Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas"

Transcrição

1 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Mauro Filipe Soares Mendes Dissertação do MIEM Orientadores: Prof. Paulo José da Silva Martins Coelho Prof. Manuel António Moreira Alves Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica julho 213

2

3 Resumo Resumo Este trabalho teve como objetivo testar uma metodologia para simplificar o cálculo do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares entre placas paralelas de fluidos não-newtonianos. Os cálculos de transferência de calor foram realizados para os casos de fluxo de calor constante e de temperatura constante na parede da conduta. A metodologia proposta foi testada para fluidos descritos pelos modelos de Phan-Thien e Tanner simplificado (sptt), Herschel-Bulkley, Bingham, Casson e Carreau-Yasuda e consistiu na comparação dos resultados obtidos pela aplicação do método simplificado com os respetivos valores exatos. No caso do coeficiente de atrito, compararam-se os resultados obtidos através de duas expressões muito semelhantes, I f e f, (método simplificado) mas que têm abordagens diferentes na sua génese, com os resultados exatos, obtidos analiticamente para todos os casos à exceção do modelo Carreau-Yasuda. Para este último, como não existem soluções analíticas para o devido efeito, foi necessário recorrer a métodos de integração numérica. Para o número de Nusselt, os valores obtidos pelo método simplificado, tanto para temperatura constante como para fluxo de calor constante na parede, foram comparados com os resultados exatos, obtidos numericamente para todos os modelos. Devido à sua elevada precisão, os valores numéricos foram mesmo preferidos às soluções analíticas, para os casos em que estas existiam, em virtude do trabalho inerente às pesquisas bibliográficas necessárias realizar para o efeito não contribuir para uma alteração apreciável dos resultados obtidos pela via numérica. Os desvios máximos obtidos entre I f' e os valores exatos variaram entre 2,6% e 9,3%. Para f os erros máximos oscilaram entre,97% e 8,42%. Para todos os fluidos, à exceção do modelo Carreau-Yasuda, o erro máximo encontrado através de f' foi ligeiramente inferior ao obtido através de I f'. No caso do número de Nusselt, para fluxo de calor constante na parede, os valores do erro máximo encontrados variaram entre 1,67% e 5,5%, e para temperatura constante na parede os desvios máximos oscilaram entre 1,3% e 4,57%. iii

4 Resumo Tanto no estudo do coeficiente de atrito como no do número de Nusselt, os erros máximos mais elevados foram obtidos com o fluido Herschel-Bulkley, contudo, os erros obtidos são perfeitamente aceitáveis na maioria das aplicações de engenharia, o que faz com o método simplificado seja uma boa alternativa a cálculos normalmente mais demorados e que nem sempre estão ao alcance de todos os eventuais interessados. iv

5 Abstract Simplified calculation of friction factor and Nusselt number in laminar flow between parallel plates of non-newtonian fluids with constant wall heat flux or constant wall temperature Abstract This study aimed to test a methodology for simplifying the calculation of the friction factor and Nusselt number for laminar flow between parallel plates of non- Newtonian fluids. The heat transfer calculations were carried out for constant heat flux and constant wall temperature situations. This methodology was tested for fluids described by the simplified Phan-Thien and Tanner (sptt) viscoelastic model, and the Herschel-Bulkley, Bingham, Casson and Carreau-Yasuda generalized Newtonian models, and consisted in comparing the results obtained using the simplified method with the exact values predicted for each rheological model. and For the friction factor, the results obtained from two similar expressions ( f ), each one with different approaches in their genesis, were compared through the simplified method, with the exact results obtained analytically for all cases except for the Carreau-Yasuda model. For this model, as there are no analytical solutions, it was necessary to resort to numerical integration methods. Regarding the Nusselt number, the values obtained using the simplified method for constant wall temperature and for constant heat flux at the wall, were compared to the accurate results (taken as exact) obtained numerically for all models. Due to their high accuracy, the numerical values were even preferred to analytical solutions for cases where these exist, due to the inherently laborious literature searches required to obtain the latter, and because it does not contribute to a noticeable change in the results obtained by numerically. I f The maximum deviations obtained between I f and the exact values ranged between 2.6% and 9.3%. For f the maximum error ranged between.97% and 8.42%. For all fluids except those described by the Carreau-Yasuda model, the maximum error found for f was lower than the one found using I f. Regarding the v

6 Abstract Nusselt number for constant heat flux at the wall, the maximum error ranged from 1.67% to 5.5%, and for constant temperature at the wall the maximum deviations varied between 1.3% and 4.57%. Concerning both the study of the friction factor and the study of the Nusselt number, the highest maximum error was obtained for the Herschel-Bulkley fluid. However, the errors obtained are reasonable for most engineering applications, which makes the simplified method a good alternative to other approaches that are more time consuming, involve more calculations, and are much less straightforward. vi

7 Agradecimentos Agradecimentos Em primeiro lugar quero agradecer ao Prof. Paulo Coelho por estar sempre presente e disponível para esclarecer todas as minhas dúvidas, acompanhando o meu trabalho passo a passo. Por todo o incentivo e saber transmitido o meu muito obrigado. Quero também agradecer ao Prof. Manuel Alves pela sua ajuda nos processos de integração utilizados neste trabalho e pela sua disponibilidade em ajudar-me sempre que necessário. Agradeço a todos os meus amigos que conviveram comigo no Porto, pois sem eles não seria nada fácil estar a cerca de 15 km de distância da minha terrinha. Finalmente, um agradecimento especial à minha querida mãe, Santo Cristo, ao meu bro, Nuno Mendes, ao meu avô, Ildeberto, à minha avó, Venilde, e à minha maria, Dolores, que de forma direta ou indireta ajudaram-me na realização deste trabalho. Por todo o vosso apoio a todos os níveis, um sincero obrigado. vii

8

9 Índice Índice Resumo... iii Abstract... v Agradecimentos... vii Índice de figuras... xi Índice de tabelas... xix Nomenclatura... xxi 1 Introdução Resumo de trabalhos anteriores Modelo lei de potência Metodologia do método simplificado no cálculo de f e Nu Número de Nusselt simplificado para temperatura de parede constante Justificação do interesse deste trabalho Classificação dos fluidos Fluido Newtoniano Fluido não-newtoniano Números adimensionais Número de Reynolds Número de Reynolds generalizado Número de Prandlt Número de Péclet Número de Weissenberg Número de Nusselt Número de Bingham Modelos reológicos Estrutura da dissertação Expressões para o coeficiente de atrito e perfis de velocidade ix

10 Índice 2.1 Número de Reynolds generalizado e coeficiente de atrito Soluções analíticas para os perfis de velocidade Fluido Newtoniano Fluido sptt Fluido Herschel-Bulkley Fluido de Bingham Fluido de Casson Fluido Carreau-Yasuda Grupos adimensionais Coeficiente de atrito obtido pelo método simplificado Processo de cálculo Resultados Modelo sptt Modelo Herschel-Bulkley Modelo de Casson Modelo Carreau-Yasuda Resumo Número de Nusselt obtido pelo método simplificado para fluxo de calor constante na parede Número de Nusselt aproximado, Nu' Número de Nusselt exato, Nu Resultados Modelo sptt Modelo Herschel-Bulkey Modelo de Casson Modelo Carreau-Yasuda Resumo x

11 Índice 5 Número de Nusselt obtido pelo método simplificado para temperatura constante na parede Expressão a utilizar no cálculo do número de Nusselt simplificado Número de Nusselt numérico Resultados Modelo sptt Modelo Herschel-Bulkley Modelo de Casson Modelo Carreau-Yasuda Resumo Conclusões e sugestões para trabalhos futuros Conclusões Sugestões para trabalhos futuros Referência Bibliográficas Anexos Anexo A: Avaliação dos resultados numéricos do coeficiente de atrito Anexo B: Dedução da expressão do número de Nusselt para fluidos lei de potência 99 B.1 Expressão de Nu para fluidos lei de potência B.1.1 Equação da energia B.1.2 Integração da equação da energia B.1.3 Expressão a utilizar no cálculo do número de Nusselt simplificado Anexo C: Avaliação dos resultados numéricos do número de Nusselt para fluxo de calor constante na parede Anexo D: Avaliação dos resultados numéricos do número de Nusselt para temperatura constante na parede xi

12

13 Índice de figuras Índice de figuras Figura Curva de viscosidade do fluido lei de potência (reta) tangente à curva de um fluido genérico Figura Representação gráfica do número de Nusselt para tubos circulares pelo método semi-analítico,, e numérico, linha, em função do índice de potência, n Figura Representação gráfica do número de Nusselt para placas paralelas pelo método semi-analítico,, e numérico, linha, em função do índice de potência, n Figura Tensão de corte em função da taxa de deformação para os fluidos tixotrópicos e reopéticos Figura Tensão de corte em função da taxa de deformação dos fluidos totalmente viscosos independentes do tempo e dos fluidos Newtonianos Figura Representação de placas paralelas com suas cotas Figura Representação do desenvolvimento do perfil de velocidade de um fluido Newtoniano ao longo de uma conduta não circular, placas paralelas, sendo a região a) a região de entrada hidrodinâmica e a região b) a região desenvolvida Figura Representação de dois volumes de controlo, um a linha tracejada e outro a linha contínua, num escoamento completamente desenvolvido ao longo de uma conduta não circular, placas paralelas Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido sptt. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido sptt. Linhas: I ; Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=,5. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=,5. Linhas: I ; xi

