CONTRIBUIÇÃO DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO FINANCEIRA DE UMA PEQUENA EMPRESA
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- Bruno Sousa Diegues
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1 CONTRIBUIÇÃO DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO FINANCEIRA DE UMA PEQUENA EMPRESA Diana Vanessa Becker¹ Carine de Oliveira² RESUMO O presente trabalho constitui-se um estudo de caso, aplicado na empresa Refrigeração X, que atua do ramo de serviços e venda de peças automotivas, situada no município de Venâncio Aires. A finalidade deste estudo é analisar a situação financeira da empresa através da ferramenta fluxo de caixa. Para sua implantação foram utilizados modelos propostos pela literatura e adaptada à empresa. Para o alcance dos objetivos, foi realizado o controle de ingressos e desembolsos mensais de caixa do ano de 2013 e 2014, e a projeção de Janeiro a Março de O levantamento de dados foi por meio de visitas, entrevistas e pesquisa documental. O resultado da pesquisa demonstra que a empresa possui equilíbrio entre seus ingressos e desembolsos de caixa. Palavras-chave: Gestão Financeira, Planejamento Financeiro, Fluxo de Caixa. ABSTRACT This work constitutes a case study, applied to the company Refrigeration X, which operates the service branch and sale of automotive parts, located in the city of Venancio Aires. The purpose of this study is to analyze the company's financial position through the cash flow tool. For its implementation were used models proposed by literature and adapted to the company. To achieve the goals, it was held control of tickets and 2013 year monthly cash disbursements and 2014, and the projection from January to March Data collection was through visits, interviews and desk research. The research result shows that the company has balance between their income and cash disbursements.key-words: Financial Management, Financial Planning, Cash Flow. 1 Graduanda em Ciências Contábeis Faculdade Dom Alberto 2 Professor Orientador, Mestra em Ciências Contábeis Faculdade Dom Alberto
2 1 INTRODUÇÃO Em geral os administradores das empresas de pequeno porte não dispõem de informações gerenciais. Nesse sentido, a contabilidade fornece informações as quais poderiam auxiliar os pequenos empresários em decisões gerenciais e financeiras. Contudo, na prática, as pequenas empresas acabam terceirizando os serviços de contabilidade, que por sua vez, oferecem apenas informações de cunho fiscal, como cálculos de impostos e cumprimento da legislação vigente. Segundo Zdanowicz (2002), a sobrevivência da empresa depende do grau de acerto da gestão financeira. No que se refere à administração dos valores em caixa e a receber, o pagamento em dia dos compromissos assumidos perante terceiros, a remuneração dos investimentos realizados e a capacidade de reinvestir, são pontos fundamentais. Conforme Wernke (2008), toda empresa defronta-se com um constante fluxo de recursos (entradas e saídas de caixa) que requer atenção rigorosa para que o capital investido tenha o maior retorno possível ou para que os recursos disponíveis consigam suprir as carências da entidade. Nesse sentido, Zdanowicz (2002) ressalta a importância da conferência e avaliação permanente dos resultados das políticas da empresa, para que assim possa efetuar as correções necessárias, bem como empregar medidas saneadoras e corretivas visando maior eficiência e eficácia da gestão financeira da empresa. Contudo, este estudo concentra-se na gestão financeira da empresa através da análise do fluxo de caixa, evidenciando assim a importância do controle financeiro para o planejamento futuro das decisões financeiras da empresa estudada. Assim sendo, buscou-se neste estudo: i)levantar a situação financeira da empresa. ii)implantar o fluxo de caixa para a empresa estudada. iii)demonstrar e analisar os recursos adquiridos e os desembolsos efetuados em cada mês, por meio de planilhas financeiras que poderão ser utilizadas como fonte de informações gerenciais aos administradores da empresa. iiii)apontar sugestões de procedimentos alinhados a melhoria na gestão financeira da empresa. Tendo em vista este contexto, busca-se com este estudo, visualizar como o fluxo de caixa pode auxiliar na gestão financeira de uma pequena empresa? O tema escolhido foi definido tanto pela importância teórica quanto prática, tendo a percepção que na maior parte das empresas de pequeno porte existe a dificuldade
