Resumo Aula-tema 05: Estrutura e Análise das Demonstrações Financeiras I.
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- Marco Antônio Abreu Duarte
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1 Resumo Aula-tema 05: Estrutura e Análise das Demonstrações Financeiras I. Nessa aula, vamos relembrar os métodos de análise do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, através da análise vertical e horizontal, bem como a análise da situação econômica e financeira das demonstrações contábeis. A análise das Demonstrações Contábeis começa onde termina o processo contátil. Utiliza principalmente o Balanço Patrimonial e a Demostração do Resultado do Exercício, mas não se limita a estes, podendo alcançar outras demonstrações. Segundo Padoveze (2010, p.3), a análise de balanços ou análise financeira consiste em um processo meditativo sobre os números da entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade e acrescenta que com os números encontrados o analista financeiro extrairá elementos e fará julgamentos sobre o futuro da entidade. Então podemos dizer que a análise das demontrações é um exame minucioso sobre as contas que compõe as demonstrações, utilizando-se técnicas que resultam em conclusões sobre os dados obtidos e que servirão de base para a tomada de decisão. Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício A primeira técnica que apresentamos é a análise vertical e horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. As principais características da análise vertical e horizontal são a comparação de valores de um determinado período com os valores apresentados em períodos anteriores e o relacionamento entre eles. Podemos afirmar que a base dessas análises é a comparação entre períodos. Não existe, em especial, uma legislação para definir a utilização e as formas de apurar as análises Vertical e Horizontal. O que existe são metodologias conhecidas, que foram amplamente estudas e aprovadas pelo mercado financeiro mundial. A análise vertical, também denominada análise da estrutura, facilita a avaliação da estrutura das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial e
2 Demonstração do Resultado do Exercício) é a representatividade de cada conta em relação ao total do Ativo e Passivo, bem como a participação de cada conta do Demonstrativo de resultado na formação do lucro ou prejuízo do período analisado. A análise vertical apresenta valores percentuais de cada conta e grupo de contas em relação a um valor base; no caso do Balanço Patrimonial, este valor base é o total do Ativo ou do Passivo; na Demonstração do Resultado do Exercício o valor base é o total da Receita Líquida. Obtém-se o cálculo do percentual da participação relativa das contas ou grupo de contas do Ativo ou do Passivo dividindo o valor de cada conta ou grupo de contas pelo valor total do ativo ou do passivo. Para tanto, utilizamos a fórmula: CONTA TOTAL DO GRUPO X 100 Veja o exemplo de análise vertical do Ativo: ATIVO 2010 AV 2011 AV Ativo Circulante ,00 46,2% ,00 51,7% Disponibilidades ,00 10,5% ,00 13,4% Caixa e Bancos 2.700,00 0,8% 1.200,00 0,3% Aplicações Financeiras ,00 9,7% ,00 13,1% Duplicatas a Receber - Clientes ,00 20,1% ,00 24,4% Tributos e Contribuições a Recuperar - 0,0% - 0,0% Estoques ,00 14,1% ,00 10,9% Emprestimos a Receber 5.000,00 1,5% ,00 3,0% Ativo não Circulante ,00 53,8% ,00 48,3% Total do Ativo ,00 100,0% ,00 100,0% (Fonte: Livro Texto: Capítulo 3, adaptado) Apenas os percentuais não são suficientes para uma boa análise; é preciso extrair algumas conclusões dos percentuais apurados na análise vertical. Por exemplo, verifica-se que o ativo circulante aumentou sua representatividade sobre o total do ativo de 46,2%, em 2010, para 51,7% em 2011,
3 principalmente pelo aumento da conta de duplicatas a receber clientes que, em 2010, representavam 20,1% sobre o ativo passaram para 24,4% em Em se tratando de análise vertical da Demonstração do Resultado do Exercício, a conta referência (100%) são as Receitas Operacionais Líquidas. A partir dela se obtém a participação percentual de cada grupo de contas, que servirá de base para a análise desta demonstração. A análise horizontal consiste em se verificar a evolução dos elementos do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício durante um determinado período. É uma análise da variação temporal, e essa verificação se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, e evidencia a evolução da conta ou do grupo de conta por períodos. Uma das maneiras de apurar os percentuais de evolução da análise