PARFOR E A FORMAÇÃO PARA DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
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- Victor Gabriel Fragoso Aragão
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1 PARFOR E A FORMAÇÃO PARA DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: educação pública Resumo ALGUMAS REFLEXÕES Gilma Benjoino Oliveira Faculdade Maurício de Nassau Jaciara de Oliveira Sant Anna Santos-Universidade do Estado da Bahia Eixo 01 Didática e prática de ensino: desdobramentos em cena na Subeixo 1 Didática: relação teoria/prática - Pôster O presente trabalho versa sobre a formação do educador que atua em instituições de educação infantil, no propósito de responder ao questionamento: A formação realizada pelo Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica PARFOR tem contribuído para aquisição de suporte teórico e prático do docente de Educação Infantil, proporcionando a ressignificação e a contextualização das práticas e dos saberes destes profissionais na contemporaneidade? Tem como objetivo principal analisar a formação de professores da Educação Infantil que fazem parte do Parfor, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, na região sudoeste do Estado da Bahia. Vale ressaltar que é necessário trazer para discussão, questões referentes aos processos formativos de professores e sua profissão docente que é desenvolvido na formação dos professores da Educação Infantil pelo Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica PARFOR, oferecido pela Universidade do Estado da Bahia UNEB, Campus XX Brumado - Bahia. Nesta perspectiva, utilizamos como metodologia, a observação da prática dos docentes, bem como o acompanhamento do processo de formação inicial, durante o processo de institucionalização, buscando compreender em que medida as práticas de formação docente impactam nas práticas cotidianas. Salienta que a pesquisa também pauta pelo estudo bibliográfico das contribuições de: Sônia Kramer, Miguel Zabalza. Percebemos que o projeto pedagógico do curso não oferece disciplina voltada para a Educação Infantil, aparecendo ao longo curso apenas algumas discussões da Educação Infantil, nas ementas de Fundamentos da Práxis Pedagógica I, II, IV e V. Afirmamos, após estudo e análise do projeto do curso e das observações à prática pedagógica dos professores-alunos que atuam em turmas de educação infantil, que a formação realizada pelo Parfor não atende à aquisição de suporte teórico e prático do professor da educação infantil, não conseguindo proporcionar a ressignificação e a contextualização das práticas e dos saberes desses profissionais. Palavras-chaves: Educação Infantil; Formação; Docência. Introdução A pesquisa apresenta algumas reflexões sobre a formação de professores em educação infantil na universidade, cujo objetivo principal é analisar a formação de professores da Educação Infantil que fazem parte do Parfor, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, na região sudoeste do Estado da Bahia. Segundo CAMPOS et. al. 5219
2 1 (1984, p.65), a profissionalização do pessoal que lida diretamente com a criança teria de ser entendida enquanto um processo gradual, que acompanha a experiência concreta de trabalho de cada um... e ainda... que a formação de uma nova consciência a respeito da importância do desenvolvimento da criança e do papel da creche, desenvolve-se a partir de um trabalho que, além da dimensão educativa, possui uma dimensão política. Nesse contexto, buscamos investigar a formação do educador que atua em instituições de educação infantil, no propósito de responder ao questionamento: A formação realizada pelo Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica PARFOR tem contribuído para aquisição de suporte teórico e prático do docente de Educação Infantil, proporcionando a ressignificação e a contextualização das práticas e dos saberes destes profissionais na contemporaneidade? A metodologia utilizada baseou-se na observação da prática dos docentes, bem como o acompanhamento do processo de formação inicial, durante o processo de institucionalização, buscando compreender em que medida as práticas de formação docente impactam nas práticas cotidianas. Salientamos que a pesquisa também fez uso de estudo bibliográfico com foco nas contribuições de: Sônia Kramer, Miguel Zabalza. Algumas reflexões A feliz constatação de que aqui em nosso país, temos uma legislação farta e coerente com princípios democráticos, da inclusão social, do respeito à diversidade, da pluralidade de ideias, da criança como sujeito de direitos, sujeito histórico e construtor da aprendizagem, garantidos pela Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, não se mantém por muito tempo. Basta observar as creches e pré-escolas, para constatar que as práticas continuam reproduzindo relações autoritárias, exclusão e submissão, fazendo desmoronar a convicção de que as leis seriam suficientes para propiciar as mudanças desejáveis e necessárias para essa etapa da educação básica. O marco legal propiciado pela Lei de nº 9394/96, traz à tona outras necessidades e são desencadeadas ações para instituir dentre outras questões: um currículo para a Educação Infantil no Brasil, bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil-DCNEI, os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil-RCNEI, a formação profissional do educador, dentre outras. É fundamental a formação docente quando se trata de dar atendimento de qualidade a crianças na primeira infância. Em relação à prática pedagógica, [...] esta 5220