14 Índice de figuras Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=1. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=1. Linhas: I ; Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=1,5. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Herschel-Bulkley, n=1,5. Linhas: I ; Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Casson. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Casson. Linhas: I ; Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Carreau-Yasuda, n=,2, a=1,5, μ /μ =,8. Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Carreau-Yasuda, n=,2, a=1,5, μ /μ =,8. Linhas: I ; Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado, Re', para o fluido Carreau-Yasuda, n=,358, a=2, μ /μ =1, Legenda: coeficiente de atrito simplificado, f' ; coeficiente de atrito exato, f Figura Variação dos erros I e, Eq. (1.13) em função do Reynolds generalizado, Re', para o fluido Carreau-Yasuda, n=,358, a=2, μ /μ = 1, Linhas: I ; xii

15 Índice de figuras Figura Variação do coeficiente de atrito em função do número de Reynolds generalizado. Linha, coeficiente de atrito simplificado, símbolos (valores exatos): -, Fluido sptt;, Fluido Herschel-Bulkley, n=,5;, Fluido Bingham;, Fluido Herschel-Bulkley, n=1,5;, Fluido Casson;, Fluido Carreau-Yasuda, n=,2, a=1,5, μ /μ =,8; +, Fluido Carreau- Yasuda, n=,358, a=2, μ /μ = 1, Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido sptt. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' do fluido sptt em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=,5. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu para n=,5 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=1. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' para n=1 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=1,5. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu para n=1,5 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H xiii

16 Índice de figuras Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Casson. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu do fluido Casson em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =,8. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =,8 em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1, Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1,8 1-4 em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido sptt. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' do fluido sptt em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=,5. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização xiv

17 Índice de figuras Figura Variação do erro relativo no Nu' para n=,5 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=1. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' para n=1 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu e Nu, em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para n=1,5. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' para n=1,5 em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Casson. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' do fluido Casson em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =,8. Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exato, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização Figura Variação do erro relativo no Nu' para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =,8 em função do grupo adimensional U H Figura Variação dos números de Nusselt, Nu' e Nu, em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1, Linhas: número de Nusselt simplificado, Nu'; número de Nusselt exacto, Nu. A barra vertical representa o erro máximo verificado e a sua localização xv

18 Índice de figuras Figura Variação do erro relativo no Nu' para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1,8 1-4 em função do grupo adimensional U H Figura A-1 - Diferença entre os valores do coeficiente de atrito em função do grupo adimensional U Hpara o fluido Carreau-Yasuda com n=,2, a=1,5, μ /μ =, Figura A-2 - Diferença entre os valores do coeficiente de atrito em função do grupo adimensional U Hpara o fluido Carreau-Yasuda com n=,358, a=2, μ /μ =1, Figura B-1 - Representação do troço de um escoamento entre placas paralelas para o balanço de energia Figura C-1 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U Hpara o fluido sptt Figura C-2 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n=, Figura C-3 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n= Figura C-4 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n=1, Figura C-5 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Casson Figura C-6 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =, Figura C-7 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1, Figura D-1 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U Hpara o fluido sptt Figura D-2 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n=, Figura D-3 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n= Figura D-4 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional 1 1 n n K U H para o fluido Herschel-Bulkley, n=1, xvi

19 Índice de figuras Figura D-5 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Casson Figura D-6 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,2, a=1,5, μ /μ =, Figura D-7 - Diferença entre os valores de Nu em função do grupo adimensional U H para o fluido Carreau-Yasuda n=,358, a=2, μ /μ =1, xvii

20

21 Índice de tabelas Índice de tabelas Tabela Expressões para o cálculo de n' para diferentes tipos de fluidos Tabela Constantes geométricas * a e * b, função de * 2H B Tabela Fluidos utilizados e respetivos modelos reológicos Tabela Representação gráfica de curvas de viscosidade típicas dos fluidos utilizados para o respetivo modelo reológico Tabela Propriedades características dos fluidos utilizados Tabela Grupos adimensionais para a representação dos resultados de transferência de calor Tabela Propriedades reológicas do fluido sptt utilizado Tabela Propriedades reológicas dos três fluidos de Herschel-Bulkley utilizados. 46 Tabela Propriedades reológicas do fluido de Casson utilizado Tabela Propriedades reológicas dos dois fluidos Carreau-Yasuda utilizados Tabela Resumo dos erros máximos encontrados para o coeficiente de atrito de todos os fluidos estudados Tabela Resumo dos erros máximos encontrados para o número de Nusselt simplificado, Nu', para fluxo de calor constante na parede de todos os fluidos estudados Tabela Resumo dos erros máximos encontrados para o número de Nusselt simplificado, Nu', para fluxo de calor constante na parede de todos os fluidos estudados xix

22

23 Nomenclatura Nomenclatura A Área da secção de passagem, [m 2 ] a Parâmetro adimensional do modelo de viscosidade Carreau- Yasuda; parâmetro adimensional, expressões (2.26), (2.29) e (2.34). * a Parâmetro adimensional, expressão (1.29) a 1, a 2, a 3, a 4 e a 5 Parâmetros adimensionais, expressão (1.17) B Largura das placas, [m] * b Parâmetro adimensional, expressão (1.29) c Parâmetro adimensional relacionado com a, c w c p Calor específico do fluido, [kj/kg.k] D Diâmetro da conduta circular, [m] D H Diâmetro hidráulico, [m] f f H h Coeficiente de atrito de Darcy Coeficiente de atrito obtido pelo método simplificado Metade da distância entre placas, [m] Coeficiente de convecção, [W/m 2.K] K Índice de consistência da lei de potência, [N/m 2.s n ] k L Nu Condutividade térmica, [W/(m.K)] Comprimento característico, [m] Número de Nusselt obtido pelo método simplificado N 1 Primeira diferença de tensões normais, [Pa] xxi

24 Nomenclatura n n' P Índice da lei de potência, expressão (1.1); parâmetro do modelo de Herschel-Bulkley; parâmetro do modelo Carreau-Yasuda Índice de potência aparente Perímetro molhado, [m] q w Fluxo de calor constante na parede, [W/m 2 ] R T U Raio da conduta circular, [m] Temperatura, [K] Velocidade média do escoamento na conduta, [m/s] U N Velocidade média para um escoamento de um fluido Newtoniano sujeito ao mesmo gradiente de pressão, [m/s] U Variável adimensional definida na expressão (2.32) u v x y Componente axial da velocidade, [m/s] Componente da velocidade na direção normal à parede, [m/s] Coordenada da direção axial, [m] Coordenada na direção normal medida a partir do plano de simetria da conduta, [m] Símbolos gregos Difusibilidade térmica, [m 2 /s] Taxa de deformação, [s -1 ] Parâmetro extensional no modelo sptt Constante de viscosidade associada ao modelo sptt, [kg/(m.s)] Constante de tempo do modelo do modelo Carreau-Yasuda, [s] xxii

25 Nomenclatura Tempo de relaxação do fluido, [s] Viscosidade de corte, [kg/(m.s)] Viscosidade do primeiro patamar Newtoniano, [kg/(m.s)] Viscosidade do segundo patamar Newtoniano, [kg/(m.s)] v Viscosidade cinemática, [m 2 /s]; Massa volúmica, [kg/m 3 ] Tensão de corte, [N/m 2 ] Tensão de cedência, [N/m 2 ] Grupos adimensionais DH Bn Número de Bingham, Bn U hdh Nu Número de Nusselt, k Pe Número de Péclet, UD c Pe k UD H p H Pr Número de Prandlt, Pr c p k UDH Re Número de Reynolds, Re Wi Número de Weissenberg, Wi U H xxiii

26 Nomenclatura Superescritos I Relativo à primeira abordagem de cálculo do coeficiente de atrito obtido pelo método simplificado, expressão (3.1) Relativo à segunda abordagem de cálculo do coeficiente de atrito obtido pelo método simplificado, expressão (3.2) Valor médio * Variável adimensionalizada Subscritos I I IV Relativo à integração numérica utilizando 3 pontos Relativo à integração numérica utilizando 6 pontos Relativo à integração numérica utilizando 12 pontos Relativo à integração numérica utilizando 24 pontos c Crítico, expressão (1.27) g Generalizado, expressão (1.27) w Relativo à parede da conduta Referente a propriedades médias numa secção a montante do analisado xxiv

