LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE
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- Gabriella Marreiro Domingues
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1 LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Uma análise do Comitê de Logística da ABAG e de seus núcleos: Infraestrutura do Transporte Logística do Transporte Armazenagem Energia Telemática Capital Humano Tecnologia e Inovação Assuntos Institucionais ABAG_folder3_FINAL.indd 1
2 Déficit nas propriedades muito maior do que nos outros elos da cadeia. Tratar e reduzir perdas para aumentar a competitividade. ARMAZENAGEM Custos logísticos no Agro maiores do que em outros setores da economia. Planos integrados = Maior impacto de escoamento por região. Hoje: agronegócio movimentado por portos das regiões Sul e Sudeste. Modal rodoviário predominante no País. LOGÍSTICA DO TRANSPORTE FUNDIÁRIAS Melhoria nos eixos de transporte pode gerar grandes economias. Logística orientada para portos do Norte e investimentos em ferrovias. TRABALHISTAS INFRAESTRUTURA DO TRANSPORTE TRIBUTÁRIAS LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE: uma visão sistêmica ENERGIA Agro tem atuação importante no consumo e geração de energia. Otimizar equilíbrio e distribuição, aumentando competitividade e reduzindo riscos de abastecimento. Resultados importantes em processos limpos, melhoramento genético, biotecnologia, automação etc. Ampliar e empoderar pesquisa e inovação. PESQUISA E INOVAÇÃO DEFESA AGROPECUÁRIA POLÍTICA COMERCIAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO CRÉDITO RURAL, SEGURO E PREÇOS MÍNIMOS Déficit de pessoal qualificado e risco de queda em investimentos educacionais. TELEMÁTICA Priorizar com o MEC e acompanhar resultados. Área Rural: menos de 5% com acesso a internet. Buscar reduzir custos de instalação para aumentar acesso à capacitação. oportunidade Centro-Oeste e Sul chegam a mais de R$ 20 bilhões, e têm o potencial para mudar a realidade de muitas regiões. Hoje, grande parte do agronegócio brasileiro ainda é movimentado pelos portos das regiões Sul e Sudeste, e a carga é transportada principalmente pelo modal rodoviário. No curto prazo, os principais projetos a saírem do papel são a rodovia BR-163 e a ferrovia NorteSul que afetarão particularmente o Centro-Oeste. No entanto, a saturação desses portos e o grande crescimento previsto no setor orientam a logística cada vez mais para os portos do Norte do Brasil. Outros eixos também já estão em construção no Nordeste (Transnordestina e FIOL) e no Norte (Hidrovia Tocantins), e deverão alterar ainda mais a matriz no médio prazo até ABIOVE Essa mudança de eixo deve alterar o cenário nos próximos anos e se apoia na expansão da malha intermodal, em especial ferroviária. ABAG_folder3_FINAL.indd 2-3 ASSUNTOS INSTITUCIONAIS Confira as fontes dos números e análise completa no site da ABAG ( INFRAESTRUTURA DO TRANSPORTE: oportunidades de mais R$ 20 bilhões As oportunidades de economia logística com melhorias e investimentos priorizados para os eixos de competitividade do Norte, Nordeste, resumo do cenário ABIOVE CAPITAL HUMANO
3 Os custos logísticos correspondem a cerca de 8% da receita líquida do agronegócio, o que faz com que o setor seja fortemente impactado pela qualidade da malha logística brasileira; uma malha de alta diversidade e complexidade com oportunidades em ferrovias, rodovias e hidrovias. FERROVIAS O Brasil possui apenas 30 mil km de ferrovias. Desses, apenas 10 mil km são utilizados. O vazio ferroviário brasileiro é especialmente preocupante nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. OS DESAFIOS DE TRANSPORTE NO BRASIL SÃO AMPLOS E INTERMODAIS. É necessário que o investimento também seja pensado de forma ampla e intermodal, criando planos de melhoria integrados que considerem todos os modais para gerar maior impacto no escoamento das regiões. Em um cenário de escassez e altos custos da energia, o agronegócio tem um importante papel a desempenhar, pela sua significativa capacidade de gerar altos volumes e também de consumir. TECNOLOGIA E INOVAÇÃO: o caminho para os grandes saltos de competitividade a Nos próximos anos, o setor deve trabalhar em uma agenda com foco nas seguintes frentes: RODOVIAS É o modal com maior malha. No entanto, grande parte das estradas possui condições distantes das ideais. Entre as prioridades, citamos: BR-163, MT-130, MT-235, BR-158, BR-364. