Saúde dos cascos: novas alternativas que maximizam resultados
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- Elisa Teresa Cabral Franco
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1 Saúde dos cascos: novas alternativas que maximizam resultados Prof. Elias Jorge Facury Filho Prof. Antônio Último de Carvalho Escola De Veterinária da UFMG
2 Manqueiras em bovinos Alta incidência em todo o mundo Diminuem a produção de leite Impacto sobre a reprodução Diminuem a condição corporal Reduz o tempo de alimentação Aumenta custos com tratamento Contribui para descarte involuntário Pouca atenção dos técnicos e produtores
3 TREINAMENTO/GESTÃO DAS PESSOAS One Health Programas sanitários REPRODUÇÃO NUTRIÇÃO/ALIMENTAÇÃO SANIDADE DOS BEZERROS LIMPEZA/DESINFECÇÃO CALENDÁRIO SANITÁRIO QUALIDADE DO LEITE AQUISIÇÃO DE ANIMAIS SAÚDE DOS CASCOS Conforto/ambiente SAÚDE DO PERÍODO DE TRANSIÇÃO
4 Abordagem da propriedade para controle das manqueiras Fatores de risco Determinação do escore de manqueira Exame dos cascos e diagnóstico das lesões. Diagnóstico da situação Treinamento de pessoal Controle dos fatores de risco Tratamento de animais enfermos Reformas e manutenção das instalações Monitoramento periódico
5 Bases de um programa de controle de afecções de casco 1 Tecido córneo de boa qualidade e conformação correta dos cascos 2 Baixa pressão de infecção 3 4 Baixo esforço sobre o casco Detecção precoce das manqueiras e tratamento adequado
6 1 Tecido córneo de boa qualidade e conformação correta dos cascos: Período de transição Dieta e manejo alimentar, Requerimentos nutricionais Casqueamento funcional Uso de pediluvio
7 1 Tecido córneo de boa qualidade e conformação correta dos cascos: Qualidade do casco Desafios ambientais
8 Micrografia da região do talão de um casco bovino.
9 Fonte: adaptado de Köning e Liebich Papila dérmica Epiderme Cortex Medula Túbulo córneo Dureza: muralha>sola>talão>linha branca
10 Micrografia de um casco bovino. Proliferação Divisão celular Diferenciação Estrato Basal Estrato espinhoso Derme Papilas dermai Epiderme viva Cornificação Morte celular programada Estrato córneo Epiderme morta = sola
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12 Fatores que interferem com o processo de formação dos cascos Suprimento sanguíneo adequado: oxigênio, nutrientes, imunidade Energia Controle hormonal: Insulina, fator de crescimento epidermal. Macrominerais: Ca, P, Mg Microminerais: Cu, Zn, Se, Mn Aminoácidos: Cistina, Histidina, Metionina Vitaminas: biotina, Vit. A, Vit. E
13 Elementos importantes na formação do casco Mineral Atividade Função Cálcio Zinco Cobre Selênio Ativação da transglutaminase epidermal (TG) Função Catalítica ativação de metaloenzimas Função estrutural Função Reguladora regulação do calmodulin, proteína quinase C, etc.. Enzima superóxido dismutase Ativação de enzimas Ativação da Thiol oxidase Enzimas superóxido dismutase e cytocromo C oxidase Enzima glutationa peroxidase (Antioxidante) Diferenciação terminal das células da epiderme e formação do envelope celular Diferenciação dos queratinócitos Formação de proteínas estruturais durante a queratinização Regulação da diferenciação Antioxidante Formação de ligações dissulfito entre resíduos de cistina antioxidantes Manutenção da integridade da substância cementante intercelular Mn Ativação de enzimas Formação de cartilagens e ossos, antioxidante, gliconeogenese
14 Xue-Jun Zhao, et al. (2015)
15 Efeito da fonte de mineral traço sobre a saúde do casco Autores Minerais traço orgânicos x inorgânicos Siciliano-Jones et al. (2008) Xue-Jun Zhao et al. (2015) A. Batch et al. (2015) Diminuição da frequência de úlcera de sola e dermatite interdigital Diminuição da intensidade da erosão de talão Maior dureza dos cascos, Redução do stress oxidativo Sem alteração no escore de locomoção Comparação entre 27 fazendas diferentes (15 quelatos e 12 inorganicos); Sem alteração no escore de locomoção; Menor taxa de descarte involuntário devido a problemas de casco; Gomez, (2014) Indução experimental de DD Teste entre minerais traço orgânico e MTO com iodo Tendência de menor frequência de lesões graves (M2)
16 Elementos importantes na formação do casco Vitaminas Atividade Função Vit. A Diferenciação celular Expressão gênica Vit. D Homeostase do cálcio Diferenciação celular Vit. E Enzimas antioxidantes Manutenção da integridade dos tecidos Biotina Ativação de enzimas: acetil-coa, B-methilcrotonil-CoA, propionil- CoA e piruvato carboxilase Síntese de lipídeos para formação da substância cementante intercelular. Aminoácidos Atividade Função Cistina, Histidina, Metionina Integridade estrutural do queratinócito