27 Introdução 1 Introdução Este capítulo contém a informação necessária para a compreensão e desenvolvimento dos restantes capítulos que constituem este trabalho. Em primeiro lugar será feita uma pequena revisão e resumo dos trabalhos anteriores, Cruz (21), Cruz et al. (21) e Silva (212) seguido da justificação do interesse do presente trabalho. De seguida ir-se-á fazer uma apresentação e classificação genérica dos fluidos bem como uma descrição dos números adimensionais de maior relevo para o presente trabalho. Posteriormente, será feita uma sucinta apresentação dos diferentes tipos de fluidos a utilizar no presente trabalho e respetivos modelos reológicos também já utilizados por Cruz (21) e Silva (212). O capítulo termina com uma descrição da estrutura da presente tese. 1.1 Resumo de trabalhos anteriores Neste momento é de todo o interesse fazer uma compilação de toda a informação essencial abordada nos trabalhos anteriores e que, por sua vez, também será utilizada neste. Antes de mais, será feita a apresentação do modelo lei de potência, também conhecido por modelo de Ostwald-de Waele, sendo este a base do método simplificado, seguido da exposição da metodologia simplificada baseada neste modelo, introduzido por Cruz (212), e finalizando com as expressões encontradas por Silva (212) para o número de Nusselt de um fluido lei de potência e temperatura de parede constante Modelo lei de potência Como o modelo reológico lei de potência está na base do método simplificado, será de todo o interesse que seja apresentado em primeiro lugar. Neste modelo o coeficiente de viscosidade varia com a taxa de deformação,, ( ), de acordo com uma lei de potência sendo que para o caso de um escoamento totalmente desenvolvido entre placas paralelas ou tubos de secção circular esta é igual ao gradiente de velocidade du dy. 1

28 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Este modelo é muito utilizado em trabalhos de engenharia dada a sua simplicidade, no entanto apenas se ajusta, para um fluido não-newtoniano genérico, a determinados intervalos da curva de viscosidade de um fluido onde o logaritmo da viscosidade, log, varia linearmente com o logaritmo da taxa de deformação, log. Segundo Bird et al. (1987), o modelo reológico lei de potência é dado pela seguinte expressão, ( ) n 1 K e n K (1.1) em que K representa o índice de consistência, a tensão de corte e n o índice de potência, para mais detalhes ver secção Metodologia do método simplificado no cálculo de f e Nu Nesta secção será feita uma descrição da metodologia do método simplificado utilizando tanto no trabalho de Cruz (21) como no de Silva (212). Segundo Cruz (21), a tensão de corte na parede, w, para um escoamento laminar totalmente desenvolvido para um qualquer fluido não-newtoniano inelástico numa conduta circular pode ser aproximada pela expressão (1.2), desde que seja utilizada a taxa de deformação característica. 8U D correspondente à taxa de deformação na parede da conduta circular de um fluido Newtoniano. carac n 8U w K D (1.2) onde n' é o índice de potência aparente e (3 1) 4 n K K n n. Neste caso, K e n' são os parâmetros do modelo lei de potência aparente que é tangente à curva de viscosidade do fluido inelástico genérico num ponto correspondente a uma taxa de deformação igual à taxa de deformação característica, carac. 8U D, conforme se mostrará seguidamente, sendo U a velocidade média e D o diâmetro da conduta. A Figura 1-1 apresenta uma representação gráfica da curva de viscosidade de um fluido genérico não-newtoniano com dois patamares Newtonianos, o primeiro a baixas taxas de deformação e um segundo a altas taxas de deformação. Esta figura mostra 2

29 Introdução também que a curva de viscosidade do modelo de lei de potência será usado localmente como uma tangente à curva do fluido em questão para diferentes pontos de carac.. Como se pode verificar, para cada valor de taxa de deformação característica corresponde um índice de potência diferente. Assim, como existe um fluido lei de potência aparente para cada ponto, foi adotada a nova nomenclatura em que o índice de potência, n', é, como referido anteriormente, o índice de potência aparente, e a sua forma de calcular será mencionada mais à frente. log(μ) Modelo lei de potência,, que é tangente à curva de viscosidade para taxas de log(8u/d H ) log(γ ) Figura Curva de viscosidade do fluido lei de potência (reta) tangente à curva de um fluido genérico. 1 Também pode ser definida a viscosidade característica,, que está na base do cálculo do número de Reynolds generalizado, Re, n 8U K w D 8U K 8U 8U D D D n1 (1.3) Para simplificar a obtenção do valor de, e por sua vez, a implementação deste processo, sem a necessidade de cálculo de K, foi apresentada a seguinte metodologia, como, 1 Figura adaptada de Cruz (21) e Silva (212). 3

30 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas 3n 1 K 4n n K (1.4) fica, n 3n 1 8U K 4n D n1 (1.5) então, através da equação (1.1), 3n 1 4n n ( ) (1.6) Como pode ser lido diretamente na curva de viscosidade do fluido, pois n' 1 8U K D corresponde à viscosidade no ponto onde necessidade do cálculo de K. 8U D, não há, assim, a O Reynolds generalizado, Re', no caso de tubos de secção circular, é então calculado com base na viscosidade aparente dada pela equação (1.6), ou seja, UD Re (1.7) O coeficiente de atrito de Darcy aproximando, f, é calculado com base no número de Reynolds generalizado através da seguinte equação, f 64 Re (1.8) Deste modo pode ser estimado o coeficiente de atrito, f, para qualquer fluido puramente viscoso não-newtoniano no caso de condutas circulares. Para o cálculo do índice de potência aparente, n', é necessário conhecer antes de mais as expressões da derivada da curva viscosidade em função da taxa de deformação do respetivo modelo e a expressão da tensão corte em função da taxa de deformação (Cruz, 21). Assim, sabendo que, n 1 K e n K (1.1) 4

31 Introdução derivando a expressão matemática da curva de viscosidade em função da taxa de deformação do modelo lei de potência e igualando à derivado da viscosidade do respetivo modelo reológico a estudar, d d fluido geral d (1.9) d fluido potência com, d d fluido potência ( n2) 2 K( n 1) ( n 1) (1.1) Recorrendo às equações anteriores, (1.9) e (1.1), e para cada valor de taxa de deformação característica calcula-se assim o índice de potência aparente n a utilizar no modelo de lei de potência, ou seja, d d d fluido d fluido geral geral n (1.11) Esta metodologia vai ser também adotada para o cálculo de n de todos os modelos de fluidos não-newtonianos a utilizar na realização do presente trabalho. Na Tabela 1-1 apresentam-se as diferentes expressões de n para os vários fluidos utilizados neste trabalho, sptt, Herschel-Bulkley, Bingham, Casson e Carreau- Yasuda, e que já foram utilizadas nos trabalhos anteriores, Cruz (21) e Silva (212). 5

32 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Tabela Expressões para o cálculo de n' para diferentes tipos de fluidos. Fluidos n n 1/3 4/ w zw f f y z f f f f y z f f ( 2 3( ) ( )) 3( ) ( ) z w zy f f w f y f f 4/3 2 1/3 2 (( ) 3(18 5) ) sptt 2 2 f y f z w 3 3 f z 27 f 1 z 27 f 2 onde é a constante de viscosidade, é o parâmetro extensional e é o tempo de relaxação. Bulkley n nk n n K onde é a tensão de cedência, K é o parâmetro da viscosidade e n é o parâmetro do modelo de Herschel-Bulkley. Quando n 1 está-se na presença do modelo de Bingham. Bingham n 1 onde K é o parâmetro de viscosidade. n Casson onde é a viscosidade do patamar Newtoniano Herschel- Carreau- Yasuda ( n 1 a)/ a a ( )( n 1) 1 ( ) ( ) n 1 a ( n1)/ a ( ) 1 ( ) onde e são as viscosidades do primeiro e segundo patamar Newtoniano, a respetivamente, é a constante de tempo e a é um parâmetro adimensional que descreve a zona de transição entre o primeiro patamar Newtoniano e a zona de lei de potência 6

33 Introdução Após o cálculo do índice de potência aparente é também possível calcular de forma aproximada o número de Nusselt, Nu', para qualquer fluido não-newtoniano que escoe numa conduta circular e que possua curvas de viscosidade diferentes da dos fluidos lei de potência. Assim, basta utilizar a expressão de cálculo do número de Nusselt, Nu, de um fluido lei de potência, que é só função do índice de potência, n, e substituir este por n'. No caso do fluxo de calor constante na parede de uma conduta de secção circular a expressão da literatura a usar é a seguinte, 8(5n1)(3n1) Nu 2 31n 12n 1 (1.12) Para finalizar esta secção, serão apresentados os erros encontrados então na utilização do método simplificado, tanto para o número de Nusselt, para o caso de fluxo de calor constante na parede, como para o coeficiente de atrito. Para isso foi necessário comparar os valores exatos, f e Nu, e os valores aproximados, (1.8) e (1.12), f e Nu, obtendo-se, assim, o erro relativo através das seguintes expressões, f f f 1% (1.13) f Nu Nu Nu 1% (1.14) Nu sendo f o erro do coeficiente de atrito e Nu o erro do cálculo do número de Nusselt. No caso do coeficiente de atrito, Cruz et al. (212) obteve erros relativos máximos de 6% para o caso do modelo de Herschel-Bulkley (que ocorre para n 15, ), de 3% para o caso do modelo de Bingham e de 2% para o modelo de Casson. No cálculo aproximado do número de Nusselt os erros máximos obtidos no caso do modelo de Hercshel-Bulkley foram de 3% para n=,5, de 5% para n 1, fluido de Bingham, e 8% para n 15,. No caso dos restantes fluidos, o erro máximo foi inferior a 3%. De referir que a expressão analítica de Nusselt para o fluido sptt pode ser encontrada em Pinho e Coelho (29), a do fluido Bingham foi obtida por Min e Yoo (1999) e para os fluidos de Herschel-Bulkley e Carreau-Yasuda os valores exatos foram obtidos pela integração numérica da equação de energia. 7

