Trabalho de Graduação Individual apresentado ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São

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2 Trabalho de Graduação Individual apresentado ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Bacharel em Geografia, sob orientação da Profª. Drª. Marta Inez Medeiros Marques. 1

3 Agradecimentos. Gostaria de agradecer a todos que colaboraram direta ou indiretamente na realização deste trabalho. À minha mãe, minha avó Julia e meu avô Manoel por terem me proporcionado as condições de ingresso na Universidade e que culminaram na realização deste trabalho e na conseqüente conclusão do curso. Não há palavras para expressar a gratidão por essa oportunidade. À minha esposa Sabrina por acreditar em mim e pelo seu incentivo silencioso, sem o qual este trabalho jamais teria sido concluído. À Professora Marta pela paciência e atenção que me foram dedicados ao longo processo de orientação deste TGI, pelas oportunidades oferecidas no Laboratório de Geografia Agrária e principalmente por contribuir enormemente na minha formação de Geógrafo. Agradecimento especial aos assentados do Assentamento Ipanema, pela atenção, hospitalidade e confiança que recebi ao longo da pesquisa. Ao Professor Antônio Rocha, por me apresentar à Geografia. Aos inestimáveis amigos da Noyaz Corp.: Carlos, David, Paulo e Sérgio por todas as discussões, incentivos, críticas, elogios e principalmente pela incondicional amizade. Cassius, meu amigo, meu irmão, obrigado pela força. Aos grandes amigos que fiz na Geografia e fora dela: Fábio, Sheila (muito obrigado pela ajuda com os mapas), Gabi, Valtinho, Melissa, Mauro, Juliana, Zeca, Giorgia, Felipe e a todos aqueles com quem mais ou menos intensamente convivi nestes longos anos da graduação. 2

4 Sumário. 1. Introdução O Conceito de Sistema Agrícola e sua Utilização pela Geografia Agrária O Projeto de Assentamento Ipanema Localização e Histórico da Área Aspectos Físicos Produção Agropecuária do Assentamento Sistemas de Produção: Caracterização, Potencialidades e Restrições Apresentação e Análise dos Sistemas de Produção Panorama da Produção Agropecuária na Região de Sorocaba Caracterização dos Produtores Estudados como Camponeses Conclusão Bibliografia Anexos

5 1. Introdução. A questão agrária e as discussões em torno deste tema possuem uma tradição de pesquisa dentro da Geografia brasileira, visto que o campo no Brasil é palco de disputas e conflitos desde o descobrimento do nosso país. Muitos foram os atores que contribuíram na formação do quadro que hoje encontramos: arbitrariedades, injustiças e até mesmo barbáries. Atualmente os assentamentos rurais e a luta dos trabalhadores rurais sem terra para serem assentados, para terem um pedaço de terra para produzirem, são o principal foco das atenções sobre o meio rural. Nessa luta para produzirem e se reproduzirem, muitos trabalhadores pereceram perante a ação de latifundiários, grileiros e até mesmo do Estado. Por isso, acreditamos ser fundamental uma ampla discussão sobre a forma como são instalados esses assentamentos e quais as condições que as famílias assentadas possuem para produzirem. O modelo de assentamento rural no Brasil baseado na produção familiar é viável? Essa foi a primeira grande questão que veio à nossa mente e que motivou a realização deste trabalho. Com o decorrer das leituras e da pesquisa fomos delineando uma maneira de responder a esta questão. Para tal percebemos que seria necessário realizar um diagnóstico de como estava se processando a produção dos trabalhadores rurais assentados. Assim, partimos para um estudo de caso no qual analisamos sistemas de produção adotados por trabalhadores assentados no Assentamento Ipanema, no município de Iperó-SP como forma de identificar de que maneira está se processando a reprodução desses assentados enquanto produtores familiares. Ao estudar estes sistemas procuramos avaliar a viabilidade e sustentabilidade destes. No que se refere à viabilidade do sistema de produção, procuramos identificar, 4

6 entre outras questões, se a mão-de-obra disponível é adequada a este, se existem condições favoráveis de comercialização dos produtos no que se refere ao mercado local, se existem incentivos governamentais ao desenvolvimento dos sistemas etc. Quanto a sustentabilidade, procuraremos verificar se os sistemas de produção adotados estão garantindo às famílias condições de continuar produzindo, capitalizando-se (mesmo que minimamente) e garantindo a continuidade temporal daquela unidade de produção aos descendentes do atual proprietário, demonstrando a viabilidade da produção familiar enquanto base do projeto de Reforma Agrária nacional. No decorrer do trabalho percebemos que o simples diagnóstico da produção em um assentamento não nos forneceria subsídios suficientes para responder à nossa questão satisfatoriamente. Fez-se necessário, portanto, uma contextualização dos processos sociais que têm relação com o assentamento, em um movimento que foi para além da análise dos sistemas de produção utilizados, discutindo por exemplo quem são esses trabalhadores, a qual classe social pertencem e, dessa forma, verificar como se processa sua inserção na nossa sociedade. 5

7 2. O Conceito de Sistema Agrícola e sua Utilização pela Geografia Agrária. O conceito de sistema agrícola tem uma grande importância no estudo dos processos agrários na superfície da terra. Através dele conseguimos apreender o uso da terra e suas conseqüentes implicações econômicas, sociais, culturais, etc. Segundo Léo Waibel, a principal atribuição da Geografia Agrária é a de descrever, dividir e denominar os diferentes sistemas agrícolas. 1 De acordo com Waibel, sistema agrícola é: a distribuição espacial e cronológica das espécies de culturas sobre toda a área cultivada, segundo determinados princípios, sendo que sob espécies de culturas ficam entendidas todas as áreas de utilização, como florestas, prados naturais, pastos, campos de cultura etc. Estes sistemas não são de maneira alguma arbitrários, mas dependentes de condições naturais, legais e econômicas especiais, variando em conseqüência, de região para região. 2 Quando nos propusemos a analisar de que forma está acontecendo a reprodução material e social das famílias em um assentamento rural, procuramos encontrar um ponto de partida para a análise. A nossa busca estava fundamentada na preocupação em verificar como as famílias produziam os meios necessários à sua sobrevivência, de forma a garantir a continuidade destas enquanto produtores familiares, analisando a viabilidade do modelo de assentamento rural no Brasil baseado na produção familiar. Por reprodução material entendemos o processo social que implica a criação e recriação das condições materiais de existência de um determinado grupo social, condições estas que no caso específico das famílias estudadas são obtidas através do 1 WAIBEL, 1979, p WAIBEL, 1979, p