17 Produzida no rumem pela atividade bacteriana BIOTINA Menor produção em dietas ricas em concentrado Cofator para enzimas microbianas: síntese de ácido propiônico Presente em enzimas descarboxilase: acetyl-coa carboxilase, B- methilcrotonil-coa carboxilase, propionil-coa carboxilase, e piruvato carboxilase gliconeogênese e outras funções metabólicas Síntese de proteínas de queratina e do cemento intercelular Aumento produção de leite Qualidade do casco (Santschi et al., 2005; Schwab et al., 2006, Lean et al., 2013)
18 Dia 60 Dia 0 Controle 20mg biotina/dia 40mg biotina/dia Produção de leite Proteína do leite
19 Efeito da suplementação com biotina sobre a incidência ou prevalência de várias desordens de casco em bovinos de leite e de corte. ( Lean e Rabiee, 2011)
20 Efeito do Período de transição sobre a saúde dos cascos Adaptações do rumen Hipocalcemia Balanço energético negativo Cortisol Demanda de Minerais traço Endotoxemia: metrite, mamite Imunosupressão Insulina
21 Hormônio Função Local de ação Insulina Fator de crescimento epidermal (EGF) Prolactina Glicocorticoides Influência hormonal no processo de queratinização Estimula síntese de DNA e proteínas. Estimula síntese de proteínas de queratina Efeito antagônico ao EGF. Diminuição da síntese de queratina Inibição da síntese de proteínas de queratina; Alteração do metabolismo energético e proteico. Receptores de insulina na derme e epiderme Epiderme em diferenciação Epiderme em diferenciação Hendry, 1999
22 Cm/mês 0,75 0,7 0,65 0,6 0,55 0,5 0,45 0,4 0,35 0,3 * * 30 DIAS PRÉ-PARTO 1 MÊS PÓS-PARTO 2 MÊS PÓS-PARTO 3 MÊS PÓS-PARTO Crescimento Desgaste Crescimento e desgaste médios da muralha dorsal dos cascos de vacas leiteiras no período de transição Casagrande, 2013
23 DUREZA (shore D) * * * * * * -30 PARTO MURALHA SOLA MURALHA SOLA LINHA BRANCA TEMPO (DIAS) Avaliação da dureza do casco de vacas durantes o período de transição (Casagrande, 2013)
24 Correlações entre a calcemia e a magnesemia pós-parto com a conformação e dureza dos cascos. COLETA PÓS-PARTO (dias) MENSURAÇÃO PÓS-PARTO (dias) r P CÁLCIO Comprimento da muralha Crescimento da muralha dorsal 30 0,3707 0, ,4851 0, Dureza da sola 30 0,3849 0, Comprimento da muralha 60 dias 0,4258 0, Altura do talão 90 dias 0,3830 0,0367 MAGNÉSIO Desgaste da muralha dorsal Desgaste da muralha abaxial 60 dias -0,4556 0, dias -0,3858 0, Dureza da pinça 60 dias 0,3720 0,0430 Casagrande, 2013
25 Frequência (%) Frequência de lesões podais em vacas leiteiras no período de transição (Casagrande, 2013) * * * * * * 10 0 * * * * -30 PARTO Hemorragia de sola Doença linha branca Ulcera de sola Dias
26 Laminite subclínica Úlceras de sola
27 Fatores que interferem com o processo de formação dos cascos Suprimento sanguíneo adequado: oxigênio, nutrientes, imunidade Energia Controle hormonal: Insulina, fator de crescimento epidermal. Macrominerais: Ca, P, Mg Microminerais: Cu, Zn, Se, Mn Aminoácidos: Cistina, Histidina, Metionina Vitaminas: biotina, Vit. A, Vit. E
28 VACAS DE ALTA PRODUÇÃO Balanço energético negativo Alterações no escore corporal (Waltner et al, 1993) Dietas com alta relação concentrado: volumoso Manejo de alimentação inadequado Falta de adaptação no Período de transição Metaloproteinases Afrouxamento do aparelho suspensório da 3ª falange (Lischer et al 2002) Pressão sobre o córium. Edema e hemorragias Acidose ruminal subclínica Substâncias vasoativas Redução Biotina Alterações hemodinâmicas no córium do casco (Thoefner et al 2005, Danscher et al 2010) Hemorragias de sola, doença de linha branca, úlceras de sola Herdabilidade moderada (Oikonomou, 2014) Diminuição da espessura do coxim plantar (Bicalho, 2009) Contusões traumatismos Maior frequência de úlcera de sola e doença da linha branca (Bicalho 2009)
29 Resumo das evidências do potencial da histamina, endotoxina e do ácido lático em causar laminite, nas dietas ricas em carboidratos de rápida fermentação. Produzido no rumen Absorvido no rumen saudável Absorvido no rumen com lesão Induz laminite quando injetada Histamina Endotoxina Ácido lático X X X X X* X X??** X X X *Evidência inconsistente ** Provavelmente Lean at al., 2013
30 Lamelas após acidose ruminal Estrutura normal das lamelas Thoefner et al, 2005 Journal of Dairy Science Vol. 88, No. 8, 2005 Lamela epidermal com hemorragias
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32 Dieta x Manejo alimentar Fibra efetiva
33 Relação entre espessura do coxim digital e escore de condição corporal Associação positiva entre escore corporal e espessura do coxim digital Escore corporal como fator de risco para manqueira (adaptado de Bicalho e Oikonomou, 2013).
