Reajuste de valores dos procedimentos pelo SUS

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1 Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial Ano 2010, Dezembro, n 03 Informativo do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial Entrevista Saiba mais sobre a importância e o funcionamento do Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores Cardíacos. Fique por dentro Gilberto Venossi Barbosa, presidente da SBCCV, faz um balanço de sua gestão apontando as conquistas e os desafios enfrentados. Reajuste de valores dos procedimentos pelo SUS Entenda o que levou ao reajuste dos valores pagos por procedimentos cardiovasculares realizados no SUS, entre eles o implante de marcapasso. Viagem: Para quem for a Porto Alegre, DECA indica lugares interessantes para conhecer nas Serras Gaúchas.

2 02 Palavra do Presidente Caros colegas: Próximo ao encerramento de mais um ano de muito trabalho e realizações, é com muito orgulho e grande satisfação que transmitirei ao Dr. Wilson Lopes Pereira a direção do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). Minha participação na Diretoria do DECA iniciou-se há doze anos, em 1998, durante a gestão do Dr. Paulo de Tarso Jorge Medeiros, que gentilmente me convidou para secretariá-lo. Na função de secretário, permaneci por mais duas gestões, presididas pelo Dr. Luiz Antonio Castilho e Dr. Roberto Costa. No período de 2004 a 2006, fui convidado pelo então presidente do DECA, Dr. Álvaro Roberto Barros Costa, para assumir a vice-presidência, a fim de adquirir consciência plena dos problemas que envolviam o Departamento, preparando-me assim para assumir a gestão seguinte, com o apoio dele. Seis anos como secretário e dois como vice-presidente proporcionaramme uma bagagem muito grande. Entre outras situações, tive a oportunidade de atravessar períodos de grave crise financeira no mundo, que obviamente atingiram a área médica. Pude ainda lutar pela nossa classe junto ao Ministério da Saúde, em prol da liberação de dispositivos cardíacos implantáveis pelo SUS. Quando fui eleito, uma de minhas metas era reintegrar o cirurgião cardíaco ao DECA, o que acredito ter conseguido. Hoje temos como sócios muitos cirurgiões cardíacos, titulares ou especialistas da SBCCV, o que também nos reaproximou da Sociedade, onde recebemos o apoio incondicional do Dr. Gilberto Venossi Barbosa, atual presidente. Além desses compromissos, continuamos trabalhando para promover maior aproximação com a Sobrac. Na gestão passada da Sobrac, já tivemos uma abertura maior, graças ao Dr. Cláudio Pinho, que presidiu o Congresso de Arritmias em Campinas. Não me resta sombra de dúvida de que teremos um bom relacionamento tanto com a Sobrac, sob a presidência do Dr. Guilherme Fenelon, quanto com a SBCCV, sob a direção do Dr. Walter Gomes. Por último, quero registrar aqui os meus sinceros agradecimentos aos colegas que apoiaram e acreditaram em minha gestão e também aos nossos patrocinadores - Biotronik, Boston, Medtronic e St. Jude, que também nos agraciaram com sua credibilidade. Aos colegas da Diretoria, agradeço muitíssimo pela parceria e pelo empenho que tiveram, sem medir esforços, participando ativamente das reuniões, contribuindo para a implementação das iniciativas e lutando para o bom andamento do Departamento. Quero registrar aqui os meus sinceros ag radecimentos aos colegas que apoiaram e acreditaram em minha gestão e também aos nossos patrocinadores. Finalmente, registro os meus agradecimentos às funcionárias do DECA, Débora, Márcia e Teresa, cujo trabalho competente é marcado por simpatia e cordialidade. Ao Dr. Wilson, dou as mais sinceras boas-vindas, com a certeza de que dará continuidade aos trabalhos iniciados por esta Diretoria. Desejo-lhe muita sorte! Um forte abraço! Dr. Vicente Avila Neto Presidente do Deca Expediente Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular SBCCV Departamento de Estimulação Cardíaca DECA Gestão Presidente: Vicente Avila Neto Vice-presidente: Cláudio José Fuganti Secretário: Wilson Lopes Pereira Diretor Financeiro: Ricardo Eloy Pereira Diretor Administrativo: Cândido Rodrigues Martins Gomes Diretor Científico: Antônio Vitor Moraes Júnior Diretor de Comunicação: José Carlos B. M. Ribeiro Diretor de Defesa Profissional: Emanoel Gledeston Dantas Licarião Diretor de Eventos: Giancarlo Grossi Mota Diretor da Memória do Deca: Celso Salgado de Melo Diretor de Registros: José Carlos Pachón Mateos Diretor de Relação Deca/Sobrac: Antônio Malan Cavalcanti Lima Diretor de Relações com Empresas: Silas dos Santos Galvão Filho Diretor da Relampa: Oswaldo Tadeu Greco O jornal do Deca é um publicação trimestral para seus associados. Tiragem: exemplares Conselho Editorial: Dr. Antônio Vitor Moraes Júnior Dr. Cláudio José Fulganti Dr. Eduardo Rodrigues Bento Costa Dr. Emanoel Gledeston Dantas Licarião Consultoria de Comunicação: Avellar M&M Redação e Diagramação: Agora Comunicação Produção: A.R.T.E. Criação e Produção Impressão: Graftipo Ltda. Imagens: Canal aberto com o DECA: Compartilhe sua opinião sobre esta publicação e contribua para torná-la cada vez mais agradável, abrangente e útil. Envie elogios, críticas e sugestões para: marcapasso@deca.org.br. Ou entre em contato conosco pelo endereço: Rua Beira Rio, 45 conj.73 Vila Olímpia - São Paulo/SP CEP Tel.: (11) / Visite nosso site:

3 Editorial Novos Tempos Prezados colegas, É com grande satisfação que lhes apresentamos a mais nova edição do Jornal do DECA, totalmente reformulada e sob os auspícios de uma nova empresa, cujo patrocínio irá nos auxiliar nesta empreitada. A finalidade é manter nossos sócios e demais cardiologistas interessados em estimulação cardíaca sempre atualizados em relação às atividades, projetos e realizações desenvolvidos pela Diretoria. O Jornal foi acrescido das seções de curiosidades médicas, informativos e prestação de contas das várias áreas do DECA, entre outras, com destaque para entrevistas com médicos com atuação importante na área de estimulação cardíaca artificial: Dr. José Carlos Pachón Mateos, responsável pelo RBM, Dr. Gilberto Barbosa, Presidente da SBCCV, Dr. Cláudio Fuganti, vice-presidente do DECA, Dr. Emanoel Licarião, Diretor de Defesa Profissional e Dr. Oswaldo Tadeu Greco, editor da RELAMPA. Nesta gestão, por iniciativa do presidente Dr. Vicente Avila Neto, passamos a contar com o trabalho de um assessor de imprensa, que tem nos ajudado a redirecionar o DECA para novos caminhos, atuais e futuros, a fim de divulgar atividades que realizamos de forma mais adequada. A nova formatação do Jornal é um dos frutos dessa iniciativa. Publicamos também nesta edição a nova tabela do SUS, com os reajustes para implantes de marcapassos, ressincronizadores e cardiodesfibriladores, e também a relação dos procedimentos que não constavam e agora passam a integrar a tabela. No futuro, isso nos possibilitará lutar por reajustes nesses procedimentos. Estamos mais uma vez na época do Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas, realizado por meio de parceria entre a SOBRAC e o DECA. Estamos certos de que este será novamente o grande evento da ritmologia nacional. Desejamos a todos um ótimo Congresso e uma estada prazerosa em Vitória, onde o Dr. Ricardo Kuniyoshi espera-nos com uma excelente programação científica, acompanhada de ótimos momentos de lazer e confraternização. Por último, apresentamos a prestação de contas final desta Diretoria, que realmente foi muito atuante, o que pode ser comprovado pela leitura do Jornal. Trabalhamos incansavelmente para colocar o DECA na posição merecida na estimulação cardíaca brasileira. Se muitas foram as batalhas, maiores ainda foram as vitórias nestes dois anos que agora se encerram. Parabéns a todos os membros da Diretoria que se despedem. Temos certeza que a nova diretoria que ora se inicia, sob o comando do Dr. Wilson Lopes, dará continuidade à brilhante administração do Dr. Vicente Avila Neto. Com votos de grande sucesso a todos, despedimo-nos desejando-lhes um feliz Natal e um Ano Novo de paz e prosperidade. Dr. Cláudio José Fuganti Vice-presidente Índice Fique por Dentro Conquistas Além da Medicina Notícias do DECA Nova Diretoria Notícias do DECA Dica de Turismo Fique por Dentro Entrevista Galeria do DECA Diretoria Científica DECA Recomenda A Diretoria do DECA deseja a todos Feliz Natal e um Ano Novo repleto de prosperidade 03

4 Fique por Dentro Espero ter contribuído para o crescimento desta sociedade e de nossa especialidade A frente da presidência da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Gilberto Venossi Barbosa, especialista em cirurgia cardiovascular, relata ao Jornal do DECA um balanço de sua gestão, apontando as conquistas e os desafios enfrentados durante sua administração. Jornal do DECA: Quais foram as maiores dificuldades e desafios encontrados? Gilberto Venossi Barbosa: Não me queixo das dificuldades, elas existem em todos processos de administração de sociedades que congregam pessoas com visões e propósitos nem sempre iguais, mas que precisam convergir para o bem comum. Ter um plano estratégico prévio, com metas claras, e apresentado à comunidade antes da eleição, ajudou a consolidar a nossa gestão. Fui acompanhado por um grupo de competentes e abnegados colegas de diretoria e de comissões que fizeram as coisas acontecerem, e a eles sou muito grato. Também tive a compreensão e apoio da nossa comunidade de cirurgiões, os quais têm manifestado, das mais diversas formas, a sua gratidão as conquistas conseguidas. Os desafios encontrados continuam sendo a ferrenha competição com outras especialidades que adentraram na disputa de mercado de trabalho da nossa especialidade, principalmente nas novas formas de tratamento. Isto implica em mudarmos drasticamente o treinamento dos futuros cirurgiões e de oportunizar o re-treinamento dos atuais, mudando os paradigmas da especialidade. J.D.: Quais os principais reflexos que esses avanços terão no dia a dia dos médicos nos próximos anos? G.V.B.: A aquisição das novas habilidades para uso das novas tecnologias vão tornar nossos cirurgiões mais competitivos no mercado de trabalho. A crescente demanda de tratamento invasivo na insuficiência cardíaca vai ampliar o leque de opções por novos procedimentos, aumentando a demanda de pacientes. A melhora da remuneração, tanto ao nível público como na área da medicina suplementar, vai estimular a procura maior de candidatos pela especialidade, os serviços vão ter maior capacidade de investimento e sobrevivência mais digna dos seus membros. A especialidade, além de se tornar mais atrativa, continuará respeitada pelos colegas de outras especialidades e pelos pacientes que identificarão a importância social de uma área que trata das doenças mais prevalentes da atualidade. Fui acompanhado por um grupo de competentes e abnegados colegas de diretoria e de comissões J.D.: Neste período, como se deu a parceria com o DECA? G.V.B.: Faço parte do grupo fundador do DECA, sou membro especialista e tenho a maior estima por este departamento. O entrosamento com os colegas de sua diretoria foi imediato e produtivo. A primeira ação solicitada foi a de intermediar as negociações com a SOBRAC para desenvolverem uma área de atuação conjunta, sem que houvesse prejuízos aos nossos associados. A diretoria do Dr. Vicente foi muito atuante no processo e espero que ele obtenha êxito na conclusão do mesmo. Prestigiamos e fomos prestigiados pelo DECA em todo o tempo da nossa gestão e apoiamos todas as demandas solicitadas. J.D.: Qual é a importância do DECA para a SBCCV e em que pontos os associados ao DECA podem contribuir para o desenvolvimento da sociedade como um todo? G.V.B.: Este certamente é um dos departamentos mais ativos e importantes da nossa sociedade e também um dos mais organizados tanto administrativamente quanto cientificamente. Como a comunidade de estimulistas entre nossos associados é considerável, deveríamos pautar ações conjuntas para que todos os envolvidos com estimulação participem mais da vida do DECA. Uma parcela significativa da população tem indicações para os diferentes dispositivos disponíveis no mercado e o DECA deve ser o responsável em preparar cirurgiões competentes para ocupar este papel de grande relevância social, o que de alguma forma já o faz através de seus cursos de educação continuada pelo Brasil. Pode ainda auxiliar a SBCCV na estruturação da base de dados e seu registro por via eletrônica. Por 38 anos implantei estes dispositivos para tratamento das arritmias e ensinei algumas gerações de estimulistas, e foi sempre uma área de muita satisfação profissional. Completando esta entrevista já ao final do nosso mandato, afirmamos que fizemos uma gestão centrada no associado da SBCCV, para quem trabalhei com todo meu esforço e dedicação, oferecendo todas as horas do meu dia em todo este período. Espero ter contribuído para o crescimento desta sociedade e da nossa especialidade. Agradeço a confiança e o carinho de todos, sem exceção. 04

