HABITAÇÃO E POLÍTICA FUNDIÁRIA
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1 HABITAÇÃO E POLÍTICA FUNDIÁRIA Profª Drª Luciana de Oliveira Royer AUP FAUUSP
2 Resultados da Aplicação do Instrumento Diadema 1973: Plano Diretor do município - 70% da área urbanizável à implantação de indústrias - 3% para produção legal de loteamentos habitacionais Movimento popular desde 1980 promovendo ocupação de terras e lutando por melhorias habitacionais e urbanísticas 1982: início do processo de urbanização de favelas e assentamentos precários 1983: Plano Diretor Participativo - Estabelecimento das Áreas de Especial Interesse Social (AEIS-1 e AEIS-2) - Elevou o percentual da área urbanizada destinada à produção de loteamentos habitacionais para 6,5% AEIS de vazios - Minimizar a formação de novas favelas - Impedir a ocupação de área de proteção aos mananciais
3 Resultados da Aplicação do Instrumento São Paulo 2002: Plano Diretor Estratégico ZEIS gravadas, o correspondente a 8,23% da área total do município 2004: Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) - Ampliação do percentual da área do município gravada como ZEIS para 9,23% - Apenas 12,20% das ZEIS gravadas correspondiam a ZEIS de vazios (ZEIS 2, 3 e 4)
4 ZEIS como Reconhecimento do Direito à Moradia e Prevenção de Remoções Salvador ZEIS de vazios gravadas próximas a ZEIS de regularização - 2ª modalidade de utilização das ZEIS de vazios - Articular a urbanização de áreas ocupadas à produção de novas unidades habitacionais - Viabilizar reassentamento de famílias na mesma região, em função de obras de urbanização nos assentamentos 1985: reconhecimento de 34 áreas ocupadas por população de baixa renda como sendo Áreas de Proteção Sócio Ecológicas (APSE) 2004: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) - Ampliação das APSE para 79 áreas, que passaram a se chamar Áreas de Especial Interesse Social 2008: Novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) - Ampliação para 116 áreas, já denominadas Zonas Especiais de Interesse Social - Criação de 5 tipos de ZEIS
5 ZEIS como Reconhecimento do Direito à Moradia e Prevenção de Remoções ZEIS Vila Nova Esperança Localizada nos limites do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador Garantiu a presença de habitação em área central Mudança na forma de atuação do poder público na área turística de Salvador - Previsão de Habitação de Interesse Social (HIS) - Garantia do direito de permanência das famílias que resistiram às pressões imobiliárias anteriores Procurou articular as restrições decorrentes da inserção da área num perímetro tombado como patrimônio histórico nacional à permanência das famílias na área Resultado do instrumento - Propiciar a permanência das famílias em áreas valorizadas - Aumentar a disponibilidade de terrenos para possibilitar uma intervenção que necessitava retirar famílias de áreas de risco e desadensar casarões encortiçados
6 ZEIS como Reconhecimento do Direito à Moradia e Prevenção de Remoções ZEIS Jardim Edith Localizada às margens do Rio Pinheiros, frente de expansão imobiliária onde se encontrava a Favela Jardim Edith Inserida no Perímetro da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada (OUCAE), iniciada em 1991 e modificada em Canalização do Córrego Água Espraiada - Abertura de avenidas - Previa remover e realocar famílias para 24 áreas de ZEIS localizadas na área, incluídas na lei que aprovou a Operação Urbana, após muita pressão por parte dos moradores Favela Jardim Edith: parte de 68 núcleos de favelas construídos às margens do Córrego Água Espraiada, em terras desapropriadas pelo Depto. de Estradas de Rodagem (DER) para construção do anel viário da cidade nos anos 1970, que nunca foi implantado
7 ZEIS como Reconhecimento do Direito à Moradia e Prevenção de Remoções ZEIS Jardim Edith Gestão Maluf ( ) Remoções local) - Remoção de parte da favela para a instalação de empresas na região - 15% das famílias removidas transferidas para o conjunto residencial Jaguaré (a 10 km do - 5% das famílias removidas transferidas para unidades residenciais construídas pela Prefeitura na Zona Leste do município - O restante aceitou a oferta de passagem de volta para a terra natal ou foi para outras favelas na Zona Sul do município, próximas ou inseridas em áreas de proteção aos mananciais uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público, Defensoria Pública e população organizada evitou que a favela fosse removida, obtendo um acordo provisório que obrigou a prefeitura a realizar um empreendimento de HIS (ROMERO 2010, p.77) Decisão judicial ordenou a construção das habitações no local valeu-se da justificativa de tratar-se de uma ZEIS Construção de 252 unidades de HIS, finalizada em 2014
