COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Professor (a): Carlos Roberto 1ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA DE LITERATURA
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- Nathalie Jardim Estrada
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1 COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Professor (a): Carlos Roberto 1ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA DE LITERATURA ROTEIRO DE ESTUDO - GABARITO Estudante: Turma: Data: / / 1. O Modernismo Brasileiro eclodiu com a Semana de Arte Moderna, em Sobre o movimento SOMENTE podemos afirmar que: a) os artistas brasileiros queriam formalizar uma grande manifestação para consagrar os ideais clássicos, expressos através do Parnasianismo. b) a intelectualidade brasileira, de fato, já estava tomando rumos diversos daqueles presentes no século XIX, porém a tendência da poesia era a de permanecer melancólica e saudosista. c) a Semana ratificaria as premissas do direito à pesquisa estética, disseminada em tantas expressões (literatura, música, pintura, escultura) quantas fossem as dos participantes do movimento. d) seria um acontecimento de cunho eminentemente nacionalista, sem qualquer ligação com tendências ou movimentos que não fossem integralmente gerados no Brasil. e) teria como figuras de proa os nomes de Victor Brecheret, Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Rui Barbosa. 2. Tendo em vista a poesia de Augusto dos Anjos, é correto afirmar que: a) a família é um dos grandes centros geradores de sua poesia. b) seu tema preferido é a vacuidade do ser humano. c) o poeta é um dos representantes da poesia romântica brasileira. d) sua obra poética é marcada pelo experimentalismo formal. e) o poeta apresenta uma poesia comprometida com a realidade social do país. 3. O Modernismo Brasileiro, através de seus autores mais representativos na Semana de Arte Moderna, propôs: a) o apego às normas clássicas oriundas do neoclassicismo mineiro. b) a ruptura com as vanguardas européias, tais como o futurismo e o dadaísmo. c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como ancestral do brasileiro. d) a focalização do mundo numa perspectiva apenas psicanalítica. e) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares brasileiros. 4. Leia o texto: MACUMBA DE PAI ZUSÉ Na macumba do Encantado Nego véio pai de santo fez mandinga No palacete de Botafogo Sangue de branca virou água Foram vê estava morta! É correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira, a) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da década de 20, com o fim de satirizar os costumes populares. b) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares, redondilha menor) para representar a cultura branca, e os recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a religião afro-brasileira. c) mesclam-se duas variedades lingüísticas: uma que se aproxima da língua escrita culta e outra que mimetiza uma modalidade da língua oral-popular. d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas religiosas, representadas pelas oposições negro x branco, macumba x pai de santo, nego véio x Encantado. e) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura popular como manifestação do atraso nacional, a ser superado pela modernização. 5. A característica de Augusto dos Anjos ausente no texto é: Vandalismo Meu coração tem catedrais imensas, Templos de priscas e longínquas datas, Onde um nume de amor, em serenatas, Canta a aleluia virginal das crenças. Na ogiva fúlgida e nas colunatas Vertem lustrais irradiações intensas Cintilações de lâmpadas suspensas E as ametistas e os florões e as pratas. Como os velhos Templários medievais Entrei um dia nessas catedrais E nesses templos claros e risonhos... E erguendo os gládios e brandindo as hastas, No desespero dos iconoclastas Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! (Augusto dos Anjos)
2 a) descrença da realidade. b) visão pessimista. c) angústia diante da vida. d) conflito existencial. e) vocabulário antipoético. 6. Em relação à Semana de Arte Moderna de 1922 é correto afirmar: a) A preferência pelas manifestações artísticas já cristalizadas nas linhas do academicismo; b) Nela se realizou uma retrospectiva da produção artística brasileira do período simbolista; c) Constituiu marco histórico-literário, ponto de partida para profundas modificações na arte brasileira; d) Foi um movimento artístico ocorrido no Rio de Janeiro, como conseqüência direta da Guerra Mundial de ; e) Nela se discutiram as condições políticas para a implementação de um novo modelo industrial no Brasil. 7. Considerando-se o conjunto da produção literária dos autores modernistas, ao longo dos anos 20, é correto afirmar que ela reflete: I. a preocupação exclusiva de se renovar a linguagem poética, deixando-se de lado qualquer experimentação nos gêneros ficcionais. II. uma tendência predominante em se valorizar os temas políticos, em detrimento da preocupação com a forma literária. III. a crítica da cultura conservadora e o desejo de uma renovação radical da linguagem dos vários gêneros literários. Está correto SOMENTE o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 8. A Semana de Arte Moderna representou, no panorama cultural da época: a) a ruptura total com o passado artístico mais recente, no qual nada permitia prevê-la; daí a comoção que causou. b) o resultado da condensação de aspirações vagas, ainda informes até então, mas perceptíveis nas preferências do público em geral. c) a congregação de tendências que, sob formas várias e nas várias artes, se vinham delineando desde a década anterior. d) a reação aos ataques que os últimos parnasianos dirigiam contra a obra incipiente dos primeiros modernistas. e) a decorrência de reelaboração de recursos estilísticos presentes tanto na poesia parnasiana quanto na simbolista. 9. A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da produção poética de Augusto dos Anjos é: a) Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja a mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! c) Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. d) Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! e) Agregado infeliz de sangue e cal, Fruto rubro de carne agonizante, Filho da grande força fecundante De minha brônzea trama neuronial.
