºT13 (após ter contraído desde o ºT11), devendo ter sido impulsionado essencialmente pelo consumo de serviços e pelas vendas de automóveis, não obstante as vendas a retalho poderem evidenciar igualmente um ligeiro contributo positivo. Entre as principais economias da região, assistiu-se a um comportamento globalmente ascendente, com a Alemanha a reverter a pontual e ligeira queda da confiança no mês anterior, ascendendo a níveis máximos desde mai-1. Espanha evidenciou a maior subida da confiança, que foi a 7ª dos últimos meses e ascendendo ao nível mais elevado desde jun-11. Em Itália subiu pelo º mês consecutivo, após 3 quedas, continuando a aliviar de mínimos desde mai-13, ao passo que em França registou-se a ª forte subida consecutiva, também depois de 3 quedas, mas permanecendo, pelo 3º mês consecutivo, como o país onde a confiança está mais baixa entre as big-four. Já o gigante alemão continuou como a economia em que a confiança dos consumidores se encontra mais elevada e num nível acima da sua média histórica Zona Euro - Confiança do Consumidor e Consumo Privado Un: Índice.5 :1 Zona Euro - Consumption vs Montepio Consumer Indicator 3:Q 5:1 :Q :1 5:Q 7:1 Previsão - Q13 YoY:.3/QoQ:. :Q :1 7:Q 9:1 :Q 1:1 9:Q 11:1 1:Q 1:1 Confiança do Consumidor (esc. esq.) Consumo Privado(YoY) (esc. dir.) 11:Q 13:1 Zona Euro - Confiança dos Consumidores Valor Variação 1:1 1:Q 13:Q Private Consumption - QoQ (esc. esq.) Montepio Consumer Indicator (Quarterly Average grow) (esc. dir.) Up/Down Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Conf. Consumidor Expectativas Sit. Financeira Expectativas Economia Expectativas Poupança Expectativas Desemprego Actual Sit. Financeira Situação Economia Grandes Aquisições - Expectativas Grandes Aquisições - Situação Expectativas Preços 1M Situação Preços 1M DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

24 Indicadores de Confiança Em janeiro o indicador de sentimento económico (ESI) subiu.5 pontos, para 1.9 pontos, superando pelo º mês consecutivo a sua média de longo-prazo depois de ter estado mais de dois anos ( meses) abaixo da mesma, e revelando uma leitura sensivelmente em linha com a esperada pelo mercado (consenso: 11. pontos). Tratou-se da 9ª subida consecutiva, com o indicador a recuperar de mínimos desde ago-9, para máximos desde jul-11 (13.7 pontos). Em termos trimestrais, segundo cálculos do Montepio, o ESI sinaliza crescimentos do PIB de.3% no ºT13 e de.% no 1ºT1 (ainda com a leituras de fevereiro e março em falta), sensivelmente em linha com os sugeridos atualmente pelos indicadores PMI (+.% e +.%, receptivamente). Trata-se de resultados ligeiramente mais favoráveis do que as nossas perspetivas. O nosso indicador compósito para o PIB aponta para um acréscimo de.% no ºT13, seguido de uma expansão de.3% no 1ºT1, depois de a economia ter crescido.1% no 3ºT13, em desaceleração face aos.3% do ºT13, mas confirmando a saída da recessão técnica em que se encontrava desde o ºT11. Espera-se que no ºT13 a região tenha continuado a ser essencialmente impulsionada pela Alemanha (prevemos +.% vs +.3% no 3ºT13). Não obstante, prevê-se para este trimestre também crescimentos nas restantes 3 maiores economias da região (+.1% em França, +.1% para Itália e +.3% Espanha, neste último caso sendo já conhecida a estimativa preliminar). Em termos anuais, apontamos para uma queda da atividade da região em 13 de.%, um cenário em linha com as contrações perspetivadas pela OCDE (19-nov), pela Comissão Europeia (5-nov), pelo FMI (1-jan) e pelo BCE (5-dez). O aumento do sentimento económico em janeiro refletiu comportamentos maioritariamente favoráveis, com novas subidas de confiança nos serviços, no comércio a retalho e na confiança dos consumidores, e quedas na indústria e na construção, este último setor continuando a evidenciar a situação mais desfavorável. Com efeito, a confiança na construção registou uma forte queda de 3.7 pontos, praticamente revertendo a também forte subida do mês anterior que havia levado a confiança do setor a aliviar para níveis máximos desde jul-1, mantendo-se, assim, num nível compatível com decréscimos da atividade, sendo que a sua recuperação no período pós-crise foi muito pouco assinalável, encontrando-se ainda pouco distante dos níveis mínimos de sempre registados em abr-9. A construção permaneceu, neste sentido, como o setor em que os empresários se encontram mais pessimistas. No extremo oposto continuou a confiança nos serviços, que registou a ª subida dos últimos 7 meses, renovando níveis máximos desde ago-11 e permanecendo como o setor em que os empresários se mostram mais otimistas (é, de resto, o único setor com a confiança no verde). A indústria evidenciou uma ligeira queda, mas depois de subidas consecutivas, aliviando apenas ligeiramente de máximos desde ago-11 e encontrando-se em níveis empiricamente compatíveis com um acréscimo da atividade industrial pelo º mês consecutivo, depois de 15 meses a sugerir quedas. Apesar de ter sido nos serviços e na indústria que se registaram as maiores quedas durante grande parte do ano de 1, estes setores mantêm-se como aqueles em que a confiança se encontra mais distante dos mínimos registados durante a Grande Recessão de /9. Já a confiança no comércio a retalho evidenciou a 3ª subida consecutiva (e a ª dos últimos 9 meses), depois da pontual queda em outubro, ascendendo a níveis máximos desde jun- 11 e permanecendo em níveis compatíveis com um acréscimo da atividade retalhista, pelo º mês consecutivo e depois de 3 meses a sinalizar ligeiras quedas. A confiança dos consumidores subiu, pela 13ª vez nos últimos 1 meses, aliviando neste período de níveis mínimos desde mai-9, para máximos desde jul-11, encontrando-se agora acima da média histórica e num nível compatível com um novo acréscimo do consumo privado no 1ºT1 e em nova aceleração, depois de no ºT13 o consumo já dever ter acelerado de.1 para.%. Por último, nos serviços financeiros (que não estão incluídos no índice de sentimento económico) registou-se uma subida, contabilizando o 7º mês consecutivo em terreno positivo, embora também apenas o º desde ago-11 (depois de já ter estado pontualmente no verde em abril) e mantendo-se em níveis claramente inferiores à respetiva média histórica. Nas principais economias da região, assistiu-se a um comportamento divergente do sentimento económico, mas com as superiores subidas observadas na Alemanha e em França a mais do que compensarem as ligeiras descidas em Itália e em Espanha. Com efeito, o ESI em França confirmou a retoma das subidas no mês anterior, evidenciando a maior subida em janeiro e o º acréscimo dos últimos 9 meses, mas após ter batido em mínimos desde ago-9 em out-1, exibindo um registo apenas ligeiramente superior ao de Itália, onde o sentimento aliviou ligeiramente (pela 1ª vez em 3 meses) de níveis máximos desde jul-11, passando a evidenciar o pior nível de sentimento económico entre as bigfour. Espanha evidenciou, como referido, também uma ligeira descida, aliviando de níveis máximos desde dez-7, mas permanecendo pelo º mês consecutivo acima da sua média de longo-prazo de 1. pontos, depois de uma longa série de 71 meses abaixo desse nível. Na Alemanha assistiu-se à 9ª subida consecutiva do sentimento (e 1ª vez nos últimos 15 meses), com a variável a encontrar-se em máximos desde ago-11. Mesmo entre as maiores economias da região continua a denotar-se uma disparidade entre a Alemanha e as restantes economias, com a primeira a ver o indicador a ficar pelo 7º mês consecutivo num nível superior à média de longo-prazo, depois de 3 meses abaixo da mesma, mantendo-se num nível bem superior ao das demais economias. Ao nível do mercado laboral, os indicadores de confiança revelaram um ligeiro desagravamento das expectativas dos empresários, pela 7ª vez consecutiva, refletindo um comportamento favorável das expetativas de emprego (próximos 3 meses) na generalidade dos setores de atividade, com a única exceção da construção. O indicador permaneceu em terreno negativo, pelo º mês consecutivo, mas encontra-se, pelo 3º mês consecutivo, já num nível compatível empiricamente com um ligeiro acréscimo do emprego. Sectorialmente, as menores expectativas continuam a observar-se na construção. Os serviços permaneceram a evidenciar as expectativas de emprego mais elevadas, tendo inclusive regressado a terreno ligeiramente positivo, depois de 1 meses no vermelho. Do lado dos consumidores, assistiu-se a um novo desagravamento das expetativas de desemprego (próximos 1 meses), pela ª vez (consecutiva) nos últimos 3 meses, ficando num mínimo desde jul-11, mas permanecendo em níveis consistentes com uma ligeira subida do desemprego na região, de acordo com os cálculos do Montepio Un: Índice 1: :Q1 Un: Índice 1: Zona Euro - GDP (QoQ) vs Economic Sentiment :Q Espanha - Indicadores de Confiança (CE) 1:7 5:Q 1:1 Previsão - 1Q1 YoY:1.1/QoQ:. :Q 7:Q 13:1 Sent. Económico (esc. esq.) Conf. Serviços (esc. dir.) Conf. Com. Retalho (esc. dir.) :Q 13: 9:Q 13:7 1:Q 13:1 11:Q 1:1 Un: Indice 115 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) Economic Sentiment (Quarterly Average) (esc. dir.) Conf. Consumidor (esc. dir.) Conf. Industrial (esc. dir.) Conf. Construção (esc. dir.) Dez-13 (SRE) Jan-1 Dez-13 Jan-1 Sentimento Económico Indústria Serviços Construção Retalho Consumidor Serviços Financeiros Un: Índice Zona Euro - Indicadores de Confiança da CE Valor Variação Zona Euro - Expectativas de Emprego e Desemprego Dez-13 Valor Variação Jan-1 Dez-13 Jan-1 Consumidores (Desemprego 1M) Empresários (Emprego 3M) Indústria Construção Comércio a Retalho Serviços Nota : As Expectativas dos Consumidores referem- se ao Desemprego nos próximos 1 meses e as dos Empresários ao Emprego nos próximos 3 meses. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

25 Preços Em janeiro, segundo a estimativa rápida do Eurostat, a inflação na Zona Euro, medida pela taxa de variação homóloga do IPCH, terá descido de.% para.7%, contrariando as expectativas do mercado de uma ligeira subida (consenso: +.9%). Tratou-se da ª descida dos últimos 7 meses, revertendo agora totalmente a subida de novembro e regressando ao nível de out-13, encontrando-se em mínimos desde nov-9 e, pelo 1º mês consecutivo, abaixo do target de.% estabelecido pelo BCE como sendo consistente com a estabilidade de preços na região, depois de se ter situado consecutivamente acima entre dez-1 e dez-1, confirmando assim o seu anterior carácter largamente temporário. Entre os países que já divulgaram dados preliminares, observou-se uma estabilização, com a inflação a permanecer inalterada tanto na Alemanha (em +1.%, que representa um mínimo desde ab-13l), como em Espanha (nos +.3%, encontrando-se neste nível pelo 3º mês consecutivo e depois de ter aliviado em novembro dos.%, um mínimo desde out- 9). Embora ainda sem dados conhecidos para Itália (+.7% no mês anterior) e França (+.% em dezembro), Espanha terá continuado a exibir a taxas de inflação mais reduzida entre as maiores economias da região, ao passo que a Alemanha terá continuado a evidenciar a mais elevada. A evolução da inflação homóloga em janeiro esteve associada ao comportamento dos preços da energia, que mais do que reverteu a aceleração do mês anterior, regressando novamente às quedas (-1.% vs.% em dezembro), bem como dos preços dos bens alimentares, álcool e tabaco (desaceleraram de +1.% para +1.7%) mas continuando a evidenciar o maior ritmo de crescimento e dos preços dos bens industriais não energéticos (diminuíram de +.3% para +.%), com estes movimentos descendentes a mais do que compensarem a aceleração dos preços dos serviços (de +1.% para +1.1%). Excluindo os voláteis preços da energia, alimentação, álcool e tabaco, a variação homóloga do IPCH core subiu ligeiramente de.7% para.%, aliviando de mínimos desde o início da série (jan-97), mas revertendo apenas metade da diminuição do mês anterior, passando a estar novamente um pouco acima do índice geral, depois de tal já se ter observado também nos meses de outubro e novembro, ainda que estas sido as únicas 3 vezes em que isto ocorreu desde o início de 1. Estes dados continuam a evidenciar que as anteriores pressões inflacionistas na região advinham essencialmente dos preços da energia, e com os crescimentos relativamente mais elevados observados ainda em algumas classes de produtos a refletirem essencialmente o aumento dos impostos indiretos adotados por alguns países, no âmbito das medidas de austeridade encetadas por alguns governos a afetar o atual nível da inflação estão, por exemplo, os agravamentos ocorridos em Itália (out-13) e em França (jan-1), assumindo, neste sentido, um carácter essencialmente temporário, designadamente no atual contexto em que a atividade económica na região se encontra claramente abaixo dos níveis pré-crise, após duas recessões em 5 anos. A ilustrar isto mesmo está o comportamento da variação homóloga do IPCH calculado com impostos constantes, que se manteve em dezembro nos.7%, encontrando-se.1 p.p. abaixo do valor então apresentado pelo índice geral. Note-se que, apesar de a inflação na Zona Euro ter estado até dez-1 acima da meta de % algo que se vinha a observar desde dez-1, já há alguns meses que a inflação core se encontrava em níveis abaixo daquele target, pelo que a inflação não vem constituindo, de facto, uma preocupação do BCE, com as atenções deste a concentrarem-se no crescimento económico, na estabilidade financeira e na própria existência da moeda única, como de resto tem sido revelado pela posição da autoridade monetária nas últimas reuniões de política monetária. Recorde-se na última reunião do BCE (9-jan) a autoridade decidiu manter inalterada a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento na Zona Euro, a refi rate, nos.5% (mínimo histórico), pela ª reunião consecutiva, depois de a ter reduzido em 5 p.b. na reunião de novembro, o primeiro corte após também a ter cortado em 5 p.b. na reunião de maio. O BCE reafirmou o compromisso em manter as taxas de juro baixas durante um longo período de tempo. Ao nível das medidas de caráter nãoconvencional de política monetária, não houve igualmente quaisquer novidades, com a autoridade a justificar a manutenção de política com o facto de os dados macroeconómicos divulgados desde a anterior terem vindo confirmar a avaliação então efetuada. Draghi continuou a referir que o BCE se irá manter atento aos desenvolvimentos nos panoramas económico e monetário europeus e o respetivo impacto no nível geral de preços para a região, não excluindo naturalmente um novo corte da refi rate, embora esse não constitua, no momento, o nosso cenário central. Com efeito, os nossos modelos do tipo Regra de Taylor apontam para um mínimo de ciclo da refi rate nos atuais.5%, um cenário que apenas vemos ser ultrapassado se se assistir a um manifesto agravamento da situação económica na região ou a uma forte intensificação da crise do euro. Refira-se ademais que antes de avançar com uma nova redução da refi rate ou a adoção de uma taxa de depósitos negativa, consideramos que o BCE tem ainda um conjunto de medidas alternativas a que poderá recorrer, tais como: i) uma maior redução do corredor entre as taxas de absorção e cedência de liquidez; ii) uma atuação sobre as reservas mínimas; iii) uma eventual suspensão das esterilizações semanais das aquisições de dívida pública efetuadas pelo BCE, no âmbito do SMP (Securities Markets Programme);iv) a introdução de condicionalidade no acesso dos bancos a futuras operações do BCE de cedência extraordinária de liquidez (LTRO), de forma a garantir que essa liquidez introduzida no sistema seja canalizada em maiores proporções para a economia real trata-se de um procedimento idêntico ao do Banco de Inglaterra (BoE) com o Funding for Lending Scheme (FLS). Este último tipo de medida, de resto, a ganhar mais força com os dados divulgados durante a semana sobre a evolução do crédito e da moeda, os quais continuaram a sugerir condições financeiras restritivas na Zona Euro: segundo dados de dezembro do BCE, o crescimento homólogo do agregado monetário M3 desacelerou de 1.5% para 1.%, contrariando as expetativas do mercado e fazendo mínimos desde set-1; ao passo que o crédito ao setor privado viu intensificado o ritmo de queda (-.% vs -1.% no mês anterior), contraindo consecutivamente há quase dois anos (1 meses) e continuando a sugerir condições financeiras restritivas. Ainda assim, refira-se os resultados mais animadores do inquérito de janeiro do BCE aos bancos da Zona Euro, que deixam antever algumas melhorias para o 1ºT1, com os bancos a esperam um alívio transversal dos critérios de concessão de empréstimos, que deverá ficar relativamente nulo no caso das empresas não financeiras, com o alívio a revelar-se mais intenso no caso dos empréstimos a particulares. Relativamente à procura de empréstimo, os bancos esperam uma melhoria transversal, apontando para acelerações da procura tanto no segmento de empresas, como no de particulares, com destaque para os empréstimos à habitação : :1 5:1 :1 7:1 Zona Euro - Inflação :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 IPCH - Var. Mensal (MoM) (esc. esq.) IPCH - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) IPCH Core - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) 1:1 Zona Euro - Evolução do PIB, da Inflação e da Refi Rate (PIB, IPC) 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 PIB - Variação Homóloga (esc. esq.) IPC - Variação Homóloga (esc. dir.) Taxa Refi (esc. dir.) (Refi) 13:1 1: DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 5

