Diversidade genética de populações (princípios e

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Diversidade genética de populações (princípios e"

Transcrição

1 Aula 8 Diversidade genética de populações (princípios e ferramentas estatísticas)

2 População Um grupo de indivíduos da mesma espécie que potencialmente podem se acasalar, produzindo descendência, e vivem dentro de uma área geográfica restrita no mesmo período de tempo. - Libélula (Anax junius): Duas formas alternativas de desenvolvimento que produzem indivíduos adultos com 3 ou 11 meses de desenvolvimento larval.

3 População Outros aspectos que influenciam na definição de uma população - Diapausa - Polinizadores (vegetais) - Hospedeiros (ácaros e outros parasitas) Esses problemas podem ser resolvidos aplicando ferramentas moleculares (ou não) que permitam definir diversidade de características que caracterizem uma população

4 Variabilidade e Diversidade genética A variabilidade genética é a simples variação (ou tendência) de alelos de um mesmo gene entre em uma espécie ou população Não deve ser confundida com diversidade genética, a qual é a quantidade total de variações genéticas observada tanto entre as populações de uma espécie como entre os indivíduos de uma população Diversidade genética: é uma medida da quantidade de variabilidade existente dentro ou entre populações e/ou espécies

5 Variabilidade genética de populações A origem da variação genética dá-se pelo fenômenos de alterações dos nucleotídeos e do tamanho do genoma Mutação Recombinação Crossing-over desigual Duplicação gênica Transferência horizontal de genes

6 Diversidade genética Necessária para a continuidade evolutiva Manifestada no nível genotípico e fenotípico (minoria) Pode ser neutra (influenciada apenas pela Deriva) ou adaptativa (influenciada pela Deriva e Seleção Natural) Substrato para a adaptação de organismos a um novo ambiente

7 Diversidade genética Qual a vantagem da diversidade genética? Redução na diversidade genética pode significar que a população não é mais capaz de se adaptar a novas pressões seletivas, tais como mudanças climáticas ou mudanças na disponibilidade de recursos. Aumentando o risco de extinção da população

8 Estimativas da diversidade genética Populações naturais podem ter sua diversidade genética medida utilizando diferentes índices a partir de Marcadores Moleculares Número de alelos ou haplótipos Número de sítios ou loci polimórficos ou segregantes Heterozigozidade, Fst ou equivalentes (Gst, Rst, fst) Diversidade haplotípica Diversidade nucleotídica

9 Frequência alélica, genotípica, fenotípica 100 V V 160 V A 140 A A Frequência Fenotípica 260/400 = 0,65 vermelho 140/400 = 0,35 amarelo Frequência Genotípica 100/400 = 0,25 V V 160/400 = 0,40 V A 140/400 = 0,35 A A Frequência alélica 360/800 = 0,45 V 440/800 = 0,55 A

10 Índices de diversidade Proporção de loci polimórficos É a proporção dos loci estudados que apresenta mais de um alelo. Riqueza ou diversidade alélica Número médio de alelos por locus. Heterozigosidade observada (Ho) É a proporção dos indivíduos heterozigotos de uma população

11 Índices de diversidade Heterozigosidade esperada (He) É a proporção de indivíduos heterozigotos esperada se a população estiver em HWE. Onde, pi = frequência de cada alelo no locus avaliado He é equivalente a diversidade genica (h, Nei, 1973) Coeficiente de endogamia (F, Fis, F0) Reflete a probabilidade de que dois alelos dentro do mesmo indivíduo sejam idênticos por descendência F = (He-Ho)/He (valores positivos reflete excesso de homozigotos)

12 Índices de diversidade (haplótipos) Diversidade gênica ou haplotípica (Hd) Descreve frequência de haplótipos em relação a número de indivíduos avaliados Diversidade nucleotídica (π, pi; Nei, 1987) Reflete a probabilidade de que dois nucleotídeos homólogos sejam idênticos Número de sítios polimórficos (S) Número de nucleotídeos que apresentam algum polimorfismo Número médio de diferenças nucleotídicas (K) Número médio de substituições de nucleotídeos líquidos por sítio

13 Fatores que influenciam na diversidade genética Fluxo gênico Deriva genética Tamanho efetivo Gargalo genético Efeito fundador Seleção natural Reprodução