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Promover ajustes regulatórios para ampliar a oferta de energia, reduzir e evitar custos de Transmissão e Distribuição, gerando um menor custo global para o sistema elétrico e para os consumidores. HIDROVIAS O Brasil possui 50 mil km de hidrovias, com apenas 14 mil em uso. Este modal é o que menos recebe investimento público. Entre as prioridades, destacam-se: Teles Pires Tapajós, Arinos, Juruena Tapajós, Hidrovia Paraguai Paraná, Hidrovia do Araguaia Tocantins. LEILÕES POR FONTES E REGIÕES Induzir e apoiar a realização de leilões regionais de energia que contemplem as fontes relacionadas com o Agronegócio biomassa, biometano, solar e PCHs. ARMAZENAGEM: déficit nas propriedades deve ser prioridade O déficit de armazenagem no Brasil é bastante conhecido, mas nem sempre totalmente compreendido. Isso porque, ao avaliar a carência de armazenagem, muitas vezes se analisa apenas o volume de produção versus o espaço disponível, quando o mais importante é considerar a necessidade versus a armazenagem disponível em cada região e em cada elo da cadeia. ENERGIA: uma agenda cheia para o agronegócio UNICA LOGÍSTICA DO TRANSPORTE: todos os modais precisam melhorar Esse ajuste de prisma permite notar que, embora haja déficits importantes em relação ao recomendado pela FAO no nível do coletor, por exemplo, o deficit é significativamente maior no nível do produtor, sendo esta a principal deficiência do atual sistema nacional de armazenagem. REGIÃO Número de armazéns Capacidade (1.000t) Participação (%) Norte ,1 Nordeste ,2 Centro-oeste ,9 Sudeste ,0 Sul ,8 TOTAL ,0 AUTOPRODUÇÃO Organizar programas para a realização de investimentos na autoprodução, visando reduzir custos da energia e riscos de desabastecimento, com prioridade nas fontes solar, biomassa e biometano (vinhaça do etanol). OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS NA OFERTA DE ENERGIA Motivar e apoiar a busca de oportunidades de negócios, visando ampliar a oferta de energia distribuída (Geração Distribuída) das fontes relacionadas com as atividades do agronegócio. O trabalho integrado do setor do agronegócio pode ser capaz de reduzir os custos da energia e gerar oportunidades, aumentando a competitividade do setor e mitigando o risco de abastecimento. O Brasil se tornou uma potência agrícola graças a uma combinação de esforços públicos e privados em inovação, com destaque para: a Embrapa, as Organizações Estaduais de Pesquisa, as Universidades e as Empresas Privadas (nacionais e estrangeiras). Os investimentos em inovação (60% público, 40% privado) atingiram, em 2012, 1,72% do PIB e geraram grandes saltos de produtividade e competitividade para a agricultura nacional. Oportunidades de inovação ainda são amplas em diversas áreas do agronegócio É um bom resultado, mas as oportunidades de inovação ainda são amplas em diversas áreas do agronegócio, e vão de processos limpos à gestão territorial, passando por melhoramento genético, biotecnologia, redução de dependências, bioeconomia, automação e inovações gerenciais, dentre outros. O agronegócio é um campo infinito para inovação e oferece inúmeras possibilidades de aplicação com resultados visíveis e de enorme impacto social e econômico. Por outro lado, a própria sustentabilidade dos diferenciais do agronegócio brasileiro e sua geração de valor dependem da inovação constante. Exatamente por isso é importante estabelecer políticas claras, ampliar e empoderar cada vez mais os órgãos públicos, sistemas de apoio a pesquisas, institutos e iniciativas privadas responsáveis pelo ambiente de inovação no País. Atacar esse enorme déficit com políticas diretas pode reduzir congestionamentos em todo o sistema logístico, diminuindo a pressão sobre a armazenagem coletora, mitigando perdas de qualidade e ampliando a competitividade do agronegócio brasileiro de modo geral. ABAG_folder3_FINAL.indd 4-5
4 TELEMÁTICA: a área rural ainda tem comunicação e acesso reduzidos CAPITAL HUMANO: capacitação para o agronegócio crescer ASSUNTOS INSTITUCIONAIS: competitividade deve ser preocupação de todos Estudos mostram, em diversos países, uma forte correlação entre o aumento do acesso à tecnologia nas zonas rurais e o crescimento econômico. No Brasil, 36 milhões pessoas vivem na área rural, com cobertura de celular limitada, e menos de 5% dessa polulação tem acesso à internet. A capacitação da mão de obra impacta fortemente os custos logísticos no Brasil. Com o crescimento do agronegócio, a diferença entre a demanda por trabalhadores qualificados e profissionais disponíveis aumentou e diversos programas foram desenvolvidos a fim de atacar esse déficit. A competitividade do agronegócio é impactada por uma série de