3 da execução de uma administração financeira eficiente. O trabalho está estruturado da seguinte forma: inicialmente apresenta-se a fundamentação teórica da pesquisa, a seguir, descrevem-se o método e os procedimentos do estudo, por fim, apresentam-se os resultados e as considerações finais encontrados na pesquisa. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Empresa de pequeno porte A empresa é uma instituição jurídica, caracterizada pela atividade econômica exercida por meio da articulação de fatores produtivos para produção ou circulação de bens ou serviços. Logo, se subdividem de acordo com seus direitos e obrigações contratuais, com a sua natureza e origem dos produtos dela fabricados ou seus serviços prestados, com sua dimensão e atividade econômica. Segundo art. 5º da Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no , de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ ,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte aufira, em cada anocalendário, receita bruta superior a R$ ,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ ,00 (três milhões e seiscentos mil reais) 2.2 Contabilidade Gerencial e Financeira A Contabilidade gerencial tem como objetivo selecionar as informações contábeis disponíveis na entidade e tratá-las de modo que sejam úteis à administração no processo integrado de tomada de decisões. Pode-se concluir que a Contabilidade gerencial está mais voltada para o assessoramento e ação decisória do que para técnicas contábeis específicas. É o processo de elaboração de demonstrações financeiras para propósitos externos: pessoal externo da empresa, como acionistas, credores, e autoridades governamentais.
4 Um dos aspectos mais importantes para uma boa gestão empresarial é a gestão das finanças das empresas. Nesse sentido, a administração financeira centraliza-se na captação, na aplicação dos recursos necessários e na distribuição eficiente dos mesmos, para que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas a que se propõe (ZDANOWICZ, 2002). Ou seja, o ponto fundamental da contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para administração (CREPALDI, 2007, p.21). Nesse sentido, o principal princípio que norteia uma gestão financeira seria dispor os recursos necessários para saldar em tempo hábil as obrigações assumidas com terceiros pelas empresas e assim, buscar a maximização dos resultados. (ZDANOWICZ, 2002). 2.3 Gestão Financeira A empresa sendo um organismo vivo, agindo em um ambiente em constante mudança, crescendo e aumentando seu valor patrimonial, necessita ter em mãos uma ferramenta para conduzir a mesma com relativa segurança, podendo ter condições de avaliar os riscos que está correndo, para tomar a tempo as medidas corretivas necessárias (BRASIL; BRASIL, 2002). Cabe ao administrador financeiro utilizar seu conhecimento técnico e as ferramentas gerenciais disponíveis com a finalidade de aumentar a riqueza dos investidores (WERNKE, 2008). 2.4 Planejamento Financeiro O Planejamento financeiro refere-se ao processo de estimar as necessidades futuras de financiamento e identificar como os fundos anteriores foram financiados e os motivos que justificam seus gastos (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2006). O planejamento empresarial deve amarrar-se, em nível econômico e financeiro, ao crescimento equilibrado da empresa a curto e longo prazos (BRASIL, BRASIL, 2002). Ou seja, o planejamento empresarial é visto como um processo contínuo, como uma ferramenta de orientação, de interação organizacional, permitindo estabelecer objetivos e aumentar o desempenho da empresa.