14 Tamanho efetivo O tamanho populacional (Nc) é o número total de indivíduos que se encontra dentro de uma população Tamanho populacional efetivo (Ne) são os indivíduos que se reproduzem e conseguem deixar descendentes, desta maneira, transmitindo os genes e consequentemente mantendo a diversidade genética Correlaciona de maneira positiva com a diversidade genética

15 Tamanho efetivo Quando o tamanho efetivo da população (Ne) pode ser menor do que o tamanho real Em uma população de aves monogâmica (N=26) há 20 machos e 6 fêmeas. Ne = 12 (6 pares) Mas nem sempre é tão simples! Variação na reprodução Flutuações populacionais (gargalos) Proporção desigual de cada sexo Ne = 4NmNf / Nm + Nf

16 Tamanho efetivo População possui: N machos = 75 e N fêmeas = 550 Exames de parentesco mostraram que somente 28% dos machos eram pais de toda a prole. Assim, N machos = 21 Ne = 4NmNf / Nm + Nf Ne = 4(21)(550)/ (21) + (550) Ne= 80,91 Mirounga leonina

17 Tamanho efetivo Métodos indiretos Baseia-se que populações com baixo Ne apresentam grande mudança na frequência alélica no tempo Método de Nei & Tajima, 1981 Fc = mudança da frequência alélica i = a frequência dos alelos x e y t = tempo de uma geração S0 = tamanho amostral no tempo 0 St = tamanho amostral no tempo t Nobs = tamanho populacional

18 Fluxo Gênico Troca de material genético entre populações diferentes Migração (movimento periódico de uma área geográfica para outra, sazonal e direcionada) Dispersão (movimento de indivíduos ou propágulos entre regiões ou populações - aleatório) Migrantes que não tem sucesso em reproduzir com outros indivíduos da nova população não contribuem para o fluxo gênico

19 Fluxo Gênico Dentro de uma população: pode introduzir ou reintroduzir genes novos, aumentando a variabilidade da população Entre populações: pela troca de genes entre populações, elas podem se tornar geneticamente similares entre si, reduzindo a chance de especiação. Quanto menor o fluxo gênico entre duas populações, maiores as chances delas de tornarem duas espécies diferentes

20 Reprodução Sexuada / assexuada Comportamento reprodutivo Hábito gregário Poligamia Poliginia (um macho várias fêmeas) Poliandria (uma fêmea vários machos) Competição de espermas * Endogamia diminui a diversidade genética

21 Deriva genética Mudança na frequência de alelos de uma geração para a próxima simplesmente por acaso (sem seleção adaptativa). Assim deriva genética é um processo estocástico, atuante sobre as populações, modificando a frequência dos alelos e a predominância de certas características na população. *Atua junto com a seleção natural, modificando as características das espécies (mudança da frequência gênica/alélica) ao longo do tempo.

22 Efeito fundador o estabelecimento de uma nova população por uns poucos fundadores originais (em um caso extremo, por apenas uma única fêmea fertilizada), que contém somente uma pequena fração da variação genética total da população parental

23 Gargalo genético O efeito gargalo de garrafa (bottleneck effect) é um evento evolucionário causado por uma redução drástica do tamanho da população, onde há perda de variabilidade genética.

24 Gargalo genético vs Efeito fundador Efeito fundador: no momento da formação de uma nova população Gargalo genético: em um ou mais momento da história de visa de uma população Ambos aumentam a deriva genética numa população: a taxa da deriva genética é inversamente proporcional ao tamanho efetivo populacional. Gargalo genético Efeito fundador

25 Deriva Genética Dois grupos de moedas 10 conjuntos com 20 moedas 10 conjuntos com 4000 moedas Resultado Na média, em ambos os casos, deu 50% de cara e 50% de coroa, mas a chance de ocorrer variação em torno desta média é maior na população pequena A probabilidade de ocorrer 12 caras e 8 coroas é maior do que acontecer 2400 caras e 1600 coroas

26 Seleção Natural Seleção natural é o único mecanismo conhecido que causa a evolução de adaptações Adaptação Um característica que melhora a sobrevivência ou a reprodução dos organismos, em relação a estados de caráter alternativos Processo em que os membros de uma população se tornam mais apropriados para alguma característica de seu ambiente através da mudança em uma característica que afeta sua sobrevivência ou reprodução

27 Seleção Natural Direcional: um extremo do fenótipo tem maior valor adaptativo Diversificadora (disruptiva): dois ou mais fenótipos apresentam um maior valor adaptativo Estabilizadora: o fenótipo intermediário tem maior valor adaptativo