8 trabalho em seu lote e de eventuais fontes de renda externa. A reprodução social é um processo social de caráter mais amplo que o definido anteriormente, que implica a recriação das condições de existência em um sentido geral, não apenas material, incluindo assim aspectos sociais, culturais, políticos etc., permitindo ao grupo em questão manter seu modo de vida, as relações com os demais integrantes daquele grupo e as práticas próprias deste. Ao estudar os sistemas agrícolas adotados pelos produtores do assentamento rural em questão, procuramos analisar não só as técnicas empregadas no cultivo dos produtos agrícolas (atribuição mais do agrônomo que do geógrafo) como toda a série de relações desenvolvidas em torno destes. Assim, procuramos verificar as razões pelos quais os produtores adotaram seus sistemas agrícolas, quais produtos têm de ser comprados, quais produtos são produzidos dentro do lote para levar adiante o sistema e como se realiza a comercialização da produção. Todos esses aspectos são componentes importantes que fazem parte do processo produtivo num sentido amplo e se agregam ao sistema agrícola adotado, determinando a viabilidade ou não deste. Os motivos que levaram os assentados a adotar os sistemas agrícolas que utilizam atualmente constituem um fato relevante que pode nos trazer subsídios para refletir sobre as estratégias criadas para levar adiante a produção. O conhecimento da transformação destas estratégias, que podem resultar da mudança dos sistemas agrícolas empregados, é vital para compreendermos a influência destes sistemas no nível de reprodução das famílias estudadas. Julgamos importante conhecer os meios e recursos disponíveis para aquisição de insumos que não podem ser produzidos dentro dos lotes e daqueles que são produzidos dentro destes. Esta é uma questão fundamental na análise dos sistemas agrícolas. A necessidade do uso desses produtos e as condições para aquisição destes 7

9 são, muitas vezes, fatores que podem determinar o sucesso ou o insucesso da produção. Sementes, inseticidas, herbicidas, adubos etc. são componentes dos sistemas agrícolas convencionais e ter condições de acesso a esses produtos de forma adequada é fator de suma importância para o desenvolvimento destes sistemas. Por fim, a comercialização dos produtos também é um aspecto relevante a ser considerado na análise dos sistemas agrícolas. De nada adianta produzir e não conseguir dar destino a essa produção em condições que garantam o retorno do trabalho realizado e uma renda suficiente para manter as bases da reprodução familiar e, ainda, custear a próxima safra. A forma como a produção é transportada e comercializada também se constitui fator determinante no sucesso de um sistema. Dessa forma, o nosso estudo dos sistemas agrícolas procura analisar todas as fases do processo produtivo: desde os procedimentos que antecedem a produção, como a aquisição ou produção de sementes e insumos, a produção em si e o destino final da mesma. Assim, procuramos entender toda a dinâmica que envolve a produção das famílias assentadas estudadas, pois muitas vezes as maiores dificuldades encontradas decorrem de processos externos ao lote e que fogem ao controle do produtor. Por vezes, mesmo adotando sistemas agrícolas viáveis e com possibilidades de garantir renda suficiente à reprodução familiar, isto não ocorre por problemas como falta de capital disponível para investimento e/ou aquisição de insumos. Independente da potencialidade dos sistemas adotados e de disporem de um conjunto relevante de recursos necessários para operar uma unidade viável, a insuficiência de apenas um insumo-chave, como é o caso do capital dinheiro, empurra uma massa de produtores para um círculo vicioso cujo resultado é quase sempre a reprodução do ciclo da pobreza: renda insuficiente dado o baixo nível de capitalização, incapacidade de acumulação, empobrecimento GUANZIROLI; et. al., 2001, p

10 A forma como serão comercializados os produtos destas famílias também é outro fator importante, que muitas vezes foge ao controle do produtor e pode inviabilizar um sistema de produção. O produtor familiar muitas vezes se insere de forma desvantajosa no mercado devido a muitos motivos. A instabilidade dos mercados e dos preços pagos ao produtor, a concorrência de produtos importados ou de grandes produtores que têm acesso a melhores condições de produção, entre outros, são fatores que podem contribuir para que o produtor familiar não consiga comercializar de forma adequada a sua produção. Além disso, a ausência de um meio próprio para levar seus produtos ao mercado pode fazer com que o produtor tenha gastos com frete ou ainda, entregar seu produto na mão de atravessadores, que irão diminuir ainda mais a porção da renda da terra que é apropriada pelo produtor. Sobre a questão da perda da renda da terra, Bombardi diz o seguinte: Na verdade, a renda da terra camponesa é sugada nas duas pontas do processo de trabalho: a primeira delas é através da aquisição de insumos, ferramentas, equipamentos e embalagens, e a segunda ponta é aquela das formas de comercialização. Na primeira etapa, a renda da terra camponesa é apropriada pelo capital industrial. E, na segunda, pelo capital comercial. 4 O produtor familiar, dessa forma, tem parte da renda da terra expropriada pelo capital industrial de um lado e pelo capital comercial de outro, fazendo com que as suas estratégias de produção e conseqüentemente seus sistemas agrícolas sejam influenciados por essa dinâmica que extrapola o universo do seu lote. Devemos acrescentar que se o produtor estiver integrado à indústria, também será esta que na segunda ponta do processo produtivo expropriará parte da renda da terra. 4 BOMBARDI, 2001, p