34 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Número de Nusselt simplificado para temperatura de parede constante No trabalho de Silva (212) estendeu-se o trabalho de Cruz (21) de forma a se poder calcular pelo método simplificado, descrito anteriormente, o número de Nusselt para o caso de temperatura de parede constante. Para tal foi necessário recorrer à integração semi-analítica da equação da energia para a obtenção de uma expressão adequada pois, no caso de temperatura de parede constante, não existia uma expressão para o cálculo de Nu para fluidos lei de potência. Silva (212) obteve duas expressões de Nusselt para um fluido lei de potência e temperatura constante na parede, uma para o caso de escoamentos em tubos de secção circular e outra para o caso de escoamento entre placas paralelas. A expressão (1.15) apresenta a solução final para o Nu, obtida por um processo semi-analítico após três iterações, para o caso de escoamento em tubos de secção circular sendo esta dada por um polinómio de grau 15, Nu i15 i1 i15 i1 i in i in (1.15) onde as constantes e podem ser encontrados na Tabela 3.2 de Silva (212). Para o caso de escoamento entre placas paralelas, a expressão para o número de Nusselt é ligeiramente diferente da anterior e é dada pela equação (1.16) obtida também à terceira iteração sendo dada por, Nu i16 i1 i16 i1 i in i in (1.16) sendo e constantes que podem ser encontradas na Tabela 3.4 do trabalho de Silva (212). Para uma análise mais correta e completa é portanto necessário a referência ao erro médio e máximo encontrado nas expressões (1.15) e (1.16) para tubos de secção circular e placas paralelas, respetivamente. Para temperatura constante na parede foi utilizado a mesma expressão de cálculo do erro que no caso de fluxo constante. Assim, através da expressão (1.14) foi possível o cálculo do erro médio, onde neste caso Nu' é o 8

35 Introdução número de Nusselt obtido através do método semi-analítico e Nu o número de Nusselt obtido numericamente. Nu Nu Nu 1% (1.14) Nu Assim, o erro médio para tubos circulares, encontrado por Silva (212), do número de Nusselt foi de,52% e o erro máximo foi de,19%. Para o caso de placas paralelas, o erro médio encontrado do número de Nusselt foi de,4% e um erro máximo de,14%. Para tubos de secção circular e placas paralelas, as figuras 1-2 e 1-3, respetivamente, representam os resultados de Nu de ambos os métodos, semianalítico e numérico, calculados para cerca de 15 valores de n onde se pode verificar que os valores entre os dois métodos são praticamente os mesmos. Figura Representação gráfica do número de Nusselt para tubos circulares pelo método semianalítico,, e numérico, linha, em função do índice de potência, n. 2 2 Imagem retirada de Silva (212), pag. 46, Figura

36 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Figura Representação gráfica do número de Nusselt para placas paralelas pelo método semianalítico,, e numérico, linha, em função do índice de potência, n. 3 As expressões anteriores, podem ser vistas como um complemento ao trabalho, pois não serão utilizadas neste trabalho, isto porque são expressões bastante extensas. Silva (212) optou também por ajustar os valores de Nu em função de n, obtidos numericamente a uma expressão da forma da presente na equação (1.17), ficando assim, formalmente mais simples, a ( a n a n 1) Nu a4n a5n (1.17) Para o caso de um escoamento numa conduta circular, a expressão simplificada para o número de Nusselt encontrada por Silva (212) é dada por, Nu 2 5, 7829(34, 225n 13,5891n1) 2 6,5965n 15,5622n1 (1.18) No caso de um escoamento entre placas paralelas, a expressão de Nusselt simplificada é dada pela expressão (1.19), Nu 2 9,8694(26, 7773n 11, 7895n1) 2 38, 66n 12, 7778n1 (1.19) 3 Imagem retirada de Silva (212), pag. 52, Figura

37 Introdução O erro médio encontrado para o número de Nusselt foi de,3% e o máximo de,17% para o caso de tubos circulares, equação (1.18). Para placas paralelas, o erro médio encontrado foi de,2% e o erro máximo de,1%, equação (1.19). Tal como acontece para o método semi-analitico, para o cálculo do erro utilizou-se a expressão (1.14). Como Silva (212) constatou, a solução simplificada ajustou melhor os 15 pontos de Nu em função de n do que a solução semi-analitica obtida na terceira iteração. De referir ainda que para o caso de fluxo de calor constante, a expressão encontrada por Silva (212) para o número de Nusselt, Nu, através da integração da equação de energia, pôde ser confirmada com uma já existente na literatura, Skelland (1967). Assim, a expressão de Nu para placas paralelas e fluxo de calor constante na parede é dada por, 12(4n1)(5n2) Nu 2 32n 17n2 (1.2) 1.2 Justificação do interesse deste trabalho O tema deste trabalho, o estudo da simplificação do cálculo do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares totalmente desenvolvidos de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas vem pois no seguimento dos trabalhos realizados por Cruz (21) e Cruz et al. (212) que tinham como objetivo a simplificação do cálculo do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares totalmente desenvolvidos de fluidos não-newtonianos em condutas de secção circular com fluxo de calor constante e no seguimento do trabalho de Silva (212) em que o tema é o cálculo simplificado do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos no interior de condutas de secção circular mas desta vez com temperatura de parede constante. Portanto, com a necessidade de expandir a aplicação do método simplificado para o caso de condutas não circulares, mais concretamente placas paralelas, surge o presente trabalho que se irá então debruçar sobre o cálculo simplificado do coeficiente de atrito e da transferência de calor, com fluxo de calor e temperatura na parede constantes, no referido escoamento. 11

38 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Assim, este trabalho tem pois como objetivo testar uma metodologia para o cálculo simplificado do coeficiente de atrito e número de Nusselt para fluxo de calor e temperatura na parede constantes, em escoamentos laminares totalmente desenvolvidos de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas com condução axial de calor desprezável. Serão, então, comparados os resultados obtidos pelo método aproximado com as soluções exatas, obtidas analiticamente ou numericamente, para vários modelos reológicos de fluidos não-newtonianos. Mais concretamente serão utilizados os seguintes fluidos Phan-Thien Tanner simplificado (sptt), Herschel-Bulkley, Bingham, Casson e Carreau-Yasuda. No cálculo exato do coeficiente de atrito serão utilizadas as soluções analíticas existentes exceto no caso do fluido Carreau-Yasuda, para o qual não existem soluções analíticas, recorrendo-se neste caso à integração numérica. No caso do cálculo exato do número de Nusselt, para temperatura de parede constante só por integração numérica da equação de energia se podem obter as soluções pretendidas. Para fluxo de calor constante, embora existam soluções analíticas para alguns fluidos, optou-se por utilizar também as soluções numéricas dada a elevada precisão destas. O método de integração é basicamente o mesmo que foi utilizado em trabalhos anteriores (Cruz et al. 212, Silva 212) sendo possuidor de uma elevada precisão, como se mostrará novamente no decorrer do presente trabalho. No cálculo aproximado do número de Nusselt para o caso de temperatura de parede constante, ao contrário do que acontece para fluxo de calor constante na parede, não existia até há pouco tempo na literatura, expressões matemáticas para a obtenção do número de Nusselt de um fluido lei de potência, algo fundamental para a implementação do método, pelo que só após o trabalho de Silva (212), onde as referidas expressões foram determinadas, expressões (1.18) e (1.19), é que se tornou possível estender este método também a este caso. Com este trabalho fica assim disponível na literatura, um conjunto de ferramentas úteis e simples para a determinação do coeficiente de atrito e do número de Nusselt (casos de fluxo de calor e temperatura constantes na parede) e para qualquer fluido não-newtoniano em escoamento desenvolvido em regime laminar agora entre placas paralelas. 12

39 Introdução 1.3 Classificação dos Fluidos Os fluidos podem ser classificados como não-newtonianos ou Newtonianos tendo em conta a existência ou não de uma dependência entre a viscosidade e a taxa de deformação e/ou a existência ou não de elasticidade, respetivamente. Como no escoamento que é objeto de estudo neste trabalho os efeitos elásticos não se manifestam, além da presença de tensões normais para os fluidos viscoelásticos, todos os fluidos estudados se comportam como sendo puramente viscosos, mesmo que o modelo reológico possa contabilizar a elasticidade como é o caso do fluido sptt. Este trabalho terá pois como objeto de estudo apenas os fluidos que se comportam como puramente viscosos não-newtonianos, sendo que a referência aos fluidos viscoelásticos e Newtonianos nas secções seguintes poderá ser vista como informação complementar Fluido Newtoniano Os fluidos Newtonianos podem ser definidos como fluidos cuja taxa de deformação,, é proporcional à tensão de corte,, (Çengel et al, 27), ver Figura 1-4, na qual a viscosidade de corte,, apenas varia com a pressão ou temperatura, não variando com a taxa de deformação nem com o tempo (João, 21). Assim, a tensão de corte é definida por uma relação linear como mostra a equação (1.21), (1.21) Estes fluidos abrangem todos os gases e líquidos não poliméricos e homogéneos (Cruz, 21). Na Figura 1-4 encontram-se alguns exemplos de fluidos Newtonianos como sejam o óleo, a água e o ar com a tensão de corte a variar linearmente com a taxa de deformação, representando o declive das curvas a constante de proporcionalidade,, (Munson et al., 29). Viscosidade=Declive a b (1.22) 13

