Curso de Meteorologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió-AL. Curso de Meteorologia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG.
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- Augusto Madureira Osório
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1 103 EXI~NCIAS TtRMICAS DE CULTIVARES DE FEIJÃO (Phaseolus Vulgaris L.) JOsg LEONALDO DE SOUZA Curso de Meteorologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió-AL JOS~ MARIA NOUGUEIRA DA COSTA Curso de Meteorologia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG. JOS~ MAURO CHAGAS Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Viçosa - MG. RESUMO Baseado em várias datas de plantio e de acordo com os graus-dia acumulados acima da temperatura-base de 100C, foram determinados as exigências térmicas para a ocorrência dos estádios fenológicos de vários cultivares de feijão em localidades representativas das microrregiões do Alto Médio são Francisco, Alto Paranaíba, Zona da Mata e Sul de Minas Gerais. Utilizandose desse critério, observou-se que os cultivares de feijão de uma maneira geral, apresentaram exigências térmicas para a ocorrência das fases fenológicas variáveis com as localidades. Essas exigências necessárias para completar o ciclo da cultura foram de GD, GD, GD e 948 GD para as localidades de Mocambinho, Patos de Minas, Viçosa e Lavras respectivamente. INTRODUÇÃO A influência do clima no crescimento e desenvolvimento das culturas pode ser ilustrada por sua importância na determinação das potencialidades agrícolas de uma região. Diversos autores (3, 4 e 8) enfatizam a dependência da cultura do feijão das condições climáticas. O feijão no Brasil é largamente consumido tanto pela população rural quanto pela urbana, sendo um dos alimentos básicos do brasileiro, tornando-se necessário que se enfatize a realização de pesquisa sobre a agroclimatologia desta cultura, visando estabelecê-la definitivamente como cultura rentável em bases permanentes tendo em vista sua importância econômica e so-
2 104 cial. Obter estimativas co~ maior grau de precisão de determinados eventos fenológicos, como por exemplo, os do florescimento e da maturação, é de grande importância para uma melhoria da produtividade e qualidade das culturas. Há bastante tempo sabese que a ocorrência dos estádios fenológicos das plantas estão relacionados com as condições meteorológicas, sendo a temperatura do ar isoladamente, o elemento mais influente. Essa idéia foi utilizada por Reumur em 1735 e Holmes e Robertson (6) dão uma ~ná lise detalhada do uso da temperatura do ar para o cálculo dos graus-dia, relacionando-os com a fenologia das plantas. O conceito de graus-dia tem-se mostrado bastante útil na caracterização dos estádios fenológicos das culturas (2, 5 e 6). Nesses trabalhos a superioridade desse conceito comparado com o método convencional de expressar a ocorrência dos estádios fenológicos baseados em dias do calendário tem-se confirmado. Cbmoforma de oferecer informações para o estabelecimento de épocas de plantios apropriadas em termos climatológicos, o presente trabalho pretende determinar os graus-dia necessários p~ ra a ocorrência de eventos fenológicos de cultivares de feijão em quatro microrregiões do Estado de Minas Gerais. MATERIAL E ~TODOS Os locais de Lavras ( '8, ' W, 905 m),mocambinho (150 03' S, 46 0 W, 452 m), Patos de Minas ( 'S, ' W, 895 m) e Viçosa ( 'S, 42 0 S I' W, 690 m) foram selecionados para a realização deste trabalho. Os dados diários de temperatura máxima e mínima do ar foram cedidos pelo 59 Distrito de Meteorologia do Departamento Na cional de Meterologia. Os dados fenológicos dos cultivares de feijão, tais como, floração, maturação e colheita foram obtidos ~ través do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e por meio dos experimentos conduzidos por VIEIRA et alli (9) e MON TOVANI (7).