34 Espessura do coxim digital (cm) Cascos membros torácicos Relação entre estágio da lactação e espessura do coxim digital (Bicalho et al, 2009) Estágio da lactação Bicalho et al, 2009
35 Casqueamento Preventivo Remoção precoce de lesões Restabelecimento da conformação Melhor distribuição de peso É necessario? Quando? Como? Quem?
36 2 Baixa pressão de infecção Higiene Controle da matéria orgânica Controle da umidade Uso de pediluvio** Aquisição de animais sadios** Imunidade
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39 PREVALENCE OF HOOF LESIONS HHE WLD SH SC DS SB SU ID DD TP PH IH OG / TRA Score 1 Score 2 Score 3 Positive farms OTH HHE heel horn erosion; WLD White line disease; SH sole hemorrhage; SC scissors claws; DS double sole; SB sole bruising; SU sole ulcer; ID interdigital dermatitis; DD digital dermatitis; TP Tunga sp.; PH phlegmon; IH interdigital hyperplasia; OG / TRA overgrown / trauma; OTH other. Moreira, 2017
40 Dermatite digital Erosão de talão Treponema spp Moreira, 2017
41 Moreira, 2017
42 ema refringens Moreira, 2017 Digital dermatitis biopsy demonstrating massive and deep colonization of Spirochete-like bacteria (green) (stars) and Treponema refringens (red/orange) (arrows) in between damage and health tissue.
43 x 16 x 4.0 x 2.7 x 2.5 Moreira, 2017
44 Fatores de risco para lesões infecciosas de casco em 392 vacas em 48 fazendas leiteiras na região do Triangulo Mineiro, MG, Brasil. (Moreira, 2017) Moreira, 2017
45 Fatores de risco para dermatite digital na Dinamarca Variável Categoria Odds Ratio p value Uso de pedilúvio Frequência de raspagem do esterco Direção da raspagem do esterco entre grupos Tamanho do rebanho Compra de animais 1x / semana Nunca ou < 1x/sem. >8x/dia 5 8x/dia 4x/dia Nunca ou novilhas ---vacas Vacas ---- novilhas Pequeno (<338 vacas) Médio ( ) Grande ( >521) > 1 ano 1 ano 1 1,24 1 1,9 2,01 1 1,44 1 0,88 1,22 1 2,55 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Resultados de um modelo de regressão logística multivariada para biosegurança interna, de variáveis associadas com dermatite digital em 39 rebanhos leiteiros da Dinamarca. (Oliveira et al., 2017)
46 Dimensões: 3,7 x 0,7 x 0,2 m Localização Produtos: Sulfato de cobre 5% Formol 5% Sulfato de zinco 10% Tetraciclina 0,1% Recarga Frequência de utilização Pedilúvio
47 Ariza et al, 2017
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49 3 Baixo esforço sobre o casco Conforto Manejo adequados
50 Vaca Área da sola/casco = 82,42 cm 2 Área de sola total = 82,42 x 8 cascos= 659,36 cm 2 Pressão=peso da vaca/área do casco Pressão= 600kg / 659,36 cm 2 = 0,90 kg/ cm 2 Humano adulto Área da sola/pé = 224 cm 2 Área de sola total = 224 x 2 pés= 448cm 2 Pressão=peso do homem/área do pé Pressão= 90kg / 448 cm 2 = 0,20 kg/ cm 2
51 3 Baixo esforço sobre o casco
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53 3 Baixo esforço sobre o casco
54 3 Baixo esforço sobre o casco
55
56 3 Baixo esforço sobre o casco
57 4 Detecção precoce das manqueiras e tratamento adequado Inspeção constante, Escore de manqueira, Treinamento das pessoas
58 Controle das afecções podais: Pontos Chaves As manqueiras apresentam prevalência muito elevada nos rebanhos leiteiros, causando enormes prejuízos; De uma maneira geral, não existem programas de controle nas nossas propriedades; Os problemas de casco são multifatoriais e os programas de controle tem que ser integrados Os programas devem envolver duas frentes: a qualidade de casco e os desafios ambientais O diagnóstico precoce das vacas mancas é a chave do sucesso no tratamento Não há medida milagrosa de controle...
59 Obrigado!
REVISÃO DE LITERATURA
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 17 2. REVISÃO DE LITERATURA... 22 2.1 LAMINITE E LESÕES PODAIS... 22 2.1.1 Laminite... 22 2.1.2 Úlcera de sola... 22 2.1.3 Doença da linha branca... 23 2.1.4 Úlcera de pinça...
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