questões institucionais; ou seja, questões diretamente associadas às legislações, aos órgãos e às políticas do governo, que merecem atenção constante do setor. Sem acesso a comunicação de boa qualidade, os produtores perdem diversas oportunidades: Acesso a informações meteorológicas em tempo real. Compartilhamento de informações de hidrologia. Emissão de notas fiscais eletrônicas in loco. Capacitação por meio de conteúdos on-line. Os altos custos de implantação de infraestrutura para acesso a internet e telefonia celular na região rural são desafiadores para as empresas, tornando necessária a atuação direta de políticas públicas eficientes para aumentar a oferta a essa população. Atualmente, a Anatel está em processo de consulta pública sobre contratos de concessão que podem aumentar a oferta de serviços de telecomunicação para zonas rurais. ABAG_folder3_FINAL.indd 6-7 É importante que o setor atue com o MEC a fim de garantir a melhoria de programas No entanto, com a atual redução de arrecadação, programas como o Pronatec AGRO, Pronatec Brasil Maior e FIES poderão ser impactados, o que pode impedir avanços na qualidade do capital humano disponível. Mais do que nunca, é importante que o setor atue com o MEC a fim de garantir a continuidade e o avanço de programas capazes de melhorar o setor produtivo e impulsionar a atividade econômica. Diante desse cenário, o setor do agronegócio deve agir para melhorar o mapemento e a priorização das necessidades, atuando com o MEC na coordenação de iniciativas, na apuração de resultados e na transparência dos programas federais. CRÉDITO RURAL, SEGURO E PREÇOS MÍNIMOS A renda dos produtores é volátil, o que dificulta a oferta de crédito convencional e demanda políticas públicas diretas para tornar economicamente viáveis as atividades do setor. POLÍTICA COMERCIAL Os acordos bilaterais e regionais são de vital importância para a expansão do agronegócio brasileiro. Nesse sentido, é importante que o setor atue para garantir o alinhamento entre as posições do Itamaraty e os objetivos do agronegócio. PESQUISA E INOVAÇÃO É necessária a valorização dos centros de pesquisa, dos órgãos e planos de defesa sanitária e fitossanitária, bem como o foco em inovação e produtividade. O investimento em organizações nacionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação precisa ser ampliado. FUNDIÁRIAS O estabelecimeto de um marco regulatório para aquisição e demarcação de terras, que garanta segurança jurídica no campo, é de extrema importância bem como o fortalecimento dos programas de regularização fundiária já existentes. TRABALHISTAS O trabalho rural tem diferenças significativas do urbano, principalmente pelas condições climáticas; a chuva, por exemplo, pode influenciar tanto o período de plantio, quanto o de colheita. Além disso, há meses em que não é necessária mão de obra intensiva, A competitividade devido às características do agronegócio é da lavoura ou da atividade desenvolvida. impactada por uma série de questões TRIBUTÁRIAS A estrutura complexa e institucionais ineficiente prejudica a competitividade do setor produtivo, encarece os preços dos alimentos, gera prejuízos para a população brasileira e dificuldades às exportações. DEFESA AGROPECUÁRIA O ambiente regulatório deve ser aperfeiçoado para garantir maior racionalização, agilidade e simplificação nos processos de análise e aprovação de novas moléculas e registro de produtos.
5 O COMITÊ DE LOGÍSTICA O objetivo deste trabalho foi entender a logística como um elo da cadeia produtiva do agronegócio e colocar o foco sobre a competitividade. Identificamos diferentes núcleos de competitividade e convidamos um especialista em cada tema para coordenar a elaboração das análises. Para cada um dos núcleos, levantamos a situação atual de cada área, identificamos gargalos e propusemos soluções. Este material pretende resumir o tabalho realizado ao longo deste ano. O próximo passo é compartilhar os resultados e organizar eventos futuros para debater os temas e avançar na evolução competitiva do agronegócio brasileiro. Renato Casali Pavan Presidente do Comitê Renato Casali Pavan Infraestrutura do Transporte de Carga Núcleo de Logística do Transporte de Carga Armazenagem Núcleo de Energia Telemática Capital Humano Assuntos Institucionais Tecnologia e Inovação Olivier Girard Rodrigo Shimura André Lima Carlos Silvestrin Michel Hannas Jr Fernanda Gomes Ana Malvestio Evaristo de Miranda Agosto de 2015 Veja a análise completa no site da ABAG. ABAG_folder3_FINAL.indd 8
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