11 Por isso que, ao analisarmos o sistema agrícola adotado por determinado produtor, levaremos em conta, e será parte fundamental na análise que realizaremos, as etapas do processo produtivo que influenciam decisivamente na renda do produtor, estejam estas dentro ou fora da unidade de produção. Daremos especial atenção à forma como se realiza a comercialização da produção, por julgarmos que em tal etapa do processo produtivo residem opções e alternativas que podem resultar em um aumento ou diminuição da renda obtida com a produção, e desse modo, influenciar de maneira substancial na forma como se processa a reprodução familiar. Nesse sentido, julgamos que o conceito de sistema agrícola tal como definido por Waibel, torna-se insuficiente na análise que nos propomos realizar. Atualmente, tanto geógrafos como agrônomos têm-se valido de um conceito mais amplo: o de sistema de produção. Entende-se como sistema de produção o arranjo dos diferentes elementos da unidade produtiva no espaço e no tempo, incluindo-se aí atividades nãoagrícolas como o artesanato. O sistema agrícola tal como definido tradicionalmente pela geografia é, portanto, parte integrante do sistema de produção. 5 No nosso trabalho, portanto, o ponto central da análise estará fundamentado nos sistemas de produção adotados pelos produtores estudados, tal como definido acima. Essa tentativa de dar uma visão mais ampla ao processo de produção das famílias estudadas vai ao encontro de uma abordagem que visa situar o produtor enquanto sujeito, e verificar não só a organização espacial da unidade produtiva, como as relações que se desenvolvem a partir desse sujeito e dessa unidade, visto que o método dialético implica a necessidade de contextualizar os processos. Estas relações 5 MARQUES, 2002, p

12 serão determinantes na forma como se processa a reprodução material e social das famílias estudadas. Devemos acrescentar que os produtores estudados pertencem a uma classe social específica e será importante identificá-la, pois são várias as relações que estão marcadas pelo caráter de classe. Apesar de buscarmos a origem do conceito de sistema de produção no conceito de sistema agrícola tal como trabalhado por Waibel, o nosso enfoque é diverso daquele autor. Julgamos necessário aqui expor rapidamente algumas considerações já desenvolvidas por outros autores sobre a construção teórica de Waibel para podermos melhor situar a concepção deste trabalho. Waibel, além da análise dos diferentes sistemas agrícolas centrava suas pesquisas no estudo da paisagem. Para isso foi buscar na fito e na zoogeografia a concepção de formação e formulou o conceito de formação econômica: O conceito fundamental de minhas reflexões em Geografia Agrária é o de formação econômica. A formação econômica é um conceito ecológicofisionômico, refere-se à manifestação na paisagem de diferentes formas de economia, e a das a ela subordinadas formas de exploração e sistemas de exploração assim como os objetivos da produção. Isto é o essencial, e não o nome; escolhi-o, porque ele remete imediatamente a representações espaçopaisagísticos. 6 É através do conceito de formação econômica que Waibel tece a maior parte de suas análises dentro da Geografia Agrária. Podemos perceber que Waibel utiliza-se da paisagem para compor sua análise dos processos agrários. É através da manifestação na paisagem dos fatores econômicos que ele tenta chegar à compreensão desses processos. Waibel estava preocupado em identificar e descrever os sistemas agrícolas, verificar 6 WAIBEL apud. ETGES, 1997, p

13 suas implicações na dinâmica agrária e realizar uma divisão agrogeográfica da terra apoiada nas diferentes formações econômicas encontradas. Enquanto para Waibel a paisagem é uma das principais categorias da análise geográfica, em nosso estudo essa aparecerá como indicativo dos processos, fornecendo pistas de como as relações de produção e de como a própria produção está se desenvolvendo. O estudo da paisagem nos indica aspectos das relações que estão se desenvolvendo na área estudada, mas esta análise não pode ser encarada como única ou mesmo principal dentro da investigação que pretendemos realizar. Além da paisagem, no trecho da obra de Waibel citado acima, este faz referência ao objetivo da produção. Segundo Waibel, é muito importante a finalidade da produção, pois é diferente se se trabalha apenas para o próprio consumo ou para os mercados externos, se os produtos são levados ao mercado in natura, semiprocessados ou inteiramente beneficiados etc. 7 Assim, de acordo com Waibel, a paisagem, e conseqüentemente, a formação econômica sofrerá alterações de acordo com o objetivo da produção. A verificação do objetivo da produção também será de suma importância para nosso trabalho. Mas, novamente, Waibel coloca a análise da paisagem em primeiro plano e o objetivo da produção aparece como fator de alteração da paisagem, ou da formação econômica. Para nós, o objetivo da produção é encarado como um dos fatores que será determinante na definição do sistema de produção adotado pelas famílias em suas unidades produtivas. Os produtores poderão adotar diferentes sistemas de produção de acordo com o destino da mesma: se esta será destinada para autoconsumo, se será entregue nas mãos de atravessadores, se será comercializada diretamente etc. 7 WAIBEL, 1979, p

14 Outro autor que analisou sistemas de produção é Orlando Valverde, um dos mais proeminentes discípulos de Waibel, que segue a mesma linha do mestre em suas análises, valendo-se dos mesmos conceitos utilizados por Waibel. Mas Valverde incluiu em suas análises a teoria e o método dialético ao mesmo tempo em que se valia do instrumental teórico-metodológico utilizado por Waibel, o que podemos verificar no trecho abaixo: As formas de economia são, por sua vez, um conceito englobado em outro ainda mais amplo, qual seja o de modo de produção, cujo estudo constitui o próprio cerne da Economia Política. Dois elementos constituem o modo de produção: as forças produtivas e as relações de produção. Estas são as relações sociais que se estabelecem no processo de produção, ao passo que as forças produtivas são expressas pelas relações entre os homens, de um lado, e os objetos e forças da natureza empregados na produção dos bens materiais, de outro. 8 A respeito deste trecho da obra de Valverde, nos diz Oliveira: Este trecho da obra de Valverde, O. é talvez um dos mais representativos do choque teórico-metodológico que apontamos anteriormente e que procuramos neste exemplo concreto explicá-lo melhor. Primeiramente, Valverde, O. incorpora de Waibel os conceitos de sistema agrícola, forma de atividade e forma de economia e procura compreender para explicar estes conceitos à luz do universo teórico do materialismo histórico. O problema que surge é, se isso é possível, pois estes conceitos são componentes precisos de outro universo teórico que é a escola histórica alemã de economia, sob as palavras de um dos seus últimos representantes (Werner Sombart) que fez parte também da chamada escola de Sociologia Compreensiva. (...) Quer nos parecer que este desvio teórico em Valverde, O. é conseqüência de uma incorporação a-crítica do instrumental teórico de Waibel ou mais ainda, Valverde, O. lê Waibel, incorpora Waibel, não com os olhos de Waibel mas com os olhos de 8 VALVERDE, 1964, p