3 2 requer, dentre outros fatores, conhecimento, compromisso e ética, porque profissional é aquele que sabe o que faz, por que faz e, além disso, está empenhado em fazê-lo da melhor maneira possível. (ZABALZA, 2007). A turma de Pedagogia, alvo de pesquisa, faz parte do Programa de Formação Inicial de Professores da Educação Básica Plataforma Freire. Os cursos deste programa são presenciais, intensivos, atualmente com duração de três anos e meio em conformidade com a Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de O projeto do curso pretende uma formação organizada por núcleos de conhecimentos, buscando estabelecer a articulação entre os conteúdos, o contexto e a aprendizagem dos educandos da Educação Básica. Entretanto, no que concerne à Educação Infantil, constata-se nas ementas dos componentes curriculares, que aparece de forma pulverizada, em meio a vários conteúdos a serem abordados em dado semestre. A análise que se faz é que a inclusão dessa etapa vai depender da proximidade, da sensibilidade ou das experiências que o professor-pesquisador tenha tido nesse nível para retirá-lo do anonimato, identificá-lo e transformá-lo em objeto de estudo e pesquisa. Através do Núcleo de Estudos Integradores, que é constituído pelas atividades complementares, seminários temáticos e oficinas articulares, o professor-aluno poderá participar de vivências significativas com abordagens e aprofundamento de temas que sejam do interesse do grupo. O que não significa que necessariamente seja o universo da criança de zero a seis anos, o alvo. É fundamental, o processo contínuo de (in)formação para garantir às crianças uma educação de qualidade. Os professores que se identificam com esta etapa da educação não devem perder de vista as formações continuadas para atender a construção de um novo olhar para a formação, adaptando às exigências dos currículos na consolidação de uma pedagogia de educação infantil específica. Estes profissionais devem ser respeitados, valorizados e preservada a sua identidade profissional. Resultados e discussão Durante toda nossa caminhada para o desenvolvimento das ações previstas para a pesquisa, como as visitas e observações nas turmas de educação infantil, observamos professores que estavam com seu plano de aula em mãos e também quem 5221
4 3 esquecia e improvisava, mesmo com identificação com a faixa etária. Com duas docentes, percebia-se desejo, vontade e encantamento com seu trabalho. Foi possível constatar que o planejamento das aulas ora privilegiava o cuidar, quando a faixa etária era de 2 a 3 anos ou então focado na escolarização, para crianças de 4 a 5 anos. Entretanto, duas professoras-alunas evidenciaram práticas pedagógicas significativas para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, mediando com atividades lúdicas e atraentes, oferecendo situações diversificadas, buscando trabalhar as múltiplas linguagens, colocando as crianças no centro do planejamento, como sujeitos do processo ensino e aprendizagem. Analisando o projeto do curso de Pedagogia, da Parfor, foi possível verificar, que nele não consta uma disciplina totalmente voltada para a criança de zero a seis anos, embora ofereça para a EJA. Em algumas matérias, esse público aparece em meio a tantos outros alvos de discussão, que dá margem a interpretar se realmente chega a ser feito alguma abordagem sobre educação infantil, em sala de aula. A disciplina Fundamentos da Práxis Pedagógica fica com a responsabilidade pela articulação entre o conhecimento teórico e a prática Verificamos que a prática docente na educação infantil não atende às diretrizes que constam na legislação vigente, tão pouco a proposta de formação. Na verdade, reproduz uma educação pautada na submissão, que,... aportada no paradigma da racionalidade tecnicista, procurava perpetuar o sistema desigual e injusto de distribuição do patrimônio cultural (Alarcão, 2001,p.66). No bojo dessa discussão, faz-se necessário apresentar outros aspectos que ampliam as dificuldades para a realização de um trabalho de qualidade à comunidade e que foi exposto pelos professores: turmas lotadas de alunos para um docente e um auxiliar, faltas de material diverso, espaço inadequado, ausência de um projeto político pedagógico da instituição. Ainda há o fato de, nas reuniões pedagógicas realizadas por coordenadoras da SMED, serem orientados atividades e projetos que divergem das novas diretrizes. Considerações Finais É possível afirmar, após estudo e análise do projeto do curso e das observações à prática pedagógica dos professores-alunos que atuam em turmas de educação infantil, que a formação realizada pelo Parfor não atende à aquisição de suporte teórico e prático do professor da educação infantil, não conseguindo proporcionar a ressignificação e a contextualização das práticas e dos saberes desses profissionais. 5222
5 4 Urge repensar a formação inicial dos professores-alunos, no que tange a educação infantil, sobre as condições em que esses estudos são realizados. É o desafio para os gestores, junto aos professores formadores darem um novo sentido, uma nova direção para a formação. É imprescindível que os profissionais tenham consciência que a teoria e prática, são indissociáveis. Segundo (KRAMER, 2005, p. 146) a prática não é um ato qualquer, mas um ato que concretiza um objetivo. Consideramos necessária essa pesquisa, pois possibilitou uma análise de um programa de formação docente importante na região e Estado para acesso ao conhecimento e inserção desses sujeitos no cenário da pesquisa, reflexão, produção e organização do conhecimento num processo contínuo de aprendizagem. Sugere-se que, uma vez que o projeto não contempla a formação inicial desejada, que a Secretaria Municipal de Educação ofereça formação continuada, para suprir essa carência, possibilitando aos profissionais, caminhos para a construção de novos saberes que possam levá-los a ressignificar a sua prática docente. Constatando as dificuldades enfrentadas diariamente pelos docentes da educação infantil, bem como dos gestores, este estudo será de grande valia para tomada de decisões pelas autoridades e órgãos públicos, uma vez que pode ser utilizada como subsídio para conhecimento das práticas e condições atuais da educação infantil na comunidade. Referências Bibliográficas ALARCÂO, Isabel (org). Escola Reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora, CAMPOS, M. M. et. al. Profissionais de Creche. Caderno Cedes. São Paulo: Cortez, p , KRAMER, Sônia. (Org.). Profissionais de educação infantil: gestão e formação. São Paulo: Ática, ZABALZA, Miguel Antoni. Qualidade em Educação Infantil. Tradução Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artmed,
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