Revista Eletrônica de Economia da Universidade Estadual de Goiás UEG ISSN: X
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- Maria Fernanda Eliana Van Der Vinne Gabeira
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1 Revisa Elerônica de Economia da Universidade Esadual de Goiás UEG ISSN: X ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO DOS PREÇOS DO ARROZ Alan Figueiredo de Aredes Vladimir Faria dos Sanos 2 Norbero Marins Vieira 3 Resumo: Objeivou-se analisar e ampliar o conhecimeno sobre a formação dos preços do arroz uilizando as séries de preços ao nível do produor, aacado e varejo na cidade de São Paulo. A meodologia e a forma de análise dos resulados incluíram um modelo eórico de ransmissão de preços, a análise esaísica dos preços, o ese de causalidade e a esimação de equações de ransmissão de preços. Os resulados mosraram que, ao nível de 5% de significância, o ese de Granger sugere uma relação de causalidade unidirecional enre o preço ao aacado e o preço ao produor, iso é, o preço ao aacado causa o preço ao produor. Enconrou-se ambém evidência de causalidade unidirecional do preço ao aacado para o preço ao produor. Uilizando um nível de significância de 0% e maiores defasagens, o resulado do ese de causalidade de Granger deeca uma relação de causalidade bilaeral enre os preços ao aacado e varejo. Noou-se, ambém, que os preços ao produor e varejo ajusam-se conjunamene, ou seja, enconrou-se evidência de que há uma relação de causalidade bilaeral, ao nível de significância de 5%. Por fim, as equações de ransmissão de preços mosraram a imporane função do aacado na formação dos preços nos demais segmenos da cadeia. Palavras-Chave: Arroz, Preço, Elasicidade. Absrac: This paper analyzes he formaion of rice prices. Hence, i was used producer, wholesale and reail rice prices in he ciy of Sao Paulo. The decision o include Sao Paulo in his analysis is because of is imporance o he secor. The mehodology includes a heoreical model of price ransmission, saisical analyses of prices, causaliy es and a mehod for esimaing price ransmission equaions. The resuls show ha he producer and wholesale prices presen more flucuaion paern. A he 5 percen level of significance, Granger es suggess a unidirecional relaionship beween wholesale price and he price received by farmers, ha is, wholesale price cause producer price. We also find evidence of unidirecional causaliy from wholesale o reail price. However, when more lags are added and considering he level of significance of 0%, he Granger causaliy resuls deec bi-direcional causaliy beween wholesale price and reail price. In addiion, he price received by farmers and reail price are joinly deermined, ha is, we find evidence of bi-direcional causaliy beween producer price and reail price a he level of significance of 5%. Finally, he price ransmission equaions show ha wholesale marke of rice is imporan o explain changes in he prices of he oher segmens of he chain. Keywords: Rice, Price, Elasiciy. Universidade Federal Fluminense (UFF). Douor em Economia Aplicada. Deparameno de Ciências Econômicas, UFF. aredess@yahoo.com.br. 2 Universidade Federal Fluminense (UFF). Douor em Economia Aplicada. Deparameno de Ciências Econômicas, UFF. vladi_fs@yahoo.com.br. 3 Universidade Federal Fluminense (UFF). Douor em Economia Aplicada. Deparameno de Ciências Econômicas, UFF. norberouff@gmail.com. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 98
2 . INTRODUÇÃO O conhecimeno sobre a formação dos preços agrícolas é de grande imporância para os agriculores, viso que é da diferença enre os preços dos produos recebidos e dos preços pagos pelos insumos de produção que o agriculor obém sua margem de lucro. É com base na análise dos preços que o produor avalia os ganhos e riscos financeiros de sua aividade. Enre as formas de análise e projeção de preços podem-se ciar os esudos sobre a ransmissão de preços nas cadeias produivas, os quais fornecem o senido (causalidade) da variação dos preços e as elasicidades de ransmissão, iso é, a inensidade de ransmissão dos preços enre os segmenos da cadeia: produor, aacado e varejo. Nesse senido, para o bom desempenho financeiro do seu negócio o agriculor deve moniorar os preços. Conforme Vale e al. (2002) a seleção de preços a serem uilizados no processo de análise é um dos passos básicos do