Escola Estadual Professora Nidelse Martins de Almeida
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- Thomas Ribas Escobar
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1 Coordenação Pedagógica e Formação Continuada do Professor: possibilidades de atuação e mediação Escola Estadual Professora Nidelse Martins de Almeida Sala 8 2ª sessão Professor(es) Apresentador(es): Alex Silvio de Moraes Professor Coordenador Realização:
2 Foco O foco deste trabalho tem como pressuposto a concepção de que a Formação Continuada do Professor na escola é um espaço propício para a construção de saberes teóricos práticos que permitam ao professor aprimorar-se em sua prática pedagógica. No entanto, isto só pode acontecer quando o Professor Coordenador (PC) se assume como líder de um trabalho coletivo que deve formar, articular e transformar a realidade cotidiana de uma escola. Neste sentido, a dupla conceitualização, a tematização de prática, a modelização, observação e acompanhamento das aulas e as pautas formativas são possibilidades de atuação cotidiana na escola por parte do PC.
3 Contexto de Aplicação Características da Escola Atende crianças do Ciclo de Alfabetização e Intermediário (1º ao 5º ano), em dois períodos diurnos, sendo um total de 40 classes. Possui uma clientela de alunos, sendo que 90% destes ingressam no 1º ano, oriundos de pré-escolas municipais. Os 10% restantes são de alunos que ingressam sem terem frequentado a Educação Infantil e/ou ficam em trânsito entre o Nordeste e outras comunidades.
4 Contexto de Aplicação Condições Socioeconômicas Cerca de 98% dos alunos moram no próprio bairro, que é constituído em sua grande maioria por famílias de migrantes nordestinos e localiza-se numa área periférica do município de Carapicuíba. A região possui alto índice de vulnerabilidade social e o nível socioeconômico é baixo.
5 Contexto de Aplicação Público Alvo 40 Professores polivalentes, regentes de turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Estes professores possuem a Licenciatura Plena em Pedagogia, sendo que grande parte frequentou também o antigo Curso Normal do Magistério; Grupo com características heterogêneas, sendo que metade do grupo possui mais de vinte anos de carreira e outra metade tem ainda uma experiência de até no máximo dez anos no Magistério. Quase 70% do grupo é de efetivos que se mantém na escola. Os outros 30% são professores OFAS ou
6 Contexto de Aplicação Grupo com características heterogêneas, sendo que metade do grupo possui mais de vinte anos de carreira e outra metade tem ainda uma experiência de até no máximo dez anos no Magistério. Quase 70% do grupo é de efetivos que se mantém na escola. Os outros 30% são professores OFAS ou temporários que normalmente estão substituindo professores em processo de aposentadoria ou afastados em outras funções (gestão e coordenação). Convivem na escola saberes e concepções plurais quanto ao desenvolvimento da prática docente.
7 Contexto de Aplicação Período de Aplicação Fevereiro/2015 a setembro/2015.
8 Justificativa Este trabalho surgiu da reflexão feita pelos Professores Coordenadores da escola quanto à necessidade de efetivamente atuarem enquanto formadores de seu grupo de professores. Esta posição precisa ser assumida de maneira convicta e concretizada no cotidiano da escola. Entretanto, isto não é fácil. Muitas vezes o PC desenvolve uma rotina de apagar incêndios desviando-se de seu foco de atuação e concentrandose em questões burocráticas.
9 Justificativa A única maneira de realizar uma mudança neste quadro, foi uma opção definitiva por atuar junto aos professores, em favor da aprendizagem das crianças. Para isto, buscamos apoio na literatura e percebemos que o trabalho do PC deve estar centrado em três palavras: formador (dos professores), articulador (do projeto pedagógico) e transformador (do ambiente escolar).
10 Justificativa Não há fórmulas mágicas para o desenvolvimento do trabalho. No entanto, quando o PC investiga e põe em prática estratégias de atuação que realmente interfiram na prática pedagógica dos professores, ajudando estes a perceberem aqueles como companheiros de trabalho, e não mero fiscalizadores, seu papel se cumpre no ambiente escolar. E todos, professores e alunos, saem ganhando.
11 Objetivo Geral: Desenvolver um trabalho de formação do corpo docente e de observação e acompanhamento da sala de aula que contribuam efetivamente com a prática pedagógica do professor e favoreçam a aprendizagem das crianças.
12 Objetivo Específicos: Conscientizar-se sobre o papel do Coordenador Pedagógico; Implementar no cotidiano da escola a observação e acompanhamento da sala de aula como um serviço a favor da aprendizagem dos alunos;
13 Objetivo Específicos: Promover estratégias de formação continuada em serviço centradas nas didáticas específicas (como ensinar) em correlação com o estudo permanente do Currículo Oficial do Estado de São Paulo; Coordenar espaços de formação (Reuniões Pedagógicas, ATPC, Conselhos de Classe...) tendo como foco o desenvolvimento de pautas formativas que contemplem estratégias de: dupla conceitualização e tematização de prática.