5 A principal parte do planejamento financeiro é a administração da liquidez. Em termos simples, o propósito da administração da liquidez é assegurar que a companhia nunca tenha deficiência de caixa (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2006). Entretanto dois elementos essenciais do processo de planejamento financeiro são o planejamento de caixa e o planejamento de resultados. A previsão de caixa é uma demonstração que apresenta as entradas e saídas de caixa planejadas da empresa, geralmente, o orçamento de caixa destina-se a cobrir o prazo de um ano, dividido em períodos menores. 2.5 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta básica de planejamento financeiro, utilizada nas operações do dia a dia das empresas (LIZ, 2013). Nesta mesma linha, para Zdanowicz (2002, p.19) O fluxo de caixa é um instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para determinado período. É o fluxo de caixa, que demonstra antecipadamente as necessidades de numerários para o cumprimento das obrigações da empresa, pois demonstra todos os ingressos e desembolsos de caixa, que podem ser controlados e analisados. A conta caixa constitui hoje, para muitas empresas, uma reserva, ou melhor, um fundo de caixa para pagar pequenas despesas, e por si só, o montante de dinheiro vivo existente na empresa é reduzido (ZDANOWICZ, 2002, p. 26). Compartilhando a ideia de que a ferramenta do fluxo de caixa exerce um importante papel na gestão financeira das empresas, Zdanowicz (2002) elenca vários objetivos a serem contemplados pela gestão de caixa. Entre esses objetivos, podemos citar os seguintes: proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para a execução do plano geral de operações e para a realização das transações econômico-financeiras da empresa; empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e estudando antecipadamente a melhor aplicação, o tempo e a segurança de tais recursos; planejar e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de ingressos e desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção e despesas operacionais, assim como de dados
6 relativos aos índices de atividades, prazos médios de rotação de estoques, de valores a receber e de valores a pagar. Zdanowicz (2002) descreve o fluxo de caixa como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro, com a finalidade de detectar o saldo inicial de caixa adicionado ao somatório de ingressos, menos o somatório de desembolsos em determinado período, que irá apresentar excedentes de caixa ou escassez de recursos financeiros para a empresa. O período abrangido pelo planejamento do fluxo de caixa depende do tamanho e ramo de atividade da empresa, a tendência para pequenas empresas é para estimativas com prazos curtos (diário, semanal ou mensal), já no caso das grandes empresas, com volume de vendas estável, preferem projetar o fluxo de caixa para períodos longos ( trimestral, semestral ou anual). Conforme Zdanowicz (2002), o fluxo de caixa projetado pode ser expresso, de forma genérica, pela seguinte equação: SFC = SIC + I - D Onde: SFC=Saldo final de caixa; SIC=Saldo Inicial de caixa; I=Ingressos; D=Desembolsos. O fluxo de caixa evidencia situações de solvência ou falta de liquidez que podem afetar a continuidade da empresa no mercado. 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS A metodologia é considerada uma forma de conduzir a pesquisa, ou seja, as etapas a seguir num determinado processo, é a explicação detalhada de todo caminho utilizado no trabalho de pesquisa. Nesse contexto, a presente pesquisa realizada na Refrigeração X, caracteriza- se como um estudo de caso. De acordo com Gil (1999, p. 72), o estudo de caso é profundo e exaustivo de algum objeto, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado do mesmo. A abordagem será qualitativa, deverão ser coletados dados necessários para a realização desta proposta de trabalho. Conforme Collis e Hussey (2005, p. 26) o método qualitativo é mais subjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento de atividades sociais e humanas.
7 Diante dos objetivos propostos para o presente estudo, para a coleta de dados necessários para realização deste trabalho, foram aplicadas entrevistas informais com o sócio gerente, foram observados alguns fatores dentro da empresa e ainda utilizou-se da pesquisa documental. Segundo Gil (1999, p.66), a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, a única diferença entre ambas está na natureza das fontes. O período utilizado para o estudo foi dois anos, sendo 2013 e 2014 fluxos de caixa realizados e no ano 2015 Janeiro, Fevereiro e Março o fluxo de caixa projetado. Com tais dados a empresa obterá um controle efetivo da situação econômica e financeira, com informações precisas de liquidez e rentabilidade da mesma. 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 4.1 Caracterização da empresa pesquisada O presente estudo de caso é desenvolvido na empresa de pequeno porte Refrigeração X Ltda, localizada na cidade de Venâncio Aires RS. A empresa tem como ramo de atividade: comércio de peças automotivas, manutenção e instalação de ar condicionado e ar quente veicular, e manutenção de equipamentos de refrigeração de transporte. Atualmente o quadro de colaboradores da empresa é constituído por quatro pessoas, divididos pelo setor da mecânica, do almoxarifado e administrativo. A empresa está há oito anos no mercado, sendo que apresentou um crescimento nos últimos anos, o que trouxe uma série de novas atribuições aos proprietários, que necessitam de informações que possam auxiliar em seu planejamento, controle e em sua tomada de decisão. Contudo, chama a atenção o fato de a empresa X não possuir um fluxo de caixa especifico, sendo o controle financeiro realizado somente por meio de planilhas de Excel aleatórias. Esta falta de controle financeiro dificulta a tomada de decisão dos gestores quanto à situação financeira da empresa. Além disso, a empresa não possui um faturamento anual equilibrado, pois devido ao ramo de atividade seu faturamento é sazonal, sendo que há um maior giro no verão.