15 Valverde que não se inserem nas premissas teóricas básicas de Waibel, daí o conflito, ou melhor, a contradição. 9 Oliveira nos aponta um choque (ou contradição) teórico-metodológico na obra de Valverde decorrente justamente da utilização de conceitos e métodos de análise provenientes de diferentes escolas de pensamento. Desta forma, tudo indica que a produção científica de Valverde, O. vai estar determinada por um choque latente entre teoria e método da Geografia, onde se configura a influência de Waibel, L., e a teoria (materialismo histórico) e o método dialético. 10 Apesar disto, acreditamos que Valverde dá um salto de qualidade em relação a Waibel no seu modo de encarar os processos agrários. Valverde passa a se preocupar com os processos sociais existentes no campo brasileiro, sua gênese, dinâmica e implicações. Temas como Reforma Agrária, campesinato, entre outros, fazem parte das preocupações e são objetos dos trabalhos de Valverde. Ainda que, como nos aponta Oliveira, isso se traduza por uma contradição em sua linha teórico-metodológica, Valverde abre novos caminhos na análise geográfica. Caminho este que foi trilhado por Oliveira e por inúmeros autores da Geografia e, especificamente, da Geografia Agrária. Estas considerações têm por objetivo deixar explícito que a nossa discussão sobre sistemas de produção possui uma tradição dentro da Geografia Agrária, porém o nosso trabalho filia-se em outra matriz do pensamento, que é a composta pela teoria marxista e o método dialético. 9 OLIVEIRA, 1978, p OLIVEIRA, 1978, p

16 A adoção da teoria marxista e do método dialético na Geografia Agrária permitiu um grande avanço, por exemplo, na compreensão do campesinato enquanto sujeito social e do entendimento de como este se insere no modo capitalista de produção vigente em nossa sociedade. Além disso, essa metodologia de trabalho contribuiu na compreensão das desigualdades existentes no meio rural brasileiro, das formas de expropriação e de exploração do homem do campo e dos movimentos de resistência surgidos a partir de quadro tão injusto, como o que encontramos aqui no Brasil. É dentro desta linha teórico-metodológica que este trabalho se insere, procurando compreender as relações e os processos sociais existentes no campo e de que forma se manifestam dentro das unidades de produção estudadas. Dessa maneira, procuramos abarcar em nosso trabalho uma compreensão da produção familiar de forma mais ampla do que se simplesmente analisássemos a unidade de produção fechada em si mesma. Partir de uma escala menor e avançar na compreensão de um todo mais complexo é a intenção deste trabalho, ou seja, a partir da verificação dos sistemas de produção adotados por produtores em um assentamento rural, analisar como estes se combinam, se relacionam, são influenciados e influenciam as relações mais amplas da sociedade em que estão inseridos. E, a partir do diagnóstico de como esse todo está estruturado é que procuraremos refletir sobre as principais restrições e potencialidades dos sistemas adotados. Para tal, partimos de um levantamento dos elementos que envolvem todo empreendimento agrícola: terra, trabalho e capital 11, e avançamos na compreensão da dinâmica local da produção agropecuária. Procedemos a um levantamento das condições de aquisição dos 11 VALVERDE, 1961, p

17 insumos necessários à atividade desenvolvida (desde o capital até sementes e implementos agrícolas) e da forma como são comercializados os produtos. Deste modo acreditamos completar a compreensão dos sistemas produtivos dos produtores estudados, analisando os processos relacionados a estes sistemas e que entendemos que irão influenciar na forma como se processa a reprodução material e social destes produtores e suas famílias. 16

18 3. O Projeto de Assentamento Ipanema Localização e Histórico da Área. A Fazenda Ipanema localiza-se a de Latitude Sul e a de Longitude Oeste, com altitudes compreendidas entre 500 e 1000 metros acima do nível do mar. O imóvel ocupa hectares. Destes, 5.179,93 hectares fazem parte da Floresta Nacional de Ipanema. O Projeto Aramar do Ministério da Marinha ocupa 879 hectares. O Projeto de Assentamento Ipanema, ocupa uma área de hectares, dos quais, hectares estão dentro da Floresta Nacional de Ipanema e o restante foi cedido pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O Assentamento Ipanema localiza-se no município de Iperó-SP, município este que está bem próximo ao município de Sorocaba-SP, conforme se observa pelo mapa 1. Desde o século XVI, quando os portugueses chegaram ao local onde hoje se localiza a Fazenda Ipanema, esta sempre foi alvo de interesses diversos. Na primeira parte deste capítulo faremos um breve resumo da história da área em questão, culminando com o histórico do Assentamento Ipanema. Visto que nosso trabalho irá identificar e analisar as formas de uso do solo no local, julgamos necessário trazer este resgate da história da área de estudo, que tem como principal finalidade justamente demonstrar quais foram os diferentes usos que este local teve e tem até hoje 12. No final do século XVI, o português conhecido como Afonso Sardinha, famoso bandeirante, realizara expedições na intenção de encontrar jazidas de ouro e prata. Em 1596, ao chegar na região conhecida como Araçoiaba e especificamente no Morro de 12 Grande parte do histórico aqui apresentado baseia-se no livro de SALAZAR,