planejameno, sendo necessário um esudo de preços com criério para esabelecer o preço que será uilizado na análise. Nesse senido, muios esudos êm sido feios sobre o assuno, sendo que enre os casos analisados, chama aenção a quesão da formação do preço do arroz, que é uma culura de grande imporância econômica nacional, gerando: renda, emprego e alimeno para população. Esudos realizados por Margarido e Bueno (2008) para São Paulo no período de 0/995 a 2/2006 evidenciam uma causalidade bidirecional enre os preços do arroz ao produor e ao aacado. Porém, quando usado um nível de significância mais rigoroso idenifica-se causalidade unidirecional do preço ao aacado sobre o preço ao produor. Adicionalmene, não enconraram causalidade de preços enre aacado e varejo. Por sua vez, Aguiar e Figueiredo (202) enconram relações de causalidade bilaeral enre os preços do arroz no aacado e no varejo e enre o preço ao varejo e ao produor e causalidade unilaeral do aacado para produor no período de 989 e 2008 para o Esado de São Paulo. Em ouro esudo, Arêdes (200) ambém esudou o mercado de arroz no Esado de São Paulo no período de janeiro de 995 a março de 200 e evidenciou uma relação de causalidade unidirecional do preço aacadisa e varejisa para o produor e relação de Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 99
3 causalidade bilaeral dos preços enre o aacado e o varejo ao nível de 2%, embora noasse maior influência do preço varejisa sobre os preços ao aacado quando usado o méodo de decomposição de variância. Nesse senido, o esudo eve por objeivo analisar e ampliar o conhecimeno sobre a formação dos preços do arroz. Assim, foi realizado um esudo de caso para o mercado de arroz no Esado de São Paulo, que é um imporane mercado desse produo. A meodologia e a forma de análise dos resulados incluíram um modelo eórico de ransmissão de preços, a análise esaísica dos preços, o ese de causalidade e a esimação de equações de ransmissão de preços. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.. Modelo de ransmissão de preços O modelo econômico de Barros (990) analisa a ransmissão de preços enre os rês níveis de mercado: produor, aacado e varejo. O modelo admie funções de produção com coeficienes fixos (ipo Leonief) no curo prazo, nos seores aacado e varejo: V A min b, Z b 2 P A min c, X c 2 em que V, A e P são as quanidades dos produos nos seores varejo, aacado e produor, respecivamene; Z e X, as quanidades dos insumos uilizados no varejo e aacado; e b, b 2, c e c 2, os coeficienes écnicos de produção. A demanda do segmeno varejisa é represenada como uma relação linear do preço ao varejo, na forma: d V 0 v, 0 em que d V é a quanidade demandada ao varejo; e v, o preço ao varejo no insane. O preço-mea ao varejo, de equilíbrio, é: Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 00
4 * v ba b2 z em que a é o preço do produo ao aacado; e z, o preço do insumo de comercialização. Dinamicamene, o preço ao varejo é ajusado parcialmene por: * v v ( v v ), 0 No aacado, o preço forma-se por excesso de demanda, ajusando-se o desequilíbrio enre demanda e ofera pelo produo: a d s a ( A A ), 0 em que d s A é a demanda; e A, a ofera do aacado. A demanda do seor aacadisa é dada pela demanda ao varejo defasada: d d A bv A ofera do aacado é obida pela ofera ao produor: A s P s c produor: A ofera agrícola é ida como uma relação linear do preço recebido defasado ao P s p, 0 0 em que p é o preço defasado ao produor. O preço-mea ao produor é: p * a c c 2 x Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 0
5 O ajuse do preço ao produor ocorre parcialmene: * p p ( p p ), 0 Por subsiuições, obêm-se as equações de ransmissão de preços. A seguir são apresenadas as equações de ransmissão de preços ao produor, aacado e varejo, respecivamene: v ( ) v b a b2 z p ( ) p a c c c 2 x a b b v p a 0 0 c c Pela primeira equação, o preço ao varejo responde posiivamene aos choques nos preços ao varejo defasado e aacado correne e ao insumo de comercialização uilizado no varejo. Pela segunda equação, o preço recebido pelo produor relaciona-se posiivamene com o preço ao produor defasado e aacado correne e negaivamene com o preço do insumo de comercialização uilizado no aacado. Por fim, pela erceira equação, o preço recebido pelo aacado relaciona-se negaivamene com os preços defasados ao produor e ao varejo. O