26 Mercado Laboral A taxa de desemprego em dezembro cifrou-se nos 1.%, um valor abaixo do esperado pelo mercado (consenso: 1.1%) e que representa uma estabilização (as leituras de outubro e novembro foram revistas em baixa, de 1.1% para 1.%), encontrando-se neste nível desde outubro, mas apenas a.1 p.p. dos níveis máximos históricos desde o início da série (jul-9) observados entre abr-13 e set-13. A atual situação bastante deteriorada do mercado laboral reflete a retração da atividade económica na região que se vinha a observar desde o final de 11 estancada no ºT13, com a economia a crescer.3% em cadeia, consubstanciando-se na perda líquida de postos de trabalho desde o 3ºT11, não obstante as estabilizações observadas nos dois últimos trimestres (em termos numéricos, representaram, contudo, ligeira quedas), com o emprego no 3ºT13 a ficar virtualmente em mínimos desde o ºT5. O número de desempregados registou uma descida, representando o 3º alívio consecutivo e confirmando a interrupção da série de agravamentos que se vinha a observar desde mai-11, mas permanecendo próximo dos níveis máximos históricos registados em setembro, e com o emprego a observar em dezembro também uma queda e mais intensa, neste caso pelo º mês consecutivo e para níveis mínimos desde abr-13. Assim, com a taxa de desemprego praticamente em máximos históricos, os dados permaneceram a dar conta de um mercado laboral bastante pressionado, com os indicadores mais prospetivos relativos a janeiro a sinalizarem uma ligeira subida de postos de trabalho na economia no mês e nos seguintes, embora a um ritmo que não deverá ser suficiente para provocar um alívio da taxa de desemprego em janeiro. Por um lado, o PMI compósito de emprego permaneceu em janeiro abaixo do limiar teórico para a criação de postos de trabalho, o que acontece desde o início de 1, mas agora a um ritmo marginal e que se revela, empiricamente, compatível com uma ligeira criação de emprego. Por outro lado, os indicadores de confiança da Comissão Europeia revelaram um desagravamento das expectativas dos empresários em janeiro, pela 7ª vez consecutiva, refletindo um comportamento favorável das expetativas de emprego (próximos 3 meses) na generalidade dos setores de atividade, com a única exceção da construção. O indicador permaneceu em terreno negativo, pelo º mês consecutivo, mas encontra-se, pelo 3º mês consecutivo, já num nível compatível empiricamente com um ligeiro acréscimo do emprego. Do lado dos consumidores, assistiu-se a um novo desagravamento das expetativas de desemprego (próximos 1 meses), pela ª vez (consecutiva) nos últimos 3 meses, ficando num mínimo desde jul-11, mas permanecendo em níveis consistentes com uma ligeira subida do desemprego na região, de acordo com os cálculos do Montepio. Entre os países da Zona Euro, as menores taxas continuam a ser registadas na Áustria (.9%), na Alemanha (5.1%, um nível mínimo desde que existem dados comparáveis) e no Luxemburgo (.%). Por seu lado, as mais elevadas permanecem em Espanha (5.%), no Chipre (17.5%) e em Portugal, que viu a taxa de desemprego estimada pelo Eurostat descer de 15.5% para 15.%, um mínimo desde mai-1, aliviando pela 1ª vez consecutiva dos 17.% observados jan-13 e fev-13, que constituem um máximo desde o início da série (em 193). No caso de Espanha, observou-se uma diminuição da taxa de desemprego de.3 p.p. em janeiro, tendo além do mais, e como havíamos antecipado aquando da divulgação da taxa de desemprego do INE espanhol referente ao ºT13, se assistido a uma revisão em baixa dos registos dos meses anteriores, com os.7% anteriormente avançados pelo Eurostat para os meses de outubro e novembro a passarem agora a ser.3% e.1%, correspondendo agora a um valor médio trimestral de.1%, em linha com os dados reportados pelo INE quando ajustados de sazonalidade. Segundo as estimativas do Eurostat, o pico da taxa de desemprego em Espanha terá sido atingido em fev-13, no.%, que representam níveis máximos desde o início da série (em 193). Note-se que, apesar de não existirem dados para a Grécia relativamente aos meses de novembro e dezembro, a taxa de desemprego neste país encontrava-se, segundo o Eurostat, em 7.% em outubro (+.1 p.p. do que no mês anterior), um valor superior ao reportado pelo instituto de estatística grego, retomando nos 5 últimos meses a tendência que vinha a evidenciar nos últimos tempos (e que fora contrariada apenas nos anteriores registos), de taxas superiores às reportadas pelo organismo grego. Nas restantes maiores economias da região, em Itália desagravou-se de 1.% para 1.7%, aliviando ligeiramente de níveis máximos desde o início da série (em 193), enquanto em França estabilizou nos 1.%, pelo º mês consecutivo, depois de ter aliviado ligeiramente em outubro de níveis máximos desde out-97. Un: Índice :1 :1 5:1 Zona Euro - Taxa de Desemprego :1 7:1 :1 9:1 1:1 Taxa de Desemprego Dez-13 11:1 1:1 13:1 Zona Euro - Expectativas de Emprego e Desemprego Valor Variação Jan-1 Dez-13 Jan-1 Consumidores (Desemprego 1M) Empresários (Emprego 3M) Indústria Construção Comércio a Retalho Serviços Nota : As Expectativas dos Consumidores referem- se ao Desemprego nos próximos 1 meses e as dos Empresários ao Emprego nos próximos 3 meses. Zona Euro - Variação da Tx Desemp. e PMI Comp. de Emprego Un: p.p. Un: Índice (PMI) :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Variação da Taxa de Desemprego (esc. esq.) PMI Compósito de Emprego (esc. dir. invertida) 1: DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

27 Moeda e Crédito O agregado monetário M3 registou um crescimento homólogo de 1.% em dezembro, desacelerando face aos 1.5% observados no mês anterior, contrariando as expetativas do mercado de uma aceleração (consenso: +1.7%), fazendo mínimos desde set-1 (+.%) e apresentando uma ligeira tendência de abrandamento após os máximos desde mai-9 registados em out-1. Contudo, o crescimento do M3 permanece muito afastado dos decréscimos homólogos evidenciados entre o final de 9 e meados de 1. A massa monetária continuou, assim, a crescer a um ritmo inferior ao valor de referência de.5% do Banco Central Europeu (BCE), algo que já sucede há quase 5 anos (5 meses), confirmando que as anteriores pressões inflacionistas na região não apresentavam causas monetárias, resultando antes da conjugação de fatores maioritariamente temporários, como os efeitos desfasados das anteriores subidas nos preços da energia junto dos consumidores e o aumento dos impostos indiretos, no âmbito das medidas de austeridade encetadas pelos diversos governos. Quanto às principais contrapartidas do M3 do lado do ativo do balanço consolidado das instituições monetárias e financeiras, o ritmo de variação homólogo do crédito total concedido a residentes evidenciou uma degradação, passando a contrair.1% (-1.% no mês anterior), ao maior ritmo desde o início da série (set-97), com este comportamento a estar associado a uma deterioração do ritmo de crescimento homólogo dos empréstimos às administrações públicas (de -.% para -.7%), que evidenciou a ª queda consecutiva depois de dois anos de crescimentos, bem como a um novo agravamento do ritmo de contração dos empréstimos ao setor privado (-.% vs -1.% no mês anterior), os quais evidenciaram a sua 1ª queda homóloga consecutiva (ainda que as únicas desde mar-1), contraindo ao maior ritmo desde o início desta série. Os empréstimos às empresas nãofinanceiras viram desagravado o ritmo de descida (-3.% vs -3.% no mês anterior), mas aliviando apenas ligeiramente do ritmo de queda mais elevado desde jan-, continuando a evidenciar uma tendência descendente já há mais de ano e meio (19 meses), invertendo a tendência de aceleração iniciada no 1ºT1, durante o qual passou de um queda histórica de.7%, para um crescimento de.% em out-11. Já os empréstimos a particulares contraíram.1%, depois de terem estabilizado no mês anterior e de terem vindo a crescer a um reduzido ritmo de.1% desde jul-13, evidenciando o pior registo desde out-9 (também -.1%) e continuando a refletir o facto de haver uma maior dificuldade no acesso e/ou uma menor procura de crédito, em particular no segmento de consumo. Os empréstimos para aquisição de habitação, a componente mais importante do segmento de particulares, observaram o melhor registo (+.7%), crescendo consecutivamente há mais de anos (5 meses), mas a um ritmo inferior ao do mês anterior (+.9%). Já os outros empréstimos a particulares evidenciaram um ligeiro desagravamento do ritmo de contração (de -1.7% para -1.%), o mesmo tendo sucedido com o crédito ao consumo (-3.% vs -3.3% no mês anterior), neste último caso permanecendo em contração pelo 57º mês consecutivo. Assim, os dados sobre a evolução do crédito sugerem que as condições financeiras permanecem restritivas, continuando a constituir um dos fatores que se encontram a condicionar a atividade económica na região, limitando o consumo privado e o investimento empresarial. Estes dados evidenciam, também, que os esforços que o BCE tem vindo a fazer no sentido de aumentar a liquidez do sistema, designadamente através das duas inéditas operações de cedência extraordinária de liquidez (LTRO) a 3 anos, conseguiram provocar alguma aceleração da massa monetária nos últimos meses, bem como dos empréstimos ao setor público, que era também um dos objetivos da autoridade monetária, numa tentativa de diminuir a pressão sobre alguns governos europeus, mas não sendo ainda evidente grandes impactos sobre o crédito ao setor privado, naquele que tinha sido um dos principais argumentos do BCE para essas LTRO. Um resultado que a autoridade monetária continua, no entanto, a justificar com a atual situação conjuntural, a elevada aversão ao risco e os ajustamentos em curso nos balanços das famílias e das empresas. Recorde-se que na reunião de 7-nov, o BCE acabou por apresentar também algumas novidades em termos de medidas de política monetária de carácter nãoconvencional, designadamente ao nível das operações principais de refinanciamento (OPR), com a autoridade a decidir alargar novamente o prazo de fornecimento de liquidez ilimitada ao sistema por via destas operações até, pelo menos, 7-jul-15 (na reunião de maio havia alargada para -jul-1). Houve igualmente novidades ao nível das LTRO, com a autoridade a anunciar o lançamento de operações de cedência extraordinária de liquidez (LTRO) a 3 meses, a serem conduzidas sob a forma de procedimentos de leilão a taxa fixa e com colocação total, com a taxa a ser fixada com base na média das taxas das OPR durante o período de vida das LTRO. Refira-se ainda que, entre o conjunto de medidas que o BCE tem ao seu dispor e de que poderá fazer uso para contornar esta escassez do crédito, constam designadamente a possibilidade de introdução de condicionalidade no acesso dos bancos a futuras operações de LTRO do BCE, de forma a garantir que essa liquidez introduzida no sistema seja canalizada em maiores proporções para a economia real. Trata-se de um procedimento idêntico ao do Banco de Inglaterra (BoE) com o Funding for Lending Scheme (FLS). Refira-se, por último, os resultados mais animadores divulgados pelo último inquérito trimestral do BCE aos bancos da Zona Euro, realizado em janeiro, que deixam antever algumas melhorias para o 1ºT1, com os bancos a esperam um alívio transversal dos critérios de concessão de empréstimos, que deverá ficar relativamente nulo no caso das empresas não financeiras, com o alívio a revelar-se mais intenso no caso dos empréstimos a particulares. Relativamente à procura de empréstimo, os bancos esperam uma melhoria transversal, apontando para acelerações da procura tanto no segmento de empresas, como no de particulares, com destaque para os empréstimos à habitação :1 :1 Un: SRE Zona Euro - M3 e Empréstimos ao Setor Privado 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 M3 - Var. Hom. (YoY) Empréstimos ao Setor Privado - Var. Hom. (YoY) 13:1 Zona Euro - Critérios de Concessão vs Índice Itraxx (CDS) :Q3 7:Q3 :Q3 9:Q3 1:Q3 11:Q3 1:Q3 Un: Índice 1 13:Q3 Aperto dos Critérios de Concessão - Empresas - esc. esq. Itraxx - 5Y- esc. dir DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 7