3 10. A propósito da exposição de Malfatti Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em conseqüência disso fazem arte pura, guardando os eternos ritmos da vida (...). A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. (...) Se víssemos na Sra. Malfatti apenas uma -moça que pinta-, como há centenas por aí, sem denunciar centelha de talento, calar-nos-íamos, ou talvez lhe déssemos meia dúzia desses adjetivos -bombons-, que a crítica açucarada tem sempre à mão em se tratando de moças. A artista, criticada por, em texto conhecido como, apresentava características. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. a) Oswald de Andrade - Manifesto antropófago - realistas b) Monteiro Lobato - Paranóia ou mistificação? - expressionistas c) Mário de Andrade - Prefácio interessantíssimo - surrealistas d) Graça Aranha - O espírito moderno - impressionistas e) Mário de Andrade - Mestres do passado - cubistas 11. O trecho abaixo faz parte de manifesto: Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta. Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco. a) cubista. b) dadaísta. c) futurista. d) expressionista. e) surrealista. 12. Nas duas primeiras décadas do século XX, surgiu, no Brasil, o Pré-Modernismo. Sobre esse tema, analise as proposições abaixo. ( ) Foi um movimento com ideário estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a defesa do regime republicano recém-instalado (1889). ( ) Surgiu num período em que, em termos gerais, predominava a estética parnasiana na poesia, com sua valorização do mundo greco-latino e a concepção de literatura como elaboração formal. ( ) Nesta época, início do século XX, foi contemporâneo de alguns simbolistas remanescentes, que sonhavam com sensações inefáveis, distantes da realidade. ( ) Contrastando com os simbolistas e parnasianos, Euclides da Cunha escreveu Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual participou como enviado do jornal O Estado de São Paulo. Descreveu, numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopéia às avessas, que foi publicada em ( ) Lima Barreto, outro autor da época, tem como principal obra: O triste fim de Policarpo Quaresma. Em seu livro, abandonou o mundo helênico, perfeito e imaginário, descrevendo a tristeza dos subúrbios e revelando preocupação com fatos históricos e costumes socais. Seu estilo era semelhante ao de Machado de Assis, pelo refinamento lingüístico, pela forma trabalhada, limpa e perfeita. Gab: FVVVF 13. Leia o poema a seguir e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). Ricordanza della mia gioventu (*) A minha ama-de-leite Guilhermina Furtava as moedas que o Doutor me dava. Sinhá-Mocinha, minha mãe, ralhava... Via naquilo a minha própria ruína! Minha ama, então, hipócrita, afetava Susceptibilidades de menina: "- Não, não fora ela! - "E maldizia a sina, Que ela absolutamente não furtava. Vejo, entretanto, agora, em minha cama, Que a mim somente cabe o furto feito... Tu só furtaste a moeda, o ouro que brilha... Furtaste a moeda só, mas eu, minha ama, Eu furtei mais, porque furtei o peito Que dava leite para a tua filha! (Augusto dos Anjos) (*) "Lembrança da minha juventude"
4 01. O narrador desse texto se lembra da juventude com saudades, fazendo uma brincadeira com a ama-deleite. Essa saudade é típica do gênero lírico, assim como o são os temas amorosos e a contemplação da natureza. 02. Esse soneto é bastante característico de Augusto dos Anjos, com seu contraste entre os valores efêmeros ("o ouro que brilha") e os eternos (o leite materno, simbolizando o amor e os cuidados de mãe), sua amarga decepção com as falhas humanas e sua linguagem cheia de preciosismos. 