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20 Araçoiaba 13, deparou-se com um afloramento de minério de ferro, que posteriormente descobriu-se ser parte de uma grande jazida deste mineral. Esta jazida de minério de ferro foi batizada como Mina de Nossa Senhora de Monte Serrate. Em 1597, Afonso Sardinha construiu dois fornos e deu início a que é considerada como a primeira forja de ferro das Américas. As atividades de fundição nesses fornos se prolongaram até 1612, quando Afonso Sardinha retirou-se da região definitivamente. A partir daí algumas outras tentativas de se levar adiante uma produção de ferro na região de Araçoiaba (depois rebatizada como Ipanema) foram realizadas. Entre 1688 e 1698, Luiz Lopes de Carvalho reformou e reativou os fornos de Afonso Sardinha, porém não obtendo grande êxito. Mais tarde, por volta de 1770, Domingos Pereira Ferreira construiu novos fornos a aproximadamente três quilômetros dos fornos pioneiros. Conseguiu produzir por aproximadamente dez anos, interrompendo as atividades devido a inúmeras dificuldades, como falta de pessoal especializado naquela atividade. Em 1810, a coroa portuguesa determinou que o engenheiro alemão Friedrich Wilhelm Varnhagen realizasse estudos com a finalidade de se estabelecer uma indústria siderúrgica na região de Ipanema. Varnhagen verificou que existia potencial para tal empreitada e o sueco Carlos Gustavo Hedberg foi incumbido de realizar a tarefa e administrar a indústria. Foi criado o Estabelecimento Montanhístico das Minas de Ferro de Sorocaba. 13 Araçoiaba significa o esconderijo do Sol. Foi assim denominado pelos índios da região, por ser o local do pôr-do-sol. 19

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22 Ao final de quatro anos Hedberg realizara uma série de obras no local, como a construção de uma barragem no Rio Ipanema, que corta a região, para aproveitar a força hidráulica dela oriunda na indústria de ferro. Apesar disso, Hedberg não foi capaz de levar a cabo uma produção eficiente, pois os fornos que havia construído eram obsoletos para a época, sendo substituído em 1814 pelo próprio Varnhagen. Varnhagen iniciou imediatamente a construção de dois altos fornos, muito mais modernos que os de Hedberg, e em 1817 estes entraram em operação. A produção de ferro estava sendo então um sucesso, ultrapassando as expectativas de todos os envolvidos no projeto. Em 1821 Varnhagen licenciou-se das suas atividades em Ipanema, voltou para a Europa, de onde nunca mais regressou. Assumiu seu lugar Rufino da Silva Felizardo e Costa em 1822, e a produção da já então denominada Real Fábrica de Ferro Ipanema teve altos e baixos até 1865, quando foi denominado responsável pela fábrica o Capitão Joaquim de Souza Mursa. O Capitão Mursa levou a Real Fábrica de Ferro a um período de intensa atividade e produtividade, sendo visitada por inúmeros cientistas brasileiros e europeus interessados em verificar a forma como se dava a produção de ferro naquela fábrica, considerada bastante avançada para a época. As atividades da Real Fábrica de Ferro Ipanema continuaram até 1895, quando foram extintas definitivamente. O controle do estabelecimento foi passado ao Ministério da Guerra que o transformou em local de aquartelamento e depósito de materiais. Em 1926, o governo paulista iniciou na área a exploração de jazidas de apatita para a produção de superfosfato. Porém essa exploração não durou muito tempo. No ano de 1937, pelo Decreto-Lei número 69 de 15 de dezembro, a área de Ipanema foi transferida para o Ministério da Agricultura e foi determinada a instalação de uma usina de beneficiamento e concentração de minério de fosfato, para a produção 21

23 de adubo. Novamente a região de Ipanema teve um grande impulso econômico devido a esta atividade, que foi extinta em A partir daí, a área passou a ser chamada de Fazenda Ipanema e foi utilizada pelo Ministério da Agricultura para desenvolvimento de sementes melhoradas e para pesquisas no setor de Engenharia Agrícola, o que culminou com a criação do CENEA (Centro Nacional de Engenharia Agrícola) através do Decreto número , de 23 de dezembro de As atividades do CENEA terminaram em 1990 também através de decreto, dentro da reforma governamental do presidente Fernando Collor. A área, as instalações e equipamentos do CENEA permaneceram em estado de total abandono a partir do término das atividades desse órgão, até que em 15 de maio de 1992 aproximadamente 700 famílias (mais de 3000 pessoas) organizadas pelo MST ocuparam a área em questão, no que foi a maior ocupação de terras do estado de São Paulo até aquela data. Posteriormente com a instalação do assentamento, os equipamentos e instalações do CENEA passaram a ser utilizados pelos assentados. A articulação para a ocupação da área iniciou-se no princípio de 1992, quando militantes do MST realizaram várias reuniões nos sindicatos rurais da região com a finalidade de organizar uma ocupação de terras. Para tal, o MST estava organizando famílias em treze municípios da região, desde Campinas, passando por Leme até Sorocaba. Até às vésperas da ocupação, somente a liderança do MST sabia onde tal ocupação se daria. Cinco dias após a ocupação realizada pelo MST, em 20 de maio de 1992, o presidente Fernando Collor, através do decreto número 530, transformou a área em Floresta Nacional, passando a ficar sob administração do IBAMA Vide anexo 1. 22

24 Vale a pena ressaltar que esta ocupação gerou grande repercussão nacional, não só pelo tamanho da mesma, como pela área em que se realizava, próxima de um grande centro urbano, a cidade de Sorocaba. Além disso, nessa época estava se realizando a Rio 92 e esse ato do presidente Collor foi encarado pelas lideranças do MST como tendo um duplo sentido: aplicar um golpe no movimento e se promover pessoalmente perante a comunidade internacional presente no evento mencionado. Esta ocupação contou com participação de militantes do MST de várias regiões do estado de São Paulo e de outros estados também, além do apoio da igreja católica, denotando a importância política e estratégica desta ocupação, além do alto nível de organização existente. Dentro do acampamento, como em todos as ocupações realizadas pelo MST, existiam grupos que eram responsáveis por várias atividades, a fim de melhor organizar o acampamento e garantir as condições para que as famílias lá pudessem resistir e conseguir o seu objetivo: serem assentadas. Dessa forma, existiam equipes responsáveis pela segurança, saúde, cozinha comunitária, para fazer poço, fossa, barracos, etc. Logo em seguida à ocupação, o governo entrou com pedido de reintegração de posse e foram iniciadas longas negociações dos militantes do MST que participavam da ocupação com órgãos e setores do governo federal como o IBAMA, INCRA e o Ministério da Agricultura que ainda controlava uma área dentro da Fazenda Ipanema, além da participação do ITESP (Instituto de Terras de São Paulo) a fim de se determinar quais áreas seriam passíveis de serem utilizadas para a instalação de um assentamento rural. Foi realizado um estudo capitaneado pelo ITESP, com a participação do INCRA e do MST, no qual se verificou que existia uma área de hectares passível de abrigar um assentamento, pois já eram agricultáveis. 23