28 Os resultados do último inquérito do BCE aos bancos da Zona Euro sobre o mercado de crédito, realizado em janeiro, vieram dar conta de uma novo aperto da restritividade (daqui em diante aperto líquido ) dos critérios de concessão de empréstimos no ºT13, mas a um ritmo inferior, dando assim mais um passo no processo em curso de estabilização das condições de crédito, num contexto de procura ainda fraca mas em desagravamento. No segmento de empresas não financeiras registou-se um novo aperto líquido dos critérios, o qual ocorreu, em todo o caso, a um ritmo inferior ao do trimestre anterior, estando abaixo da média histórica do indicador (série iniciada em 3). No segmento de particulares, assistiu-se, no caso do crédito para compra de habitação, a um aperto líquido ligeiramente negativo (representando, assim, um ligeiro alívio da restritividade), mantendo-se inferior à respetiva mediana histórica já muito abaixo do que se observava em 1. No crédito ao consumo, os critérios apertaram marginalmente e um pouco mais do que no trimestre anterior, quando no ºT13 até tinham aliviado, em todo o caso também aqui revelando um aperto inferior à mediana histórica. Resumindo, a aperto líquido observado em qualquer uma das categorias de crédito revelou-se inferior ao observado em termos históricos e, no global, inferior ao registado no trimestre anterior. O BCE referiu que a contribuição do risco dos clientes e das perspetivas macroeconómicas para o aperto dos critérios restritividade diminuiu ainda mais no ºT1, tornando-se quase nula e assumindo níveis próximos dos observados no início da crise financeira global. A evolução dos custos de funding e as restrições de balanço até tiveram um efeito de alívio sobre os critérios aplicados aos empréstimos às empresas, se bem que tenham contribuído para um ligeiro aperto dos critérios para o segmento de particulares. -1 Zona Euro - Critérios de Concessão vs Índice Itraxx (CDS) :Q Un: SRE 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q 1:Q Un: Índice 13:Q Aperto dos Critérios de Concessão - Empresas - esc. esq. Itraxx - 5Y- esc. dir Para o 1ºT1 os bancos esperam um alivio transversal dos critérios de concessão de empréstimos, que deverá ficar relativamente nulo no caso das empresas não financeiras, com o alívio a revelar-se mais intenso no caso dos empréstimos a particulares. Em termos de procura de empréstimos, no ºT13 a procura de crédito por parte das empresas não financeiras continuou em queda, abrandando ligeiramente face ao trimestre anterior, mas mantendo-se superior à tendência histórica. Este abrandamento da queda da procura ficou a dever-se a uma diminuição do impacto negativo das necessidades de financiamento das empresas para investimento em capital fixo, enquanto a contribuição positiva para a procura de empréstimos para investimento em inventários, em capital humano e em fundo de maneio diminuiu ligeiramente. No segmento de particulares, a evolução continua a ser mais animadora, mas revelando ligeiras quedas da procura tanto nos empréstimos para habitação, como para o consumo, no primeiro caso contraindo pela 7ª vez nos últimos trimestres, depois do pontual acréscimo do trimestre anterior, e no caso da procura no consumo regressando a tendência de queda que vem evidenciando desde o 1ºT, embora de forma bastante marginal e permanecendo bem acima da tendência histórica. Para o 1ºT1 os bancos esperam uma melhoria transversal, apontando para acelerações da procura empréstimos, tanto no segmento de empresas, como no de particulares, com destaque para os empréstimos à habitação. O inquérito contemplou as habituais questões ad-hoc. Relativamente ao acesso dos bancos ao financiamento, os bancos reportaram uma deterioração da situação no ºT13 no financiamento a retalho e através do mercado monetário, interrompendo a tendência de melhoria observada nos trimestres anteriores. Já as condições para a emissão de títulos de dívida melhorou, tal como o observado no trimestre anterior. Para o 1ºT1, os bancos esperam uma nova ligeira deterioração no caso do financiamento a retalho, mas uma melhoria nas restantes categorias de funding. Relativamente ao impacto da diminuição das tensões no mercado europeu de dívida soberana, os bancos reportaram uma nova considerável moderação desses impactos sobre as suas condições de financiamento no ºT13, em linha com o que já havia sido reportado nos cinco trimestres anteriores, depois do agravamento observado no ºT1. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

29 Aconteceu na semana passada na Alemanha Confiança Empresarial O indicador de clima empresarial no comércio e indústria, elaborado pelo IFO, subiu em janeiro 1.1 pontos, para 11. pontos, mais do que o esperado pelo mercado (consenso: 11. pontos). Esta representa a ª subida dos últimos 9 meses (registou-se apenas uma ligeira descida de. pontos em outubro, a qual terá sido em grande parte provocada pelo impasse orçamental observado nos EUA na primeira metade do mês), com o indicador a ascender a níveis máximos desde jul-11, confirmando a retoma do ciclo de subidas que vem a evidenciar desde dez-1. Apesar de continuar abaixo (cerca de.5 pontos) dos níveis máximos históricos observados em fev-11, o indicador está já pelo 15º mês consecutivo acima da sua média histórica de 11.3 pontos, encontrando-se a sugerir uma boa dinâmica de crescimento para a economia alemã, e continuando a reforçar o caracter pontual da queda da atividade no ºT1, bem como a importância que a economia teve na saída da Zona Euro da recessão no ºT13 o PIB alemão expandiu +.7% nesse trimestre, tendo depois avançado.3% no 3ºT13, bem acima dos.1% observados na Zona Euro, esperando-se que continue a assumir o papel de principal motor do crescimento na região :Q1 :Q 5:Q Alemanha - PIB (QoQ) vs IFO Previsão - 1Q1 YoY:.5/QoQ:1.1 :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Un: Indice 11 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) IFO Business Climate (Quarterly Average) (esc. dir.) A subida da confiança dos empresários germânicos em janeiro refletiu uma evolução favorável de ambas as componentes, mas novamente mais favorável na componente de expetativas. Com efeito, o índice de situação corrente subiu. pontos, regressando às subidas, mas pouco mais do que revertendo a queda do mês anterior (-. pontos no mês anterior), na altura refletindo os dados aquém do esperado divulgados sobre a atividade retalhista e industrial. Em todo o caso, ascendeu a níveis máximos desde jun-1, permanecendo, de resto, num nível superior ao de expetativas e afastado (a 5.3 pontos) do mínimo desde jun-1 com que havia terminado 1, aquando da pontual (mas forte) queda do PIB alemão. Já a componente de expectativas observou uma subida de 1.5 pontos, a 3ª consecutiva (+1. pontos no mês anterior), ascendendo a níveis máximos desde fev-11 e encontrando-se agora apenas a 1. pontos do nível máximo histórico atingido em dez-1. Em termos setoriais, assistiu-se apenas uma ligeira queda no comércio a retalho, com subidas na indústria transformadora, na construção e no comércio por grosso. A confiança na indústria transformadora aumentou pelo 3º mês consecutivo, permanecendo em terreno positivo pelo 13º mês (depois de meses no vermelho) e ascendendo a níveis máximos desde jul-11, reforçando a sua posição enquanto setor em que os empresários se mostram mais confiantes. Neste capítulo seguido do comércio grossista, que evidenciou, de resto, a subida mensal mais intensa em janeiro, se bem que depois de ter caído no mês anterior, ascendendo agora a níveis máximos desde jul-11 e encontrando-se em terreno positivo pelo º mês consecutivo. Na construção, a confiança exibiu a 3ª subida consecutiva, mas depois de 7 quedas, aliviando neste período de níveis mínimos desde dez-1, para máximos desde abr-13 e permanecendo como o setor em que os empresários se mostram menos otimistas. Por último, a confiança no comércio a retalho registou uma ligeira descida, pelo º mês consecutivo, mas permanecendo no verde pelo 7º mês consecutivo. Em termos trimestrais, o indicador de clima empresarial do IFO encontra-se em níveis compatíveis com crescimentos em cadeia do PIB de 1.% no ºT13 e de 1.1% no 1ºT1, resultados que, como tem sido habitual nos últimos trimestres, se revelam mais favoráveis do que os crescimentos sugeridos pelos indicadores PMI (+.5% e +.7%, respetivamente). Trata-se, de resto, de resultados que também consideramos demasiado otimistas, com o nosso indicador compósito para o PIB alemão a apontar para um crescimento na ordem dos.% no ºT13 (+.3% no 3ºT13), devendo continuar a crescer a ritmos elevados nos trimestres seguintes (prevê-se, para já, +.5% para o 1ºT13), consolidando o seu estatuto de motor do crescimento da Zona Euro, mas beneficiando também das melhorias registadas noutros países da região. A economia deverá, assim, terminar 13 com um crescimento anual de.5%, em linha com a estimativa preliminar divulgada pelas autoridades alemãs no dia 15 de janeiro, bem como com as recentes previsões intermédias do FMI (1-jan), que tinham vindo confirmar as previsões um pouco mais longínquas da Comissão Europeia (5-nov) e da OCDE (19-nov). Note-se, todavia, que as perspetivas para a economia alemã, bem como para a Zona Euro como um todo, permanecem ainda bastante condicionadas pelos desenvolvimentos no capítulo da crise da dívida soberana e do sistema financeiro. Un: Índice Alemanha - Indicador de Clima Empresarial (IFO ) Nível Diferença Up/Down Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 IFO Expectativas Situação Indústria Transf Construção Com. Grossista Com. Retalho Nota : Up / Down - Número de meses consecutivos do indicador a subir ou a descer. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 9

30 Consumo Privado O índice de confiança dos consumidores, calculado pelo Gfk, subiu em janeiro de 7. para 7.7 pontos, que representa um nível máximo desde ago-7 (+.3 pontos). O resultado ficou.1 p.p. acima do que havia sido avançado pelo Gfk há um mês, com a confiança dos consumidores a manter-se em níveis robustos, continuando, à semelhança da confiança empresarial, a evidenciar o bom momento da economia alemã, após a intensa mas pontual contração no final de 1. Analisando os índices individuais divulgados juntamente com o índice de confiança dos consumidores, assistiu-se a um comportamento genericamente positivo, com as expectativas relativamente à evolução da economia a melhorarem, pelo 5º mês consecutivo, ficando num máximo desde jul-11. Esta melhoria das expetativas quanto à evolução da economia foi corroborada pelas expectativas em relação aos rendimentos, que subiram fortemente, mais do que revertendo a também intensa correção do mês anterior, ascendendo a níveis máximos de 13 anos, continuando a refletir a situação e perspetivas favoráveis do mercado laboral, que tem vindo a suportar os rendimentos dos consumidores, para mais num contexto de baixas pressões inflacionistas. A propensão a consumir observou igualmente uma subida, continuando a destacar-se como o índice no nível mais elevado e renovando níveis máximos de 7 anos. Simetricamente, a propensão a poupar diminuiu para um mínimo da série, reforçando a tendência ascendente da confiança dos consumidores, refletindo as suas reduzidas preocupações para com o seu futuro. Igualmente bastante animadoras foram as previsões do GfK para o mês de fevereiro, que vieram apontar para uma nova forte subida da confiança dos consumidores, de 7.7 para. pontos, superando as expetativas do mercado (consenso: +7. pontos). Note-se que o indicador evidencia uma tendência de recuperação desde out-11, apenas pontualmente interrompida (e.g. em nov-1 e jan-13, provavelmente traduzindo a contração pontual da atividade germânica no final de 1). Em termos trimestrais, e assumindo a confirmação do valor agora previsto pelo GfK para fevereiro, o registo médio da confiança dos consumidores alemães para o 1ºT1 (ainda com o registo de março em falta) apresenta-se acima do observado no ºT13 (+. vs +7. pontos, respetivamente), em ambos os casos superiores ao registado no 3ºT13, revelando-se empiricamente consistentes com expansões do consumo privado e em aceleração, um cenário que vai ao encontro das nossas expectativas, com o nosso indicador compósito para o consumo privado a apontar para um crescimento em cadeia de.1% no ºT13. Isto depois de este agregado ter crescido.1% no 3ºT13, em desaceleração (+.% no ºT13), mas representando já o 5º acréscimo consecutivo. As vendas a retalho registaram em dezembro um forte decréscimo mensal de.5%, contrariando as expetativas do mercado de uma ligeira subida (consenso: +.%) e tendo ademais recaído sobre dados revistos em baixa, com o acréscimo de novembro a passar de 1.5% para.9%. Tratou-se da 3ª queda dos últimos meses, com a atividade retalhista a cair para níveis mínimos desde mai-11 e a alargar para.7% a distância face ao máximo histórico observado em jun-95 (que fora igualado também em dez-). Analisando a média móvel de 3 meses, uma medida mais alisada, observou-se um decréscimo de.% (estabilizou no mês anterior), com a variável a não registar qualquer subida relevante desde mai-13 (+.%), caindo para mínimos desde jul-11 e afastando-se dos níveis máximos desde dez- observados em março. O decréscimo das vendas a retalho refletiu um comportamento globalmente descendente entre os principais tipos de bens, com as maiores quedas a observarem-se no vestuário e calçado, depois de no mês anterior se terem destacado pela razão oposta. Com efeito, a penalizar mais intensamente a atividade retalhista em dezembro esteve o vestuário e calçado, cujas vendas contraíram uns intensos 5.3%, mais do que revertendo a também forte subida do mês anterior (+.%) e caindo para mínimos desde mar-13, alargando para 9.% a distância face ao respetivo máximo histórico. Relativamente aos restantes tipos de bens, as vendas de produtos farmacêuticos e cosmética (-1.%) e de bens alimentares e tabaco (-.7%) evidenciaram igualmente quedas, no primeiro caso pelo º mês consecutivo e, no caso dos bens alimentares, regressando às descidas depois de duas subidas consecutivas, mas com ambos os tipos de produtos a destacarem-se como os que se encontram menos afastados dos respetivos máximos históricos (1.% e 3.%, respetivamente). As vendas de equipamentos domésticos caíram.% (+.5% no mês anterior), fazendo mínimos desde abr-1 e continuando a ser o segmento em que as vendas se encontram mais distantes do respetivo máximo histórico (a.9%), sendo, a este nível, acompanhadas de perto pelas vendas de produtos relacionados com as tecnologias da informação, que observaram a ª maior queda em dezembro (-3.% vs -.3% no mês anterior), alargando para 15.5% a distância face ao respetivo máximo histórico. Tal como tem sido frequente nos últimos meses, o Destatis não divulgou neste relatório os dados sobre as vendas de automóveis e veículos motorizados, que não estão incluídas nas vendas a retalho. Os dados conhecidos sobre os registos de automóveis sugerem para o mês de dezembro um decréscimo de.% das vendas, mais do que revertendo a subida do mês anterior (+.%), mas não o acréscimo acumulado dos dois meses precedentes (+.1%), que haviam colocado a variável em novembro em níveis máximos desde dez-. Em termos trimestrais, as vendas a retalho evidenciaram no ºT13 uma queda de.9% face à média do 3ºT13, representando a 3ª queda consecutiva (-.% no 3ºT13), com a variável a evidenciar, assim, um contributo desfavorável para a evolução do consumo privado. Já a suportar este agregado deverá ter estado o consumo de serviços, bem como as vendas de carros, que terão regressado aos fortes acréscimos depois da ligeira queda observada no trimestre anterior. Atualmente, o nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para um crescimento em cadeia de.1% no ºT13. Isto depois de este agregado ter crescido.1% no 3ºT13, em desaceleração (+.% no ºT13), evidenciando um contributo de apenas.1 p.p. para o crescimento em cadeia do PIB, modesto (+. p.p. no ºT13), mas representando já o 5º acréscimo consecutivo. Un: Índice : Un: Índice 5: Alemanha - Confiança dos Consumidores : 7: : 9: 1: 11: 1: GfK (esc. esq.) Comissão Europeia (esc. dir.) 13: Alemanha - Confiança dos Consumidores Nível Un: Índice 1: Diferença Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Confiança Consumidores (GfK ) Evolução Economia - Expectativas Situação Financeira - Expectativas Propensão para Consumir Propensão a Poupar :1 :1 5:1 Alemanha - Vendas a Retalho :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 Var. mensal (MoM) (esc. esq.) Var. hom. (YoY) (esc. dir.) 1:1 13: DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