04. O soneto tem fortes relações com a vida de Augusto dos Anjos: mulato, pobre, talentoso, não pôde avançar em sua carreira no funcionalismo público por não possuir amigos influentes e por recusar-se a dedicar seus sonetos aos poderosos; tais eram os motivos do seu tom crítico, amargo, retratando a realidade corrupta e medíocre do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro. Em razão disso, no poema, faz menções irônicas ao Doutor, à Sinha- Mocinha, ao ouro corruptor e à hipocrisia. 08. O eu-lírico desse texto é bastante típico de Augusto dos Anjos, com sua atitude de desgosto e de desilusão perante os fatos da vida. Contudo, esse soneto não é dos mais típicos de sua obra, uma vez que sua temática sugere um problema social, a exploração da ama, que deixa de alimentar a própria filha para dar o leite a outra criança. 16. O soneto pode ter relações com a vida de Augusto dos Anjos, filho de uma família de antigos senhores de engenho na Paraíba. Mas isso não "explica" seu sentido, que é mais o de uma grande ironia: a ama, que furtava e mentia, é posta sob outra luz, através da memória, quando o menino fala de uma culpa que não pode ser encarada como individual (o menino "furtar" o leite), mas coletiva (a situação social que obrigava a mulher a ganhar a vida vendendo o próprio leite). 32. O narrador faz uso de alguns elementos de época que estão fora de uso hoje: a) a ama-de-leite, geralmente descendente de escravos, amamentava os filhos de pais ricos; b) a crença de que o leite ajudava a formar o caráter da criança, por isso a mãe do garoto via no furto a "ruína" do filho; c) a menção à sina, que significa "destino", remete a "tirar a sina", crença de que alguns indivíduos com poderes divinatórios poderiam prever com exatidão o destino das crianças; d) a figura da escrava petulante, espertalhona, capaz de furtos e de pequenas malandragens. Gab: Leia as seguintes afirmativas a respeito da literatura pré-modernista. I. Simões Lopes Neto destaca-se por um conjunto de contos que expressam costumes e incorporam registros da oralidade sul-rio-grandense. II. Em OS SERTÕES, Euclides da Cunha focaliza o episódio de Canudos e descreve o homem e a terra, fatores que situam a obra no nível da cultura científica e histórica. III. Lima Barreto, em seus romances, recupera quadros das regiões que cultivam cana-de-açúcar no interior fluminense. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas I e II. c) apenas III. d) apenas II e III. e) I, II e III. 15. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Pré-Modernismo: a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e lingüísticas do Modernismo. b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia. c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil. d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira. e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor. 16. Nesse fragmento, a referência a "Place de Ia Concorde" aponta para a influência francesa na cultura brasileira. Essa influência está expressa nos seguintes versos de Mário de Andrade: A minha São Paulo Enquanto os paulistanos comemoravam o afastamento do prefeito Celso Pitta, acusado de corrupção pela própria mulher, eu me ocupava de questões muito mais sérias, igualmente relativas a São Paulo. A caminhonete da distribuidora de gás, por exemplo. Existe problema maior do que esse? [...] Outra implicância minha é com a esteira rolante do Aeroporto de Cumbica. Ela foi projetada de tal maneira que, de cada dez malas, uma é necessariamente arremessada ao chão. [...] Também me incomodam, em São Paulo, os cachorros com agasalhos. Basta a temperatura descer 2 ou 3 graus que os pobres coitados logo são cobertos com agasalhos de lã, em geral de padrão escocês. E o que dizer dos canteiros de plantas da Avenida Paulista? Para cada arbusto seco, há seis placas de propaganda da empresa encarregada de cuidar do canteiro. E os edifícios com nomes pomposos como o do meu flat, Place de la Concorde?