5 Conquistas As principais realizações e conquistas da sua gestão A aprovação, em consenso, de um novo Estatuto com atualização de todos os Artigos e 1 respectivos Parágrafos, modernizando-os e adequandoos às recentes mudanças na especialidade. A retirada do Estatuto do regramento das provas 2 para concessão do título de especialista e a sua reestruturação técnica por uma comissão específica. A inclusão dos departamentos que não cobram anuidade no rateio do resultado financeiro 3 dos congressos. O projeto Heparina, em parceria com as principais empresas produtoras e com a ANVISA, com 4 a finalidade de dotar a cirurgia cardiovascular brasileira de um anticoagulante eficaz e seguro em substituição ao Liquemine retirado do mercado. O novo Programa de Ensino e Treinamento 5 adaptado às novas normas solicitadas pela CNRM/AMB. Estruturação, aprovação e suporte financeiro à 6 Confederação Nacional das Cooperativas Médicas de Cirurgia Cardiovascular. O projeto de Integração Internacional com a 7 Sociedade Européia de Cirurgia Torácica e Cardiovascular (EACTS) com a realização de dois simpósios Internacionais conjuntos na Europa e dois no Brasil. A realização da Techno College pela primeira vez 8 no Brasil durante o Congresso de Belém. O projeto de treinamento em simuladores através 9 das sessões Hands On durante os congressos nacionais e regionais. O projeto de desenvolvimento e construção 10 dos simuladores para cirurgia cardiovascular, os quais foram utilizados pela primeira vez no Congresso de Belém com imenso sucesso, e que fazem parte agora do acervo da sociedade. A aquisição de material cirúrgico e focos 11 de iluminação pela SBCCV para qualificar as estações de treinamento das sessões de Hands On de forma permanente. O treinamento de 25 cirurgiões cardiovasculares da SBCCV no Projeto Diretrizes da 12 AMB, oficializando a nossa entrada e responsabilidade de prover as diretrizes das enfermidades tratadas pela especialidade. O projeto Transplante Brasil, 13 firmado com o Ministério da Saúde, com a finalidade de ampliar o número de centros e profissionais transplantadores de coração no Brasil, e que propiciou a criação pelos Ministérios da Saúde e de Educação do programa de Residência em Transplantes. O projeto Certificação de Centros de 14 Treinamento nas Novas Tecnologias que visa oportunizar aos cirurgiões adquirirem as qualificações necessárias ao seu domínio, qualificando-os a disputar o novo mercado de trabalho. O crescimento no entrosamento com a SBC, 15 colocando na diretoria futura, recentemente eleita a participação de 6 cirurgiões. A participação como Editores Associados 16 e Autores em dois livros da SBC, na edição Como Tratar, e o Texto de Cardiologia da SBC. A indexação da nossa revista RBCCV no 17 ISI-Thompson, o que a qualifica como a mais importante publicação da especialidade na América do Sul e a inserção da Educação Médica Continuada. Todos estes avanços possíveis pelo competente e obstinado trabalho do Professor Braile. A eleição por via eletrônica que permitiu 18 que toda comunidade pudesse participar e escolher os membros da futura diretoria, pela primeira vez na nossa história. A histórica assinatura das portarias SAS (Transplante) e SAS-505 (cirurgias de congênitos e adultos) do Ministério da Saúde, que reajusta os honorários da Cirurgia Cardiovascular em patamares jamais conseguidos na história da sociedade. Fruto de trabalho de um ano contínuo de negociações de uma comissão da SBCCV. Muitas ações e projetos estão em andamento e terão reflexos no futuro da vida profissional dos nossos sócios. 05

6 Além da Medicina Corrida em busca de bem-estar e qualidade de vida A corrida de rua é o segundo esporte mais praticado no Brasil, com 4,5 milhões de adeptos. Entre seus benefícios estão o condicionamento físico e cardiovascular. Dr. Vicente Avila Neto, presidente do DECA, e outros médicos dão exemplo e hoje são praticantes dedicados do esporte. Dr. Vicente é corredor de rua há mais de oito anos e logo que passou a correr sentiu as mudanças. Percebi maior disposição e satisfação na realização de minhas atividades diárias, afirma. Corredora há mais de 10 anos, Dra. Walkiria Samuel Avila conta porque se interessou pela corrida: a falta de tempo foi uma motivação já que a corrida traz resultados rápidos. Cerca de 40 a 50 minutos correndo equivalem a uma hora e meia em aulas de localizada e exercícios na academia. Outras motivações são a perda de peso e o bem-estar. Dra. Walkiria, depois de quatro meses correndo em parques como o Ibirapuera, passou a se inscrever em corridas de rua e sempre se destacou conquistando as primeiras posições. Há cerca de um ano ela investe em musculação e corre de 10 a 12 quilômetros três vezes por semana. Dr. Vicente já participou de três maratonas no Brasil e, recentemente, esteve na maratona de Nova York, sua primeira prova fora do país. Ele também participa de corridas menores, de 10 e 15 quilômetros, mensalmente, e meia maratona uma vez por ano. Para a maratona, que compreende 42 quilômetros, ele explica, o treino requer dedicação e preparação especial, além da compreensão da família, pois são oito meses ou mais de treinamentos. Dr. Vicente concluiu a maratona de Nova York em menos de cinco horas. O esporte se torna um vício, afirma dr. Marcos Berlinck, que corre há 30 anos e teve como incentivo inicial a perda de peso e o condicionamento físico. Para ele, a corrida também incentiva a pessoa a ter hábitos mais saudáveis. Indico a corrida para aqueles que podem, mas sempre monitorada por um médico e um educador físico, conclui. crédito das fotos: Arquivo pessoal Dr. Vicente Avila Neto na maratona de Nova York, em novembro. 06