horizontal é tomar como base um exercício e calcular a evolução dos demais sempre em relação a este exercício base. A outra maneira, e também a mais usual, da análise horizontal é tomar como base o exercício imediatamente anterior ao que está sendo analisado. Esse método torna mais dinâmica a análise, possibilitando apurar a evolução em menores períodos de tempo. A relação existente entre o valor de uma conta contábil (ou grupo de contas) em determinada data e seu valor obtido na data-base (ou ano-base), chamamos de Número-índice. VALOR ATUAL DO ITEM VALOR DO ÍTEM NO PERÍODO BASE (ANTERIOR) X 100 Veja o exemplo a seguir: ATIVO 2010 AH 2011 AH Ativo Circulante ,00 100% ,00 134,6% Ativo não Circulante ,00 100% ,00 107,9% Total do Ativo ,00 100% ,00 120,3% (Fonte: Livro Texto - Capítulo 3, adaptado)
4 Recomenda-se sempre a utilização em conjunto das duas análises (vertical e horizontal), pois ambas se completam. Podemos, por exemplo, analisar uma conta ou grupo de contas através da análise horizontal e o aumento expressivo de um ano para outro, mas este não tem uma grande representatividade. Em conjunto os dados se complementam e tornam o resultado obtido mais relevante para a tomada de decisão. Índices Financeiros Além da análise vertical e horizontal, também podemos avaliar a situação econômica e financeira de uma empresa através de índices. Os índices financeiros se constituem como o primeiro passo para uma análise financeira da empresa e destinam-se a mostrar as relações entre as contas das demonstrações financeiras. Sua principal característica é apresentar uma ampla visão da situação econômico-financeira da empresa. Categorias dos índices. Situação financeira Situação econômica Estrutura de capital Liquidez Rentabilidade Estrutura de Capital Estes índices são calculados relacionando-se as origens de capitais (fonte de recursos) entre si e com o Ativo Imobilizado. O resultado obtido demonstra o grau de dependência da empresa com capital de terceiros e o grau de imobilização. Como esta análise mostra a participação de capital de terceiro e a imobilização deste capital e do capital próprio, o resultado obtido com esses índices é quanto menor melhor, pois indica menos capital de terceiro e uma menor imobilização destes capitais. O Capital de terceiro pode ser obtido no Balanço Patrimonial através da seguinte fórmula: Capital de terceiro = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
5 Fazem parte desse grupo os seguintes indicadores (para os quais sempre quanto menor o índice, melhor): o Participação de Capitais de Terceiros (endividamento): mostra qual a participação de capital de terceiros no total dos recursos obtidos para o financiamento do ativo, isto é, indica o quanto o capital de terceiros está financiando o ativo da empresa. o Composição do endividamento: mostra, do total de capital de terceiros, qual é o percentual das dívidas de curto prazo que está representada pelo passivo circulante. Em outras palavras, do total que a empresa tomou de capital de terceiros, qual o percentual de dívidas que vencem em curto prazo. o Imobilização do Patrimônio Líquido: Este índice mostra qual o percentual de comprometimento do capital próprio no ativo imobilizado. O capital próprio corresponde ao valor que o acionista investiu na empresa, valor este representado pelo Patrimônio Líquido. o Imobilização dos Recursos Não Correntes: Este índice mostra a utilização de recursos não correntes na aquisição de Ativo Imobilizado; recursos não correntes são recursos de longo prazo, quer através do Capital Próprio (Patrimônio Líquido), quer através do Capital de Terceiros (Exigível a Longo Prazo). Importante para saber se a empresa tem como liquidar suas obrigações no vencimento, os índices de liquidez mostram a condição financeira da empresa no curto (liquidez Seca), médio (Liquidez Corrente) e longo prazo (liquidez Geral). Não devemos confundi-lo com capacidade de pagamento, pois esses índices somente indicam a solidez da situação financeira da empresa sem levar em considerações variáveis que também influenciam nos pagamentos das dividas, tais como prazo, renovação da dívida, recebimentos etc. Esses índices para os quais a regra é: quanto menor, melhor são vistos como bons indicadores de problemas de fluxo de caixa, sinalizando a administração da empresa sobre possíveis pressões de falta de caixa. São eles: o Liquidez Seca: leva em consideração todas as contas que podem ser convertidas em dinheiro com relativa facilidade antes do prazo normal, se for necessário, mesmo que isto tenha um custo financeiro.