40 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Figura Variação da tensão de corte, em função da taxa de deformação,, com a representação da constante de proporcionalidade, Fluido não-newtoniano Segundo João (21), estes fluidos são normalmente classificados em duas grandes categorias, fluidos viscoelásticos e fluidos puramente viscosos, sendo estes últimos, e como já referido anteriormente, os que serão alvo de estudo neste trabalho. Os fluidos viscoelásticos apresentam alguma recuperação elástica após remoção da tensão de deformação aplicada e agregam características de fluido e de sólidos elásticos. Os fluidos totalmente viscosos não possuem comportamento elástico, não são capazes de armazenar energia elasticamente e assim sendo o trabalho é dissipado sob a forma de calor. Ainda se podem dividir em duas outras classes, independentes e dependentes no tempo. No caso dos fluidos cuja viscosidade depende do tempo, a taxa de deformação não é simplesmente função da tensão de corte instantânea, mas também da duração e dos intervalos de tempo entre suas aplicações. Estes fluidos são subdivididos em tixotrópicos e reopéticos. No primeiro, a viscosidade diminui ao longo do tempo para uma taxa de deformação constante e no segundo caso têm um comportamento oposto ao primeiro. Numa experiência em que a taxa de deformação aumenta permanentemente 4 Imagem adaptada de Munson (29), pag.16, Figura

41 Introdução até um dado valor e em seguida diminui até ao valor inicial obtém-se com estes fluidos um ciclo de histerese, como ilustra a Figura 1-5, Figura Tensão de corte em função da taxa de deformação para os fluidos tixotrópicos e reopéticos. 5 Os fluidos independentes no tempo ainda podem ser divididos em 3 grupos, dilatantes, pseudóplásticos e plásticos de Bingham. De acordo com Çengel (27), nos fluidos dilatantes a viscosidade aumenta com a taxa de deformação, nos pseudóplásticos a viscosidade diminuiu com o aumento da taxa de deformação, possuem portanto um comportamento inverso do anterior. No caso dos plásticos de Bingham, estes resistem a baixas tensões de corte, comportando-se como um sólido, mas passam a comportar-se como um fluido quando a tensão de corte ultrapassa um determinado limite, deformando-se continuamente. Um bom exemplo de um fluido com este comportamento é a pasta de dentes. A figura seguinte mostra a variação da tensão de corte com a taxa de deformação destes fluidos, comparando-os com os fluidos Newtonianos. 5 Imagem retirada de João (211), pag. 28, Figura

42 Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos entre placas paralelas Figura 1-6 Tensão de corte em função da taxa de deformação dos fluidos totalmente viscosos independentes do tempo e dos fluidos Newtonianos Números adimensionais Serão apresentados nesta secção os números adimensionais mais relevantes, sendo alguns deles utilizados ao longo do presente trabalho, bem como a explicação do seu significado físico. Estes são os números de Reynolds, de Prandlt, de Péclet, de Weissenberg, de Bingham e, finalmente, de Nusselt Número de Reynolds Na década de 188, Osborne Reynolds, após muitas e exaustivas experiências, descobriu que o regime de escoamento depende do quociente entre as forças de inércia e as forças viscosas do fluido, isto é o número de Reynolds. Para um tubo de secção circular, esta relação é expressa por, Forças de inércia UD Re (1.23) Forças viscosas onde, é a massa volúmica, U é a velocidade média na conduta, D é o diâmetro da conduta e é a viscosidade de corte. 6 Imagem retirada de Cruz (21), pag. 2, Figura 1.1 (a). 16

Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos em condutas circulares

Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos em condutas circulares Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-newtonianos em condutas circulares Diogo Fernando Alves da Cruz Relatório de Projecto Final

Leia mais

TRANSMISSÃO DE CALOR resumo

TRANSMISSÃO DE CALOR resumo TRANSMISSÃO DE CALOR resumo convecção forçada abordagem experimental ou empírica Lei do arrefecimento de Newton Taxa de Transferência de Calor por Convecção 𝑞"#$ ℎ𝐴 𝑇 𝑇 ℎ 1 𝐴 ℎ - Coeficiente Convectivo

Leia mais

Orientadores: Faculdade. Porto. a Mecânica. Setembro 2012

Orientadores: Faculdade. Porto. a Mecânica. Setembro 2012 Cálculo simplificado do número de Nusselt em escoamentos laminares de fluidos não-netonianos no interior de condutas com temperatura de paredee constante Andresa Baptista da Silva Dissertação do MIEM Orientadores:

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Escoamento Interno - Parte 2 Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade Federal

Leia mais

ESTE Aula 2- Introdução à convecção. As equações de camada limite

ESTE Aula 2- Introdução à convecção. As equações de camada limite Universidade Federal do ABC ESTE013-13 Aula - Introdução à convecção. As equações de camada limite EN 41: Aula As equações de camada limite Análise das equações que descrevem o escoamento em camada limite:

Leia mais

Estudo Analítico da Transferência de Calor num Escoamento Laminar de um Fluido de Bingham com Dissipação Viscosa

Estudo Analítico da Transferência de Calor num Escoamento Laminar de um Fluido de Bingham com Dissipação Viscosa Estudo Analítico da Transferência de Calor num Escoamento Laminar de um Fluido de Bingham com Dissipação Viscosa Jorge Avelino Da Cunha Faria Relatório do Projecto Final MIEM Orientador: Prof. Paulo José

Leia mais

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA À VOLTA DE CILINDROS METÁLICOS TP4

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA À VOLTA DE CILINDROS METÁLICOS TP4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA À VOLTA DE CILINDROS METÁLICOS TP4 LABORATÓRIOS DE ENGENHARIA QUÍMICA I 2009/2010 1. Objectivo Determinação do coeficiente de convecção natural e

Leia mais

Escoamento completamente desenvolvido

Escoamento completamente desenvolvido Escoamento completamente desenvolvido A figura mostra um escoamento laminar na região de entrada de um tubo circular. Uma camada limite desenvolve-se ao longo das paredes do duto. A superfície do tubo

Leia mais

2 Formulação Matemática e Modelagem Computacional

2 Formulação Matemática e Modelagem Computacional 2 Formulação Matemática e Modelagem Computacional 2.1. Formulação Matemática A análise do escoamento através de tubos capilares foi desenvolvida utilizando-se o código CFD que vem sendo desenvolvido e

Leia mais

Transferência de Calor 1

Transferência de Calor 1 Transferência de Calor Guedes, Luiz Carlos Vieira. G94t Transferência de calor : um / Luiz Carlos Vieira Guedes. Varginha, 05. 80 slides; il. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso: World

Leia mais

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA AUTOR(ES): RAPHAEL

Leia mais

EM34B Transferência de Calor 2

EM34B Transferência de Calor 2 EM34B Transferência de Calor 2 Prof. Dr. André Damiani Rocha arocha@utfpr.edu.br Convecção Forçada Escoamento Externo 2 Convecção Forçada: Escoamento Externo Escoamento Externo É definido como um escoamento

Leia mais

Perda de Carga. Representa a Energia Mecânica convertida em Energia Térmica; Expressa como a perda de pressão

Perda de Carga. Representa a Energia Mecânica convertida em Energia Térmica; Expressa como a perda de pressão Perda de Carga Representa a Energia Mecânica convertida em Energia Térmica; Expressa como a perda de pressão h lt h ld h lm Perdas Distribuídas devido ao efeito de atrito (parede do tubo) Perdas Localizadas

Leia mais

ANÁLISE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME LAMINAR COMPLETAMENTE DESENVOLVIDO DE FLUIDOS IMISCÍVEIS (ÁGUA-ÓLEO)

ANÁLISE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME LAMINAR COMPLETAMENTE DESENVOLVIDO DE FLUIDOS IMISCÍVEIS (ÁGUA-ÓLEO) VI CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA VI NATIONAL CONGRESS OF MECHANICAL ENGINEERING 18 a 21 de agosto de 2010 Campina Grande Paraíba - Brasil August 18 21, 2010 Campina Grande Paraíba Brazil ANÁLISE

Leia mais

ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA

ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA PÓS-GRADUAÇÃO. DOUTORADO EM ENERGIA. ANÁLISE DIMENSIONAL E SEMELHANÇA ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA

Leia mais

ESTE Aula 1- Introdução à convecção. A camada limite da convecção

ESTE Aula 1- Introdução à convecção. A camada limite da convecção Universidade Federal do ABC ESTE013-13 Aula 1- Introdução à convecção. A camada limite da convecção Convecção Definição: Processo de transferência de calor entre uma superfície e um fluido adjacente, quando

Leia mais

Curso: a) 24 b) 12 c) 6,5 d) 26,5 e) 97

Curso: a) 24 b) 12 c) 6,5 d) 26,5 e) 97 IST / DEQ Mestrado Integrado em Engenharia Química Mestrado Integrado em Engenharia Biológica Mestrado em Engenharia e Gestão da Energia Fenómenos de Transferência I 2014-2015 1º Semestre 1º Exame / 15.01.2015

Leia mais

Nouar et al. [23] apresentaram um estudo numérico sobre a convecção térmica em fluidos do tipo Herschel-Bulkley. A análise foi feita para convecção

Nouar et al. [23] apresentaram um estudo numérico sobre a convecção térmica em fluidos do tipo Herschel-Bulkley. A análise foi feita para convecção 2 Revisão Bibliográfica Na literatura, embora não tão vasta quanto no caso de fluidos newtonianos, diversas investigações relacionadas ao comportamento térmico de escoamentos de fluidos não newtonianos

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Escoamento Sobre uma Placa Plana Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade

Leia mais

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos)

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos) ENGENHARIA FÍSICA Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos) Prof. Dr. Sérgio R. Montoro sergio.montoro@usp.br srmontoro@dequi.eel.usp.br Fenômenos de Transporte UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Os fenômenos

Leia mais

RESUMO 1. INTRODUÇÃO. Figura 1 Primeiro caso de canais axiais. Figura 2 Segundo caso de canais axiais. Figura 3 Terceiro caso de canais axiais.