7 Notícias do DECA Marcapasso multissítio incluído no rol de procedimentos da Anvisa Desde junho deste ano os planos de saúde são obrigados a cobrir 70 novos procedimentos, como descrito na Resolução Normativa 211, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), publicada no Diário Oficial da União dia 12 de janeiro de No campo da cardiologia, a maior conquista foi a inclusão do implante de marcapasso multissítio nesse rol de procedimentos. Dr. Emanoel Licarião, diretor de Defesa Profissional do DECA, explica: nessa luta pela inclusão do procedimento tivemos gestões políticas junto à Associação Médica Brasileira, com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, no intuito de mostrar a importância do procedimento à população à luz dos grandes estudos multicêntricos publicados, mostrando que na verdade a utilização além de ser um meio terapêutico que reduz a morbimortalidade e promove melhora da qualidade de vida, tem grande impacto positivo no custo nesse segmento da assistência médica. Para a mudança, Dr. Emanoel Licarião destaca que, além das parcerias com a AMB e a SBCCV, também foram firmadas parcerias com gestores do setor: implementamos parcerias com gestores do Sistema Nacional Unimed, além da própria ANS e de parlamentares ligados ao nosso Departamento. Ele conclui, a inclusão do método mostra a importância de se utilizarem as diretrizes para as indicações dos procedimentos, pelo impacto nos custos e na consolidação e evolução do método. foto: cedida pela Boston Scientific QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO Seja nosso parceiro e anuncie aqui! (11) / marcapasso@deca.org.br

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9 Nova Diretoria Em janeiro de 2011, uma nova diretoria estará à frente do DECA. Em eleição realizada em março deste ano, em Belém/PA, durante o 37º Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, os seguintes membros foram eleitos: WILSON LOPES PEREIRA, SP - Presidente. Médico pós-graduado pela UNIFESP. Atuante na área de estimulação cardíaca na região do ABC. Professor da Disciplina de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de São Paulo. Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial. EMANOEL GLEDESTON DANTAS LICARIÃO, RR- Diretor de Defesa Profissional. Médico cardiologista da Universidade Federal de Roraima. Especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pelo DECA/SBCCV. Responsável pelo Serviço de Eletrofisiologia e Marcapasso do Hospital Geral de Roraima e Hospital Unimed Boa Vista. Presidente da Federação das Unimeds da Amazônia. JOSÉ CARLOS PACHÓN MATEOS, SP - Diretor de Registros. Diretor do Serviço de Marcapasso do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Diretor do Serviço de Arritmias, Eletrofisiologia e Marcapasso do Hospital do Coração. Especialista do DECA. OSWALDO TADEU GRECO, SP - Diretor da Relampa. Médico Cardiologista. Diretor do Departamento Científico e Responsável pelo Setor de Marcapasso e do Laboratório de Terapia Celular do IMC Instituto de Moléstias Cardiovasculares. EDUARDO RODRIGUES BENTO COSTA, SP - Diretor de Relação Institucional. Especialista em Estimulação Cardíaca pelo DECA. Especialista em Eletrofisiologia pela SOBRAC. Responsável pelo Serviço de Eletrofisiologia e Marcapasso dos Hospitais Policlin, Pio XII e Santa Casa de São José dos Campos. LUIZ PAULO RANGEL GOMES DA SILVA, PA - Diretor Administrativo. Professor Adjunto da Universidade do Estado do Pará para Clínica Cirúrgica. Cirurgião e Diretor do Hospital do Coração do Pará. CÂNDIDO RODRIGUES MARTINS GOMES, DF - Diretor Financeiro. Chefe do Serviço de Estimulação Cardíaca do Incor - Taguatinga/ Hospital Anchieta, Cardiocentro/ Hospital Santa Lúcia e Hospital de Base - Brasília - DF. Especialista em estimulação cardíaca pelo DECA/SBCCV. CLAUDIO JOSÉ FUGANTI, PR - Vice-presidente. Cardiologista, com título de especialista pela SBC. Especialista em Estimulação Cardíaca Artificial (DECA/SBCCV). Atualmente, trabalha no Hospital Universitário de Londrina, na Santa Casa de Londrina, no Hospital Evangélico de Londrina, no Hospital Mater (Londrina) e Hospital João de Freitas (Arapongas). GIANCARLO GROSSI MOTA, MG - Diretor de Eventos. Cirurgião cardiovascular do Hospital Luxemburgo - BH/MG. Pós-graduação latu sensu em Auditoria em Saúde pela Universidade Gama Filho. CELSO SALGADO DE MELO, MG - Diretor de Memória do Deca. Chefe da equipe de estimulação cardíaca da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Autor do livro Temas de Marcapasso. Especialista do DECA. ANTÔNIO VITOR DE MORAES JÚNIOR, SP - Diretor Científico. Especialista do DECA. Diretor do Centro de Marcapasso e Eletrofisiologia da Santa Casa de Ribeirão Preto. Mestre Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. CECÍLIA MONTEIRO BOYA BARCELLOS, SP - Secretária. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente, é médica assistente do Instituto de Arritmias Cardíacas. Tem experiência na área de Cardiologia, com ênfase em Arritmias Cardíacas Intervencionistas. ANTÔNIO MACEDO DO NASCIMENTO JÚNIOR, PE - Diretor de Comunicação. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Residência em Cardiologia, com Especialização em Marcapasso, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Chefe do Serviço de Arritmia e Marcapasso do Prevencor e dos Hospitais Prontolinda, em Olinda e Esperança, em Recife. Chefe do Ambulatório de Marcapasso do Hospital da Universidade de Pernambuco- UPE. CONSELHO DELIBERATIVO Vicente Avila Neto Alvaro Roberto Barros Costa Stela Maria Vitorino Sampaio Antonio Malan Cavalcanti Lima Silas dos Santos Galvão Filho

10 Notícias do DECA Reajuste de valores dos procedimentos pelo SUS Os valores pagos por procedimentos cardiovasculares realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) sofreram reajuste e diversos procedimentos cirúrgicos também tiveram aumento, entre eles o implante de marcapasso. Dr. Cláudio José Fuganti, vice-presidente do DECA, diz que o aumento foi uma boa conquista, apesar de não ter atingido o imaginado. Fazia tempo que não havia nenhum reajuste, explica. Nós aproveitamos o reajuste e conseguimos que o SUS colocasse um valor para cada código de procedimento, afirma. Agora, como todos os procedimentos de estimulação cardíaca artificial relacionados na tabela SUS têm um valor determinado, os profissionais terão menos problemas para a cobrança de honorários médicos relacionados a essas cirurgias. Segundo Dr. Fuganti para conseguir o reajuste houve uma ameaça nacional de paralisação dos cirurgiões cardiovasculares. A solução foi rápida, até por causa da proximidade das eleições. No entanto, não fomos convidados a participar da negociação, sendo a nossa participação indireta via SBCCV. Não tivemos a possibilidade de rever esses valores, que vieram determinados pelo Ministério, esclarece. Havia uma defasagem nos valores e sua alteração proporciona a valorização do trabalho, de acordo com Dr. Fuganti Foi um reajuste bem grande para cirurgia cardíaca. Para o marcapasso foi bem menor, mas mesmo assim foi um avanço, acrescenta. Entre os planos para as próximas conquistas, Dr. Fuganti é claro: continuaremos negociando para receber pelo SUS o mesmo que recebemos pelo convênio. 10