31 Mercado Laboral O número de desempregados desceu em mil no mês de janeiro, revelando um comportamento mais favorável do que o previsto pelo mercado (consenso: -5 mil), e recaindo sobre dados ligeiramente revistos em baixa, com a queda de dezembro a passar de 15 para 19 mil. Tratou-se do º alívio consecutivo, que interrompe a tendência de agravamento que se vinha a observar desde o início de 1, embora sendo apenas a ª queda mensal do desemprego observada desde jun-1. Note-se, contudo, que esta recente tendência de acréscimos surge após uma marcada tendência descendente que vinha a descrever desde jul-9, com o desemprego total (.97 milhões) a encontrar-se ainda relativamente próximo dos níveis máximos desde jun-11 em que se encontrava no mês de novembro, mas contabilizando uma descida acumulada de 559 mil a partir de jul-9, valor que compara com o aumento de 35 mil de dez- a jun-9. A taxa de desemprego permaneceu inalterada nos.%, mas num nível.1 p.p. inferior ao anteriormente reportado para o mês de dezembro, encontrando-se pelo º mês consecutivo no nível também observado entre os meses de junho e agosto, e que representa um mínimo desde que existem dados comparáveis (dez-91). Refira-se que a taxa de desemprego calculada segundo os critérios da organização internacional de trabalho (ILO), a única válida para comparações internacionais e disponível com um mês de desfasamento, permaneceu em dezembro em 5.1% (com o registo de novembro a ser revisto em baixa em.1 p.p.), encontrando-se em níveis mínimos desde que existem dados comparáveis. A população empregada desceu ligeiramente em dezembro, depois de 1 subidas consecutivas, aliviando apenas ligeiramente de níveis máximos históricos. Os dados das componentes de emprego dos indicadores PMI apresentaram-se em janeiro ligeiramente menos favoráveis, mas encontrando-se pelo 3º mês consecutivo acima do limiar teórico da expansão, sendo que já anteriormente sinalizavam em termos empíricos ligeiros aumentos do emprego. Estas leituras de janeiro dos PMI revelam-se historicamente compatíveis com uma estabilização da taxa de desemprego nos 5.1%. A recente tendência de subida do desemprego, não obstante contrariada nos últimos meses, deverá constituir um sinal de alerta para os responsáveis alemães no sentido de que o país não está completamente imune à crise e ao fraco crescimento económico que continua a observar-se na Zona Euro a Alemanha registou, de resto, uma forte contração da atividade de.5% no ºT1, embora pontual, tendo observado uma estabilização no arranque do ano e regressado aos fortes crescimentos no ºT13. Em todo o caso, a situação do mercado de trabalho alemão é bastante benigna e contrasta com as dificuldades sentidas na generalidade dos países desenvolvidos, onde este mercado ainda se encontra a recuperar (ou novamente em contração) dos efeitos da Grande Recessão. Refira-se que o mercado de trabalho alemão tem evoluído desde meados da década passada de forma bastante mais favorável do que nos demais países desenvolvidos, refletindo as reformas estruturais efetuadas ao abrigo do Programa Hartz IV e seus antecessores, que flexibilizaram o mercado e criaram as fundações para o sucesso de políticas como a de contenção do aumento do desemprego adotada durante a Grande Recessão, em que o Governo subsidiou a redução do horário de trabalho como contrapartida ao não despedimento. Preços De acordo com a estimativa preliminar, a inflação (medida pela taxa de variação homóloga do IPCH) terá permanecido inalterada em dezembro, em 1.%, um mínimo desde abr-13, uma leitura ligeiramente aquém da esperada pelo mercado (consenso: +1.3%) e depois de no mês anterior ter desacelerado de 1.%, revertendo a aceleração do mês precedente. A inflação evidencia uma tendência descendente desde out-11 (quando se situou em +.9%, um máximo desde os 3.% de set-), tratando-se do 13º registo consecutivo da inflação abaixo do target de.% definido pelo BCE como sendo consistente com a estabilidade de preços na Zona Euro, depois de ter estado permanentemente acima desse limiar entre fev- 11 e mai-1. O IPC terá registado mesmo uma desaceleração, para uma taxa de variação homóloga de 1.3% (+1.% em dezembro), permanecendo acima da observada no IPCH. Apesar de com esta estimativa preliminar ainda não serem divulgados dados em detalhe, o Destatis estima que o comportamento da inflação homóloga no mês de janeiro tenha continuado a refletir, em grande medida, a evolução dos preços da energia para consumo doméstico e dos combustíveis, que viram a variação homóloga diminuir bastante de um acréscimo de 1.1%, para uma queda de 1.%, bem mais do que revertendo a aceleração do mês anterior (-.3% em novembro). A explicar a descida da inflação em janeiro estiveram também os preços dos bens alimentares, que viram o crescimento homólogo desacelerar (de +3.% para +3.%), mas permanecendo, contudo, a crescer a um ritmo bem superior ao do índice geral. Já os preços dos serviços aceleraram o crescimento homólogo (de +1.% para +1.9%), mais do que revertendo a desaceleração de.1 p.p. observada no mês anterior. A leitura final de janeiro da inflação deverá continuar, assim, a demonstrar que as anteriores pressões inflacionistas na Alemanha, já muito mais reduzidas (não obstante as recentes pontuais acelerações em maio, junho e novembro), advinham, essencialmente, dos preços das commodities, em particular da energia. A respeito de preços de commodities, refira-se, uma vez mais, o comportamento dos preços dos bens alimentares, que continuaram a exibir um ritmo de crescimento elevado, podendo estar a ser influenciados pelos preços dos produtos importados de outros Estados-Membros (mais sujeitos aos bastante aumentos dos impostos indiretos adotados por alguns países da Zona Euro, no âmbito das medidas de austeridade encetadas por alguns governos), bem como dos efeitos desfasados resultantes do aumento dos preços de alguns alimentos durante o verão de : :1 5:1 :1 Alemanha - Taxa de Desemprego Un:% 5:1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Taxa de Desemprego sa Taxa de Desemprego - Harmonizado/ILO sa :1 Alemanha - Inflação (IPCH) 1:1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 IPCH - Var. Mensal (MoM) (esc. esq.) IPCH - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) IPCH - Var. Média 1M (esc. dir.) 13:1 1: DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 31

32 Aconteceu na semana passada em França Consumo Privado Em dezembro, os gastos de consumo observaram um ligeiro decréscimo mensal de.1%, um resultado menos desfavorável que o esperado pelo mercado (consenso: -.%) e que surge depois de uma forte subida de 1.%, com a variável a aliviar apenas ligeiramente de níveis máximos desde fev-1. Note-se, não obstante, que os gastos de consumo encontram-se ainda a 1.% de distância dos máximos históricos observados no final de 1. Esta relativa estabilização dos gastos de consumo em dezembro refletiu um comportamento misto entre os principais tipos de bens, com acréscimos dos gastos em bens duradouros e em bens alimentares, mas quedas no vestuário e calçado e nas despesas em energia. Com efeito, as despesas em energia evidenciaram a ª queda dos últimos 5 meses, se bem que revertendo apenas uma pequena parte da forte subida do mês anterior (-1.% vs +7.% em novembro), a qual, contudo, tinha estado em grande medida associada ao aumento de consumo de energia para aquecimento resultante das baixas temperaturas observadas neste período no país (da mesma forma que a também forte queda de outubro de -.1% havia traduzido as elevadas temperaturas então observadas e a menor necessidade de consumo deste tipo de energia). As despesas em vestuário e calçado também evidenciaram uma queda, intensa, mas que representou essencialmente uma correção face à superior subida do mês anterior (-3.% vs +.% no mês anterior), subida que o INSEE havia associado, em parte, às já referidas baixas temperaturas registadas em novembro, que terão espoletado a realização de mais compras de vestuário de inverno. Note-se no entanto que este tipo de gastos tem vindo a evidenciar uma elevada volatilidade nos últimos meses, que deverá estar, designadamente, associada a diferentes timings de entrada das novas coleções e das épocas de promoções e saldos). Já a suportar os gastos de consumo em dezembro estiveram as despesas em bens alimentares, que subiram.1%, pela ª vez nos últimos 3 meses (-.5% no mês anterior), bem como os gastos em bens duradouros, que aumentaram 1.9%, pela 5ª vez nos últimos meses (-.% no mês anterior), suportados essencialmente pelos gastos em automóveis (+.7%), mas também em eletrodomésticos (+1.%) e em outros bens duradouros (+.%). Em termos trimestrais, os gastos de consumo apresentaram um acréscimo de.% no ºT13, depois da estagnação registada no 3ºT13, uma recuperação que esteve essencialmente associada à aceleração dos gastos em bens duradouros e em bens alimentares, bem como a menores quedas nas despesas em energia. O nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para uma manutenção do agregado em crescimento no ºT13 e em forte aceleração (para entre +.% e +.%), depois de o consumo privado ter crescido.1% no 3ºT13, desacelerando face ao acréscimo de.% no ºT13, mas consolidando o regresso deste agregado aos crescimentos :1 Un:% :1 5:1 França - Consumo Privado :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 Var. mensal (MoM) (esc. esq.) Var. hom. (YoY) (esc. dir.) 1:1 Un:% :1 O índice de confiança dos consumidores, calculado pelo INSEE, subiu ligeiramente em janeiro, de 5 para pontos, superando as expetativas do mercado de uma manutenção. Tratou-se apenas da 3ª subida em meses e da 5ª dos últimos 7 meses, com o indicador a aliviar neste último período dos mínimos desde fev-9 em que se encontrava na sequência da tendência descendente evidenciada desde meados de 1, quando atingiu níveis máximos desde nov-1, para máximos desde fev-13 (num nível também observado em out-13). Não obstante, o indicador permaneceu abaixo da sua média de longo-prazo (1 pontos), o que já se vem a observar desde ago-7. Esta subida do índice de confiança dos consumidores em janeiro resultou de comportamentos mistos entre as suas componentes, destacando-se a subida do índice referente às intenções de poupança, que passou a estar ligeiramente acima da tendência histórica. Os indicadores que avaliam as finanças pessoais e a economia revelaram um comportamento também maioritariamente positivo em janeiro, mas permanecendo negativos e aquém da tendência, o mesmo acontecendo com o referente às intenções de grandes compras. Já os referentes à capacidade de poupança continuam positivos e genericamente acima da tendência histórica. A penalizar a confiança dos consumidores em janeiro estiveram essencialmente as expectativas de desemprego, que reverteram cerca de metade do forte alívio do mês anterior, permanecendo acima da tendência histórica. Em termos trimestrais, o índice de confiança dos consumidores apresenta, para já, no 1ºT1 um valor superior ao observado no ºT13 (. vs 5. pontos, respetivamente), e em ambos os casos acima do registado no 3ºT13, permanecendo bem abaixo da média de longo-prazo, mas revelando-se empiricamente consistente com uma ligeira subida do consumo privado pelo 3º trimestre consecutivo. De resto, o nosso indicador compósito para o consumo privado aponta também para uma manutenção do agregado em crescimento no ºT13 e em aceleração (para entre +.% e +.%), depois de, segundo a estimativa final do PIB do 3ºT13, o consumo privado ter crescido.1%, desacelerando face ao acréscimo de.% no ºT13, mas consolidando o regresso deste agregado aos crescimentos :1 Un: Índice França - Consumo Privado e Confiança dos Consumidores 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 Un: Índice 11 13:1 Consumo Privado sa (YoY) (esc. esq.) Confiança do Consumidor - INSEE (esc. dir.) França - Confiança dos Consumidores Nível 1: Diferença Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Confiança Consumidores (INSEE ) Past Financial Situation Future Financial Situation Current Saving Capacity Future Savings Capacity Savings intentions, 1 m Major purchases intentions -9-1 General economic sit General economic sit., next 1 m -9-5 Future Unemployment Situation Consumer prices, past 1 m Consumer prices, next 1 m DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

33 Mercado Laboral Em dezembro o desemprego registado, ajustado de sazonalidade, aumentou em 1. mil desempregados, superior ao esperado pelo mercado (consenso: +1.1 mil). Tratou-se do º agravamento consecutivo, tendo mais do que revertido o alívio registado em outubro (-. mil), confirmando a retoma da série de agravamentos que vinha a apresentar desde mai-11 (e fora apenas pontualmente interrompida em ago-13 e out-13). O número de desempregados registados no país cifrou-se a 3.33 milhões, fazendo novos níveis máximos desde, pelo menos, jan-9. Estes dados do desemprego registado sugerem, do ponto de vista empírico, uma estabilização da taxa de desemprego em dezembro, depois de, segundo as estimativas mensais do Eurostat, esta ter estabilizado em novembro nos 1.%, após ter aliviado ligeiramente em outubro de níveis máximos desde out-97. Em termos prospetivos, as expectativas de desemprego dos consumidores (próximos 1 meses), publicadas no inquérito mensal de dezembro da Comissão Europeia, desagravaram-se fortemente, mas não revertendo a totalidade do agravamento do mês anterior, permanecendo, em termos teóricos, a sinalizar uma subida do desemprego no país. Por seu lado, as componentes de expectativas de emprego dos empresários (próximos 3 meses) dos vários setores revelaram igualmente um desagravamento, pela 7ª vez nos últimos meses, permanecendo em terreno negativo e a sinalizar em termos teóricos uma destruição de postos de trabalho na economia nos próximos meses, embora, do ponto de vista empírico, evidencie pelo 5º mês consecutivo um nível consistente com uma subida do número de empregos, o que já não ocorria desde ago :1 França - Taxa de Desemprego e Desemprego Registado Un: Milhares :1 5:1 :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 Taxa Desemprego (esc. esq.) Desemprego Registado (Benef. Subs. Desemp.) sa (esc. dir.) 3, 3, 3,,,,,, 1, Aconteceu na semana passada em Itália Consumo Privado A confiança dos consumidores, medida pelo ISAE, subiu em janeiro de 9. para 9. pontos, superando a subida aguardada pelo mercado (consenso: 9.7 pontos). O indicador não conseguiu reverter totalmente a queda do mês anterior, mas revelou a ª subida dos últimos meses, aproximando-se dos níveis máximos desde jun-11 alcançados em set-13 e afastando-se ainda mais dos níveis mínimos desde o início da série (em jan-9) registados em jan-13. Note-se que com o comportamento tendencialmente favorável dos últimos meses o indicador deixou para trás um período de relativa estabilização que vinha a evidenciar desde meados de 1, depois de um ano de fortes quedas, tendo ademais no registo de set-13 ultrapassado o limiar do otimismo dos 1 pontos, após 5 meses consecutivos abaixo do mesmo, embora voltando nos últimos meses um nível novamente inferior a esse limiar. A subida em janeiro ficou a dever-se à melhoria do clima económico pessoal, que mais do que compensou a deterioração observada no clima económico nacional, com este último a manter-se num nível inferior ao do índice pessoal, embora encontrando-se ambos abaixo da tendência histórica. O clima económico nacional foi essencialmente penalizado pelas expectativas sobre a situação económica, que evidenciaram a maior degradação, embora permanecendo relativamente em linha com a tendência histórica, o contrário do sucedido com a apreciação corrente sobre a situação económica, ainda bem abaixo da sua tendência. Ao nível do clima económico pessoal observaram-se evoluções globalmente favoráveis, com destaque para os alívios registados nos índices relativos à propensão ao consumo de bens duradouros e à apreciação corrente sobre as finanças pessoais, permanecendo ambas em terreno negativo, embora no primeiro caso acima da tendência histórica (uma das raras exceções entre os índices deste inquérito). Em termos trimestrais, a confiança dos consumidores apresenta, para já, no 1ºT1 um valor ligeiramente superior ao observado no ºT13 (9. e 97.3 pontos, respetivamente), mas em ambos os casos inferior ao registado no 3ºT13. Não obstante evidenciar nos três últimos trimestres os níveis mais elevados desde o ºT11, o indicador permanece empiricamente consistente com uma descida marginal do consumo privado, depois de este agregado ter contraído.% no 3ºT13. De resto, é essa a indicação dada pelo nosso indicador compósito para o consumo privado italiano, que aponta para uma descida no ºT13 sensivelmente idêntica à do trimestre anterior (-.% no 3ºT13), permanecendo em queda desde o ºT11, com o agregado a dever ter sido ligeiramente penalizado no ºT13 pelas vendas a retalho, mas essencialmente pelas vendas de automóveis, num contexto de relativa estabilização do consumo de serviços. Un: Índice Un: Índice :1 5:1 Itália - Confiança dos Consumidores :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 ISAE (esc. esq.) Comissão Europeia (esc. dir.) Itália - Confiança dos Consumidores (Istat ) Valor Un: Índice 13:1 1: Variação Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Confiança Consumidores Expectativas Situação Corrente Clima Económico Nacional Situação Económica - Corrente Situação Económica - Expetativas Desemprego - Expetativas Clima Económico Pessoal Finanças Pessoais - Corrente Finanças Pessoais - Expetativas Orçamento Familiar Poupanças - Corrente Poupanças - Expetativas Propensão Consumo Bens Duradouros DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 33