5 [...] Quanto ao edifício Place de la Concorde, seria curioso vê-lo no meio da verdadeira Place de la Concorde, em Paris. Daria um belo efeito. Minha única sugestão seria levar junto a esteira rolante de Cumbica e a caminhonete da distribuidora de gás. DIOGO MAINARDI ("Veja", 7 de junho de p. 146.) a) Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... São Paulo, comoção da minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América. b) São Paulo! Comoção da minha vida... Os meus amores são flores feitas de original!... Arlequinal!... Trajes de losangos... Cinza e ouro... c) Cortina de brim caipora, Com teia caranguejeira E enfeite ruim de caipira, d) Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu. e) Abancado à escrivaninha de São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De supetão senti um friúme por dentro. Leia o conto Urupês, de Monteiro Lobato, disponível na internet, e responda as questões abaixo: 17. "Urupês" pode ser considerado artigo jornalístico. Por quê? 18. No conto "Urupês", a crítica à figura e/ou aos hábitos e práticas do caboclo se faz através do uso da ironia. Destaque do texto dois exemplos. a. "Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne onde se resumem todas as características da espécie." b. "Na mansão de Jeca a parede dos fundos bojou para fora um ventre empanzinado, ameaçando ruir; os barrotes, cortados pela umidade, oscilam na podriqueira do baldrame." 19. A partir deste fragmento, considerando o contexto do conto "Urupês" e a trajetória intelectual de Lobato, responda: - O que significa 'mamparreiro' - termo corrente no norte do Brasil? - O que Lobato descobre em relação à natureza física e mental do caboclo brasileiro, assim como à sua condição histórica e política, que lhe permite fazer esta auto-crítica ainda em 1918? Vadio, preguiçoso. 20. Descreva o personagem principal de Urupês. Para Lobato, então fazendeiro no interior paulista, a explicação para a apatia, a indolência e a incapacidade produtiva do Jeca encontrava-se nas facilidades de sobrevivência proporcionadas pela mandioca, milho e cana. É através de uma explicação médico-científica que Lobato, preocupado com a reprodução da força de trabalho improdutiva, mudaria a sua concepção do caboclo brasileiro. A ineficiência do Jeca não era mais uma questão de inferioridade racial, mas sim um problema médico-sanitário. O caipira é doente. Ele é pobre porque é doente e assim não produz. Esta mudança de concepção passava pela crença positiva de Lobato na ciência. 21. Nos primeiros parágrafos de "Urupês", Monteiro Lobato posiciona-se em relação às principais tendências da literatura brasileira. Descreva o posicionamento de Lobato. Assim como os modernistas, Lobato critica a visão idealizada que os românticos tinham do índio; para ele, o romantismo brasileiro havia sido mera imitação da escola francesa, tendo apenas adaptado ao cenário dos trópicos as idéias de Rousseau. A fraqueza moral e muscular do selvagem brasileiro - que Lobato julgava capaz de "moquear a linda menina" Ceci "num bom braseiro", em vez de amá-la perdidamente, como fez Peri - corresponde à mesma visão que Mário de Andrade adota na construção do herói Macunaíma. Para Lobato, a substituição do selvagem pelo caboclo como tipo brasileiro, no período pré-modernista, dando a estes atributos de integridade moral, repete o mesmo equívoco de idealização que marcou o indianismo romântico.
6 22. Na literatura brasileira, a idade de oito anos é tomada como referência a uma infância harmoniosa. No poema de Oswald de Andrade, essa referência está considerada no título e recebe um tratamento que revela um traço característico do Modernismo brasileiro. Identifique esse traço, justificando sua resposta. MEUS SETE ANOS Papai vinha de tarde Da faina de labutar Eu esperava na calçada Papai era gerente Do Banco Popular Eu aprendia com ele Os nomes dos negócios Juros hipotecas Prazo amortização Papai era gerente Do Banco Popular Mas descontava cheques No guichê do coração (ANDRADE, Oswald de. OBRAS COMPLETAS-VIl. 5 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 162.) O traço característico do Modernismo brasileiro é a ruptura com a tradição, através de uma avaliação crítica da abordagem temática e da linguagem literária do passado. 23. Com que outro texto e autor Oswald de Andrade dialoga neo poema acima? Meus Oito anos, Casimiro de Abreu
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