11 PORTARIA SUS 505 (28/9/2010) CÓDIGOS DE CIRURGIA DE MARCAPASSO DO SUS COM VALORES REAJUSTADOS Código Cirurgia Valor Antigo Valor Atual IMPLANTE DE MP DUPLA-CÂMARA TRANSVENOSO( DDD ) R$ 392 R$ 557, IMPLANTE DE MARCAPASSO BICAMERAL EPIMIOCÁRDICO R$ 346 R$ 491, IMPLANTE DE MP UNICAMERAL TRANSVENOSO (VVI) R$ 353 R$ 502, IMPLANTE DE MP UNICAMERAL EPIMIOCÁRDICO R$ 346 R$ 491, IMPLANTE DE CDI UNICAMERAL TRANSVENOSO R$ IMPLANTE DE CDI BICAMERAL TRANSVENOSO R$ 607 R$ 861, IMPLANTE DE MARCAPASSO MULTISSÍTIO TRANSVENOSO R$ 607 R$ 861,80 Procedimentos que não possuíam valor definido pelo SUS anteriormente IMPLANTE DE CDI MULTISSÍTIO COM TORACOTOMIA( IMPLANTE ELETRODO VE) R$ 861, IMPLANTE DE CDI MULTISSÍTIO IMPLANTE DE MP MULTISSÍTIO ENDO COM REVERSÃO PARA EPI R$ 613, IMPLANTE DE MP MULTISSÍTIO EPIMIOCÁRDICO POR TORACOTOMIA R$ 613, IMPLANTE DE MP MULTISSÍTIO TRANSVENOSO R$ 861, REPOSICIONAMENTO DE ELETRODOS DE CDI R$ 459, REPOSICIONAMENTO DE ELETRODOS DE MP MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE ELETRODOS DE CDI NO CDI TRANSVENOSO R$ 459, TROCA DE ELETRODOS DE CDI NO CDI MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE ELETRODOS DE MARCAPASSO NO CDI DDD TRANSVENOSO R$ 459, TROCA DE ELETRODOS DE MARCAPASSO NO CDI MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE ELETRODOS DE MARCAPASSO NO MP MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE GERADOR DE CDI CÂMARA ÚNICA/DUPLA R$ 459, TROCA DE GERADOR DE MARCAPASSO DDD R$ 473, TROCA DE GERADOR DE MARCAPASSO VVI R$ 473, TROCA DE GERADOR E ELETRODOS DE CDI R$ 459, TROCA DE GERADOR E ELETRODOS DE MARCAPASSO DUPLA-CÂMARA R$ 473, TROCA DE GERADOR E ELETRODOS DE MARCAPASSO MULTISSÍTIO R$ 459, PLÁSTICA DE LOJA DE GERADOR DE SISTEMA DE ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTIFICIAL R$ 395, REPOSICIONAMENTO DE ELETRODOS DE MARCAPOASSO R$ 473, RETIRADA DE SISTEMA DE ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTIFICIAL R$ 217, TROCA DE CONJUNTO DE SEIO CORONÁRIO NO MP MULTISSÍTIO R$ 525, TROCA DE ELETRODOS DE MARCAPASSO DUPLA-CÂMARA R$ 473, TROCA DE ELETRODOS DE MARCAPASSO UNICAMERAL R$ 473, TROCA DE GERADOR DE CDI MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE GERADOR DE MARCAPASSO MULTISSÍTIO R$ 459, TROCA DE GERADOR E ELETRODOS DE MARCAPASSO UNICAMERAL R$ 473, TROCA DE GERADOR E ELETRODOS DE CDI MULTISSÍTIO R$ 459,81 11

12 Dicas de Turismo Vá ao congresso e conheça as Serras Gaúchas O 38º Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular, entre 31 de março e 2 de abri de 2011, será em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Por isso, o Jornal do DECA dá algumas dicas de passeios para fazer pela região. Vale a pena planejar uma agradável viagem e conhecer as Serras Gaúchas. Passear pelas Serras Gaúchas sempre serão um convite ao romantismo, boa comida, bons vinhos e suas deslumbrantes paisagens. É uma viagem pela história da imigração italiana e alemã. GRAMADO O clima agradável é realçado pelo cuidado paisagístico da cidade, muito arborizada e repleta de parques e lagos. Durante o verão, as hortências dominam a paisagem. CANELA Os arredores estão repletos de atrações naturais, com destaque para a Cascata do Caracol, com 131 metros. BENTO GONÇALVES Apresenta atrações bem diversificadas, como as vinícolas do Vale dos Vinhedos, o roteiro Caminhos de Pedra (casas centenárias construídas pelos italianos), rafting no Rio das Antas, passeio de jipe por trilhas da região e a viagem de maria-fumaça até Carlos Barbosa, com degustação de queijos e vinhos e apresentação de shows folclóricos. Conheça também: Garibaldi, Caxias do Sul e Nova Petrópolis! QUANDO IR: De junho a agosto, quando as temperaturas estão mais baixas, pode nevar. Para quem vai visitar a região das vinícolas, a melhor época é entre janeiro a abril, quando os parreirais estão carregados e pode-se observar a colheita da uva. Adimilson Tel.: Celular: e - mail: adimilson.sylw@terra.com.br foto: Portal de Gramado - fonte: Portal de Gramado e Bento Gonçalves 12