34 Confiança Empresarial O índice de sentimento empresarial (IESI, ISTAT Economic Sentiment Indicator), que resume os climas de confiança na indústria, construção, serviços e comércio a retalho, registou uma subida em janeiro, passando de 3. (revisto em alta em. pontos) para. pontos. Tratou-se da 3ª subida consecutiva, representando a ª melhoria nos últimos 7 meses, com o indicador a aliviar neste período de um nível próximo dos mínimos desde mar-9 em que se encontrava em abril, para um máximo desde nov-11. Esta melhoria do sentimento empresarial refletiu comportamentos distintos entre os setores, mas com a forte melhoria da confiança no importante setor dos serviços e também no comércio a retalho a mais do que reverterem os agravamentos observados na construção e na indústria, nesta última de uma forma bastante marginal e depois de um ciclo bastante positivo. Com efeito, o índice de confiança na indústria corrigiu ligeiramente de 9. para 97.7 pontos, revelando um resultado aquém do aguardado pelo mercado (consenso: 9. pontos), mas com este alívio a surgir depois de subidas consecutivas. O indicador contabiliza 1 subidas nos últimos 1 meses, evidenciando uma tendência ligeiramente ascendente após ter caído em mai-1 para mínimos desde ago-9 e permanecendo como o setor em que os empresários se mostram menos pessimistas. O indicador encontra-se sensivelmente em máximos desde ago-11, embora permanecendo a sinalizar descidas (agora já modestas) da produção industrial desde jun-11. A contribuir negativamente para a evolução da confiança dos industriais em janeiro esteve a componente de inventários, que entra para o indicador global com o sinal contrário e que viu reduzido o ritmo de queda. Já a suportar ligeiramente a confiança no setor estiveram as perspetivas de produção, que continuaram a evidenciar uma ligeira subida da produção pelo 5º mês consecutivo (depois de um período de quedas e uma estabilização, esta última em julho) e a um ritmo ligeiramente superior ao do mês anterior. Por último, a carteira de encomendas evidenciou um contributo nulo para a evolução da confiança no mês de janeiro, porém permanecendo como a componente que se encontra a penalizar mais a confiança, permanecendo no vermelho pelo 7º mês consecutivo e a evidenciar o maior ritmo de queda das encomendas desde ago-11. Relativamente aos restantes setores, a maior queda da confiança foi registada pela construção, depois de no mês anterior ter evidenciado a maior subida e contabilizado a 3ª subida dos últimos 5 meses, passando agora de níveis máximos desde set-1, para mínimos desde jun-13, encontrando-se a sugerir quedas da produção na construção desde set- e passando a evidenciar o valor mais baixo entre os principais setores de atividade, que deixou este mês de ser ocupado pelos serviços. Com efeito, a confiança nos serviços destacou-se largamente pela positiva, subindo fortemente (+7. pontos), representando a ª subida dos últimos 7 meses e ascendendo a máximos desde ago-11, embora depois de em abril ter feito mínimos históricos (série iniciada em jan-3), encontrando-se a sinalizar descidas consecutivas do VAB dos serviços desde jul-11. O índice de confiança no comércio a retalho também subiu, para máximos desde ago-11, permanecendo a evidenciar o º nível mais elevado de confiança entre os principais setores, pese embora encontrando-se desde abr-11 em valores compatíveis com uma contração das vendas a retalho. Em termos trimestrais, o IESI sinaliza quedas em cadeia do PIB de.% no ºT13 e de.% no 1ºT1 (ainda sem as leituras de fevereiro e março), depois da estabilização observada no 3ºT13, resultados que consideramos demasiado pessimistas. Com efeito, o nosso indicador compósito para o PIB sugere um regresso ao crescimento no ºT13, mas a um ritmo bastante marginal, de apenas.1%, devendo manter-se em crescimentos modestos ao longo deste ano. Não obstante o estimado regresso aos crescimentos, estes têm sido momentos complicados para a economia italiana, com o PIB a dever ter registado uma descida anual de 1.% em 13, ligeiramente inferior à prevista pela OCDE (19-nov), de 1.9%, e em linha com as previsões recentes do FMI (1-jan) e da Comissão Europeia (5-nov). Foi assim neste contexto, e com o intuito de relançar a economia, que o Governo italiano aprovou (em meados de out-13), no âmbito da proposta de OE 1, um corte de 3.5 mil milhões de euros (mm ) nos impostos sobre o trabalho para o próximo ano,.5 mm a suportar pelo Governo central e 1. mm pelas administrações regionais. O Primeiro- Ministro, Enrico Letta, afirmou então que os cortes permitem devolver 1.5 mm à economia real num total de 5 mm até 1 como forma de tentar relançar uma economia, que se encontra estagnada. Estas medidas vêm contrariar o essencial das políticas então prosseguidas pelo ex-primeiro-ministro Mario Monti, que apostou, principalmente, no aumento dos impostos para reforçar o orçamento italiano, medidas com as quais Letta já havia deixado claro não concordar. O OE 1 foi aprovado já no final de nov-13, mas não sem antes ter sido alvo de alguns reparos por parte da Comissão Europeia (CE), que afirmou que com este orçamento a redução de dívida pública em Itália não será respeitada. Apesar de a CE poder solicitar alterações aos orçamentos dos Estados-Membros se considerar que estes não estão em conformidade com os objetivos orçamentais (de défice e de dívida) ou com as suas recomendações económicas, a entidade não solicitou qualquer revisão ao Governo italiano, com estas advertências a acabarem assim por representar essencialmente uma forma de pressão sobre o país para não descurar em demasia o objetivo de consolidação das finanças públicas (note-se, em todo o caso, que ao nível do défice Itália terá conseguido em 13 cumprir a meta dos 3.% do PIB), sendo que para 1 o Governo previa um défice de.%. Un: Índice : :Q1 Un: Índice 5:1 :Q Itália - Índice de Confiança Empresarial :1 Italy - GDP(QoQ) vs ISTAT Business Sentiment 5:Q 7:1 Previsão - 1Q1 YoY:-.5/QoQ:-. :Q :1 7:Q 9:1 :Q 1:1 9:Q 11:1 INSEE França IFO Alemanha ISTAT Itália 1:Q 1:1 11:Q 13:1 1:1 Itália - Indicador de Confiança Industrial (ISTAT ) Nível Diferença Up/Down Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Confiança Industrial Carteira de Encomendas - Sit. Corrente Inventários - Sit. Corrente Produção - Expectativas Preços de Venda - Expectativas N o ta : O Índice de Confiança Industrial é calculado com base nas Encomendas Totais (Sit. Cor.), nas Expectativas de Produção e nos Inventários (Sit. Cor.), cujo sinal é invertido. Un: Índice Itália - Indicador de Confiança Empresarial (ISTAT ) Nível Diferença Up/Down Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Confiança Empresarial (BCI ) Indústria Serviços Construção Comércio a Retalho Un: Indice 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) Business Sentiment (Quarterly Average) (esc. dir.) DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

35 Aconteceu na semana passada em Espanha PIB A estimativa preliminar do PIB espanhol apontou para uma expansão em cadeia da economia de.3% no ºT13, em linha com o esperado pelo mercado, bem como com as nossas próprias perspetivas, tratando-se do º acréscimo consecutivo e em aceleração (+.1% no 3ºT13). Este resultado vem também ao encontro do que havia sido recentemente avançado pelo Banco de Espanha. Em termos homólogos, a economia terá contraído.1%, pela 1ª vez consecutiva, mas em forte desagravamento (-1.1% no 3ºT13). Em termos anuais, o PIB registou uma queda de 1.% em 13, em desagravamento face aos -1.% de 1, mas representando a ª queda anual dos últimos 5 anos, tendo a economia evitado a contração apenas em 11 e com um marginal acréscimo de.1%. Estes dois acréscimos em cadeia da economia espanhola vêm colocar termo a um período de permanente contração que se arrastava desde o ºT11 e em que o PIB contraiu a um ritmo médio de.%, período que havia, na altura, vindo colocar termo a um ciclo de acréscimos da atividade em 5 trimestres (estagnou no outro), mas em que o ritmo de expansão havia sido sempre relativamente fraco, oscilando entre os.1% e os.%, na medida que a procura interna já se encontrava enfraquecida pelas medidas de austeridade e pelo elevado desemprego (segundo os dados ajustados de sazonalidade pelo Montepio, a taxa de desemprego no país terá diminuído ligeiramente no ºT13, de.5% para.1%, aliviando de níveis máximos desde o início da série, no 1ºT199). Por outras palavras, a recuperação da economia espanhola no pós-recessão global de /9 foi relativamente insignificante, levando a que, com o novo ciclo de quedas observado em 11/13, e não obstante estes dois ligeiros acréscimos em cadeia na ª metade de 13, o produto tenha caído abaixo dos mínimos registados em 9, tendo-se situado no ºT13 no valor mais baixo desde o ºT5 e encontrando-se no ºT13 ainda 7.% abaixo do máximo histórico observado no 1º semestre de. Em termos de perspetivas, o nosso indicador compósito para o PIB aponta para um novo crescimento trimestral no 1ºT1, entre.% e.3%, com a economia a dever dar continuidade aos crescimentos ao longo do 1, mas ainda a ritmos modestos. Estas fracas perspetivas resultam do nível elevado de desemprego o maior entre os países da Zona Euro, da desalavancagem do setor privado, do ajustamento em curso no mercado imobiliário e dos efeitos das medidas de austeridade que têm vindo a ser implementadas pelo Governo espanhol. Neste contexto, e ademais perante a pressão dos mercados que ainda persiste sobre a dívida pública e o sistema financeiro, a recuperação da economia deverá continuar a revelar-se muito dependente da procura externa, que tem vindo a atravessar uma fase complicada, num contexto de fraco ímpeto de crescimento da economia global e de recessão na Zona Euro, esta última tendo terminado no ºT13. Refira-se, no entanto, que tem vindo a diminuir a pressão dos mercados sobre a dívida pública e o sistema financeiro, com os spreads da dívida espanhola em relação à alemã sensivelmente em mínimos desde o início de 11, e tendo no final de 13 terminado com sucesso o programa de assistência financeira à banca iniciado em dez-1, em que o MEE concedeu um empréstimo ao Estado espanhol, para que este pudesse emprestar à banca espanhola, para recapitalizar o setor. As atuais previsões do Governo (publicadas em set-13) apontam para um crescimento anual do PIB em 1 de.7%, ligeiramente pior do que os.% por nós perspetivado (note-se que no dia -jan, o Ministro da Economia Luis de Guindos, referiu que o PIB deverá crescer cerca de 1%), mas em ambos os casos melhor que os mais pessimistas.% avançados pelo FMI (1-jan) e os.5% previstos pela Comissão Europeia (5-nov) e pela OCDE (19-nov). Regressando ao relatório do PIB do ºT13, embora não tenham sido ainda divulgados dados em detalhe na ótica da despesa, o INE espanhol refere o desagravamento da queda homóloga do PIB ficou a dever-se a um contributo menos negativo da procura interna e a um novo contributo positivo da procura externa líquida, embora em desaceleração. Em termos de variação em cadeia, estima-se que as exportações líquidas tenham evidenciado nesse trimestre um contributo relativamente nulo para a evolução da economia espanhola não se excluindo, mesmo, a possibilidade de um ligeiro contributo negativo, refletindo decréscimos tanto das exportações, como das importações e depois de no 3ºT13 as exportações líquidas terem evidenciado um ligeiro contributo negativo (-. p.p.), contrariando, assim, pelo º trimestre consecutivo a tendência dos últimos trimestres, em que vinha impedindo uma maior queda da atividade económica. Do lado da procura interna, o contributo terá sido positivo pelo º trimestre consecutivo (+.3% no 3ºT13), contrariando a série de contributos desfavoráveis que vinha a evidenciar desde o ºT11, refletindo um comportamento distinto das componentes. Com efeito, o consumo privado terá crescido pelo º trimestre consecutivo e sensivelmente ao mesmo ritmo do trimestre anterior (+.% no 3ºT13) após ter estagnado no ºT13 e contraído nos trimestres precedentes, sendo penalizado pelas vendas a retalho, mas suportado pelas vendas de carros e pelo consumo de serviços. O consumo público e o investimento terão continuado condicionados pelas medidas de ajustamento orçamental tomadas pelo Governo espanhol a partir de meados de 1, devendo, no primeiro caso, ter contraído, mas no caso do investimento subido, não obstante refletindo essencialmente a variação de existências, com o investimento em capital fixo (FBCF) a continuar bastante condicionado, nomeadamente por uma nova descida da atividade da construção :Q3 :Q3 5:Q3 :Q3 Espanha - PIB 7:Q3 :Q3 9:Q3 1:Q3 Var. Trim. (QoQ) Var. Hom. (YoY) Var. Média Anual 11:Q3 1:Q3 13:Q3 13Q1 13Q 13Q3 13Q 13Q1 13Q 13Q3 13Q PIB Consumo Privado Consumo Público FBCF Procura Interna Importações Exportações Fonte: Eurostat, INE (Espanha). Espanha - PIB Crescimento Trimestral Crescimento Homólogo DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 35