28 Seleção Natural É a principal força na mudança da frequência alélica em populações com grande Ne; Pode aumentar ou diminuir a diversidade genética Seleção estabilizadora e direcional geralmente diminui diversidade genética Seleção disruptiva aumenta a diversidade genética

29 Equilíbrio de Hardy-Weinberg

30 Equilíbrio de Hardy-Weinberg O modelo equilíbrio de Hardy-Weinberg (HWE) pressupõe: Organismo diploide e reprodução sexuada As gerações não se sobrepõem Os acasalamentos ocorrem ao acaso O tamanho da população é efetivamente infinito Não há migração Não há mutação Não ocorre seleção para nenhum dos genótipos Os alelos segregam seguindo uma herança Mendeliana normal (a variabilidade genética persistirá indefinidamente, a menos que outras forças evolutivas ajam para removê-la)

31 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Organismo (diplóide) Fase gamética (haplóide) Organismo (diplóide)

32 Equilíbrio de Hardy-Weinberg

33 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Frequências alélicas em uma população em HWE: freq A = p freq a = q freq. genótipo AA = p 2 freq. genótipo aa = q 2 freq. genótipo Aa = 2pq (pq = Aa; qp = aa; assim, pq + qp = 2pq) p 2 + 2pq + q 2 = 1 (p + q) 2 = 1

34 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Se as condições do modelo são cumpridas, as frequências alélicas determinam as frequências genotípicas. EQUILÍBRIO ESTÁVEL

35 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Na mariposa, Callimorpha dominula, um sistema de um loco com 2 alelos gera três padrões de asas alternativos que variam na quantidade de manchas brancas nas asas anteriores pretas e na quantidade de marcas pretas nas asas posteriores predominantemente vermelhas. Estes padrões correspondem ao homozigoto dominante (AA), ao heterozigoto (Aa) e ao homozigoto recessivo (aa). Foram avaliados 1612 indivíduos de C. dominula. Desses, 1469 (homozigotos AA) apresentam muitas manchas brancas, 138 (heterozigotos Aa) apresentam um número intermediário de manchas brancas, e 05 apresentam poucas manchas (homozigotos aa).

36 Equilíbrio de Hardy-Weinberg 1 Qual a frequência de cada genótipo na população da prole (AA, Aa, aa)? 2 Qual a frequência alélica (de alelos A e a) na população? 3 Qual o número de mariposas com cada genótipo na população da prole mantendo o tamanho inicial? 4 A população está em equilíbrio de Hardy-Weinberg? Lembrese que: X 2 = Ʃ(N observado N esperado) 2 /N esperado; g.l. = 1 e para P = 0,05 o valor de X 2 = 3,84. (> rejeita ho e < aceita Ho)

37 Equilíbrio de Hardy-Weinberg 1 Qual a frequência de cada genótipo na população da prole (AA, Aa, aa)? Freq AA = 1469/1612 = 0,911 Freq Aa = 138/1612 = 0,086 Freq aa = 5/1612 = 0,003 2 Qual a frequência alélica (de alelos A e a) na população? Freq A = p2+pq = 0,911 + (0,086/2) = 0,954 Freq a = q2+pq = 0,003 + (0,086/2) = 0,046

38 Equilíbrio de Hardy-Weinberg 3 Qual o número de mariposas com cada genótipo na população da prole mantendo o tamanho inicial? Freq AA = p 2 = 0,9542 = 0,910 Freq Aa = pq = 0,954 x 0,046 = 0,044 Freq aa = q 2 = 0,0462 = 0,002 muitas manchas brancas (AA) = 0,910 x 1612 = 1467 intermediário de manchas brancas (Aa) = (2 x 0,044) x 1612 = 141 poucas manchas (aa) = 0,002 x 1612 = 3

39 Equilíbrio de Hardy-Weinberg 4 A população está em equilíbrio de Hardy-Weinberg? Lembre-se que: X 2 = Ʃ[(N observado N esperado) 2 /N esperado] g.l. = (N de genótipos -1) (N de alelos -1); X 2 = [( ) 2 /1467] + [( ) 2 /141] + [(5-3) 2 /3] X 2 = 1,38 g.l. = (3-1)-(2-1) g.l. =1 e para P = 0,05 o valor de X 2 = 3,84. (> rejeita ho e < aceita Ho) Aceita H0 = Não há diferença, então a população está em HWE.