RESUMO 1. INTRODUÇÃO. Figura 1 Primeiro caso de canais axiais. Figura 2 Segundo caso de canais axiais. Figura 3 Terceiro caso de canais axiais. ESTUDO COMPARATIVO DA EFICIÊNCIA DOS CANAIS AXIAIS DE VENTILAÇÃO DE ROTORES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (SOFTWARE ANSYS) Hilton Penha Silva - Departamento da Engenharia do Produto - WM RESUMO

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Introdução à Convecção Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade Federal de

Leia mais

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA " Fluo térmico: q h(tsup T ) h coeficiente local de transferência de calor por convecção Taa de transferência de calor q ha sup (T sup T ) h coeficiente médio de transferência

Leia mais

TRANSMISSÃO DE CALOR

TRANSMISSÃO DE CALOR INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA TRANSMISSÃO DE CALOR Guia do Laboratório: Estudo Experimental da Relação entre os Números de Nusselt, Reynolds e Prandtl Mário Manuel Gonçalves

Leia mais

EN 2411 Aula 4 Escoamento externo. Escoamento cruzado em cilindros e esferas

EN 2411 Aula 4 Escoamento externo. Escoamento cruzado em cilindros e esferas Universidade Federal do ABC EN 2411 Aula 4 Escoamento externo. Escoamento cruzado em cilindros e esferas EN2411 Consideremos o escoamento de um fluido na direção normal do eixo de um cilindro circular,

Leia mais

REOLOGIA DOS FLUIDOS

REOLOGIA DOS FLUIDOS UNIFEB ENGENHARIA QUÍMICA FENÔMENOS DE TRANSPORTE I REOLOGIA DOS FLUIDOS Prof. Marcelo Henrique 2015 1 O QUE É REOLOGIA? É o ramo da mecânica dos fluidos que estuda as propriedades físicas que influenciam

Leia mais

Transferência de Calor Escoamentos Externos

Transferência de Calor Escoamentos Externos Transferência de Calor Escoamentos Externos There Are Three Kinds of Heat Transfer: Conductive: one object transfers heat directly through contact with another object. Radiation: This is when heat is transferred

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Escoamento Cruzado Sobre Cilindros e Esferas Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade

Leia mais

Escoamentos não isotérmicos

Escoamentos não isotérmicos Escoamentos não isotérmicos Profa. Mônica F. Naccache 1 Condições de contorno: paredes sólidas e interfaces Tipos: Fronteira livre Fronteira limitada: paredes ou interfaces Condição cinemáeca conservação

Leia mais

Análise Dimensional. q 1 = f(q 2,q 3,...q n ) Matematicamente, podemos expressar a relação por uma função equivalente: F(q 1, q 2, q 3,...

Análise Dimensional. q 1 = f(q 2,q 3,...q n ) Matematicamente, podemos expressar a relação por uma função equivalente: F(q 1, q 2, q 3,... S S 0 1 V 0 t at Dado um problema físico no qual o parâmetro dependente é uma função de (n-1) parâmetros independentes, podemos expressar a relação entre as variáveis como: q 1 = f(q,q 3,...q n ) S f a,

Leia mais

3 Apresentação dos Resultados e Discussão

3 Apresentação dos Resultados e Discussão 3 Apresentação dos Resultados e Discussão 3.. Teste de Malha Foram testados três tipos diferentes de malhas cujo número de elementos variou de 200 a 800 (89 a 338 nós). A geometria escolhida para rodar

Leia mais

Observações: 2 R diâmetros (D) das equações pelos diâmetros hidráulicos (D H) e nada se altera.

Observações: 2 R diâmetros (D) das equações pelos diâmetros hidráulicos (D H) e nada se altera. O cãozinho chamado lemão nasceu com HIDROCEFLI (acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano dentro do crânio, que leva ao inchaço cerebral) e mesmo contra os diagnósticos conviveu comigo durante 3 anos,

Leia mais

+ MECÂNICA DOS FLUIDOS. n DEFINIÇÃO. n Estudo do escoamento de li quidos e gases (tanques e tubulações) n Pneuma tica e hidraúlica industrial

+ MECÂNICA DOS FLUIDOS. n DEFINIÇÃO. n Estudo do escoamento de li quidos e gases (tanques e tubulações) n Pneuma tica e hidraúlica industrial Mecânica Sólidos INTRODUÇÃO MECÂNICA DOS FLUIDOS FBT0530 - FÍSICA INDUSTRIAL PROFA. JULIANA RACT PROFA. MARINA ISHII 2018 Fluidos O que é um fluido? MECÂNICA DOS FLUIDOS PROPRIEDADE SÓLIDOS LÍQUIDOS GASES

Leia mais

Transmissão de Calor I - Prof. Eduardo Loureiro. Distribuição de temperatura na camada limite para um fluido escoando sobre uma placa aquecida.

Transmissão de Calor I - Prof. Eduardo Loureiro. Distribuição de temperatura na camada limite para um fluido escoando sobre uma placa aquecida. O número de Nusselt: Distribuição de temperatura na camada limite para um luido escoando sobre uma placa aquecida Para y 0 o calor lui somente por condução: q T A ha TS T y sup luido y 0 ( ) onde h coeiciente

Leia mais

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície \CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA " Fluxo térmico: q h(tsup T ) h coeficiente local de transferência de calor por convecção Taxa de transferência de calor q ha sup (T sup T ) h coeficiente médio de transferência

Leia mais

Equações de Navier-Stokes

Equações de Navier-Stokes Equações de Navier-Stokes Para um fluido em movimento, a pressão (componente normal da força de superfície) é diferente da pressão termodinâmica: p " # 1 3 tr T p é invariante a rotação dos eixos de coordenadas,

Leia mais

Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica

Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica Conceitos fundamentais Fluido É qualquer substância que se deforma continuamente quando submetido a uma tensão de cisalhamento, ou seja, ele escoa. Fluidos

Leia mais

Mecanismos de transferência de calor

Mecanismos de transferência de calor Mecanismos de transferência de calor Condução Potência calor: Q cond A T 1 T x : condutibilidde térmica; A: área de transferência x: espessura ao longo da condução T 1 T : diferença de temperatura ifusividade

Leia mais

Fenômeno de Transportes A PROFª. PRISCILA ALVES

Fenômeno de Transportes A PROFª. PRISCILA ALVES Fenômeno de Transportes A PROFª. PRISCILA ALVES PRISCILA@DEMAR.EEL.USP.BR Proposta do Curso Critérios de Avaliação e Recuperação Outras atividades avaliativas Atividades experimentais: Será desenvolvida

Leia mais

TRANSP. BRAS. GAS. BOLÍVIA-BRASIL GERAL SIMULAÇÃO ÍNDICE DE REVISÕES DESCRIÇÃO E / OU FOLHAS ATINGIDAS

TRANSP. BRAS. GAS. BOLÍVIA-BRASIL GERAL SIMULAÇÃO ÍNDICE DE REVISÕES DESCRIÇÃO E / OU FOLHAS ATINGIDAS GOPE CAT. : ÁREA DE ATIVIDADE: SERVIÇO: TÍTULO : TRANSP. BRAS. GAS. BOLÍVIA-BRASIL GERAL SIMULAÇÃO de 9 METODOLOGIA DE CÁLCULO DO COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR REV. ÍNDICE DE REVISÕES DESCRIÇÃO

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DE SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE

CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DE SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE Departamento de Engenharia Mecânica CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DE SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE Alunas: Juliana de Paiva Corrêa Orientadora: Mônica Feijó Naccache Introdução O uso de compósitos com matriz

Leia mais

TROCADOR DE CALOR BITUBULAR

TROCADOR DE CALOR BITUBULAR UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E PETRÓLEO INTEGRAÇÃO I TROCADOR DE CALOR BITUBULAR Alunos : Rodrigo da Silva Rosa Adriano Matielo Stulzer Niterói,

Leia mais

6 Modelo 3D = (6.1) W

6 Modelo 3D = (6.1) W 6 Modelo 3D Como já mencionado no capítulo anterior, o estudo do modelo tridimensional teve como principal motivação a grande variação da temperatura de mistura do gás na direção axial. As propriedades

Leia mais

1 Introdução 1.1. Motivação

1 Introdução 1.1. Motivação 1 Introdução 1.1. Motivação Um dos problemas mais desafiadores da nossa geração e possivelmente das seguintes, será tentar alongar o uso do petróleo como uma das principais fontes de energia no mundo.

