A EFICIÊNCIA DA LOGÍSTICA COMO FATOR COMPETITIVO NO SETOR DA PECUÁRIA BRASILEIRA
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- Eduardo Prada
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1 A EFICIÊNCIA DA LOGÍSTICA COMO FATOR COMPETITIVO NO SETOR DA PECUÁRIA BRASILEIRA Livia Fontes Capelluppi 1, Antônio Aparecido Mendes Junior 2 1 Faculdade de Tecnologia FATEC, Botucatu, São Paulo, Brasil. Lívia.cap@hotmail.com 2 Professor Assistente da Faculdade de Tecnologia de Botucatu, Mestre em Agronomia (UNESP), End: Av. José Ítalo Bacchi, s/n, Jardim Aeroporto, Botucatu- SP, Brasil. prof.antoniomendes@yahoo.com.br 1 INTRODUÇÃO A abertura de mercado nacional iniciada em 1990 impulsionada não só por forças políticas, mas, por movimento dinâmico global, colocou empresas brasileiras sob pressão de novas forças competitivas. Este processo estabeleceu novo ambiente, em que a adequação contínua às mudanças se apresenta como condição essencial para manutenção da capacidade de sobrevivência e desenvolvimento das organizações (DÍAZ, 2007). Neste contexto, a indústria de alimentos, especialmente a de carnes, passou a empregar estratégias que possibilitassem a implementação de competência técnica e operacional, envolvendo produto, processo e distribuição, para enfrentar a competição dentro do novo mercado global e assegurar sua capacidade de sobrevivência e expansão (FRANCHINI, 2006). Segundo Rocha (2008) a exigência do mercado consumidor é por melhor qualidade, portanto, hoje as empresas que trabalham com o setor alimentício, têm por objetivo fazer a entrega do produto perecível com qualidade, no prazo desejado. Segundo Malheiros et al. (1996), a qualidade de produtos e serviços, bem como a flexibilidade, passou a ocupar papel central na pauta das empresas. Para sobreviver no comercio é fundamental, ter qualidade nos processos, produtos e serviços para atingir os objetivos das empresas (BHARGAVA et al; 2008). Para que o Brasil seja competitivo no mercado, precisa-se cumprir com todas exigências dos consumidores internos e externos assim o produto será diferenciado, obtendo maior lucratividade. Com o mundo globalizado, as principais estratégias são: prazo reduzido de entrega, facilidade e agilidade para fazer um pedido, rastreabilidade do produto da origem até o cliente e a entrega dentro dos prazos (NETTO, 2003). Uma das principais funções da logística é minimizar os custos, maximizar a lucratividade da empresa com satisfação do mercado consumidor, nesse sentido, a logística ganha novo enfoque e está assumindo posição de destaque nas estratégias
2 competitivas das organizações preocupadas em garantir sua posição no mercado (ZANIOLO, 2010). Entre os processos de logística aplicados na área da pecuária, mais especificamente o transporte, requer algumas atenções, segundo Terlouw et al. (2008) pois nesse processo os animais sofrem muito estresse pré abate (embarque no caminhão em rampas muito inclinadas; caminhões mal projetados; tempo e distância de transporte; manuseio na área de espera, clima, temperatura, entre outros), portanto é necessário haver atenção na escolha do melhor modal, do horário especifico para o transporte, para que a qualidade final do produto (proteína cárnea) cada vez mais exigida pelo mercado consumidor seja satisfatória. Em função de o Brasil obter o segundo maior rebanho bovino do mundo (IBGE, 2007), ficando atrás somente da Índia e o maior comercialmente, a logística é vital, sendo um fator fundamental para desenvolver o comércio nacional e internacional (há países que compram animais vivos, para fazer a terminação dos mesmos), portanto se os sistemas logísticos forem eficientes e eficazes, ao permitir a redução do custo final dos produtos, significa melhor padrão de vida para toda a sociedade, pois adquirão alimentos com alta qualidade e menor preço abrangendo todas as classes sociais. O objetivo do presente trabalho é demonstrar a importância da logística no Agronegócio brasileiro, baseada na pecuária, abrangendo desde a produção na propriedade até a chegada ao frigorífico. A economia mundial globalizada está diante de um paradigma chamado competitividade, e um dos principais fatores que afetam esse paradigma é a logística. O Brasil não possui infra estrutura adequada, por isso enfrenta tantos problemas com a logística encontrada no setor do agronegócio, e na pecuária requer atenção maior por fazer parte dos alimentos perecíveis, tem alguns requisitos para ser transportado e chegar ao destino final com qualidade exigida pelos consumidores. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido mediante pesquisa exploratória a partir de literatura específica e informação de profissionais com experiência, atuação e conhecimento da realidade do setor de Agronegócio.
3 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante de um cenário desorganizado, o qual se encontra o Brasil, para que uma propriedade seja rentável, é necessário ter planejamentos e encarar a propriedade meramente como uma empresa. Entretanto encontra-se o mapeamento da logística no segmento da pecuária desde a criação até o transporte no frigorifico na figura 1: Criação a pasto ou confinamento Movimentação para o curral de vacinação Movimentação para a sala de castração Movimentação para a marcação dos animais diante de um rastreamento Manejo pré-embarque Embarque Viagem Desembarque Manejo pós- desembarque Figura 1: Mapeamento da logística dentro e fora da propriedade. Fonte: Vendrametto; Neto; Taschetto (2005). Estruturada e adaptada com imagens do site de pesquisa Google. Aplicando essas fases adequadamente, notando que todas estão correlacionadas, pois não adianta ter todos os cuidados na criação, e chegar ao manejo pré-abate se descuidar e deixar o animal estressado, já que a principal fase que vai estressa-lo é a viagem em si, afetando o produto final. Na primeira fase de nascimento e desmama, onde os bezerros terão de ficar juntamente com suas mães. Da segunda ate a quarta fase, tem a movimentação dos animais para os currais de vacinação, castração e marcação (rastreamento), essas, no entanto, deixam os animais estressados devido o horário que muitas vezes são ocorridas.