8 Nesse sentido, o fluxo de Caixa é um instrumento primordial para que a empresa tenha agilidade e segurança em suas atividades financeiras, utilizado como uma ferramenta de planejamento e controle, refletindo com precisão a situação econômica e financeira além de possibilitar a indicação das tendências futuras para a empresa. 4.2 Análise dos dados Implantação do Fluxo de Caixa A implantação do fluxo de caixa para a empresa implicou obter por meio de estudos realizados a análise financeira da mesma. Salientando a sazonalidade do faturamento, buscaram-se informações precisas para compreensão da gestão financeira, tais como: período, as contas mais utilizadas e realização da coleta de dados para a qual a empresa necessita de dados e informações. O período abrangido depende do tamanho e ramo de atividade da empresa. Porém, na empresa Refrigeração X foi proposto o fluxo de caixa para o ano de 2013 e 2014, sendo os meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2015 o fluxo de caixa projetado Análise do Fluxo de caixa da empresa em estudo O fluxo de caixa dos ingressos de recursos financeiros possibilita a visualização dos valores a receber pela empresa em determinado período. Com a análise vertical, pode-se observar qual a composição percentual de cada conta em relação ao somatório de seu grupo, sendo esta análise importante para avaliação da composição das contas e para subsequente análise. Quadro 2: Análise vertical dos ingressos de caixa ano Fonte: elaborado pela autora.
9 Analisando se os recursos serão gerados a tempo de saldar os seus compromissos assumidos perante terceiros pode-se observar que o total de 2013 e 2014 a empresa trabalha aproximadamente com 50% dos seus recebimentos em dinheiro e 50% a prazo, com cheques, boletos e cartão de crédito. Apesar de grande parte ser recebida a prazo, a empresa possui baixa inadimplência nos recebimentos. Quadro 3: Análise vertical dos ingressos de caixa ano Fonte: elaborado pela autora. O Contas a pagar é a parte integrante do processo de gestão do fluxo de caixa, sendo utilizado para o controle de pagamento de fornecedores e de outros pagamentos inerentes as atividades normais da empresa, além de pagamentos relativos às aquisições de investimentos em novos permanentes operacionais ou não operacionais. Ou seja, os desembolso de caixa significa os compromissos da empresa, são os recursos utilizados para financiar os ativos operacionais.
10 Quadro 3: Análise vertical desembolsos de caixa ano Fonte: elaborado pela autora. Pode-se observar que representam os desembolsos de caixa do ano de 2013 e 2014 que as contas de maior volume são a de fornecedores, pró-labore e salários. No mês de Abril de 2013 a conta de fornecedores obtém 47,83% dos desembolsos do mês, em Maio 47,56%, Junho 64,65% em Julho 55, 86%. Este aumento desta conta está relacionado à compra de mercadorias serem parcelada normalmente em três vezes ou mais. Logo, os meses de mais compra, suscetivelmente são os meses de maior movimento que são Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, justificando o crescimento da conta de fornecedores nos meses citados acima. Quadro 4: Analise vertical desembolsos de caixa ano 2014.