36 Indicadores de Confiança O indicador de sentimento económico (ESI) desceu ligeiramente em janeiro, de 1.5 para 1.3 pontos, mas depois de um período de 13 acréscimos em 15 meses, permanecendo sensivelmente em máximos desde nov-7. O indicador situou-se pelo º mês consecutivo acima da sua média de longo-prazo (1 pontos), depois de ter permanecido desde o final de 7 consecutivamente abaixo da mesma, encontrando-se já bem afastado do mínimo desde jun-9 registado em agosto (3.7 pontos). Em termos trimestrais, o indicador, segundo cálculos do Montepio, sinaliza uma subida em cadeia da economia de.% no 1ºT1, depois do PIB ter expandido.3% no ºT13 (segundo a estimativa rápida do INE espanhol), confirmando o regresso da economia às expansões no 3ºT13 (+.1%), após um período de permanente contração que se arrastava desde o ºT11 e em que o PIB contraiu a um ritmo médio de.%. Trata-se de um resultado ligeiramente mais otimista do que o por nós defendido, com o nosso indicador compósito para o PIB a apontar para um crescimento no 1ºT1 entre.% e.3%, com a economia a dever dar continuidade aos crescimentos ao longo do 1, mas ainda a ritmos modestos. Estas fracas perspetivas resultam do nível elevado de desemprego o maior entre os países da Zona Euro, da desalavancagem do setor privado, do ajustamento em curso no mercado imobiliário e dos efeitos das medidas de austeridade que têm vindo a ser implementadas pelo Governo espanhol. Neste contexto, e ademais perante a pressão dos mercados que ainda persiste sobre a dívida pública e o sistema financeiro, a recuperação da economia deverá continuar a revelar-se muito dependente da procura externa, que tem vindo a atravessar uma fase complicada, num contexto de fraco ímpeto de crescimento da economia global e de recessão na Zona Euro, esta última tendo terminado no ºT13. Refira-se, no entanto, que tem vindo a diminuir a pressão dos mercados sobre a dívida pública e o sistema financeiro, com os spreads da dívida espanhola em relação à alemã sensivelmente em mínimos desde o início de 11, e tendo no final de 13 terminado com sucesso o programa de assistência financeira à banca iniciado em dez-1, em que o MEE concedeu um empréstimo ao Estado espanhol, para que este pudesse emprestar à banca espanhola, para recapitalizar o setor. As atuais previsões do Governo (publicadas em set-13) apontam para um crescimento anual do PIB em 1 de.7%, ligeiramente pior do que os.% por nós perspetivado (note-se que no dia -jan, o Ministro da Economia Luis de Guindos, referiu que o PIB deverá crescer cerca de +1%), mas em ambos os casos melhor que os mais pessimistas.% avançados pelo FMI (1-jan) e os.5% previstos pela Comissão Europeia (5-nov) e pela OCDE (19-nov). Regressando aos dados do sentimento económico, esta descida do indicador em janeiro refletiu comportamentos distintos das componentes, com subidas na confiança dos consumidores, nos serviços e no comércio a retalho, mas com quedas na indústria e, de forma particularmente intensa, na construção, mas com este setor a continuar a evidenciar (de longe) a situação mais degradada. Com efeito, a confiança na construção caiu uns intensos. pontos, não obstante ter revertido menos de metade da igualmente forte subida do mês anterior, corrigindo de níveis máximos desde jan-13, mas encontrando-se relativamente próxima (apenas a 1. pontos) dos níveis mínimos desde o início da série (em 199) observados em agosto, permanecendo como o setor em que os empresários se mostram mais pessimistas. Nos serviços, a confiança registou uma forte subida, pela 7ª vez nos últimos meses, ascendendo a níveis máximos desde ago-7 e passando a ser o setor em que os empresários se mostram mais otimistas, seguido a este nível pelo comércio a retalho, onde a confiança evidenciou a ª subida consecutiva, renovando máximos desde jun-, sendo estes os dois únicos setores em que a confiança se encontra acima do limiar de otimismo. Na indústria observou-se um ligeiro decréscimo, pela 1ª vez nos últimos 3 meses, aliviando de níveis máximos desde fev-11, ao passo que a confiança dos consumidores evidenciou um novo forte acréscimo, pelo 3º mês consecutivo (e pelo 7º dos últimos meses), ascendendo a níveis máximos desde jun-11. A confiança dos consumidores permaneceu, em todo o caso, como uma das mais negativas, logo após (embora ainda bem distante) a já referida construção. Ao nível do mercado laboral, o índice de expectativas de desemprego dos consumidores (próximos 1 meses), registou um desagravamento, pelo 3º mês consecutivo, permanecendo, em termos teóricos, a sugerir uma subida do desemprego no país, algo que também se encontrava a sinalizar do ponto de vista empírico desde ago-11, mas que deixou de evidenciar em dezembro, passando a sugerir uma relativa estabilização, tal como já havia sugerido em setembro, e sinalizando em janeiro mesmo uma ligeira diminuição da taxa de desemprego. As expetativas de emprego dos empresários (próximos 3 meses) apresentaram igualmente um ligeiro desagravamento, pelo º mês consecutivo, continuando afastadas dos níveis mínimos desde abr-9 registados em set-1, regressando a terreno ligeiramente positivo, mas permanecendo a sinalizar, em termos empíricos, uma ligeira destruição de postos de trabalho. Sectorialmente, assistiu-se a um comportamento maioritariamente favorável, com as expectativas a passarem a ser positivas nos serviços e permanecerem mais degradadas na construção refletindo as dificuldades que este setor atravessa : :Q1 Un: Índice 1: :Q Espanha - Indicadores de Confiança (CE) 1:7 Spain - GDP(QoQ) vs Economic Sentiment 5:Q 1:1 Previsão - 1Q1 YoY:.7/QoQ:. :Q 7:Q 13:1 Sent. Económico (esc. esq.) Conf. Serviços (esc. dir.) Conf. Com. Retalho (esc. dir.) :Q 13: 9:Q 13:7 1:Q 11:Q (SRE) 13:1 Un: Indice 11 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) Economic Sentiment (Quarterly Average) (esc. dir.) 1: Conf. Consumidor (esc. dir.) Conf. Industrial (esc. dir.) Conf. Construção (esc. dir.) Espanha - Indicadores de Confiança da CE Nível Diferença Un: Índice Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Sentimento Económico Indústria Serviços Construção Retalho Consumidor Espanha - Expetativas de Emprego e Desemprego Nível Diferença Dez-13 Jan-1 Dez-13 Jan-1 Consumidores (Des. 1M) Empresários (Emprego 3M) Indústria Construção Comércio a Retalho Serviços N o ta : As Expectativas dos Consumidores referem-se ao Desemprego nos próximos 1 meses e as dos Empresários ao Emprego nos próximos 3 meses. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

37 Preços A estimativa preliminar para a inflação de janeiro (medida pela variação homóloga do IPCH) apontou para uma estabilização nos.3%, em linha com as expetativas do mercado. Tratou-se da ª estabilização consecutiva, as quais surgem depois de a inflação ter subido de.% para.3% em novembro, naquela que constitui a única subida dos últimos 7 meses e que surgiu após uma série de desacelerações, particularmente acentuadas nos dois meses anteriores (-.5 p.p. em outubro e -1.1 p.p. em setembro), com a inflação então a aliviar ligeiramente dos mínimos desde out-9 (-.%) em que se encontrava, depois de em set-1 e out-1 ter igualado máximos desde out-. Já quando medida pela variação homóloga do IPC, a inflação diminuiu ligeiramente em janeiro, de.3% para.%. Apesar de na estimativa preliminar o INE espanhol ainda não divulgar dados em detalhe, refere que esta ligeira desaceleração da inflação resulta designadamente do comportamento dos preços dos combustíveis e lubrificantes, que evidenciaram uma queda mensal, quando haviam crescido em igual período do ano anterior. A leitura final do IPCH espanhol deverá continuar a mostrar que as anteriores pressões inflacionistas no país, tal como noutros países atualmente a braços com ajustamentos orçamentais, advinham, essencialmente, dos aumentos dos impostos indiretos, confirmando o carácter essencialmente temporário que assumiam, num contexto de fraca atividade económica em Espanha. Consumo Privado :1 5:1 :1 7:1 Espanha - Inflação :1 9:1 1:1 11:1 1:1 13:1 IPCH - Var. Mensal (MoM) (esc. esq.) IPCH - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) IPCH Core - Var. Hom. (YoY) (esc. dir.) 1:1 - As vendas a retalho (ajustadas de dias úteis e de sazonalidade) registaram em dezembro um decréscimo mensal de 3.5%, após terem avançado.%, contabilizando a 3ª descida em meses, com a atividade a ficar em mínimos desde, pelo menos, jan-. Note-se que de out-1 a ago-13 tinham-se registado subidas nos 11 meses, embora depois de uma intensa queda de 9.% em set-1, a qual resultara da subida das taxas de IVA que entrou em vigor nesse mês (de 1% para 1% na taxa mais elevada; e de % para 1% na taxa intermédia). Face a igual período do ano anterior, observou-se um decréscimo homólogo de 1.%, após uma subida de 1.% observada no mês anterior. Com este registo, a variável regressou a terreno negativo, sendo que os únicos registos positivos desde jun-1 foram o de novembro e o de setembro e apenas por vezes desde o final de 7 se registaram subidas. Por detrás desta degradação homóloga das vendas a retalho deverá ter estado um comportamento desfavorável em ambos os segmentos, com os bens alimentares a ficarem negativos. Com efeito, as vendas de bens alimentares (neste caso não ajustadas de dias úteis) registaram o º decréscimo homólogo em 1 meses (- 1.5% vs +.% no mês anterior). Por sua vez, as vendas de bens nãoalimentares viram o crescimento homólogo abrandar de.3% para 1.%, embora contabilizando 39 quedas em meses. Refira-se que com os dados de setembro, as vendas de bens alimentares acabaram por passar a evidenciar um desempenho mais desfavorável do que os outros tipos de bens, algo que se manteve até dezembro, embora não tendo sido a tendência, dado que, pela sua natureza, este tipo de bens normalmente tem evidenciado uma maior resiliência às dificuldades que a economia atravessa :1 5:1 Espanha - Vendas a Retalho :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 Vendas a Retalho Reais (YoY) Vendas a Retalho Reais wda (YoY) 1:1 13:1 Em termos trimestrais, as vendas a retalho caíram.%, evidenciando um contributo negativo para o crescimento do consumo privado no ºT13, após 3 subidas consecutivas (+1.% no 3ºT13), as primeiras depois de as vendas terem vindo consecutivamente a penalizar este agregado desde o ºT1. Trata-se assim de indicações desfavoráveis para a evolução do consumo privado no ºT13, mas que poderão ter sido compensadas pela subida das vendas de carros e pelo consumo de serviços. Isto depois de no 3ºT13 o consumo privado ter registado um acréscimo de.%, regressando aos crescimentos após ter estagnado no ºT13 e contraído nos trimestres precedentes, um resultado que veio de encontro ao que se havia estimado, refletindo os dados favoráveis até então conhecidos sobre as vendas a retalho, as vendas de carros e o consumo de serviços. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 37

38 Portugal Adensam-se os sinais de recuperação económica, não obstante o esperado efeito retardador (mas pontual) provocado pela entrada em vigor, no atual trimestre, das medidas de austeridade constantes no OE 1 A semana ficou marcada pela divulgação de importantes dados macroeconómicos de atividade, como as últimas leituras das vendas a retalho e da produção industrial referentes ao ºT13, que mostraram comportamentos mensais distintos, revelando-se negativos ao nível do retalho, mas positivos ao nível da atividade indústria, comportamentos em grande parte por nós aguardados, acabando assim por não colocar em causa as nossas perspetivas de um ligeiro crescimento da atividade económica nesse trimestre. O nosso indicador compósito para o PIB permaneceu a sinalizar um ligeiro acréscimo de.1% no ºT13, com a procura interna, mais precisamente o consumo privado e o investimento, a ser afetada pelo anúncio de um incremento na austeridade no âmbito da Proposta de OE 1, mas numa intensidade que se antevê mais do que compensada pelas exportações líquidas refletindo um acréscimo das exportações e uma ligeira queda das importações, bem como pelo consumo público, que terá sido a única componente da procura interna a expandir. Analisando com maior detalhe os dados conhecidos para o ºT13, a leitura de dezembro das vendas a retalho deu conta de um forte decréscimo mensal de 5.% mais do que revertendo a também intensa subida do mês anterior (+3.%, revista em alta em.5 p.p.) e representando a 3ª queda dos últimos meses. Note-se, no entanto, que este recente ciclo descendente surge depois de uma série de 5 subidas consecutivas, que tinham colocado a atividade retalhista em níveis máximos desde ago-1, com a atividade a cair agora para níveis mínimos desde abr-1. Em termos trimestrais, as vendas a retalho apresentaram no ºT13 uma queda de 1.%, contrariamente ao observado no 3ºT13 (+1.%), dando, assim, indicações desfavoráveis para o consumo no ºT13, que terá sido penalizado pelo anúncio das novas medidas de austeridade para 1. O nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para um decréscimo de cerca de.% (+1.1% no 3ºT13), prejudicado nesse trimestre também pela dinâmica ligeiramente desfavorável das vendas de carros, mas essencialmente pelas referidas vendas a retalho e pela igualmente provável queda no consumo de serviços. Na ótica da produção, foi também conhecida a leitura de dezembro da produção industrial, que observou, pelo contrário, um acréscimo mensal de 1.1%, tendo ademais recaído sobre dados revistos em alta, com o crescimento de novembro a passar de 1.% para 1.%. Tratou-se da ª subida dos últimos 5 meses, com a atividade industrial a evidenciar uma tentativa de recuperação, renovando níveis máximos desde ago-1, depois de ter terminado 1 sensivelmente em mínimos desde ago-97. Em termos trimestrais, a produção industrial evidenciou no ºT13 um acréscimo em cadeia de.1%, suportando a atividade económica no final de 13. Trata-se de indicações favoráveis para o setor, depois ter tido um importante papel no forte crescimento da atividade económica no ºT13 (quando o PIB expandiu +1.1%), de ter regressado às quedas no 3ºT13. O nosso indicador compósito para o VAB da indústria, quando considerado o setor alargado (i.e. incluindo a energia, água e saneamento), aponta para a possibilidade de uma expansão trimestral na ordem de.9% no ºT13, depois do setor ter contraído.3% no 3ºT13 e revertido cerca de metade da intensa subida de.1% do ºT13. Este acréscimo deverá conseguir mais do que compensar as quedas de atividade estimadas para a construção e os serviços (neste caso, marginal), dados que se mostram consistentes com o ligeiro acréscimo do PIB de.1% no ºT13. Já relativamente ao 1ºT1, e a um nível mais agregado, foi conhecida a leitura de janeiro do indicador de sentimento económico (ESI), calculado pela Comissão Europeia (CE) e que compreende informação referente aos principais setores de atividade, bem como à confiança dos consumidores. O indicador evidenciou uma subida de 9.1 para 99. pontos, representando a ª subida consecutiva e a ª dos últimos 9 meses, ascendendo a níveis máximos desde ago-. Este recente período de alívio o indicador registou 1 subidas nos últimos 15 meses segue-se a duas fortes quedas observadas em set-1 e out-1, que haviam levado o ESI a cair para um mínimo desde abr-9. Esta nova subida do ESI deveu-se a um comportamento favorável da generalidade das suas componentes, de maior intensidade na confiança dos consumidores, mas também bastante intensa nos serviços e na construção, e com a única exceção a observar-se no comércio a retalho, onde se observou uma queda da confiança. Em termos trimestrais, e de acordo com os cálculos do Montepio, o ESI encontra-se em níveis consistentes com uma ligeira subida em cadeia do PIB de.% no 1ºT1, um resultado que difere da relativa estabilização da atividade que prevemos, já que a procura interna será condicionada pela entrada em vigor das medidas de austeridade constantes no OE 1. Por último, e assumindo contornos igualmente positivos, refiram-se os dados sobre o mercado laboral, com a estimativa do Eurostat para a taxa de desemprego em dezembro a revelar uma descida 15.5% para 15.%, corrigindo pela 1ª vez consecutiva dos 17.% registados entre jan-13 e fev-13, que constituem um máximo desde o início da série (em 193), após uma tendência de agravamento desde. Esta descida da taxa de desemprego esteve, segundo as estimativas do Eurostat, associada a uma redução do desemprego, pelo 11º mês consecutivo, renovando mínimos desde mar-1, indo ao encontro do que tínhamos referido aquando da divulgação dos dados de dezembro do IEFP sobre o desemprego registado. As fortes reduções da taxa de desemprego do INE (não ajustada de sazonalidade) nos dois últimos trimestres disponíveis caiu novamente a pique no 3ºT13, passando de 1.% para 15.%, depois de no ºT13 já ter observado a maior diminuição desde o ºT199 e tratando-se da ª queda (consecutiva) em 9 trimestres, bem como as descidas mensais da taxa de desemprego estimada pelo Eurostat ao longo do ºT13, constituem dados inegavelmente animadores, ao interromperem um período de deterioração que se verificava desde que a crise do euro se alastrou a Portugal e, no seu encalço, veio o programa de ajustamento. Contudo, e a avaliar designadamente pelos indicadores de emprego do INE atualmente disponíveis, não é claro que estas descidas mensais da taxa de desemprego reportadas pelo Eurostat venham a ser confirmados pelos dados oficiais do INE, prevendo-se que a taxa de desemprego encete uma trajetória descendente mais sustentada apenas a partir da primavera, depois também de um 1º trimestre em que a atividade económica deverá, como referido, grosso modo estabilizar, com a procura interna a ser condicionada pela entrada em vigor das medidas constantes no OE-1. Assim, em termos prospetivos, apontamos para uma taxa de desemprego de 1.% em 13, bem abaixo dos 17.% previstos pelo Governo no OE 1 e com o pico máximo a dever ter sido atingido no 1ºT13 (17.5%, de acordo com a taxa oficial do INE). Para 1 o Executivo previu um agravamento para 17.7%, quando do nosso ponto de vista existem condições para que a taxa de desemprego possa mesmo aliviar este ano para um valor em torno dos 15.5%. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