Leia mais

2 Fundamentos Teóricos

2 Fundamentos Teóricos Fundamentos Teóricos.1.Propriedades Físicas dos Fluidos Fluidos (líquidos e gases) são corpos sem forma própria; podem se submeter a variações grandes da forma sob a ação de forças; quanto mais fraca a

Leia mais

Fluidos Conceitos fundamentais PROFª. PRISCILA ALVES

Fluidos Conceitos fundamentais PROFª. PRISCILA ALVES Fluidos Conceitos fundamentais PROFª. PRISCILA ALVES PRISCILA@DEMAR.EEL.USP.BR Reologia e Reometria Reologia e Reometria A palavra reologia vem do grego rheo (fluxo) e logos (ciência), foi um termo sugerido

Leia mais

EN Escoamento interno. Considerações fluidodinâmicas e térmicas

EN Escoamento interno. Considerações fluidodinâmicas e térmicas Universidade Federal do ABC EN 411 - Escoamento interno. Considerações fluidodinâmicas e térmicas Considerações fluidodinâmicas Escoamento laminar dentro de um tubo circular de raio r o, onde o fluido

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Escoamento Cruzado Sobre Matrizes Tubulares Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade

Leia mais

INTRODUÇÃO A REOLOGIA

INTRODUÇÃO A REOLOGIA Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina Introdução às Operações Unitárias na Indústria de Alimentos INTRODUÇÃO A REOLOGIA Profa. Marianne Ayumi Shirai Definição de fluido Uma substância

Leia mais

EM34B Transferência de Calor 2

EM34B Transferência de Calor 2 EM34B Transferência de Calor 2 Prof. Dr. André Damiani Rocha arocha@utfpr.edu.br Convecção Forçada Escoamento Interno Parte I 2 Convecção Forçada: Escoamento Interno Definição Escoamento Interno: é um

Leia mais

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos)

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos) ENGENHARIA FÍSICA Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos) Prof. Dr. Sérgio R. Montoro sergio.montoro@usp.br srmontoro@dequi.eel.usp.br MECÂNICA DOS FLUIDOS ENGENHARIA FÍSICA AULA 7 ESCOAMENTO

Leia mais

Vicente Luiz Scalon. Disciplina: Transmissão de Calor

Vicente Luiz Scalon. Disciplina: Transmissão de Calor Convecção Forçada Externa Vicente Luiz Scalon Faculdade de Engenharia/UNESP-Bauru Disciplina: Transmissão de Calor Sumário Método Empírico Camada Limite Teoria de Prandtl Solução de Blasius Convecção Laminar

Leia mais

Fenômenos de Transporte I. Prof. Gerônimo Virgínio Tagliaferro

Fenômenos de Transporte I. Prof. Gerônimo Virgínio Tagliaferro Fenômenos de Transporte I Prof. Gerônimo Virgínio Tagliaferro Ementa 1) Bases conceituais para o estudo dos Fenômenos de transporte 2) Propriedades gerais dos fluidos 3) Cinemática dos fluidos:. 4) Equações

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DO FLUIDO DE BOGER E SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE

CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DO FLUIDO DE BOGER E SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DO FLUIDO DE BOGER E SOLUÇÃO DE POLIBUTENO + QUEROSENE Introdução Alunas: Juliana de Paiva Corrêa, Isabela Fernandes Soares Orientadora: Mônica Feijó Naccache O uso de compósitos

Leia mais

FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 2 FLUIDOS PARTE 2

FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 2 FLUIDOS PARTE 2 FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 2 FLUIDOS PARTE 2 PROF.: KAIO DUTRA Fluido Como um Contínuo Se isolarmos um volume no espaço de ar de 0,001 mm³ (em torno do tamanho de um grão de areia), existirão em média

Leia mais

FENÔMENOS DOS TRANSPORTES. Definição e Conceitos Fundamentais dos Fluidos

FENÔMENOS DOS TRANSPORTES. Definição e Conceitos Fundamentais dos Fluidos Definição e Conceitos Fundamentais dos Fluidos Matéria Sólidos Fluidos possuem forma própria (rigidez) não possuem forma própria; tomam a forma do recipiente que os contém Fluidos Líquidos Gases fluidos

Leia mais

Introdução a Cinemática Escoamento Laminar e Turbulento Número de Reinalds

Introdução a Cinemática Escoamento Laminar e Turbulento Número de Reinalds Disciplina: Fenômeno de AULA 01 unidade 2 Transporte Introdução a Cinemática Escoamento Laminar e Turbulento Número de Reinalds Prof. Ednei Pires Definição: Cinemática dos fluidos É a ramificação da mecânica

Leia mais

Convecção (natural e forçada) Prof. Dr. Edval Rodrigues de Viveiros

Convecção (natural e forçada) Prof. Dr. Edval Rodrigues de Viveiros Convecção (natural e forçada) Prof. Dr. Edval Rodrigues de Viveiros Convecção natural Convecção forçada Convecção natural A transmissão de calor por convecção natural ocorre sempre quando um corpo é

Leia mais

3. CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA

3. CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA 3. CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA CONVECÇÃO FORÇADA NO INTERIOR DE TUBOS Cálculo do coeficiente de transferência de calor e fator de atrito Representa a maior resistência térmica, principalmente se for um gás

Leia mais

1 Introdução 1.1. Motivação

1 Introdução 1.1. Motivação 1 Introdução 1.1. Motivação A maioria das empresas petrolíferas do mundo está tendo grandes dificuldades para repor suas reservas, ou seja, estão produzindo anualmente um volume maior de petróleo do que

Leia mais

AULA 2 DEFINIÇÃO DE FLUIDO, CONCEITOS E PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS

AULA 2 DEFINIÇÃO DE FLUIDO, CONCEITOS E PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS AULA 2 DEFINIÇÃO DE FLUIDO, CONCEITOS E PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS INTRODUÇÃO Mecânica dos Fluidos é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos, assim como as leis que regem esse comportamento.

Leia mais

EM-524 : aula 13. Capítulo 06 Escoamento Externo Efeitos Viscosos e Térmicos

EM-524 : aula 13. Capítulo 06 Escoamento Externo Efeitos Viscosos e Térmicos EM-54 : aula Capítulo 06 Escoamento Eterno Efeitos Viscosos e érmicos 6.6 Coeficiente de ransferência de Calor por Convecção; 6.7 ransferência de Calor por Convecção Forçada; 6.8 ransferência de Calor

Leia mais

Transferência de Quantidade de Movimento

Transferência de Quantidade de Movimento Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Eng. Química Transferência de Quantidade de Movimento Profs. Cristiane Costa (15h) e Célio Souza (15 h) Introdução ao Transporte

Leia mais

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO RANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO ransferência de energia entre uma superfície e um fluido em movimento sobre essa superfície Fluido em movimento, u, s > A convecção inclui a transferência de energia

Leia mais

Transferência de Calor 2 Prof. Dr. Paulo Henrique Dias dos Santos

Transferência de Calor 2 Prof. Dr. Paulo Henrique Dias dos Santos Prof. Dr. Paulo Henrique Dias dos Santos psantos@utfpr.edu.br Aula 1 03/06/2013 Plano de Ensino 2013/1 Introdução à Convecção (Parte 1/3) Sumário 1ª Parte da Aula Objetivos Ementa Conteúdo Programático

Leia mais

Sétima aula. Segundo semestre de 2015

Sétima aula. Segundo semestre de 2015 Sétima aula Segundo semestre de 015 Ok! Relembrando o enunciado: Vamos resolver o exercício da semana? Exercício da semana Na solução deste exercício, iniciamos evocando o conceito da vazão volumétrica,

Leia mais

Campus de Ilha Solteira. Disciplina: Fenômenos de Transporte

Campus de Ilha Solteira. Disciplina: Fenômenos de Transporte Campus de Ilha Solteira CONCEITOS BÁSICOS B E VISCOSIDADE Disciplina: Fenômenos de Transporte Professor: Dr. Tsunao Matsumoto INTRODUÇÃO A matéria de Fenômenos de Transporte busca as explicações de como

Leia mais

Convecção Forçada Externa

Convecção Forçada Externa Convecção Forçada Externa Força de arrasto e sustentação Arrasto: força que o escoamento exerce na sua própria direção. Corpos submetidos a escoamento de fluidos são classificados: Região separada: Uma

Leia mais

3. MODELOS MATEMÁTICOS PARA FORÇAS DE CONTATO E DE REMOÇÃO

3. MODELOS MATEMÁTICOS PARA FORÇAS DE CONTATO E DE REMOÇÃO 3. MODELOS MATEMÁTICOS PARA FORÇAS DE CONTATO E DE REMOÇÃO Conforme mencionado na revisão bibliográfica, pesquisadores da PUC-Rio desenvolveram alguns modelos simplificados para previsão das forças de