25 A partir disso começaram as discussões envolvendo o MST, IBAMA e INCRA, a fim de se conseguir que fosse cedida uma área para uso. Diversas reuniões foram realizadas, assim como caminhadas e, até mesmo, ocupação do escritório do IBAMA em 1993, localizado na própria Fazenda Ipanema. Em uma audiência pública em Brasília, o IBAMA comprometeu-se a ceder para uso uma área de hectares e os trabalhadores acampados passaram a produzir coletivamente na área ocupada. Este fato é relevante dentro da luta pela terra na Fazenda Ipanema, pois durante o período de acampamento as famílias começaram a produzir na área ocupada devido ao fato de estarem dentro da terra, coisa que raramente ocorre na maioria das ocupações de terra no Brasil. Queremos ressaltar ainda que durante a fase de acampamento, as negociações para se legalizar a ocupação e transformá-la em um assentamento rural contou a intensa e efetiva participação das famílias assentadas. Foi criado um grupo de negociação, que juntamente com outros militantes do MST, sempre estavam indo à Brasília e realizando reuniões e audiências com representantes do IBAMA, INCRA e Ministério da Agricultura. Paralelamente a isso, o processo de impeachment do presidente Fernando Collor serviu para que a atenção de parte do governo sobre a área fosse desviada, diminuindo a pressão para a retirada das famílias do local. Em seguida o ITESP, juntamente com as famílias acampadas, realizou o projeto técnico para a implantação de um assentamento rural na Fazenda Ipanema. As negociações com o governo continuaram até que em 4 de dezembro de 1995 o INCRA promulgou a portaria número 342, criando o Projeto de Assentamento Ipanema, com hectares (1.210 hectares do IBAMA e 502 hectares do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária). 24

26 Das aproximadamente 700 famílias que participaram da ocupação, foram assentadas 150 famílias na área. Durante o período de quase quatro anos que durou a fase de acampamento na Fazenda Ipanema, muitas famílias foram desistindo da luta pela terra, devido às dificuldades existentes. Outro fato a ser colocado é o de que no ano de 1993, aproximadamente 100 famílias que estavam ocupando a Fazenda Ipanema foram para Tremembé e ocuparam a Fazenda Petrobrás, onde hoje estão assentadas. Também na região de Martinópolis, mais quarenta famílias oriundas da ocupação da Fazenda Ipanema foram assentadas Vale a pena colocar a opinião de uma das lideranças do assentamento sobre a saída das famílias do acampamento durante a fase de luta pela terra, e que viveu o processo desde o início: Não sei se vocês já pensaram nisso, mas como que no começo eram 700 famílias e tal e só ficaram 150 aqui? Todo esse processo de luta, foram mais de três anos de acampamento com muita pressão, muita luta, muita resistência, faz com que o desgaste seja grande. Então, só fica na luta também quem tem aquele ideal de conseguir aquele objetivo, a terra mesmo. 15 O processo de luta pela terra, ao mesmo tempo em que promove intenso desgaste físico e emocional nas famílias acampadas, gerando inclusive grande número de desistências, por outro lado cria lideranças dentro da comunidade. Essa experiência adquirida no processo de acampamento serve como verdadeira escola e pode fazer com que essas lideranças, terminada a luta pela conquista da terra, tome frente de outras lutas. 15 Entrevista concedida pelo sr. Carlos Aparecido Dellai em 11 de julho de

27 Como exemplo disso, podermos citar o caso do sr. Carlos Aparecido Dellai, assentado na Fazenda Ipanema, que hoje é presidente do CEAVO (Centro de Abastecimento de Votorantim) 16 e foi uma das lideranças do acampamento, sendo integrante da equipe que participava de todas as reuniões com representantes do governo, quando das negociações para implantação do assentamento. No início de 1996 foi concedido o crédito de habitação para as famílias e para tal foi assinado o contrato de assentamento, tornando o Assentamento Ipanema legalmente constituído. Devemos acrescentar que até hoje a área não está totalmente legalizada, pois a cessão de uso das terras do IBAMA para o INCRA com fins de assentamento rural não foi registrada oficialmente. O IBAMA comprometeu-se a ceder hectares em uma audiência pública, mas este ato não foi oficializado documentalmente até hoje, o que confere ao assentamento um caráter diferenciado, pois este não é totalmente legal. Além disso, todo o processo que se encontrava no INCRA desapareceu e não foi encontrado até hoje Aspectos Físicos. Como sabemos, não é somente das condições naturais encontradas em determinado local que irá depender o sucesso ou o insucesso de um empreendimento como um assentamento rural. Vários são os aspectos que irão contribuir na formação do processo de produção agrícola das famílias dentro do assentamento. O quadro natural é um dos aspectos que devem ser levados em consideração quando analisamos a situação do assentamento como um todo e de cada um dos produtores particularmente. 16 Daremos maiores detalhes sobre o CEAVO em capítulo subseqüente. 26

28 O assentamento Ipanema, assim como a região ao seu entorno, possui relevo originário de sedimentação glacial e varia de suave ondulado a ondulado, mas houve movimentação posterior do relevo, o que ocasionou a formação da Serra de Araçoiaba e da Chapada, cobertas por vegetação de floresta. A flora originária da região é de Mata Atlântica, ainda bastante preservada no entorno do assentamento, na Floresta Nacional de Ipanema. Devido ao fato da flora estar bastante preservada, a fauna local também é bastante rica, sendo comum avistar dentro do assentamento animais como capivaras, gambás, veados, tucanos, entre outros. O clima é caracterizado por inverno seco e verão chuvoso. A temperatura média do mês mais frio é inferior a 18 Celsius e a do mês mais quente ultrapassa os 22 Celsius. O índice pluviométrico varia entre e mm. anuais, sendo que a estação seca ocorre entre os meses de abril e setembro. Apesar de possuir uma estação seca bem característica, segundo os próprios assentados é possível obter produção agrícola nesta estação. Um produtor de milho verde disse-nos, em entrevista, que no ano de 2002 conseguiu produzir durante todo o ano. Em 2003, a seca foi considerada uma das piores dos últimos quinze anos, fazendo com que a produção fosse bastante prejudicada nesta estação, ocasionando que este mesmo produtor ficasse três meses sem conseguir produzir milho verde, o que foi considerado um fato extremamente incomum. Outro evento climático importante a ser considerado no que diz respeito às atividades agrícolas, é o da ocorrência ou não de geadas. Segundo alguns assentados com quem conversamos, eventualmente ocorrem algumas geadas na área, mas segundo eles estas são fracas, não chegando a prejudicar de maneira expressiva a lavoura, na maior parte das vezes. 27