40 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Freq. de uma alelo raro, q = 0,01 q 2 = (0,01) 2 = 0,001 da população carrega o alelo recessivo

Evolução Molecular. "Nothing in Biology Makes Sense Except in the Light of Evolution. Theodosius Dobzhansky

Evolução Molecular. Nothing in Biology Makes Sense Except in the Light of Evolution. Theodosius Dobzhansky "Nothing in Biology Makes Sense Except in the Light of Evolution Theodosius Dobzhansky Evolução Evolução Evolução Genótipo + Ambiente = Fenótipo Parental F1 F2 Evolução Evolução = mudança (características

Leia mais

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental Biologia Aplicada Aula 7

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental Biologia Aplicada Aula 7 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental Biologia Aplicada Aula 7 Professor Antônio Ruas 1. Créditos: 60 2. Carga horária semanal: 4 3. Semestre: 1 4.

Leia mais

Origem da variação. Conceitos importantes. Variabilidade genética. Variabilidade Genética. Variação genética e Evolução

Origem da variação. Conceitos importantes. Variabilidade genética. Variabilidade Genética. Variação genética e Evolução Variabilidade genética Origem da variação Professor Fabrício R Santos fsantos@icb.ufmg.br Departamento de Biologia Geral, UFMG 2011 Conceitos importantes Variação genética: variantes alélicos originados

Leia mais

Sistemas de Acasalamento. Acasalamento ao acaso. Acasalamento ao acaso. O ciclo de vida de uma população. Pressupostos de Hardy Weinberg.

Sistemas de Acasalamento. Acasalamento ao acaso. Acasalamento ao acaso. O ciclo de vida de uma população. Pressupostos de Hardy Weinberg. Pressupostos de Hardy Weinberg Produção de alelos: 1 locus autossômico 2 alelos sem mutação 1ª Lei de Mendel União de alelos: Sistema de acasalamento aleatório Tamanho populacional infinito Troca genética

Leia mais

Tamanho populacional 31/08/2010. Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural) Relação entre o Censo (N) e tamanho efetivo (Ne)

Tamanho populacional 31/08/2010. Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural) Relação entre o Censo (N) e tamanho efetivo (Ne) Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural) Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) Os fatores evolutivos e a dinâmica populacional (p + q) 2 = p 2 + 2pq + q 2 Professor Fabrício R. Santos

Leia mais

Forças evolutivas. Definição de Evolução. Deriva Genética. Desvios de Hardy-Weinberg

Forças evolutivas. Definição de Evolução. Deriva Genética. Desvios de Hardy-Weinberg Definição de Evolução A definição operacional de evolução em nível de deme é mudanças na freqüência alélica ou genotípica. Forças evolutivas Fatores ou processos que podem alterar a freqüência alélica

Leia mais

GENÉTICA DE POPULAÇÃO

GENÉTICA DE POPULAÇÃO GENÉTICA DE POPULAÇÃO Eng. Agr. Msc. Franco Romero Silva Muniz Doutorando em Genética e Melhoramento de Soja Departamento de Produção Vegetal UNESP Jaboticabal/SP Molecular e Biotecnologia Quantitativa

Leia mais

GENÉTICA DE POPULAÇÕES. Prof. Piassa

GENÉTICA DE POPULAÇÕES. Prof. Piassa GENÉTICA DE POPULAÇÕES Prof. Piassa DEFINIÇÃO Estudo da distribuição e frequência dos alelos determinantes de características de uma população. EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG 1908 Definição: Na ausência

Leia mais

Modelando microevolução GENÉTICA DE POPULAÇÕES E EVOLUÇÃO

Modelando microevolução GENÉTICA DE POPULAÇÕES E EVOLUÇÃO Modelando microevolução GENÉTICA DE POPULAÇÕES E EVOLUÇÃO Modelando microevolução Evolução: mudança na frequência de alelos ou combinações de alelos no pool gênico. Modelos de evolução deve incluir a passagem

Leia mais

GENÉTICA DE POPULAÇÕES

GENÉTICA DE POPULAÇÕES GENÉTICA DE POPULAÇÕES Conceito geral de populações Freqüências alélicas e genotípicas Equilíbrio de Hardy-Weinberg Estrutura genética de populações Fatores que afetam o equilíbrio de H-W: mutação, seleção,