8 ZEIS requerem uma ativa gestão da política habitacional local Projeto multirão da Sanko Diadema Imagem área disponível em: acesso em 5 de maio de 2012 Foto: Paula Santoro, 2001
9 ZEIS no contexto do aumento do financiamento e subsídio para produção de HIS O caso de São Paulo após aprovação do Programa federal Minha Casa Minha Vida Tabela 1: Projetos aprovados e lançados, segundo número de unidades de HIS e HMP (janeiro de 2005 a setembro de 2011) Fonte: Sindicato das Empresas de Compra Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais e Residenciais de São Paulo SECOVI-SP, projetos aprovados no período de janeiro de 2005 a setembro de 2011
10 ZEIS no contexto do aumento do financiamento e subsídio para produção de HIS O caso de São Paulo após aprovação do Programa federal minha casa minha vida Imagens 3 e 4: Mapa. Projetos aprovados e lançados HIS e Projetos aprovados e não lançados HIS Fonte: SECOVI-SP, período de janeiro de 2005 a setembro de 2011
11 ZEIS no contexto do aumento do financiamento e subsídio para produção de HIS O caso de São Paulo após aprovação do Programa federal minha casa minha vida Imagens 5 e 6: Mapa. Projetos aprovados e lançados HMP e Projetos aprovados e não lançados HMP Fonte: SECOVI-SP, período de janeiro de 2005 a setembro de 2011
12 ZEIS como Mais do mesmo A Questão dos Parâmetros Urbanísticos e da Localização Núcleos habitacionais urbanizados e regularizados em AEIS, Diadema Foto: Paula Santoro, 2001 Projeto Mutirão da Sanko, Diadema Foto: Paula Santoro, 2001
13 Principais Instrumentos de Regularização Fundiária
14 Desapropriação 1941 decreto de lei nº3.365 dispôs sobre a desapropriação por utilidade pública, tornando possível a desapropriar para implantar loteamentos lei federal nº4.132 art1º: A desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do art. 147 da Constituição Federal. - uma vez decretada o Poder Público tem 2 anos para fazer o depósito do valor da desapropriação (valor venal do imóvel ou valor acordado com o expropriado) e para dar ao imóvel o destino que motivou a desapropriação.
15 O Registro Imobiliário A Regularização Fundiária só está completa com o registro imobiliário Uma vez realizado o registro, o direito real (de posse) fica assegurado ao seu titular. Cada Cartório de Registro de Imóveis atua sobre uma parte do território da cidade, sendo assim cada imóvel tem o seu cartório responsável. Princípios do registro imobiliário:
16 O Processo de Registro Registro do Assentamento Abertura da matrícula dos lotes, das áreas públicas e do sistema viário O título (exemplo: certificado de compra e venda) é registrado na matrícula do imóvel ou da unidade habitacional (conjuntos habitacionais) Microfilmagem (preservação da informação e da imagem documental por meio da captação da imagem através de processo fotográfico) Beneficiário recebe a certidão de matrícula do imóvel
17 O Processo de Registro Documentação Básica: 1. O Projeto de regularização (planta do parcelamento, memorial descritivo, quadro de áreas) 2. A Certidão do registro anterior 3. A Comprovação de Titularidade 4. A Aprovação dos órgãos competentes * Documentos adicionais podem ser exigidos * Nos casos em que não houver matrícula anterior da área do assentamento ( fato muito comum em ocupações em áreas públicas inseridas em loteamentos), é necessário a abertura de matrícula para a área
18 O Processo de Registro Exemplo de Matrícula de um Imóvel
19 * CONSTITUIÇ ÃO 1988 (federal) * LEI DE PARCELAMEN TO DO SOLO (federal) * LEI DO ESTATUTO DA CIDADE (federal) PLANO PLURIANUAL (federal, estaduais, municipais) * LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO (municipal) PLANO DE URBANIZAÇÃO ZEIS (município SP) PLANO DIRETOR (municipal) PLANOS REGIONAIS (município SP) PLANO DE DESENVOLVIM ENTO DE BAIRRO (município SP) PLANOS SETORIAIS: HABITAÇÃO SANEAMENT O MOBILIDADE PLANOS DE OU E AEL (município SP)
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23 Bibliografia ROLNIK, R.; SANTORO, P. Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) em Cidades Brasileiras: Trajetória Recente de Implementação de um Instrumento de Política Fundiária. Documento de Trabajo del Lincoln Institute of Land Policy, ROLNIK, Raquel; et al. Regularização Fundiária Plena: Referências conceituais. Brasília : Ministério das Cidades, p. ROMERO, P. S Zonas Especiais de Interesse Social: materialização de um novo paradigma no tratamento de assentamentos informais ocupados por população de baixa renda. Dissertação de mestrado. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica.
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