29 Quanto aos tipos de solo encontrados no assentamento, existe uma variação muito grande. Segundo estudo do Projeto ETA-70 17, existem cinco grande grupos de solos na Fazenda Ipanema como um todo: Litólico, Podzólico, Latosol, Regosol e Alúvio. Dentro do assentamento, conforme dito acima, há uma grande diversidade de solos, variando desde solos muito férteis até solos muito pobres. Quando foi realizado o projeto técnico para a implantação do assentamento Ipanema pelo ITESP e pelos trabalhadores que ocupavam a área, esta diversidade de solos foi levada em consideração na divisão dos lotes. Assim, dentro do assentamento existem lotes que variam de 5 a 20 hectares de área, de acordo justamente com as condições naturais de solo existentes nos lotes em questão, ou seja, quanto melhor o solo, menor o lote. Quanto ao aspecto hídrico, existem alguns rios e córregos que cortam o assentamento, existindo inclusive três represas, localizadas na parte mais à leste do deste, que são utilizadas pelos produtores para irrigação dos lotes próximos a elas. De maneira geral, o assentamento é bem abastecido no que se refere ao acesso à água. Todavia, existem lotes que os assentados chamam de sequeiros, que são lotes que não são cortados por nenhum rio ou córrego, ou não estão próximos a uma das represas citadas. Analisando o conjunto dos aspectos físicos existentes no Assentamento Ipanema, podemos dizer que se trata de uma área favorável ao desenvolvimento de atividades agrícolas. Esta opinião é corroborada pelos próprios assentados e também por 17 O projeto ETA-70 foi realizado em 1965 através de um acordo firmado entre o Ministério da Agricultura (MA), Escritório Técnico de Agricultura (ETA) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). 28

30 técnicos do escritório do ITESP localizado no município de Sorocaba-SP, com quem tivemos oportunidade de conversar Produção Agropecuária do Assentamento. A produção agropecuária no Assentamento Ipanema é bastante diversificada em variedade de culturas. Apesar disso, verificamos muitas áreas dentro do assentamento que não estão produzindo. Nos trabalhos de campo realizados no assentamento, através das entrevistas realizadas com os assentados e também com técnicos do ITESP, foi constatado que existe um número substancial de assentados que ou vendeu o lote, ou arrendou-o, ou ainda, continua morando nele, mas não trabalha no mesmo, tendo um serviço fora do assentamento. Conforme dito anteriormente, muitas famílias desistiram da luta pela terra ainda na fase do acampamento. Constatamos, contudo, que as desistências não se circunscrevem à fase da luta pela terra, mas continuam ocorrendo quando o assentamento já está implantado e as famílias assentadas. Existem inúmeros motivos e explicações para tal quadro e, evidentemente, cada caso possui particularidades. Mas, de maneira geral, podemos dizer que os assentados encontram inúmeras dificuldades para levar adiante sua produção. Segundo técnicos do ITESP, o financiamento para a lavoura sempre sai atrasado, dificultando ao produtor iniciar a mesma. Os produtores que não possuem reserva financeira ou não possuem outras fontes de renda vêem-se em grandes dificuldades para levar adiante a produção. Além disso, a trajetória de grande parte das famílias assentadas passa pelo meio urbano. A maioria dos assentados, antes da ocupação na Fazenda Ipanema, morava em cidades e exercia algum ofício nestas. A proximidade de uma grande cidade (Sorocaba) 29

31 e as dificuldades inerentes à atividade agrícola podem contribuir para que alguns produtores desistam de continuar produzindo e sigam rumos diferentes: vendendo, arrendando o lote ou trabalhando fora. Transcreveremos aqui a fala de um assentado, que resume sua opinião sobre os motivos das desistências de continuar produzindo, por parte de seus colegas: Eu acho que o maior acontecimento do pessoal estar trabalhando fora é o vício. O cara tem um salário no fim do mês, fundo de garantia, 13, aí ele vem pra cá. Vem prá cá na ilusão. Pô, vou pegar um terreno, vou conquistar a minha liberdade e não é bem assim, né? Eu não ganhei a minha liberdade até hoje, a minha liberdade financeira. E nem sei quando ela vai chegar, entendeu? O pessoal vai naquela ilusão da coisa imediata e não tem nada imediato. Ninguém vai ficar rico com terra, pensa que eu já não sonhei com isso? (...) O pessoal veio com uma certa ilusão, uma ganância. E outra coisa que influenciou nisso é por estar perto de grande centro, de ter trabalho mais fácil. Apesar do pessoal não ser especializado, serviço simples a maioria faz. Trabalhar de servente, pedreiro, carpinteiro, e tem emprego! Por mais que o pessoal diga que não, tem gente por aí procurando quem quer trabalhar. 18 Percebemos que este assentado credita à ilusão, à ganância de se conseguir rápida e facilmente uma renda alta e à proximidade de um grande centro com disponibilidade de emprego e, portanto, renda garantida, as causas que fizeram que muitos assentados desistissem de produzir em seus lotes. Como já dissemos anteriormente, as dificuldades de se produzir e se manter produzindo para um pequeno produtor são inúmeras. O fato de não se conseguir exatamente aquilo que foi planejado ou sonhado, aliado ao fato de ter uma profissão e 18 Entrevista concedida pelo sr. Luis Carlos Bardilho, em 17 de novembro de