11 Fonte: elaborado pela autora. No ano de 2014, este fato ocorre novamente, sendo a partir do mês de Janeiro, sendo 35,05% do total revertido para a conta de fornecedores, em Fevereiro 42,35%, Março 60,49% e em Abril 53,75%. A conta de Pró-labore é expressiva em 2013 no mês de Janeiro de 2013 sendo 34,24%, 23,23% em Fevereiro, em Setembro 28,97%, em Novembro 21,79% e em Dezembro 35,01%. Em 2014 os sócios efetuaram retidas acima de 25% sobre o montante das saídas nos meses de Janeiro, Fevereiro, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro. Segue abaixo gráfico com os ingressos e desembolsos de caixa do ano 2013 e 2014: Quadro 5: Ingressos do ano 2013 e 2014
12 Fonte: elaborado pela autora. No ano de 2013 e 2014 a empresa em estudo utilizou os recursos recebidos mês a mês para realizar a compra de equipamentos, ferramentas de trabalho, uniformes, e na compra de mercadorias para o estoque. Deste período a empresa alterou seu endereço, se deslocando para um prédio próprio. Quadro 6: Desembolsos de caixa do ano 2013 e 2014 Fonte: elaborado pela autora. Com base nas demonstrações, pode-se constatar que nos anos de 2013 e 2014 a empresa conseguiu saldar com suas obrigações. Conforme apresentado na tabulação do fluxo de caixa, o que contribuiu para a situação financeira positiva da empresa foi à disponibilidade decorrente da boa parte dos ingressos de caixa ser a
13 vista gerando capital de giro, já os cheques depositados e boletos recebidos é destinada a quitação dos fornecedores, que na maior parte é a prazo. A empresa soube equilibrar bem os recebimentos e pagamentos, disponibilizou recursos para a facilidade dos recebimentos dos clientes e ao mesmo tempo conseguiu adquirir todo o suporte para a realização dos serviços. Pode-se observar que a empresa obteve um aumento no faturamento de 2013 para 2014, consequentemente as despesas crescem. As principais despesas da empresa são com o pagamento de fornecedores e funcionários Fluxo de Caixa Projetado O Fluxo de Caixa é o principal instrumento de gestão financeira que planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período projetado. Pode ser considerado como uma representação gráfica e cronológica de ingressos e desembolsos de recursos monetários, e faz com que as empresas executem suas programações financeiras e operacionais, projetadas para certo período de tempo. Contudo, o planejamento para um período mais longo leva consigo uma parcela de risco justamente pela possibilidade de oscilações no cenário projetado afetarem os planos. É importante que a empresa faça uma previsão do seu caixa de acordo com o histórico passado e movimentos futuros, pois um bom administrador deve estar atento às sobras ou faltas de caixa, sabendo com antecedência como serão os dias que terá que enfrentar no seu futuro. A falta de recursos financeiros não constitui ausência de lucro, isso pode ser apenas um indício de uma má gestão financeira. Evidenciando um fato relevante por demonstrar que neste período a empresa conseguiria honrar com suas obrigações no Fluxo de Caixa gerado. Caso contrário, a empresa terá que recorrer a recursos de terceiros para honrar com seus compromissos. Segue abaixo Fluxo de caixa projetado dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março do ano de 2015: Quadro 7: Fluxo de Caixa Projetado Janeiro a Março 2015
14 Fonte: Elaborado pela autora. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o estudo realizado conclui-se que o fluxo de caixa tende a ser para a empresa um instrumento gerenciador podendo ser adaptado para atender melhor as necessidades e permitir que a mesma consiga gerir de forma eficaz seus recursos financeiros. A análise expôs no fluxo de caixa implantado, que a entidade estudada possuía instrumentos adequados para o seu planejamento em geral, evidencia que a entidade gerou recursos financeiros ao longo desses dois anos, mesmo a empresa enfrentando a sazonalidade no seu faturamento e infringindo os princípios contábeis. Através do fluxo de caixa projetado pode-se observar que a empresa não enfrentará problemas de liquidez, conseguirá saldar suas obrigações sem necessitar de recursos de terceiros, como empréstimos.
15 Recomenda-se à empresa que continue controlando seu sistema financeiro, e que retome alguns cuidados em relação aos princípios da contabilidade, pois a regulamentação irá trazer mais clareza na utilização da ferramenta. Onde as práticas financeiras possam trazer cada vez mais segurança ao administrador para investimentos com propósitos de obtenção de melhorias e proporcionando resultados financeiros. REFERÊNCIAS BRASIL, Haroldo Guimarães; BRASIL, Haroldo Vinagre. Gestão Financeira das empresas: um modelo dinâmico. 4. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial Teoria e Prática. 2.ed. São Paulo: Atlas, GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 2 ed. São Paulo: Saraiva, LIZ, Patrícia. O que é Fluxo de caixa. Disponível em:< Acesso em: 24 de Ag CÓDIGO CIVIL. Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 art. 5º. Disponível em: Acesso em: 9 de Maio ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro. 9 ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, WERNKE, Rodney. Gestão Financeira: ênfase em aplicações e casos nacionais. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008.
A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital.
Fluxo de Caixa o administrador financeiro precisa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera receber, quando irá recebê-lo e qual a probabilidade de recebê-lo. A avaliação da magnitude, da
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