4 Na quinta de terminação a pasto ou em confinamento, o ideal é que os pastos tenham mangueiras, comedouros e bebedouros a disposição dos animais e no confinamento, no Brasil encontramos muitos confinamentos sem cobertura, devido ao grande investimento que o criador deve desembolsar. Na sexta e sétima fase, que é o manejo pré-embarque e o embarque, é onde os animais devem ser separados e colocados em lugar adequado para não estressa-los. Na oitava fase, é a viagem em si, a qual muitas vezes é feita nos horários de temperatura mais alta ou muito baixa, causando imenso estresse e perda de peso dos animais. Para a saída dos animais da propriedade o produtor deve obter um documento chamado Guia de Transporte Animal (GTA) contendo exames de brucelose e tuberculose negativos para se movimentar em todo território, para que essas doenças não se alastrem pelo país. Na nona fase é o desembarque, onde os animais já estão muito estressados, devido a viagem que as vezes duram horas e horas, então o ideal é serem bem manejados para acalma-los e não estressar ainda mais. E finalmente a décima fase, que é o manejo pós-embarque, onde os animais devem ser colocados em lugares para diminuir estresse, se alimentar e tomar água. O local deve ser adequado para abrigar os animais, pois ali permanecerão por 40 dias onde serão feitos exames para a confirmação negativa de tuberculose e brucelose. Obtendo um planejamento da logística dentro da propriedade até o frigorífico, pode-se destacar um fator importante, o tempo. Pois, fazendo um controle correto dentro da propriedade, podemos executar as fases mais rapidamente e com eficiência. Outro fator importante é aplicar corretamente essa logística para poder entregar ao frigorífico um produto cárneo de alta qualidade. 4 CONCLUSÕES A cadeia da carne bovina destaca-se pela crescente rentabilidade, oferta de empregos e alimento proteico para abastecimento da população. Entretanto é preciso agregar os benefícios modernos e disponíveis de gestão, qualidade, controles e tecnologia, estruturas para uma logística para competir em mercados internacionais e de maior rentabilidade. No entanto, o Brasil se encontra numa tal maneira critica, pois todos os critérios que são exigidos no manejo para o aproveitamento do tempo exigido por um
5 planejamento dentro da propriedade e no transporte dos animais para evitar o estresse dos mesmos não são bem sucedidos. Logo, para empresas brasileiras tornarem competitivas no mercado (que hoje é crucial para se manter), as exigências devem ser cumpridas para que na hora de fornecer o produto final (proteína cárnea) o consumidor sinta-se satisfeito pela compra do produto. Observam-se hoje as principais exigências dos consumidores são: qualidade, suculência, maciez e preço, e se os responsáveis pelo manejo e transporte dos animais cumprirem os critérios para o bem estar do animal, essas exigências serão cumpridas. Portanto mostrou-se a importância da logística neste segmento, envolvendo todo o processo na criação até o frigorifico. Diante de uma logística mal planejada muitos problemas acarretarão no produto final, os quais farão que outros criadores sejam mais bonificados na chegada ao frigorifico, ocorrendo então à competitividade entre os mesmos. Logo, não só os produtos agrícolas requerem cuidados, mas também os animais o qual se não cumprido não agrega valor e muito menos qualidade ao produto final. 5 REFERÊNCIAS BHARGAVA, H. K.; SUN, D. Pricing under quality of service uncertainty: Market segmentation via statistical QoS guarantees. European Journal of Operational Research, v. 191, n. 3, p , DÍAZ. F. L. C. Competitividade e coordenação na avicultura decorte: análise de empresas (são paulo - brasil e lima- peru). Jaboticabal São paulo FRANCHINI, A. A. Competitividade internacional, produtividade e padrão distributivo na cadeia produtiva da carne bovina f. Tese (Pós Graduação) - Curso de Economia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Disponível em: < Acesso em: 18 mar IBGE. Censo agropecuário 2006: dados preliminares. Rio de Janeiro, MALHEIROS, R. C. C. et al. A. A inovação tecnológica na indústria frigorífica brasileira. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 19., 1996, São Paulo. Anais... São Paulo, p , NETTO, R. Custos Logísticos, Disponível em:< Acesso em: 14 mar
6 ROCHA, P. C. A. Logística & Aduana. São Paulo: Editora Aduaneiras, 3ª edição, TERLOUW, E.M.C.; ARNOULD, C.; AUPERIN, B.; BERRI, C.; LE BIHAN- DUVAL, E.; DEISS, V.; LEFE` VRE, F.; LENSINK, B. J.; MOUNIER L. Preslaughter conditions, animal stress and welfare: current status and possible future research. Animal, 2008, vol. 2 no 10, p VENDRAMETTO, O.; NETO, P. L. de O. C.; TASCHETTO, A. C. Qualidade e logística: estratégias para melhora. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção Porto Alegre, RS, Brasil, ZANIOLO, D. D. D. R. Logística empresarial: um estudo do gerenciamento dos processos logísticos da empresa lumicor. Jarú. RO
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