Leia mais

Questões de Concursos Mecânica dos Fluidos

Questões de Concursos Mecânica dos Fluidos Questões de Concursos Mecânica dos Fluidos G I OVA N I ZABOT O conteúdo destes slides destina-se a estudantes que estão estudando para participarem de concursos na área de Engenharia. A exclusividade deste

Leia mais

https://www.youtube.com/watch?v=aiymdywghfm

https://www.youtube.com/watch?v=aiymdywghfm Exercício 106: Um medidor de vazão tipo venturi é ensaiado num laboratório, obtendose a curva característica abaixo. O diâmetro de aproximação e o da garganta são 60 mm e 0 mm respectivamente. O fluido

Leia mais

Relatório Preliminar Experimento 6.2 Reologia

Relatório Preliminar Experimento 6.2 Reologia Universidade Estadual de Campinas FEQ Faculdade de Engenharia Química Relatório Preliminar Experimento 6.2 Reologia EQ601 - Laboratório de Engenharia Química I Turma A Grupo E Integrantes Andrey Seiji

Leia mais

Tabela 5.1- Características e condições operacionais para a coluna de absorção. Altura, L Concentração de entrada de CO 2, C AG

Tabela 5.1- Características e condições operacionais para a coluna de absorção. Altura, L Concentração de entrada de CO 2, C AG 5 Resultados Neste capítulo, são apresentados sob forma de tabelas os dados operacionais e as propriedades físico-químicas utilizados no processo de absorção CO 2 -MEA. Em seguida são apresentados a comparação

Leia mais

SOLUÇÕES ANALÍTICAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR CONJUGADA ESTACIONÁRIA EM DUTOS. Djane Rodrigues Cerqueira

SOLUÇÕES ANALÍTICAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR CONJUGADA ESTACIONÁRIA EM DUTOS. Djane Rodrigues Cerqueira SOLUÇÕES ANALÍTICAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR CONJUGADA ESTACIONÁRIA EM DUTOS Djane Rodrigues Cerqueira DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA

Leia mais

A viscosidade 35 Grandeza física transporta e sentido da transferência 35 Experiência 03: o modelo do baralho 35 Modelo de escoamento em regime

A viscosidade 35 Grandeza física transporta e sentido da transferência 35 Experiência 03: o modelo do baralho 35 Modelo de escoamento em regime SUMÁRIO I. Introdução Portfolio de Fenômenos de Transporte I 1 Algumas palavras introdutórias 2 Problema 1: senso comum ciência 4 Uma pequena história sobre o nascimento da ciência 5 Das Verdades científicas

Leia mais

Mecânica dos Fluidos. Perda de Carga

Mecânica dos Fluidos. Perda de Carga Mecânica dos Fluidos Perda de Carga Introdução Na engenharia trabalhamos com energia dos fluidos por unidade de peso, a qual denominamos carga (H); No escoamento de fluidos reais, parte de sua energia

Leia mais

Aula 21 Convecção Natural

Aula 21 Convecção Natural Aula 1 Convecção Natural UFJF/Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Prof. Dr. Washington Orlando Irrazabal Bohorquez Considerações Gerais A convecção natural tem lugar quando há movimento de

Leia mais

Convecção Forçada Interna a Dutos

Convecção Forçada Interna a Dutos Convecção Forçada Interna a Dutos Vicente Luiz Scalon Faculdade de Engenharia/UNESP-Bauru Disciplina: Transmissão de Calor Sumário Escoamento no interior de dutos Velocidade Média Região de Entrada Hidrodinâmica

Leia mais

Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica

Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica Capítulo 6: Escoamento Externo Hidrodinâmica Arrasto viscoso e de pressão Arrasto total Campo de escoamento Linhas de corrente: definidas como a linha contínua que é tangente aos vetores velocidade ao

Leia mais

Décima aula de FT. Segundo semestre de 2013

Décima aula de FT. Segundo semestre de 2013 Décima aula de FT Segundo semestre de 2013 Vamos eliminar a hipótese do fluido ideal! Por que? Simplesmente porque não existem fluidos sem viscosidade e para mostrar que isto elimina uma situação impossível,

Leia mais

4.6. Experiência do tubo de Pitot

4.6. Experiência do tubo de Pitot 4.6. Experiência do tubo de Pitot 98 O tubo de Pitot serve para determinar a velocidade real de um escoamento. Na sua origem, poderia ser esquematizado como mostra a figura 33. Figura 33 que foi extraída

Leia mais

Conceitos Fundamentais. Viscosidade e Escoamentos

Conceitos Fundamentais. Viscosidade e Escoamentos Conceitos Fundamentais Viscosidade e Escoamentos Multiplicação de pressão Multiplicação de pressão Vazão X Velocidade Vazão X Velocidade VISCOSIDADE DE LÍQUIDOS Fluido perfeito Considere-se um volume

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE CONSTRUÇÃO DE UM MEDIDOR DE VAZÃO UTILIZANDO UMA RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Leia mais

EM34B Transferência de Calor 2

EM34B Transferência de Calor 2 EM34B Transferência de Calor 2 Prof. Dr. André Damiani Rocha arocha@utfpr.edu.br Aula 08 Convecção Forçada Escoamento Interno Parte III 2 Laminar Região Plenamente Desenvolvida Região plenamente desenvolvida;

Leia mais

Fenômenos de Transporte

Fenômenos de Transporte Fenômenos de Transporte Introdução a Fenômenos de Transporte Prof. Dr. Felipe Corrêa Introdução a Fenômenos de Transporte Fenômenos de Transporte Refere-se ao estudo sistemático e unificado da transferência

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes Fluido Newtoniano Viscosidade dos fluidos: Definimos fluido como uma substância que se deforma continuamente sob a ação de um esforço cisalante. Na ausência deste esforço, ele não se deformará. Os fluidos

Leia mais

Máquinas de Fluxo I (ENG03332) Material de apoio à disciplina

Máquinas de Fluxo I (ENG03332) Material de apoio à disciplina Máquinas de Fluxo I (ENG0333) - /maqflu Porto Alegre RS, Perda de carga em tubos, Slide 1/19 Máquinas de Fluxo I (ENG0333) /maqflu Material de apoio à disciplina Perda de carga em tubos Prof. Alexandre

Leia mais

EM34B Transferência de Calor 2

EM34B Transferência de Calor 2 EM34B Transferência de Calor 2 Prof. Dr. André Damiani Rocha arocha@utfpr.edu.br Parte II: 2 Estudo da Transferência de Calor por Convecção 02 Objetivos 1. Mecanismo físico: o o o Origem física; Parâmetros

Leia mais

A viscosidade e a sua medição. Profa. Débora Gonçalves

A viscosidade e a sua medição. Profa. Débora Gonçalves A viscosidade e a sua medição Profa. Débora Gonçalves Reologia Termo - 1920 - escoamento (fluxo) e deformações decorrentes. - mudanças na forma e escoamento de materiais fluidos. Viscosidade resposta do

Leia mais

Licenciatura em Engenharia do Ambiente. Exercícios de Mecânica dos Fluidos

Licenciatura em Engenharia do Ambiente. Exercícios de Mecânica dos Fluidos Licenciatura em Engenharia do Ambiente Exercícios de Mecânica dos Fluidos 1 Propriedades dos fluidos 1. A hipótese de meio contínuo no estudo da mecânica dos Fluidos permite o uso do conceito de velocidade

Leia mais

5 Resfriamento de Gás

5 Resfriamento de Gás 5 Resfriamento de Gás Para analisar o tempo de resfriamento e o fluxo de calor através das paredes do duto, para o caso do gás, foram consideradas as mesmas condições iniciais já apresentadas para o caso

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 212/13 Exame de 2ª época, 2 de Fevereiro de 213 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Aletas e Convecção em Escoamento Interno e Externo Prof. Universidade Federal do Pampa BA000200 Campus Bagé 19 de junho de 2017 Transferência de Calor: Convecção 1 / 30 Convecção

Leia mais

Por isso, quem mata o tempo é suicida! Aula 3 de FT

Por isso, quem mata o tempo é suicida! Aula 3 de FT Por isso, quem mata o tempo é suicida! Aula 3 de FT Quais são os tipos de tensões? O quociente força pela área da superfície onde ela é exercida é denominado de tensão. Consequências! Na mecânica as principais

Leia mais

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro DEFINIÇÕES DEFINIÇÕES A seguir, serão introduzidas definições e conceitos utilizados ao longo

Leia mais

Mecânica dos Fluidos Formulário

Mecânica dos Fluidos Formulário Fluxo volúmétrico através da superfície Mecânica dos Fluidos Formulário Fluxo mássico através da superfície Teorema do transporte de Reynolds Seja uma dada propriedade intensiva (qtd de por unidade de

Leia mais

Tubo de Pitot. Usado para medir a vazão; Vantagem: Menor interferência no fluxo; Empregados sem a necessidade de parada;

Tubo de Pitot. Usado para medir a vazão; Vantagem: Menor interferência no fluxo; Empregados sem a necessidade de parada; Tubo de Pitot Usado para medir a vazão; Vantagem: Menor interferência no fluxo; Empregados sem a necessidade de parada; Desvantagem: Diversas tecnologias, o que dificulta a calibração do equipamento (de

Leia mais