32 estar próximo de um grande centro, podem realmente contribuir para que algumas famílias tenham desistido de continuar na terra que conseguiram através de tanta luta. Enfim, inúmeros são os motivos que contribuem para esta situação e procuramos aqui apenas apresentar aqueles que nos pareceram mais importantes, ou mais representativos de um processo que julgamos ser relevante. Ainda assim, encontramos produtores que extraem toda a renda de sua família através da exploração do seu lote. Produtores que, apesar das dificuldades encontradas permanecem com o ideal de continuar no campo, produzindo e garantindo a sobrevivência de sua família através do seu trabalho no campo. Apresentaremos a seguir algumas tabelas com informações referentes à produção agropecuária no Assentamento Ipanema como forma de ilustrar o que se produz no assentamento. Tabela 1: Produção no assentamento Ipanema Safra USO DA ÁREA Utilização da área ( ha) Destinado a sede Cult. Anuais Inaproveitáveis Ociosas Pastagem Forragens Cult. Perm. 13, ,1873 1,98 228, ,75 16, ,2684 Reflorestamento Área ocupada Área agricultável Área total 0, , , ,9534 PRODUÇÃO VEGETAL Culturas Anuais Cultura / unidade ha Produção Final Valor total da produção Amendoim da seca sc 25 Kg 0,20 5,00 100,00 Arroz sequeiro sc 60 Kg 59,78 952, ,00 Feijão da seca sc 60 Kg 18,54 78, ,00 Feijão das águas sc 60 Kg 45,81 258, ,00 Feijão de corda Kg 4, , ,00 Feijão de inverno sc 60 Kg 9,17 79, ,50 Girassol da seca Kg 2,00 400,00 320,00 Mamona sc 50 Kg 2,50 40, ,00 Mandioca indústria ton 0,60 1,50 49,50 Milho sc 60 Kg 221, , ,90 31

33 Milho safrinha sc 60 Kg 0,50 40,00 360,00 Trigo sc 60 Kg 0,40 40,00 640,00 Olerícolas Cultura unidade Ha Prod Final Valor da Produção Abóbora seca ton 11,49 159, ,00 Abobrinha cx 20 Kg 7, , ,00 Alface engrad. 10 Kg 0,05 240, ,00 Batata doce cx 22 Kg 0,30 20,00 80,00 Beringela cx 15 Kg 0,50 300, ,00 Hortaliças diversas ton 0, , ,00 Jiló cx 16 Kg 1,20 550, ,00 Mandioca mesa cx 25 Kg 78, , ,00 Melancia ton 0,01 0,12 60,00 Milho verde sc 24 Kg 25, , ,00 Pepino cx 25 Kg 1,25 100, ,00 Pimentão cx 12 Kg 2, , ,00 Quiabo cx 15 Kg 19, , ,00 Culturas Permanentes Cultura unidade Nº de pés Ha Produção Total Valor total da produção Banana ton 14 1, ,00 Café adensado sc 40 Kg 4 2, ,00 Café convencional sc 40 Kg 12 3, ,00 Goiaba mesa cx 3,5 Kg 2 0, ,00 Limão cx 40,8 Kg 8 2, ,00 Manga cx 8 Kg 4 0, ,00 Maracujá azedo cx 16 Kg 8 1, ,00 Ponkan cx 40,8 Kg 2 2, ,00 Uva niagara cx 6 Kg 8 1, ,80 Reflorestamento - novos Tipo de cultura unidade Qtd de pés Ha Eucalipto spp Pés 150 0,03 PRODUÇÃO ANIMAL E SEUS DERIVADOS Rebanho por tipo Qtd de Bois Qtd de Bezerros Qtd de Garrotes Qtd de Novilhas Qtd de Vacas Total de animais Venda de animais Bezerros vendidos em pé Valor por bezerro Arrobas abatidas Valor da arroba Valor total da venda 4 150, ,00 Produção de leite Litros de leite Vendido Consumido Total Valor total da Produção ,25 32

34 Produção de derivados de leite Tipo de derivado Litros de leite utilizado Kg de queijo produzido Valor da produção Queijo ,00 Suinocultura Número de matrizes Média de leitões por parto Média de partos por ano Nº de suínos abatidos por ano Nº suínos vendidos em pé Valor anual da produção 66 8,58 2, ,00 Apicultura Número de colméias Prod total Kg / ano Renda anual / kg colméia Valor total 10,00 68,65 37, ,00 Avicultura Nº lotes / ano para corte Prod Carne por ano Valor da prod de frango Prod dúzia ovos/dia Valor total prod de ovos/ano 350, , ,00 3, ,50 Outras criações Tipo de animal unidade Volume produzido Valor da Produção Carneiro (kg) ,00 Peru (kg) ,00 Fonte: ITESP Org.: Eduardo Castro, Percebemos pelas tabelas apresentadas que, conforme já havíamos dito, existe uma grande diversidade de produtos cultivados no assentamento. Verificamos que entre as culturas anuais, a de maior destaque é a de milho, que ocupa uma área de mais de 220 hectares. Entre as olerícolas, a mandioca de mesa ocupa a maior área e em seguida temos a cultura de milho verde. Mas, mesmo ocupando uma pequena área, percebemos que a produção de hortaliças diversas é a que gerou maior renda na safra em questão. Como os dados apresentados são referentes à safra de , devemos dizer que algumas modificações ocorreram. Por exemplo, a implantação da cultura de goiaba, através de um plano do ITESP para fruticultura está gerando bons resultados. Alguns produtores hoje estão se dedicando totalmente à fruticultura, enquanto outros estão modificando seus sistemas de produção, justamente para introduzir a cultura da goiaba. 33

35 No capítulo referente aos sistemas de produção adotados pelos assentados, trataremos com mais detalhes da fruticultura e especificamente da cultura da goiaba. Infelizmente não conseguimos dados de safras mais recentes do Assentamento Ipanema, tampouco dados referentes ao número de produtores que estão produzindo determinados produtos e da forma como são mais comumente comercializados. O conjunto de tabelas acima apresentado fica a título de ilustração da produção no assentamento e no capítulo referente às unidades de produção, analisaremos detalhes da produção dos assentados estudados. 34

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