14 Desenvolvimento/ Metodologia PRIMEIRA POSSIBILIDADE: DUPLA CONCEITUALIZAÇÃO. É a estratégia que permite dois aprendizados simultâneos: sobre o objeto de ensino e sobre as condições didáticas para ensiná-lo. A dupla conceitualização envolve duas etapas principais. Na primeira, o coordenador propõe uma atividade desafiadora para os professores. O objetivo é fazer com que eles vivenciem a situação de aprendizagem e identifiquem os conhecimentos que estão em jogo para ensinar determinado conteúdo. Na segunda etapa, o formador mostra como ensinar. Com base na atividade feita pelo grupo, ele promove uma discussão sobre as condições proporcionadas para realizá-la, a maneira como foi feito o planejamento, as intervenções do coordenador e o motivo de elas terem sido usadas - e levanta hipóteses sobre como ensinar determinado conteúdo. Revista Nova Escola, Junho/Julho de 2009
15 Desenvolvimento/ Metodologia SEGUNDA POSSIBILIDADE: TEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA. A tematização de prática é uma estratégia para o trabalho de formação permanente do docente porque se trata de olhar para a sala de aula como um objeto sobre o qual se pode pensar. Telma Weizs
16 Desenvolvimento/ Metodologia Deve-se registrar boas situações de aprendizagem porque são estas as situações que permitem explicitar o modelo didático com que se trabalha. Registros escritos ou filmagens são analisadas pelo coletivo de professores a fim de: discutir a respeito das condições didáticas; pensar sobre a natureza do conteúdo com que se está trabalhando; refletir sobre as intervenções do professor e o impacto destas na aprendizagem dos alunos. Délia Lerner
17 Desenvolvimento/ Metodologia E quando a intervenção no coletivo não efetiva mudanças na prática do professor? TERCEIRA POSSIBILIDADE: MODELIZAÇÃO. Muitas vezes o PC precisa atuar individualmente junto a um professor, pois a intervenção no coletivo, não surtiu os efeitos desejados. Professores iniciantes, professores resistentes ou com uma formação muito precária, muitas vezes precisam deste auxílio. Neste caso, o PC elabora um Plano de Modelização. Feito isto, ele compartilha este plano com o professor e vai para a sala de aula, desenvolver com os alunos este plano de trabalho. O docente da classe, se põe no papel de observador, e registra toda a ação desenvolvida pelo PC. Alguns dias depois da finalização do trabalho, Docente e PC se encontram para discutir os registros e as aprendizagens adquiridas pelo professor da turma, bem como estabelecem os próximos passos para o trabalho com os alunos.
18 Desenvolvimento/ Metodologia TERCEIRA POSSIBILIDADE: OBSERVAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA SALA DE AULA. Ela tem por objetivo potencializar as aprendizagens das crianças e deve ser baseada em evidências. É estruturada em três momentos: O Antes; O Durante; O Depois; Quando bem feita a observação de sala de aula, possibilita ao professor um feedback construtivo sobre sua prática pedagógica e interfere diretamente na aprendizagem das crianças.
19 Recursos Utilizados Equipamentos de projeção; Pautas Formativas; Folhas para os registros de observação, acompanhamento e modelização; Filmagens de aulas; Registros do Desenvolvimento de Atividades; Protocolo de Observação de Aulas; Pasta de Observação e Acompanhamento das aulas; Portifólio do professor Coordenador.
20 Resultados Evolução no Saresp Matemática Língua Portuguesa 5 4, ,5 3 2,5 2 2,85 3,58 4,13 3,6 4,38 NOTA ,67 3,83 4,08 4,61 4,65 4,89 NOTA 1,5 1 0, Matemática Língua Portuguesa ,82 5,31
21 Conclusões Devido esta natureza de transformação constante, podemos concluir que não é apenas retirando o professor da escola, em tempos determinados, para se reciclar que este poderá repensar sua prática. Isto só acontecerá, no cotidiano da escola, pois é nela que o docente atua e desenvolve seu trabalho Somente na escola, em torno de seus colegas de profissão, junto a seus alunos, é que no dia-a-dia o professor vai construindo sua competência profissional e desenvolvendo sua autonomia pedagógica. Desse modo, o professor vai aprendendo a responder aos desafios e dilemas da profissão, in locus, sem separar-se da proposta pedagógica da escola onde atua.
22 Conclusões 1. Urge possibilitar aos professores repensar seu fazer pedagógico através de uma educação continuada, que se alicerce na reflexão sobre a prática, dentro do espaço onde esta se realiza: a escola. 2. Não podemos acreditar que a educação continuada possa se basear apenas em situações, nas quais o professor é retirado da escola, para fazer treinamentos e cursos, oferecidos por especialistas em educação. O fazer do professor se constitui como um processo que sofre mudanças permanentemente, pois em Educação, os conhecimentos sempre se transformam.
23 Conclusões 5. Uma nova realidade educacional supõe também que os papéis exercidos dentro da escola se modifiquem a fim de que a escola possa incorporar novas atitudes no enfrentamento dos desafios. Neste sentido, a medida que se transforma a compreensão do papel do professor, que deixa de ser apenas um empregador de técnicas de ensino e passa a ser alguém que desenvolve um fazer complexo, com vistas a intervir numa determinada realidade, surge um novo ator, capaz de ajudar o professor a transformar sua prática pedagógica, adequando ao projeto educacional da instituição onde atua: o coordenador pedagógico.
24 Conclusões 6. O coordenador pedagógico é o protagonista (ao lado do professor) da educação continuada centrada na escola e deve buscar espaços e estratégias para articular e transformar os processos de ensino e aprendizagem na escola, através da formação docente. O trabalho do coordenador pedagógico supõe que a transformação da prática do professor acontece de maneira constante e in locus, como já expresso anteriormente. Supõe também que esta não se faz separada da proposta pedagógica da escola e sem a troca de experiência com seus pares.
25 Conclusões Enfim, Este caminho, além de basear-se em evidências científicas e na literatura especializada produzida nos últimos anos, assume a convicção política do autor de que a educação continuada, articulada e construída pelo coordenador pedagógico, junto a seus professores, é um espaço de empoderamento e desenvolvimento da identidade profissional destes: nela cada docente tem a possibilidade de desenvolver-se enquanto profissional, sujeito de sua ação, que é ao mesmo tempo construída por ele junto aos seus pares e mediada pelo coordenador, num processo de reflexão contínua, que não se esgota.
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