presene esudo analisa se as séries de preços do arroz confirmam esse modelo eórico para a cadeia produiva do arroz. Se o modelo não se adequar aos dados iso será um indicaivo de que o aacado não lidera a variação de preços, o que poderá esa sendo realizado pelo seor varejisa. Para isso, serão realizados eses esaísicos e esimadas as equações de ransmissão de preços pelo méodo dos mínimos quadrados ordinários Teses esaísicos e modelos economéricos Tese de causalidade de Granger Pelo ese de causalidade de Granger, quando queremos fazer previsões para variáveis econômicas devemos apoiar em suas séries de dados emporais, pois as Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 02
6 informações relevanes para fazer as previsões dessas variáveis esão conidas exclusivamene em suas séries emporais (GUJARATI, 2000). Como mosra Gurajai (2000), o ese de causalidade de Granger para duas variáveis X e Y envolve a esimaiva de equações nas quais a variável X se relaciona com seus valores passados e com os valores passados da variável Y. De forma semelhane, Y se relaciona com os seus valores passados e com os valores passados de X. Em forma de equação, emos: n n X i X i jy j u i j m m Y iy i j X j u2 i j em que X e Y são as variáveis em esudo;,, e, os coeficienes das regressões;, o empo; e u e u 2, os erros aleaórios. Conforme o auor, as possíveis causalidades enre as variáveis são: i j. Causalidade unidirecional de Y para X: 0 e 0. i j 2. Causalidade unidirecional de X para Y: 0 e 0. i j 3. Causalidade bilaeral enre Y e X: 0 e 0. i j 4. Independência enre Y e X: 0 e 0. O ese de causalidade é realizado aplicando-se o ese F. Os passos do ese são visos dealhadamene em Gujaari (2000) Tese de raiz uniária Anes de realizar o ese de causalidade e esimar as equações de ransmissão de preços é necessário verificar se as séries de dados são esacionárias. Caso esas não forem esacionárias, esas devem ser diferenciadas aé se ornarem esacionárias. Para essa verificação pode-se empregar o ese de raiz uniária de Dickey-Fuller Aumenado (ADF). Conforme Gurajai (2000), a equação de ese de raiz uniária ADF é represenada como: Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 03
7 Y Y 2 m i i Y i em que é o operador de diferença da variável em esudo, no caso Y ; e 2, os parâmeros inercepo e endência;, o parâmero da variável defasada Y -i ; m, o ermo de diferenças defasadas; e, o erro aleaório. i Y i i A não esacionariedade da variável é consaada pela exisência de raiz uniária na série de dados. Para isso, deve-se esimar a equação acima e esar a significância esaísica do parâmero, com as hipóeses: H H 0 : 0 : 0 Caso a hipóese nula esada não for rejeiada, a série possui raiz uniária. A esaísica com equação de ese com os ermos inercepo e endência é a esaísica abelada. Para a equação de ese com inercepo e sem endência a esaísica abelada é a ; e para a equação sem inercepo e sem endência,. Confirmada a presença de raiz uniária na série esa deve ser diferenciada e esada novamene para a presença de raiz em diferenças, sendo realizadas d diferenciações aé que o ese de raiz uniária seja rejeiado Elasicidades de ransmissão de preços As elasicidades serão obidas a parir da esimação das equações de ransmissão de preços conforme o modelo eórico. Como o modelo será esimado com as séries em logarimo, as elasicidades serão dadas pelos próprios coeficienes esimados nas equações. Caso as séries não forem esacionárias, o modelo será esimado com as séries em diferenças. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 04
8 Procedimenos e fone de dados Os dados uilizados foram às séries de preços mensais do quilo do arroz ao produor no esado de São Paulo e ao aacado e varejo na cidade de São Paulo. O período de análise compreende janeiro de 995 a fevereiro de 202. A série de preços ao produor compreende o preço do arroz em casca. A série de preços ao aacado engloba a média ariméica do preço do arroz em Fardo Agulhinha ipo e 2. As séries de preços foram coleadas juno ao Insiuo de Economia Agrícola (IEA), sendo essas deflacionadas pelo IGP-DI, obido no Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com período base em 02/202. Diferenemene dos demais esudos já realizados para esse mercado, preende-se avaliar um período de empo mais recene. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.. Análise dos preços Anes de realizar os eses esaísicos e esimar o modelo de ransmissão de preços foi ploado na Figura as séries de preços do quilo do arroz ao nível do produor, aacado e varejo em São Paulo, no período de janeiro de 995 a fevereiro de 202, noou-se que os preços neses rês segmenos de mercado apresenaram endência de queda no período e foram sincronizadas, iso é, as oscilações no mercado do arroz nessa região repercuiram de forma semelhane nos diferenes segmenos da cadeia. Isso quer dizer que, por exemplo, dado um aumeno dos preços do arroz no mercado, ocasionado pela redução na ofera, espera-se a ala dos preços do grão nos diferenes elos da cadeia. Porém, a análise gráfica não permie concluir sobre a liderança na ransmissão de preços do grão, iso é, dado um choque no mercado do arroz, qual o segmeno da cadeia é responsável pelo primeiro ajuse nos preços? Para responder a esa perguna é necessário a realização de eses esaísicos. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 05
9 Preço (R$) Preço ao produor Preço ao aacado Preço ao varejo Período Figura : Série de preços do arroz ao produor, aacado e varejo em São Paulo no período 0/995 a 2/202, deflacionada pelo IGP-DI. Fone: IEA (202). Analisando as propriedades esaísicas das séries de preços do arroz no período, noou-se que o preço médio do Kg recebido pelo produor foi de R$ 0,73, ao passo que as médias recebidas pelo aacado e varejo foram de R$ 2,02 e R$ 2,47. Tendo o preço ao produor alcançado o preço mínimo de R$ 0,45 e o máximo de R$,4. Tabela : Análise das propriedades esaísicas das séries de preços do arroz, 0/995 a 2/202. Indicador Valores Preço ao produor Preço ao aacado Preço ao varejo Média 0, , ,47864 Máximo, , , Mínimo 0,450000,370000, Desvio-padrão 0, , , Coeficiene de variação 20,0096 9, ,85445 Fone: Resulados da Pesquisa. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 06
10 Em relação a dispersão dos preços, dada pelo desvio-padrão, as séries de preços oscilaram em relação a sua média em R$ 0,5, R$ 0,40 e R$ 0,39, para o preço ao produor, aacado e varejo. O que em ermos percenuais da média, dada pelo coeficiene de variação, foi de 20,0%; 9,84% e 5,85%, respecivamene, indicando que o preço ao produor e aacado eve as maiores oscilações (Tabela ). Ainda pela Tabela, pode-se verificar pelo ese de Jarque-Bera que as séries de preços não são normalmene disribuídas, sendo rejeiada a hipóese nula de normalidade, uma vez que as esaísicas calculadas foram maiores o valor abelado da esaísica qui-quadrado com 2 graus de liberdade e 0% (4,6). Conforme Gujarai (2000), se o valor p (probabilidade) da esaísica qui-quadrado calculada for suficienemene baixa, pode-se rejeiar a hipóese de que os resíduos são normalmene disribuídos O ese de raiz uniária Anes de realizar o ese de causalidade e de esimar as equações de ransmissão de preços, realizou-se o ese de raiz uniária ADF. O ese foi realizado para as séries logariimizadas. Os resulados indicaram que as rês séries de preços não foram esacionárias em nível, uma vez que as esaísicas calculadas foram em ermos absoluos menores que as esaísicas abeladas a 0% de probabilidade. No enano, quando realizado o ese ADF em primeira diferença consaou-se que as séries foram esacionárias, pois as esaísicas calculadas foram maiores que as abeladas a % (Tabela 2). Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 07
11 Tabela 2: Resulados do ese de raiz uniária Dickey-Fuller Aumenado (ADF) para as séries de preços do arroz, 0/995 a 02/202 Série em nível Equação de ese Valor calculado Preço ao produor Com inercepo e com endência ns (4) Preço ao aacado Com inercepo e com endência ns (2) Preço ao varejo Com inercepo e sem endência ns () Série em primeira diferença Equação de ese Valor calculado Preço ao produor Sem inercepo e sem endência * () Preço ao aacado Sem inercepo e sem endência * () Preço ao varejo Sem inercepo e sem endência * (0) (.) Defasagens idenificadas pelo Criério de Akaike (AIC). ns Não significaivo a 0%.