13 Fique por Dentro DECA: anos de conquistas O Departamento de Estimulação Cardíaca tado pelo DECA. Artificial (DECA) completa 25 anos de Dr. Paulo Gauch foi vice-presidente do DECA, e, conquistas e benefícios para os profissionais da categoria. Latino-Americana de Marcapasso e Arritmia). Dentro por dez anos, foi editor da publicação Relampa (Revista Dr. Ricardo Eloy, diretor financeiro do DECA, é um da revista, ele foi um dos responsáveis pela expansão da dos fundadores do Departamento e analisa qual foi a publicação na América Latina. Dr. Gauch elenca como maior mudança que o DECA trouxe para a categoria: as principais conquistas do Departamento o Registro a grande conquista foi transformar e validar a Brasileiro de Marcapasso (RBM), a Relampa e os cursos estimulação elétrica cardíaca como uma verdadeira de atualização pelo Brasil. Para ele, a maior mudança foi especialidade, que, de fato, levou a medicina brasileira a um patamar de destaque. eletrofisiologistas nas atividades do DECA, que antes a presença muito marcante de clínicos cardiologistas e Para Dr. Paulo Gauch, membro fundador e era quase exclusiva de cirurgiões cardiovasculares. especialista do departamento, a principal mudança foi Dr. Ricardo Eloy participou das duas primeiras quando o DECA tornou-se Departamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). partamento: o DECA conseguiu congregar correntes diretorias do DECA e analisa a atuação do De- A aprovação pela SBCCV de admitir o Departamento diferentes, clínicos e cirurgiões, sobre uma mesma atividade médica, complementando-se de forma a como seu agregado foi o primeiro grande feito. Outra grande evolução foi aprovar junto às fontes pagadoras praticar uma medicina de ponta, de alta tecnologia e governamentais a necessidade de que os procedimentos para implante de marcapasso somente poderiam bem-estar e qualidade de vida de nossos pacientes, avanços constantes que tem como finalidade maior, o ser realizados por um membro especialista ou habili- conclui. Dedicação, cuidado e carinho Há 25 anos trabalhamos para você manter o rítmo

14 Entrevista O preenchimento correto do registro é de grande valia pessoal e coletiva J. C. P. M.: Os pacientes são beneficiados na medida em que constatam estarem sendo tratados com dispositivos modernos implantados em todos os grandes centros mundiais. Os médicos, além de uma detalhada estatística e O DECA tem a finalidade e o dever de zelar pelo bom desempenho da estimulação cardíaca artificial em nosso meio. Dr. José Carlos Pachón Mateos esclarece J. C. P. M.: Temos registradas cirurgias e, ao Jornal do DECA algumas dúvidas sobre a importância e o funcionamento nos últimos anos, têm do Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores Cardíacos (RBM). Jornal do DECA: Desde quando existe o RBM? Por sido incluídas no registro entre 16 e 18 mil novas cirurgias que foi criado? por ano. Estima-se José Carlos Pachón Mateos: O RBM existe desde 1994 e foi criado pela necessidade de ter uma informação precisa de todas as cirurgias envolvendo essas próteses cardíacas no território nacional. Além disso, o sistema também funciona como um importante meio de comprovação da atividade profissional de cada membro habilitado e especialista em nosso meio. J. D.: Quais são os principais benefícios que o registro traz aos pacientes e ao Ministério da Saúde? ainda uma perda de informação de cerca de 30%. Entretanto, 70% de registros positivos é uma excelente amostragem em relação aos bancos de dados similares internacionais. J. D.: Quais os principais motivos desses registros não serem feitos? J. C. P. M.: Uma parte da perda de informação se deve ao hospital que, muitas vezes, deixa de enviar os formulários preenchidos pelos médicos. Adicionalmente, certa parcela de profissionais ainda não tem a consciência da importância do registro e da pesquisa científica permitida gratuitamente pelo necessidade de comprovação profissional. Todos esses banco de dados, dispõem nesse sistema de uma comprovação oficial de atividade profissional, indispensável para renovação dos títulos de membros habilitados e especialistas. O Ministério da Saúde problemas serão resolvidos com o advento do RBM- Eletrônico e com a conscientização profissional, metas que estão sendo trabalhadas pela atual diretoria em conjunto com o RBM. dispõe de uma fotografia detalhada da especialidade J. D.: De quem é a responsabilidade pelo em nosso país com todos os dados de implantes por região com as referidas etiologias. Esses dados preenchimento e encaminhamento? J. C. P. M.: A responsabilidade é do médico que epidemiológicos são fundamentais para as ações de realiza o procedimento, já que cada registro é governo. Além disso, pode acompanhar possíveis disfunções de próteses e avaliar garantia dos aparelhos em uso no país. J. D.: Quantos registros são feitos por ano? E quantos, em média, são deixados de fazer? uma comprovação valiosa de atividade profissional e de elemento estatístico. Dessa forma, o preenchimento correto do registro é de grande valia pessoal e coletiva. Muitos médicos mantêm um modelo no qual o assessor técnico preenche o RBM e o hospital o envia 14

15 Notícias da Relampa ao DECA. Entretanto, recomendamos que essas duas etapas sejam feitas diretamente pelo médico para evitar erros e extravios. J. D.: Essa participação dos médicos no preenchimento da ficha tem aumentado com os anos? J. C. P. M.: Sim, porém de uma forma ainda pouco expressiva. Tem havido um interesse cada vez maior de fortalecer o registro da atividade profissional e de expandir a base de dados. J. D.: Quais foram as principais ações do DECA para contribuir com o estímulo a esse preenchimento? J. C. P. M.: O DECA e o RBM estão trabalhando nos seguintes projetos, todos já bastante adiantados: desenvolvimento do RBM-Eletrônico, que já se encontra em fase de testes; revalidação do título profissional que deverá considerar os procedimentos registrados no RBM; simplificação do formulário; extensão da parceria com o Ministério da Saúde e parceria com a Anvisa. J. D.: Qual a finalidade da carta que foi enviada aos hospitais e médicos informando quais profissionais eram habilitados para realização de procedimentos de estimulação cardíaca artificial? J. C. P. M.: O DECA tem a finalidade e o dever de zelar pelo bom desempenho da estimulação cardíaca artificial em nosso meio e se dispõe a contribuir na formação e habilitação de todos os profissionais envolvidos nessa especialidade. J. D.: Qual o procedimento para o envio correto dos dados para o Registro? J. C. P. M.: Preenchimento correto do formulário do RBM após cada cirurgia e envio diretamente ao DECA via correio. O ano de 2010 tem sido de transição na procura de uma nova fase de recrutamento para publicação mais robustas. Com a constante intenção de atrair os seus leitores através de temas atuais que possam solidificar seus conhecimentos, com isto norteando uma melhor orientação aos pacientes portadores de marcapasso cardíaco artificial. Por isto que neste ano tomamos algumas condutas respaldadas pela diretoria do DECA na intenção de fortalecer este item sempre discutido por nós. Já começamos a receber artigos de colegas portugueses, da sociedade de Arritmia e Estimulação Cardíaca, trabalho realizado por nós, quando lá estivemos no início do ano num evento promovido pelas sociedades lusas, teremos a chance de publicá-los em breve na Relampa. Outro trabalho iniciado neste mesmo período, através de uma maior aproximação das diretorias do DECA e da SOBRAC, com uma parceria efetiva para aprimorar publicações em temas relacionados às Arritmias Cardíacas, onde poderão ser discutidos com mais detalhamento por convidados experientes nesta área. Isto deverá acontecer já na edição 23.4, com a publicação de revisão da literatura sobre o tema muito discutido em nosso dia a dia, que é a fibrilação atrial. Nesta mesma edição, além destes importantes artigos de revisão serão publicados simultaneamente o resumo dos trabalhos científicos do XXVII Congresso Brasileiro de Arritmia, a ser realizado em Vitória-ES no início de dezembro de Como o leitor pode perceber o ano de 2010 foi um ano de muita luta na produção das edições da Relampa, sempre com a melhor boa vontade de publicar artigos de alta qualidade para nortear o diagnóstico e conduta destes complexos pacientes na área de arritmia cardíaca e estimulação cardíaca artificial. Um forte abraço Oswaldo Tadeu Greco 15