39 Aconteceu na semana passada em Portugal Indicadores de Confiança O indicador de sentimento económico (ESI), calculado pela Comissão Europeia (CE), subiu em janeiro de 9.1 para 99. pontos, representando a ª subida consecutiva e a ª dos últimos 9 meses, ascendendo a níveis máximos desde ago-. Este recente período de alívio o indicador registou 1 subidas nos últimos 15 meses segue-se a duas fortes quedas observadas em set-1 e out-1, que haviam levado o ESI a cair para um mínimo desde abr-9, sendo que apenas no auge da Grande Recessão Global o ESI apresentou valores inferiores aos evidenciados em out-1 e nov-1. Esta subida do sentimento económico no mês de janeiro deveu-se a um comportamento favorável da generalidade das suas componentes, de maior intensidade na confiança dos consumidores, mas também bastante intensa nos serviços e na construção, e com a única exceção a observar-se no comércio a retalho, onde se observou uma queda da confiança, embora revertendo menos de metade da subida do mês anterior. Note-se, no entanto, que os recentes alívios da confiança nos serviços (subiu pela 1ª vez nos últimos 15 meses) e da confiança dos consumidores (subiu pela 13ª vez nos últimos 15 meses, e uma vez mais de forma particularmente intensa) surgem depois de estas terem sido as mais penalizadas nos meses de set-1 e out-1, não sendo possível deixar de associar aquelas fortes quebras de confiança aos anúncios de novas medidas de austeridade para 13 que foram sendo realizadas pelo Governo ao longo do mês de set-1 e concretizadas no Orçamento de Estado para 13 (OE 13), cuja proposta foi apresentada em meados de out-1. Em termos trimestrais, e de acordo com os cálculos do Montepio, o ESI encontra-se em níveis consistentes com uma ligeira subida em cadeia de.1% do PIB no ºT13 e de.% no 1ºT1, este último um resultado que difere das nossas perspetivas, sendo que também se aponta para uma ligeira subida da atividade no derradeiro trimestre de 13. Com efeito, o nosso indicador compósito para o PIB aponta para um ligeiro acréscimo de.1% no ºT13, com a procura interna, mais precisamente o consumo privado e o investimento, a ser afetada no último trimestre de 13 pelo anúncio de um incremento na austeridade no âmbito da Proposta de OE 1, mas numa intensidade que se antevê mais do que compensada pelas exportações líquidas refletindo um acréscimo das exportações e uma ligeira queda das importações, bem como pelo consumo público, que terá sido a única componente da procura interna a expandir. Em termos anuais, apontamos atualmente para uma queda do PIB de 1.5% no total de 13, em linha com a prevista pelo BdP (1-dez) e menos desfavorável do que os -1.7% previstos pela OCDE (11-nov) e os -1.% constantes da Proposta de OE 1 e assumidos até ao momento pela troika. Para 1, prevemos uma expansão de.%, um cenário mais favorável que os.% antecipados pela OCDE e em linha com os.% previstos pelo BdP, pela troika e pelo Governo. Esta previsão continua a ter implícito um primeiro trimestre difícil para a economia (grosso modo prevemos uma estabilização no 1ºT1), já que a procura interna será condicionada pela entrada em vigor das medidas constantes no OE-1. Assim, será sobretudo a partir da primavera que apontamos para que a economia regresse aos crescimentos consistentes (mas moderados), à medida que o impacto das novas medidas se dilua e com a procura externa, nomeadamente a proveniente da Zona Euro, a dever acelerar ao longo do ano. A confiança dos consumidores registou uma subida de.3 pontos em janeiro, para pontos, contabilizando a 13ª subida dos últimos 15 meses, já quase que triplicando a intensa degradação observada nos meses anteriores os quais haviam colocado o indicador no valor mais baixo desde o início da série, em jun- e ascendendo a níveis máximos desde jan-1. Recorde-se que as anteriores quedas da confiança foram especialmente intensas nos meses de set-1 e out-1 (num total acumulado de. pontos), refletindo os anúncios de novas medidas de austeridade que foram sendo feitos ao longo de set-1 e concretizadas na Proposta de OE 13 em meados de out-1, as quais, dado continuarem a condicionar fortemente o rendimento das famílias, tendem a penalizar de forma particularmente mais intensa a confiança dos consumidores. Esta melhoria da confiança dos consumidores em janeiro refletiu um comportamento distinto das componentes, com os superiores alívios das expetativas relativamente à evolução da economia e do desemprego a mais do que contrariarem os ligeiros agravamentos observados nas expetativas de poupança e nas referentes à situação financeira do agregado familiar. Com efeito, as expetativas de desemprego voltaram a desagravar-se intensamente, evidenciando o 7º forte alívio dos últimos meses, passando para mínimos desde set-1 e passando a estar em níveis empiricamente compatíveis com uma relativa estabilização do desemprego, depois de um largo período de tempo a sugerir agravamentos do desemprego. As expectativas de evolução da economia evidenciaram a ª melhoria consecutiva e também bastante intensa, depois de nos 5 meses anteriores já se terem destacado largamente pela positiva, ascendendo a máximos desde jan-1, mas permanecendo como uma das componentes que mais se encontra a penalizar a confiança dos consumidores Un: Índice :1 :Q1 Un: Índice 1: Portugal - GDP (QoQ) vs Economic Sentiment 5:Q1 Portugal - Indicadores de Confiança 1:7 :Q1 1:1 Previsão - 1Q1 YoY:1.9/QoQ:. 7:Q1 13:1 Sent. Económico (esc. esq.) Conf. Serviços (esc. dir.) Conf. Com. Retalho (esc. dir.) :Q1 9:Q1 13: 1:Q1 13:7 11:Q1 (SRE) 13:1 1:Q1 1:1 Un: Indice :Q1 1:Q1 PIB - QoQ (esc. esq.) Economic Sentiment (Quarterly Average) (esc. dir.) Conf. Consumidor (esc. dir.) Conf. Industrial (esc. dir.) Conf. Construção (esc. dir.) Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Sentimento Económico Indústria Serviços Construção Retalho Consumidor :Q Portugal - Indicadores de Confiança da CE :Q 9:Q 1:Q Valor Portugal - PIB 11:Q 1:Q 13:Q Crescimento Trimestral Portugal - Confiança dos Consumidores Valor Variação 1:Q Previsão 15:Q Variação Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Conf. Consumidor Expectativas Sit. Financeira Expectativas Economia Expectativas Poupança Expectativas Desemprego Actual Sit. Financeira Situação Economia Situação Poupança Grandes Aquisições - Expectativas Grandes Aquisições - Situação Expectativas Preços 1M Situação Preços 1M DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 39

40 Neste capítulo, as expetativas de poupança continuam a destacar-se pela negativa, evidenciando o nível mais baixo, ademais ligeiramente agravado em janeiro com uma nova queda (a 3ª dos últimos meses), encontrando-se não muito afastadas dos níveis mínimos históricos (série iniciada em jun-) registados em maio. Por último, as expectativas para a situação financeira do agregado familiar evidenciaram também uma ligeira descida em janeiro, pela 1ª vez nos últimos meses, aliviando de máximos desde set-1, mantendo-se também em níveis bastante negativos, ainda que evidenciando um dos registos menos desfavoráveis. Recorde-se a queda especialmente intensa observada em set-1 que as havia colocado em mínimos desde dez-11, quando fizeram níveis mínimos históricos, na altura, refletindo também o conjunto de fortes medidas de austeridade implementadas pelo Governo, que condicionaram fortemente o rendimento disponível das famílias. Em termos trimestrais, segundo cálculos do Montepio, o indicador de confiança dos consumidores sinaliza uma queda do consumo privado de.1% no ºT13 e um acréscimo de.3% no 1ºT1, resultados que se revelam mais otimistas do que as nossas atuais perspetivas, apontando-se para uma queda superior do consumo no ºT13 e para a permanência do agregado em contração no arranque deste ano penalizado pelo anúncio e posterior implementação das novas medidas de austeridade do OE 1. Em concreto para o ºT13, o nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para um decréscimo de cerca de.%, penalizado nesse trimestre também pela dinâmica ligeiramente desfavorável das vendas de carros, mas essencialmente pelas vendas a retalho e pela também provável queda no consumo de serviços. Isto depois de o consumo privado ter expandido 1.1% em cadeia no 3ºT13, registando o º crescimento consecutivo (+.% no ºT13) e após 9 trimestres de queda, continuando a aliviar de níveis mínimos desde o 1ºT1 e sendo suportado pela generalidade dos tipos de consumo, com destaque para o novo forte acréscimo nos bens duradouros. Do ponto de vista dos empresários, assistiu-se a um comportamento favorável da confiança na maioria dos setores, de maior intensidade na construção e nos serviços, e com a única exceção a observar-se no comércio a retalho, onde se registou uma queda da confiança, embora revertendo menos de metade da subida do mês anterior. A maior subida deu-se efetivamente na construção, evidenciando a ª subida dos últimos meses e ascendendo a níveis máximos desde set-1, mas continuando a destacar-se como o setor em que os empresários se mostram mais pessimistas, permanecendo bastante penalizado pela fraca carteira de encomendas. A segunda maior subida foi registada pela confiança dos serviços, que aliviou pelo 9º mês consecutivo e já pela 1ª vez nos últimos 15 meses, para máximos desde fev-11, porém após duas intensas descidas, que tinham colocado a confiança neste setor em mínimos históricos. A confiança no comércio a retalho registou a única descida, mas ligeira e depois de meses a subir, aliviando apenas ligeiramente de máximos desde abr-1 e permanecendo (pelo 7º mês consecutivo) como o setor em que os empresários se encontram mais otimistas. Por último, na indústria a confiança subiu modestamente, mas já pelo º mês consecutivo, ascendendo a níveis máximos desde fev-11, continuando a beneficiar do facto de ser um daqueles setores em que os empresários mais poderão aproveitar os mercados de exportação. No mês de janeiro, a confiança no setor industrial foi suportada por uma nova melhoria nas expetativas de produção (sinalizando um aumento da produção pelo º mês consecutivo, depois de 31 meses em terreno negativo), mas penalizada pelo ligeiro agravamento do ritmo de contração das encomendas em carteira e pelo desagravamento do ritmo de crescimento dos stocks de produtos acabados, que passaram a evidenciar uma estabilização. Ao nível dos indicadores de expetativas de emprego dos empresários, para os próximos 3 meses, em janeiro assistiu-se a um forte desagravamento do indicador relativo à totalidade da economia em. pontos, para -3.1 pontos, representando o º alívio dos últimos 9 meses e refletindo um comportamento favorável em todos os setores. A construção continuou a apresentar as menores expectativas de emprego, ao passo que a indústria e os serviços continuaram a ser os setores menos penalizados. Com o forte alívio observado, as expectativas de emprego para o total da economia aproximaram-se do limiar teórico da criação de emprego, passando inclusive a sinalizar empiricamente uma ligeira criação de postos de trabalho, depois de 3 meses consecutivos a sugerir quedas do emprego. Os consumidores evidenciaram em janeiro também um menor pessimismo, com um desagravamento das expectativas de desemprego para os próximos 1 meses, pela 7ª vez nos últimos meses, passando para mínimos desde set-1 e a estar em níveis empiricamente compatíveis com uma relativa estabilização do desemprego, depois de um largo período de tempo a sugerir agravamentos do desemprego. Un: Índice Portugal - Consumption (QoQ) vs Consumer Confidence (CE) :Q1 :Q 5:Q Previsão - 1Q1 YoY:1./QoQ:.3 :Q 7:Q :Q 9:Q 1:Q 11:Q Un: Indice - 1:Q 13:Q PIB - QoQ (esc. esq.) Consumer Confidence (CE) (Quarterly Average) (esc. dir.) Portugal - Confiança na Indústria Valor Variação Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Confiança Indústria Expectativas (Próximos 3 Meses) Encomendas em Carteira Stocks de Produtos Situação (Últimos 3 Meses) Encomendas Exportação Expectativas Emprego 3 meses Expectativas Preços Portugal - Confiança da Construção Valor Variação Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Conf. Construção Carteira de Encomendas Expectativas Emprego 3 meses Produção nos últimos 3 meses Portugal - Confiança dos Serviços Valor Variação Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Conf. Serviços Situação 3 meses Carteira Encomendas 3 meses Expectativas Procura 3 meses Situação Emprego 3 meses Expectativas Emprego 3 meses Portugal - Expectativas de Emprego e Desemprego Valor Variação Un: Índice Nov-13 Dez-13 Jan-1 Nov-13 Dez-13 Jan-1 Consumidores (Desemp. 1M) Empresários (Emprego 3M) Indústria Construção Comércio a Retalho Serviços Nota : As Expectativas dos Consumidores referem- se ao Desemprego nos próximos 1 meses e as dos Empresários ao Emprego nos próximos 3 meses. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

41 Consumo Privado As vendas a retalho* (deflacionadas e corrigidas de sazonalidade e de dias úteis) registaram um forte decréscimo mensal de 5.% em dezembro, mais do que revertendo a também intensa subida do mês anterior (+3.%, revista em alta em.5 p.p) e representando a 3ª queda dos últimos meses. Note-se, no entanto, que este recente ciclo descendente surge depois de uma série de 5 subidas consecutivas, que tinham colocado a atividade retalhista em níveis máximos desde ago-1, com a atividade a cair agora para níveis mínimos desde abr-1. O decréscimo das vendas em dezembro refletiu fortes quedas em ambos os segmentos, se bem que um pouco menos intensa na componente alimentar. As vendas de bens alimentares contraíram 5.%, pela 3ª vez nos últimos meses (+.% no mês anterior) e passando de níveis máximos desde ago-1, para mínimos desde dez-1, mês em que fez em mínimos desde meados de. Já as vendas de bens não-alimentares caíram.%, igualmente pela 3ª vez nos últimos meses (+3.% no mês anterior), mas, neste caso, caindo para mínimos desde abr- 1, continuando a evidenciar um comportamento mais desfavorável do que as demais nos últimos meses, apresentando um decréscimo homólogo de 1.5% (.%, no caso dos bens alimentares) e regressando às contrações homólogas depois da pontual subida no mês anterior (a única em 35 meses). Em termos homólogos, as vendas a retalho desceram.% (+.1% no mês anterior), regressando às quedas depois de dois meses no verde. Excluindo a componente de combustíveis, as taxas de variação homóloga do índice total e do agrupamento de produtos nãoalimentares situaram-se em -.% e em -1.3%, respetivamente (+.1% e -3.3% em novembro). Em termos trimestrais, as vendas a retalho apresentaram no ºT13 uma queda de 1.%, contrariamente ao observado no 3ºT13 (+1.%, valor revisto em alta dos anteriores +1.7%). Tratam-se, assim, de indicações desfavoráveis para o consumo no ºT13, que terá sido penalizado pelo anúncio das novas medidas de austeridade na Proposta de OE 1. O nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para um decréscimo de cerca de.%, prejudicado nesse trimestre também pela dinâmica ligeiramente desfavorável das vendas de carros, mas essencialmente pelas referidas vendas a retalho e pela igualmente provável queda no consumo de serviços. Isto depois de o consumo privado ter expandido 1.1% em cadeia no 3ºT13, registando o º crescimento consecutivo (+.% no ºT13) e após 9 trimestres de queda, continuando a aliviar de níveis mínimos desde o 1ºT1 e sendo suportado pela generalidade dos tipos de consumo, com destaque para o novo forte acréscimo nos bens duradouros. Noutros dados relativos ao comércio a retalho, o emprego, as remunerações e o número de horas trabalhadas (corrigidas dos efeitos de calendário) registaram decréscimos homólogos de 1.5%, 5.% e 1.5%, no primeiro e no último caso desagravando o ritmo de queda face ao mês anterior, sucedendo o oposto no caso das remunerações (-1.9%, -.9% e -3.9% no mês anterior, respetivamente) : :1 Portugal - Consumption vs Montepio Consumer Indicator 3:Q 5:1 :Q 5:Q Portugal - Vendas a Retalho :1 7:1 Previsão - Q13 YoY:.5/QoQ:-. :Q :1 7:Q 9:1 :Q 1:1 9:Q 11:1 1:Q 1:1 Var. Mensal (MoM) - Wda/sa (esc. esq.) Var. Hom. (YoY) - Wda/sa (esc. dir.) Var. Média 1M - Wda/sa (esc. dir.) Portugal - Vendas a Retalho Var. Mensal 11:Q Private Consumption - QoQ Montepio Consumer Indicator - QoQ 13: Var. Homól. Nov-13 Dez-13 Nov-13 Dez-13 Vendas a Retalho Bens Alimentares Bens Não Alimentares :Q 13:Q (*) O INE apresentou com o relatório de out-13 uma nova série de Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho, com valores retrospetivos desde janeiro de 1. As principais alterações introduzidas com esta nova série são a utilização de uma nova amostra de empresas e a atualização da estrutura de ponderadores. Por outro lado, os índices nominais do volume de negócios foram deflacionados recorrendo ao índice de preços no consumidor com taxas de imposto constantes e utilizou-se uma nova versão da aplicação utilizada para ajustamento de efeitos de calendário e de sazonalidade. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 1