*Significaivo a %. Fone: Resulados da pesquisa. Em relação a equação de ese de raiz uniária ADF, foi uilizada a equação de ese com inercepo e endência para as séries de preços em nível ao produor e aacado. Já para a série de preços ao varejo foi uilizada a equação de ese com inercepo e sem endência, uma vez que a componene endência não foi esaisicamene significaiva a 0% de probabilidade na equação. No que diz respeio as séries em primeira diferença, empregou-se a equação de ese sem inercepo e sem endência para as rês séries de preços, viso que esses ermos não foram esaisicamene significaivos a 0% de probabilidade nas equações O ese de causalidade Idenificada a não esacionariedade das séries de preços em nível, realizou-se enão o ese de causalidade com as séries em primeira diferencia, uma vez que esas foram esacionárias. Pelo ese de causalidade, independene do número de defasagens, o senido da variação dos preços foi do preço ao aacado para o produor, sendo que quando empregadas 8, 0 e 2 defasagens ese senido na mudança de preços verificou-se ao nível de % (Tabela 3). Noou-se ambém que ao nível de significância de % ocorreu causalidade unilaeral do preço do aacado para o preço ao varejo para odas as defasagens. Adicionalmene, o varejo causou o preço ao aacado a 0% de probabilidade quando usada as defasagens de 8 e 0 meses (Tabela 3). Esse resulado mosra ambém a Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 08
12 imporância do varejo na formação de preços do arroz, como foi idenificado por ouros rabalhos. Tabela 3: Resulado do ese de causalidade para as séries de preço do arroz, 0/995 a 02/202 Hipóese nula Causalidade de preços Defasagem Esaísica F Nível de Significância Decisão A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia A não causa P Rejeia P não causa A Não Rejeia Hipóese nula Causalidade de preços Defasagem Esaísica F Nível de Significância Decisão V não causa P Rejeia P não causa V Rejeia V não causa P E-05 Rejeia P não causa V Rejeia V não causa P E-05 Rejeia P não causa V Rejeia V não causa P Rejeia P não causa V Rejeia V não causa P Rejeia P não causa V Rejeia V não causa P Rejeia P não causa V Rejeia Coninua... Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 09
13 ... Coninuação Hipóese nula Causalidade de preços Defasagem Esaísica F Nível de Significância Decisão V não causa A Não rejeia A não causa V E-07 Rejeia V não causa A Não rejeia A não causa V E-07 Rejeia V não causa A Não rejeia A não causa V E-06 Rejeia V não causa A Rejeia A não causa V E-07 Rejeia V não causa A Rejeia A não causa V E-07 Rejeia V não causa A Não rejeia A não causa V E-07 Rejeia P=Preço ao Produor. A=Preço ao Aacado. V=Preço ao Varejo. Fone: Resulados da pesquisa Elasicidades de ransmissão de preços Por fim, foram esimadas as equações de ransmissão de preços conforme apresenadas no referencial eórico. Na Tabela 4 enconram-se os resulados da esimava da equação de ransmissão de preços ao produor. Embora o coeficiene de deerminação (R 2 ) seja baixo e o ermo inercepo e preço ao produor defasado não foram esaicamene significaivos a 0% de probabilidade, a variável preço ao aacado mosrou-se esaisicamene significaiva a % evidenciando a imporância do preço nesse nível de mercado na deerminação do preço recebido pelo produor. Como as séries esão logariimizadas, a equação fornece direamene as elasicidades de ransmissão de preços. Nesse caso, noou-se que a elevação do preço no aacado em 0% resularia na elevação do preço recebido pelo produor em 4,7% (Tabela 4). Tabela 4: Equação de ransmissão de preços ao produor, 0/995 a 02/202 Variável dependene Consane Pp - Pa Po R 2 Pp ns ns * ns ( ) ( ) ( ) ( ) (.) Erro-padrão. * Esaisicamene significaivo a %. ns Não significaivo a 0%. Pp =Preço ao produor. Pp - =Preço ao produor defasado. Pa =Preço ao aacado. Po =Preço do óleo diesel. R 2 =Coeficiene de deerminação. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 0
14 Por sua vez, o preço do insumo de comercialização óleo diesel não se mosrou esaisicamene significaivo sugerindo que essa variável não em imporância na explicação do preço do arroz ao produor, pelo menos em ermos correnes. Iso é, o preço do óleo diesel deve er influência sobre o preço do arroz ao produor apenas na sua forma defasada. Assim, mudanças hoje no preço do óleo diesel não deverão afear o preço do arroz ainda nesse mês, mas pode esar afeando nos períodos seguines quando forem feios novos pedidos do grão pelo aacado juno ao produor (Tabela 4). De acordo com o ese de raiz uniária ADF, a série de preços do óleo diesel ambém foi esacionária apenas em primeira diferença (5). Tabela 5: Resulados do ese de raiz uniária Dickey-Fuller Aumenado (ADF) para a série de preços do óleo diesel, 0/995 a 02/202 Série em nível Equação de ese Valor calculado Preço do óleo diesel Sem inercepo e sem endência ns (0) Série em primeira diferença Equação de ese Valor calculado Preço do óleo diesel Sem inercepo e sem endência * (0) (.) Defasagens idenificadas pelo Criério de Akaike (AIC). ns Não significaivo a 0%.