6 o Liquidez Corrente: considerado por muitos autores como o melhor indicador da capacidade e pagamento da empresa, pois indica a capacidade de satisfazer suas obrigações no médio prazo de vencimento. o Liquidez Geral: indica a capacidade de pagamento dos financiamentos e dívidas no longo prazo. O resultado apurado nestes indicadores significa quanto a empresa tem de bens e direitos para cada R$ 1,00 (um real) de dívida. No grupo de indicadores de rentabilidade, são apresentadas as formas de cálculos da rentabilidade dos capitais que foram investidos na empresa. São indicadores importantes, pois evidenciam os resultados empresariais: sucesso ou insucesso. São excelentes para comparar o desempenho de uma empresa perante seus concorrentes. Esses índices de rentabilidade são calculados com base na receita líquida, mas pode-se também, quando for o caso, calculá-los sobre a receita bruta deduzidas as devoluções de vendas e os abatimentos. Para os indicadores de rentabilidade, a regra é: quanto maior, melhor. São eles: o Giro do Ativo: esse indicador mede a eficiência com a qual a empresa usa seus Ativos para gerar vendas e mostra quantas vezes o Ativo total se renovou pelas vendas. Indica se a empresa está gerando um volume suficiente de atividade tendo em vista seu investimento total do Ativo. o Margem Líquida: esse índice demonstra quanto a empresa obteve de lucro liquido e relação à Receita Líquida. Indica, também, a capacidade da empresa de gerar lucro. o Rentabilidade do Ativo: esse índice demonstra o quanto a empresa conseguiu rentabilizar o seu Ativo, qual foi o lucro líquido em relação ao Ativo total e é um indicador de desempenho que indica o quanto a empresa foi rentável em relação ao total dos seus recursos (Ativo). o Rentabilidade do Patrimônio Líquido: Este índice mostra a rentabilidade do capital aplicado na empresa pelos sócios (acionistas) e qual a taxa de rendimento do Capital Próprio.
7 Conceitos Fundamentais Capital de terceiro: é o capital de outrem utilizado na empresa. No Balanço Patrimonial, o capital de terceiros é a soma do passivo circulante e do passivo não circulante. Capital próprio: recurso dos sócios, dos acionistas (fonte interna de recursos) ou do Patrimônio Líquido. Endividamento: indicador que mede a participação de capitais de terceiros no financiamento da empresa. Liquidez: avaliação da capacidade de pagamento da empresa. Refere-se, também, à velocidade e facilidade com a qual um ativo pode ser convertido em caixa. Rentabilidade: é o retorno do capital investido. Referências AZEVEDO, Marcelo Cardoso de. Estrutura das Demonstrações Financeiras. Campinas, SP: Editora Alínea, Conselho Federal de Contabilidade CFC (Site Oficial). Disponível em: < Acesso em: 27 nov IUDICIBUS, Sérgio de. Dicionário de Termos de Contabilidade. São Paulo: Atlas, PADOVEZE, Clóvis Luis. Análise das Demonstrações Financeiras. 3ª. Ed. São Paulo: Cengage Learing: 2010.
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