16 Galeria DECA Prone 2010 Há mais de cinco anos o DECA promove o PRONE - Programa Nacional de Ensino, levando conhecimentos sobre temas relacionados à insuficiência cardíaca e morte súbita a profissionais da área médica em cidades de norte a sul do Brasil. Mais de 15 cidades e cerca de mil pessoas já participaram do PRONE. Em 2010, o PRONE foi realizado no ABC Paulista/SP, Goiânia/GO, Palmas/TO, Natal/RN, Juiz de Fora/MG. Informe-se sobre os locais e datas dos próximos eventos no site do DECA: Natal / RN - 45 participantes ABC Paulista / SP - 79 participantes Juíz de Fora / MG - 83 participantes Goiânia / GO - 85 participantes Palmas / TO participantes Crédito das fotos: Arquivo do Deca 16

17 Diretoria Científica Balanço final e realizações da Diretoria Ao final de mais uma gestão do Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), inclusive com Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca), sempre cabem grande sucesso; um hands-on, realizado em paralelo, também com reflexões sobre o que foi possível realizar, dentre as metas inicialmente planejadas. No rol das incumbências da Diretoria Científica, é possível destacar: As provas para os títulos de membro Habilitado ou Especialista do Deca, realizadas por inúmeros colegas; Os vários PRONEs Programa Nacional de Ensino, abordando os temas da insuficiência A redação do memorial descritivo para inclusão do implante de marcapassos multissítio no rol dos procedimentos da Agência Nacional da Saúde. Entre as mais de solicitações, a nossa esteve entre as pouco mais de 40 aceitas este ano na área médica, e; Por último, mas não menos importante, o Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas (CBAC), cuja realização requereu grande esforços, cardíaca e da morte súbita. Tais eventos têm se Ao enumerar todas essas atividades, mas que foi in- centivada pelo apoio revelado extremamente somos invadidos pela incondicional de nosso importantes para a divulgação do conhecimento em diversas regiões do agradável sensação do dever cumprido e de que valeu muito a pena. Presidente, Dr. Vicente Avila Neto que encabeçou um grupo de Brasil. A esse respeito, relacionamento com cabe destacar a valiosa parceria dos coordenadores locais, que muito nos ajudaram na escolha dos palestrantes, colegas de alto nível, cuja participação abrilhantou os eventos; O Jornal do Deca que, sob a liderança do Dr. Cláudio Fuganti, promete crescer cada vez mais, com novas idéias e formatação, iniciativas que a Diretoria Científica terá prazer em continuar apoiando; O Simpósio Dr. Décio Kormann, realizado em Belo Horizonte em 2009 e em Belém em 2010, que alcançou enorme sucesso, pela qualidade do temário e dos especialistas convidados. No evento de 2010, foi possível abordar mais de 30 temas de atualização em arritmias e estimulação cardíaca, com apresentações comparáveis àquelas vistas em congressos internacionais. A qualidade da programação fez jus ao envolvimento a SOBRAC, visando ampliar e nortear a participação do Deca nesse importante Congresso, que ocorreu em Campinas, com mais de 900 inscritos. A participação do Deca ocorreu em várias áreas referentes à estimulação cardíaca, tal como no Simpósio Dr. José Carlos de Andrade, que ocorre durante o CBAC. Com isso, abriu-se uma janela de conversação amigável, responsável e produtiva entre as duas Diretorias e, com certeza, nós do Deca faremos o máximo para que o CBAC de Vitória presenteie a todos com o melhor da estimulação cardíaca atual. Ao enumerar todas essas atividades, somos invadidos pela agradável sensação do dever cumprido e de que valeu muito a pena. Agradecemos a todos os que colaboraram conosco nessa trajetória de muito trabalho, mas plena de realizações. de todos os que lotaram o local e se propuseram a participar de um sábado diferente e produtivo durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Dr. Antônio Vitor Moraes Júnior Diretor Científico do DECA 17