*Significaivo a %. Fone: Resulados da pesquisa. A segunda equação esimada diz respeio a formação de preços ao varejo. De acordo com os resulados conidos na Tabela 6, apenas a variável preço ao aacado foi esaisicamene significaiva no modelo a 0% de probabilidade. De acordo com o coeficiene esimado para essa variável, caso o preço ao aacado aumenar em 0% o preço ao varejo aumenará em 2,77%. Tabela 6: Equação de ransmissão de preços ao varejo, 0/995 a 02/202 Variável dependene Consane Pv - Pa Po R 2 Pv ns ns * ns ( ) ( ) ( ) ( ) (.) Erro-padrão. * Esaisicamene significaivo a %. ns Não significaivo a 0%. Pv =Preço ao varejo. Pv - =Preço ao varejo defasado. Pa =Preço ao aacado. Po =Preço do óleo diesel. R 2 =Coeficiene de deerminação. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia
15 Por fim, foi esimada a equação de ransmissão de preços ao aacado (Tabela 7). Nesse caso, o modelo eórico raz a variável preço ao aacado como função dos preços defasados dos preços ao produor, varejo e aacado. De acordo com as esimações, nenhuma variável explicaiva foi esaisicamene significaiva a 0%. Porém, ao nível de significância de % a variável preço ao aacado defasada seria esaisicamene significaiva, evidenciando a imporância do preço ao aacado defasado na explicação de seu preço correne. Tabela 7: Equação de ransmissão de preços ao aacado, 0/995 a 02/202 Variável dependene Consane Pv - Pp - Pa - R 2 Pa ns ns ns ns ( ) ( ) ( ) ( ) (.) Erro-padrão. ns Não significaivo a 0%. Pa =Preço ao aacado. Pv - =Preço ao varejo defasado. Pp - =Preço ao produor defasado. Pa - = Preço ao aacado defasado. Po =Preço do óleo diesel. R 2 =Coeficiene de deerminação. 4. CONCLUSÃO De acordo com os resulados, os preços nos níveis de mercado produor, aacado e varejo foram sincronizados e os preços ao produor e ao aacado iveram as maiores oscilações, iso é, as variações nos preços foram maiores nesses dois segmenos da cadeia. Uma análise mais profunda, mediane a realização do ese de causalidade de Granger e pela esimação das equações de ransmissão de preços, mosrou que essa inerdependência de preços deveu-se especialmene ao fao de que os preços são primeiramene ajusados ao aacado e depois repassados ao produor e ao varejo, que seguiram o senido da variação de preços aacadisa. O ese de causalidade evidenciou ainda que os preços ao produor e ao varejo ajusaram-se conjunamene, embora a um nível de significância esaísica menos rígida, o preço ao varejo mosrasse ambém liderança nas variações de preços. Por sua vez, as esimaivas das elasicidades de ransmissão de preços mosraram que os aumenos nos preços no aacado não são oalmene repassados aos demais segmenos da cadeia, pois as elasicidades esimadas foram menores que um. Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 2
16 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, D. R. D.; FIGUEIREDO, A. M.. Poder de Mercado no Varejo Alimenar: uma análise usando os preços do esado de São Paulo. Revisa de Economia e Sociologia Rural, v. 49, p , 20. ARÊDES, A. F. Liderança de preços na cadeia produiva do arroz. Informações Econômicas, v. 40, p. 2-20, 200. BARROS, G. S. C. Transmissão de preços pela cenral de abasecimeno de São Paulo, Brasil. Revisa Brasileira de Economia, v. 44, n., p. 5-20, 990. GUJARATI, D. N. Economeria básica. 3 ed. São Paulo: Pearson Makron Books, p. MARGARIDO, M. A.; BUENO, C. R. F. Análise do poder de compra no Mercado de arroz em São Paulo. Revisa de Economia e Adminisração, v. 7, p , MARGARIDO, M. A.; MARTINS, V. A.; BUENO, C. R. F. Análise da evolução dos índices de preços pós-real: digressões sobre a propalada âncora verde. Informações Econômicas, v. 36, p , VALE, S. M. L. R.; SILVA JÚNIOR, A. G.; COSTA, F. A. ERU 430: Adminisração rural. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. (Aposila). Revisa de Economia, Anápolis, v.8, n., p. 98-3, jan./jun [hp:// Edição comemoraiva dos 50 anos do Curso de Economia 3
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