42 Indústria A produção industrial*, ajustada de sazonalidade e de efeitos de calendário, observou um acréscimo mensal de 1.1% em dezembro, tendo ademais recaído sobre dados revistos em alta, com o crescimento de novembro a passar de 1.% para 1.%. Tratou-se da ª subida dos últimos 5 meses, com a atividade industrial a evidenciar uma tentativa de recuperação, renovando níveis máximos desde ago-1, depois de ter terminado 1 sensivelmente em mínimos desde ago-97. Em termos de grandes agrupamentos industriais, o agrupamento de bens intermédios apresentou um contributo determinante para a variação do índice total (+.3 p.p.), originado por uma variação mensal de.1% (+.5% no mês anterior). Inversamente, o agrupamento de energia apresentou o contributo negativo mais intenso (-1.1 p.p.), resultante de uma taxa de variação de -.% (+1.1% em novembro). Ao nível das secções, a das indústrias transformadoras apresentou o único contributo positivo (+1. p.p.), na sequência de uma variação mensal de 1.9% (+.7% no mês anterior). A secção de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio apresentou o contributo negativo mais intenso (-.7 p.p.), em resultado de uma taxa de variação de -5.% (-1.9% em novembro). O índice da secção das indústrias extrativas apresentou uma variação mensal de -5.% (-.% em novembro), que se traduziu num contributo de -.1 p.p. para a variação do índice total. Em termos homólogos, a produção industrial evidenciou um acréscimo de 7.%, o 7º dos últimos 9 meses (+3.% no mês anterior, revisto em alta em.5 p.p.) e o maior desde mai-. Todos os grandes agrupamentos registaram taxas de variação positivas e de intensidade superior às observadas no mês precedente, com o de bens intermédios a ser o que mais influenciou a variação do índice agregado, com um contributo de 3.7 p.p., em resultado da taxa de variação de 9.5% (+.1% no mês anterior). Em termos trimestrais, a produção industrial evidenciou no ºT13 um acréscimo em cadeia de.1%, suportando a atividade económica no final de 13. Trata-se de indicações favoráveis para o setor, depois ter tido um importante papel no forte crescimento da atividade económica no ºT13 (quando o PIB expandiu +1.1%), mas regressado às quedas no 3ºT13, com o nosso indicador compósito para o VAB da indústria, quando considerado o setor alargado (i.e. incluindo a energia, água e saneamento), a apontar para a possibilidade de uma expansão trimestral na ordem de.9% no ºT13, depois do setor ter contraído.3% no 3ºT13 e revertido cerca de metade da intensa subida de.1% do ºT13. Este acréscimo deverá conseguir mais do que comensar as quedas de atividade estaimadas para a construção e os serviços (neste caso, marginal), com o nosso indicador compósito para o PIB a continuar a sugerir um ligeiro acréscimo na ordem dos.1% no ºT13 (+.% no 3ºT13). (*) O INE apresentou com o relatório de out-13 uma nova série de Índice de Produção Industrial (IPI), com base em 1 e com valores retrospetivos desde jan- 1. Uma das alterações introduzidas com esta nova série é a utilização de uma nova amostra de empresas e de produtos, determinando também um aumento de cobertura das atividades e dos produtos considerados. Adicionalmente, foram introduzidos aperfeiçoamentos no método de cálculo, tendo o INE procedido ainda à atualização da estrutura de ponderadores. Essa atualização determinou o aumento dos pesos relativos dos bens de investimento e dos bens energéticos e a redução do peso dos bens intermédios. Estas alterações originaram revisões dos resultados anteriormente publicados. Portugal Produção Industrial : :Q Portugal - Produção Industrial (exc. Construção) :1 Portugal - Industry & Energy: GVA vs Montepio Indicator 5:1 :Q :1 5:Q 7:1 Previsão - Q13 YoY:.3/QoQ:.9 :Q :1 7:Q 9:1 :Q 1:1 9:Q 11:1 Var. Mensal (MoM) - sa (esc. esq.) Var. Hom. (YoY) - wda (esc. dir.) Var. Média 1M - wda (esc. dir.) Var. Mensal 1:Q 1:1 11:Q 13:1 GVA - Industry & Energy - QoQ Montepio Industry & Energy Indicator - QoQ Var. Homól. Nov Dez Nov Dez Produção Industrial Bens Consumo Bens Investimento Bens Intermédios Energia Ind. Transformadora Ind. Extractiva Utilities :Q 13:Q DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

43 Mercado Laboral Segundo as estimativas mensais publicadas pelo Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal terá descido em dezembro de 15.5% para 15.%, corrigindo pela 1ª vez consecutiva dos 17.% registados entre jan-13 e fev-13, que constituem um máximo desde o início da série (em 193), após uma tendência de agravamento desde (particularmente acentuada a partir da ª metade de 11). Esta descida da taxa de desemprego esteve, segundo as estimativas do Eurostat, associada a uma redução do desemprego, pelo 11º mês consecutivo, renovando mínimos desde mar- 1, indo ao encontro do que tínhamos referido aquando da divulgação dos dados de dezembro do IEFP sobre o desemprego registado, que, ajustados de sazonalidade (cálculos do Montepio), evidenciaram uma queda de 1.3% (-.7% no mês anterior), sendo que nos últimos 1 meses, registaram-se descidas, embora igualmente as únicas dos últimos 3 meses. Com esta descida o desemprego registado afastou-se mais dos níveis máximos históricos (série iniciada em jan-7) observados em abril, encontrando-se já num mínimo desde jul-1. Recorde-se que, não obstante a recente revisão em baixa dos valores mensais da série do Eurostat (na sequência da divulgação da taxa de desemprego do INE referente ao 3ºT13), os dados do Eurostat continuaram a revelar um valor médio no 3ºT13 superior àquele que estimamos dever ser a estimativa do INE quando ajustada de sazonalidade, discrepâncias que tem vindo a observar-se com alguma frequência (no 3ºT13 e no ºT13, de. p.p. e.3 p.p., respetivamente, superior à observada no 1ºT13, de apenas. p.p.), e que resultam de arredondamentos, mas sobretudo dos diferentes métodos de ajustamento de sazonalidade. As fortes reduções da taxa de desemprego do INE (não ajustada de sazonalidade) nos dois últimos trimestres disponíveis caiu novamente a pique no 3ºT13, passando de 1.% para 15.%, depois de no ºT13 já ter observado a maior diminuição desde o ºT199 e tratando-se da ª queda (consecutiva) em 9 trimestres, bem como as descidas mensais da taxa de desemprego estimada pelo Eurostat ao longo do ºT13, constituem dados inegavelmente animadores, ao interromperem um período de deterioração que se verificava desde que a crise do euro se alastrou a Portugal e, no seu encalço, veio o programa de ajustamento. Não obstante, note-se que a taxa de desemprego permanece elevadíssima historicamente e a apresentar uma evolução desproporcionada face à queda do PIB (mesmo atendendo às sucessivas contrações registadas desde o final de 1), constituindo um dos principais constrangimentos para a economia portuguesa. Na verdade, e a avaliar designadamente pelos indicadores de emprego do INE atualmente disponíveis, não é claro que estas descidas mensais da taxa de desemprego reportadas pelo Eurostat venham a ser confirmados pelos dados oficiais do INE, prevendo-se que a taxa de desemprego encete uma trajetória descendente mais sustentada apenas a partir da primavera, depois também de um primeiro trimestre do ano em que a atividade económica deverá grosso modo estabilizar, com a procura interna a ser condicionada pela entrada em vigor das medidas constantes no OE-1. A refletir as expetativas de melhoria mais sustentada na taxa de desemprego a partir da primavera estão os últimos dados dos indicadores mais prospetivos conhecidos, com as expetativas de emprego dos empresários, para os próximos 3 meses, a revelarem em janeiro um forte desagravamento, representando o º alívio dos últimos 9 meses e refletindo um comportamento favorável em todos os setores, aproximando-se do limiar teórico da criação de emprego e passando inclusive a sinalizar empiricamente uma ligeira criação de postos de trabalho, depois de 3 meses consecutivos a sugerir quedas do emprego. Por sua vez, os consumidores evidenciaram também um menor pessimismo, com um desagravamento das expectativas de desemprego para os próximos 1 meses, pela 7ª vez nos últimos meses, passando para mínimos desde set-1 e a estar em níveis empiricamente compatíveis com uma relativa estabilização do desemprego, depois de um largo período de tempo a sugerir agravamentos do desemprego. Assim, em termos prospetivos, apontamos para uma taxa de desemprego de 1.% em 13, bem abaixo dos 17.% previstos pelo Governo no OE 1 e com o pico máximo a dever ter sido atingido no 1ºT13 (17.5%, de acordo com a taxa oficial do INE). Para 1 o Executivo previu um agravamento para 17.7%, quando do nosso ponto de vista existem condições para que a taxa de desemprego possa mesmo aliviar este ano para um valor em torno dos 15.5%. Note-se que estas previsões ainda estão envoltas de uma incerteza adicional: a relacionada com o verdadeiro valor da taxa de desemprego, já que todas as medidas estatísticas são baseadas em inquéritos e têm erros de amostragem, não se afastando o cenário de os valores do ºT13 e do 3ºT13, em particular, poderem estar subestimados. Na realidade, as fortes descidas da taxa de desemprego no ºT13 e no 3ºT13 não parecem ser justificáveis pelo desempenho da economia, mas nos trimestres anteriores a taxa de desemprego também tinha subido bem mais intensamente do que era sugerido pelas descidas do PIB. Por outro lado, haverá dois outros fatores que não estão tão correlacionados com a atividade económica: i) os fluxos migratórios (em 1, segundo o INE, cerca de 11 1 pessoas deixaram o país); ii) as mudanças entre a população ativa e inativa, nomeadamente entre o desemprego (incluído na população ativa) e o desemprego desencorajado (que faz parte da população inativa, e que assim são classificados por não procurarem trabalho durante as últimas semanas); iii) o saldo natural negativo (houve mais mortes do que nascimentos) : :1 5:1 Portugal - Taxa de Desemprego :1 7:1 :1 9:1 1:1 11:1 1:1 Desemprego - INE Desemprego - INE sa (cálculos do Montepio) Desemprego - Eurostat 13:1 3 Previsão 7:Q :Q Portugal - PIB e Taxa de Desemprego 9:Q 1:Q 11:Q 1:Q 13:Q 1:Q PIB - Crescimento Homólogo (YoY) (esc. esq.) Taxa de Desemprego (SA) (esc. dir.; invertida) 15:Q DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1 3

44 Inquérito à Banca De acordo com os resultados do inquérito realizado em janeiro de 1 pelo Banco de Portugal (BdP) aos cinco grupos bancários portugueses integrados na amostra do BCE, os critérios de concessão de empréstimos ao setor privado não financeiro permaneceram praticamente inalterados no decurso do ºT13, em linha com os resultados dos cinco inquéritos anteriores. Esta relativa estabilização foi transversal aos vários segmentos de crédito analisados (particulares e empresas não financeiras), mas, no caso das empresas não financeiras, continuando, contudo, a existir evidência de uma ligeira diminuição da restritividade no que se refere aos empréstimos de curto e médio prazo a empresas (sobretudo PME s). As razões apontadas para a diminuição da restritividade prendem-se com melhorias da posição de liquidez dos bancos, aumento da pressão exercida pelas outras instituições bancárias e expectativas mais favoráveis quanto à atividade económica. No que respeita as condições aplicadas nos empréstimos, a maioria dos bancos inquiridos reportou uma redução de restritividade, que se reflete principalmente nos spreads e comissões (não relacionadas com a taxa de juro) aplicados nos empréstimos a empresas com menos risco. No que diz respeito a empréstimos a particulares, os critérios de aprovação e as condições aplicadas mantiveram-se praticamente inalterados, havendo uma instituição a reportar uma ligeira diminuição da restritividade nos critérios de aprovação de crédito ao consumo. Relativamente à procura de empréstimos, os resultados do inquérito apontam para uma relativa estabilização no ºT13 por parte das empresas e dos particulares. Assim, quanto à procura de empréstimos por parte de empresas não financeiras, a generalidade dos bancos reportou a manutenção da situação. Dos fatores que afetaram positivamente a procura de empréstimos, destacam-se o financiamento de existências e necessidades de fundo de maneio e reestruturação da dívida e, em menor medida, o financiamento do investimento, o financiamento de fusões/aquisições e reestruturação empresarial e a geração interna de fundos. Em termos de particulares, a procura de crédito à habitação manteve-se também praticamente sem alterações, havendo uma instituição a registar um ligeiro aumento da procura de crédito ao consumo e outros empréstimos. Para o 1ºT1, a expetativa dos bancos inquiridos é que se verifique uma ligeira diminuição da restritividade critérios de concessão de empréstimos no caso dos empréstimos a empresas não financeiras, mas somente nos empréstimos ou linhas de crédito a PME s, com os bancos a anteciparem uma manutenção da restritividade nos restantes casos. Já relativamente aos particulares (habitação e consumo e outros fins), esperam uma manutenção da restritividade dos critérios, tanto para os empréstimos à habitação, como para o consumo e outros fins. Relativamente à procura de empréstimos, alguns dos bancos inquiridos perspetivam um aumento ligeiro de procura de empréstimos por empresas não financeiras, especialmente empréstimos a PME s e empréstimos de curto prazo, ao passo que no caso de particulares os bancos esperam uma relativa manutenção da procura. Este inquérito inclui perguntas ad-hoc que visam avaliar o impacto sobre as condições de concessão de crédito bancário a empresas e particulares de eventos específicos e/ou localizados no tempo. A primeira questão avalia o impacto da situação nos mercados financeiros sobre o acesso dos bancos a financiamento e sobre a sua capacidade de transferência de risco, sendo que, de um modo geral, os bancos inquiridos reportaram que nos últimos três meses não se registaram alterações, havendo reportes individuais que indicam ligeiras melhorias ao nível de títulos de dívida de médio a longo prazo, titularização, capacidade de transferência de risco de crédito para fora do balanço, e no mercado de repos. Refira-se também a pergunta que pretende avaliar o impacto da crise de dívida soberana nas condições de financiamento dos bancos e nos critérios de concessão de crédito, com a maioria das respostas a indicar que não houve impacto nas condições de financiamento, nem nos critérios de concessão de crédito, nem nos spreads aplicados. Apenas um dos inquiridos indica que a evolução no mercado contribuiu para uma ligeira melhoria das suas condições de financiamento, nomeadamente devida à exposição direta a dívida soberana e à evolução do valor dos ativos de garantia de dívida soberana para operações no mercado por grosso. DPEC - Departamento de Estudos 3 de fevereiro de 1

Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016

Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016 Projeções para a Economia Portuguesa: 2014-2016 1 Projeções para a economia portuguesa: 2014-2016 As projeções para a economia portuguesa apontam para uma recuperação gradual da atividade ao longo do horizonte.

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