3 105 Baseado nos valores diários de temperaturas máxima (Tmáx) e mínima (Tmin) do ar foram calculados os graus-dia necessários para o ocorrência dos estádios feno1óqicos do feijoeiro, adotando-se uma temperatura-base (Tbase) de 1a o C (6). Os grausdia (GD~)para um determina~ evento feno1ógico ocorrer foram obtidos pela expressão GDA= ~(Tmáx + Tmin) / 2) - Tbase. A.;..1 RESULTADOS Apresentam-se nos Quadros 1, 2, 3 e 4 as exigências tér micas dos cultivares de feijão baseado no critério de graus-dia nos locais em estudo. Observa-se em Viçosa (Quadro 1) que os graus-dia necessários para os cultivares 'Ricobaio 1014' e 'Costa Rica' apresentaram exigências térmicas semelhantes. Esses índices foram em média de 546 e 536, 977 e 956 e e GD para atingirem a floração, maturação e colheita, respectivamente. O cultivar 'Negrito 897' apresentou exigências térmicas ligeiramente inferiores aos dois cultivares mencionados anteriormente. Os estádios de florescimento, maturação e colheita do cultivar 'Negrito 897' o correram com um acúmulo médio de 515, 922 e 998 GD. Observou-se que as exigências térmicas dos estádios de maturação e colheita dos três cultivares foram ligeiramente superiores para o plantio das "águas" (de outubro a dezembro) compar~~ do com o plantio de "seca" (de janeiro a março). De maneira geral, os estádios feno1ógicos dos três cultivares em Viçosa - MG, ocorreram com 531, 952 e GD para a floração, maturação e colheita, respectivamente. O cultivar '~a10' em Lavras lquadro 2) apresentou uma pequena diferênça no acúmulo de graus-dia para completar o ciclo entre as datas de plantio das estaç5es das "aguas" e da "seca". Quando o plantio foi feito na estação dás "águas", a floração o correu com 457 GD, enquanto quando ocorreu na estação da "seca" a floração exigiu 479 GD. De modo geral, as exigências térmicas p~ ra os cultivares de feijão em Lavras - MG foram de 491 e 803 grausdia para o período plantio/floração e plantio/maturação. Em Mocarnbinho -MG (Quadro 3) as exigências térmicas do
4 Quadro 1 - Exigêocias Térmicas de Cultivares de Feijão an furção dos Graus-dia, em Viçosa - M:;. Quadro 2 - E:xi.gências Ténnicas de01ltivares de Feijão an função cbs Graus-dia, em Lavras - M;. Cuh: iv.,. 'R icob. io IOI-l' M.di. 'Coata Rica' Médi. 'N.grlto 897' Médl. Méd. Ger.l do. Cul~iv.! roa o.t. da Flor.c:;o...tu,..c:.o Colheita PI.ntlo DI.. GN Di.. GN Oi.. Go4 31.1" S2 1" i IOZ Z 1~ ~ S A ~ 530 ô2 I~Oi ----g i Ii.Q AZ Z '''00 m _~,7 1" ô.I~-:n--- ~ z S ZZ 99' 6, S Cult iv.,. O.to da Fto,.aç;o M.'Cu,..ç.o Colh.ita PI.nt io Oi G04 Di G04 Di Go4 'Mantoigao F~.co li' i 'Jalo' 'Rio Iv." li 895 S7 JO:!6 -'dia , Jalo' 'Costa Ric.' 'C.,.ioc.' li 'di "'dia C.r.1 do. Cultiv.r C.Y. 7,1 6,9... O O> Quadro 3 - Exigências Térmicas do Cultivar de Feijão 'Jalo EEP 588 an função dos Graus-dia, em!~ binho - M:;. PlantiQ (o.to ) i i C9.ii FI~".çi,) M.~ur.'i;O Colh.i~. Quadro 4 - Exigências ténnicas de C.l1tivares de Feijão em f~ão dos Graus-dia, em Patos de Minas - M;. P'.ntio r'oraç.o Di Go4 Di G04 Di Go4 Cultivare. Colheit. (o.t.) Di Go4 Dias GoA ) 1~42 'N..nte i g;o 4: IZ99 Fo.co,11' 'Carioca' ' ~3 U IIi 'Rio Tib.aai' ; IZZO ".lia ~* 661 S ~di l5 8~ I :!~J' 11,4 1",3 10,4
5 107 cultivar 'Jalo EEP 558' forqm em média de e GD para a floração, mqturação e colheita. Os cultivares 'r.ianteigão Fosco 11' I 'Carioca" Tibagi', em Patos de Minas (Quadro 4) exigiram graus-dia para ocorrer a floração e e atingirem a colheita, respectivamente. e 'Rio e 594 GD para REFERtNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARROS, L. G. de. Caracterização de alguns dos cultivares de Feijão (Phaseolus vulgaris L. ) indicados para o Brasil. Viçosa, UFV, Impr. Univ., p. (Tese M. S.) 2. CROSS, H. Z. & ZUBER I M. S. Prediction of. flowering dates in maize based ond different methods of estimating thermal units. Agronomy Jonrnal, 64: 351-5, DUARTE, A. de o. Situação da Cultura do feijão em nove municípios da Zona da Mata de Minas Gerais. Viçosa l UFV I Impre~ sa Universitária l p. 4. FRANCO I C. M.; MIYASAKA, S.; INFORZETO I R. Alguns fisiologia ecológica do feijoeiro. In: sirw6sio DE FEIJÃO, 11 Campinas, Anais... 1 Viçosa, prensa Universitária I p aspectos da BRASILEIRO UFV I 5. GILMORE I Ir., E. C. & ROGERS I J. S. Heat units as a method of. measuring maturity in corno Agronomy Journal l 50: HOLMES, R. M. & ROBERTSON, G. W. Heat units and crop growth. Ottawa, Departament of Agriculture, p. 7. MANTOVANI, E. C. Dete~m~nação do coeficiente de cultura para o feijão. (Phaseolus vulgaris L.) irrigado, em duas épocas de plantio. Viçosa l UFV. Imprensa Universitária l p. (Tese - M. S.). 8. SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DA COORDENADORIA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. e outras leguminosas PSPQ Im- Programa Integrado de Pesquisa. Feijão 9. VIEIRA, R. F.; VIElRA I C.; EUCLYDES I R.F.; SILVA I C.C. Avaliação preliminar do germoplasma de Phaseolus vulgaris L. da Microregião Homogênea 192 (Zona da Mata. Minas Gerais) Revista Ceres, 3O (172): 419-5OI 1983.
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