18 DECA Recomenda O CAPTURE (Complete Automatic Pacing Threshold Utilization Recorded) foi um estudo multicêntrico que avaliou a acurácia dos algoritmos de medidas automáticas de limiares atrial e ventricular, assim como outras características dos modernos geradores de marcapasso na longevidade dos mesmos. Métodos: As medidas automáticas de limiar foram comparadas com as medidas manuais durante um seguimento de 6 meses. Adicionalmente, avaliou-se o efeito do percentual de estimulação, tamanho (capacidade) da bateria e impedância dos eletrodos na longevidade projetada do gerador. Resultados: As medidas manuais e automáticas de limiares atrial e ventricular foram equivalentes em 683 de 691 p (98,8%) e 736 de 746 p (98,7%), respectivamente. Os limiares foram estáveis com 99,6% das medidas atriais e 99,2% das ventriculares dentro de 0,25V. Os algoritmos para controle automático de limiar, redução da estimulação ventricular, e redução da estimulação atrial associa-ram-se com melhora de 0,8, 0,9 e 0,2 anos Fatores determinantes de longevidade dos geradores de marcapasso na longevidade dos geradores. O uso de eletrodos de alta impedância (>1000 Ohms) determinou uma melhora de 0,8 anos na longevidade, enquanto um aumento de 1 cc no tamanho do dispositivo associou-se com aproximadamente 2 anos de adicional na longevidade. Conclusões: Os algoritmos automáticos foram confiáveis em todos os eletrodos testados. Controle dos limiares, redução da estimulação ventricular, e eletrodos de alta impedância resultaram em aumento da longevidade dos geradores. A capacidade da bateria foi o mais forte determinante do aumento projetado da longevidade. Comentários: Todas as medidas visando aumento de longevidade e facilidade no seguimento dos portadores de marcapasso são válidas e confiáveis. Destaca-se o fato a escolha de um gerador com bateria com capacidade de 1,2 Ah possa durar 2 anos a mais que um correspondente com 0,8 Ah, com aumento apenas de 1 cc no tamanho do dispositivo. Rosenthal LS e cols. PACE 2010;33(8): Participação da distância inter-eletrodos e o atraso elétrico do eletrodo VE no remodelamento reverso durante terapia de ressincronização cardíaca (TRC) Tanto a separação anatômica inter-eletrodos de VD e VE (DIE) e o atraso elétrico do eletrodo de VE (AEVE) são fatores importantes na resposta à TRC. Porém, a relação entre esses 2 fatores na evolução pós-operatória dos pacientes não havia sido descrita previamente, e foi o objetivo deste estudo realizado na Universidade de Harvard. Métodos: 61p foram submetidos à TRC por indicações convencionais. Todos foram submetidos à avaliação intraoperatória do AEVE, através da medida entre o início do ECG de superfície e o sinal de VE no canal de marca simultâneo. As distâncias inter-eletrodos na horizontal (DH), vertical (DV), e direta (DD) foram medidas no Rx pós-operatório. Os índices de remodelamento (FE, DDFVE, DSFVE) foram feitos por ecocardiogramas seriados. Resultados: Houve uma correlação positiva entre AEVE e DH no Rx lateral (p=0,004), e uma correlação negativa entre AEVE e DV no Rx em PA (p=0,028). Um índice de distância anatômica foi desenvolvido (DH Rx lateral DV Rx PA), que mais eficazmente correlacionou-se com AEVE (p=0,001). Após seguimento médio de 4 meses, os pacientes com AEVE corrigido 75% e um índice de distância 15cm demonstraram maior remodelamento reverso do VE, comparativamente com os que tiveram apenas um ou nenhum de tais critérios de positividade de resposta. Conclusões: Identificou-se uma significante correlação entre a distância inter-eletrodos VD-VE e AEVE; adicionalmente, ambos os parâmetros atuaram de modo sinérgico para predizer remodelamento reverso. Comentários: Além dos métodos convencionais para obter-se o ideal posicionamento dos eletrodos de VE e VD, os critérios descritos de análise anatômica da DIE e o AEVE são perfeitamente factíveis de serem realizadas. São necessários estudos adicionais, com o objetivo de estudo das possíveis transposições de resultados entre medidas ao Rx e aquelas obtidas à fluoroscopia no intra-operatório. Merchant FM, ET al. PACE 2010;33:

19 FDA aprova novas indicações para TRC-D (cardiodesfibrilador multissítio) O FDA expandiu as indicações para implante de cardiodesfibriladores com terapia de ressincronização cardíaca (TRC-D) para incluir pacientes com BRE e classe funcional II da NYHA ou classe funcional I na presença de miocardiopatia isquêmica, com FEVE 30% e duração do QRS 130ms. Estas novas indicações, solicitadas pela companhia Boston Scientific, basearam-se no estudo MADIT-CRT (Multicenter Automatic Defibrillator Implantation with Cardiac Resynchronization Therapy), que mostrou que pacientes com terapia médica otimizada, em classes I e II da NYHA, FEVE 30% e duração do QRS 130ms, a TRC-D determinou uma redução de 57% na mortalidade por todas as causas ou no primeiro evento de insuficiência cardíaca, quando comparados a pacientes com CDIs convencionais, em seguimento de 2,5 anos (p<0,001). Segundo o FDA, a taxa de complicações foi considerada aceitável para este dispositivo; contudo, os clínicos devem informar adequadamente para potenciais complicações. Como condição para aprovação; a Boston Scientific concordou em conduzir 2 estudos pós-aprovação: um estudo para avaliar os benefícios de mortalidade a longo prazo e riscos de complicações da TRC-D em pacientes com BRE, e um estudo de seguimento de pacientes originais do MADIT-CRT por 5 anos para comparar os benefícios de mortalidade a longo prazo da TRC-D x CDI isoladamente. Comentários: Esta aprovação do FDA, expandindo as indicações de TRC-D provavelmente direcionará as novas Diretrizes da AHA/ACC/HRS. Em seu recente congresso em Estocolmo, a Sociedade Européia de Cardiologia adicionou em suas diretrizes de TRC-D pacientes em classe funcional II da NYHA, porém não incluiu IC classe I da NYHA, nem teve restrições baseadas no BRE. Food and Drug Admnistration. FDA approves devices for heart failure patients [press release]. September 16, Acontece Unimed Boa Vista promove palestra sobre Morte Súbita Fonte: Ascom Unimed Boa Vista A Unimed Boa Vista, em parceira com a Biotronik Brasil, promoveu no mês de outubro a palestra Morte Súbita: Estágio atual e perspectivas futuras, ministrada pelo médico cardiologista Celso Salgado de Melo, profissional de renome na área médica, chefe do serviço de marcapassos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro de Uberaba/MG e autor do livro Marcapasso de A a Z, que teve seu lançamento estadual realizado no mesmo evento. O livro é um glossário completo, que reune terminologias da área de marcapasso, arritmias cardíacas e eletrofisiologia, que foram organizadas em ordem alfabética. Dentre os profissionais que contribuíram com o livro, se destaca a colaboração do médico cardiologista Emanoel Licarião, presidente da Federação das Unimeds dos Estados da Amazônia - FAMA, único profissional do estado de Roraima a contribuir com a obra. O evento fez parte das atividades em comemoração ao dia do Médico. A palestra teve a presença da comunidade médica, fisioterapeutas, enfermeiros, acadêmicos de medicina, enfermagem e fisioterapia, e também dos demais profissionais da área de saúde. É de suma importância a realização de eventos científicos em Roraima, devido à carência destas atividades e a distância dos grandes centros. A possibilidade de oferecer tal palestra é imensurável para nós, explica o presidente, Emanoel Licarião. Na oportunidade exemplares do livro Marcapasso de A a Z foram distribuídos para todos os participantes, e o autor fez questão de autografar todos. É uma honra estar em Roraima, discutindo sobre este tema tão carente de exposição. Agradeço a Unimed Boa Vista pelo honroso convite e grande oportunidade, assim se manifestou o palestrante, Celso Salgado de Melo. 19