Leia mais

Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural)

Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural) Evolução Estocasticidade (Acaso) e Determinismo (Seleção natural) Os fatores evolutivos e a dinâmica populacional Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) (p + q) 2 = p 2 + 2pq + q 2 Professor Fabrício R Santos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Biológicas Departamento de Genética BG403 - GENÉTICA ANIMAL. Lista de Exercícios

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Biológicas Departamento de Genética BG403 - GENÉTICA ANIMAL. Lista de Exercícios UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Biológicas Departamento de Genética Profa Angelica Boldt BG403 - GENÉTICA ANIMAL Lista de Exercícios T7 GENÉTICA DE POPULAÇÕES 1) As propriedades genéticas

Leia mais

AULA Nº 4. Neste tópico começamos a falar dos aspectos quantitativos da coleta, uma vez

AULA Nº 4. Neste tópico começamos a falar dos aspectos quantitativos da coleta, uma vez AULA Nº 4 Neste tópico começamos a falar dos aspectos quantitativos da coleta, uma vez que até aqui tratamos dos aspectos qualitativos. Para tanto teremos que apreender alguns conceitos de genética de

Leia mais

Definições. Interpretação ingênua de seleção natural: sobrevivência do mais apto ou a natureza com unhas dentes

Definições. Interpretação ingênua de seleção natural: sobrevivência do mais apto ou a natureza com unhas dentes Seleção Natural Definições Interpretação ingênua de seleção natural: sobrevivência do mais apto ou a natureza com unhas dentes Essas definições são inexatas e insuficientes Seleção Natural Para Huxley,

Leia mais

O MODELO DE HARDY-WEINBERG

O MODELO DE HARDY-WEINBERG Modelo simples de genética de populações: modelo de Hardy-Weinberg (Hardy 1908; Weinberg 1908). Embora faça vários pressupostos simplificadores que não são realistas, ele se mostra bastante útil para descrever

Leia mais

Melhoramento de Espécies Alógamas

Melhoramento de Espécies Alógamas Aula 10 Melhoramento de Espécies Alógamas INTRODUÇÃO Espécies alógamas reprodução via fecundação cruzada (mais de 95% de cruzamentos). Definição: Comunidade reprodutiva composta de organismos de fertilização

Leia mais

Seleção Natural. BIO0230 Genética e Evolução. Felipe Bastos Rocha

Seleção Natural. BIO0230 Genética e Evolução. Felipe Bastos Rocha Seleção Natural BIO0230 Genética e Evolução Felipe Bastos Rocha Charles Darwin Origem das adaptações: Seleção Natural Há fenótipos que conferem maior probabilidade de sobrevivência e/ou reprodução Gregor

Leia mais

ZAB1304 Genética Básica e Biologia Molecular. Prof. Dr. José Bento Sterman Ferraz Aula preparada do Dra. Fernanda Marcondes de Rezende

ZAB1304 Genética Básica e Biologia Molecular. Prof. Dr. José Bento Sterman Ferraz Aula preparada do Dra. Fernanda Marcondes de Rezende ZAB1304 Genética Básica e Biologia Molecular Prof. Dr. José Bento Sterman Ferraz Aula preparada do Dra. Fernanda Marcondes de Rezende Roteiro Estrutura genética de uma população Freqüências gênicas e genotípicas

Leia mais

Introdução à Genética da Conservação: Diversidade Genética e Evolução das Populações Naturais

Introdução à Genética da Conservação: Diversidade Genética e Evolução das Populações Naturais Biologia da Conservação: Genética Professor: Fabrício R. Santos Bibliografia: Fundamentos de Genética da Conservação [Frankham et al. 2008] e artigos científicos http://www.icb.ufmg.br/labs/lbem/aulas/grad/biolcons

Leia mais

Seleção natural. Bio Diogo Meyer. Departamento de Genética e Biologia Evolutiva Universidade de São Paulo

Seleção natural. Bio Diogo Meyer. Departamento de Genética e Biologia Evolutiva Universidade de São Paulo Seleção natural Bio 0208-2017 Diogo Meyer Departamento de Genética e Biologia Evolutiva Universidade de São Paulo Leitura básica: Ridley 5.6, 5.7, 5.10,5.12 Seleção Natural Lembremos o quão complexas e

Leia mais

Genética de Populações. Profa Angelica B. W. Boldt

Genética de Populações. Profa Angelica B. W. Boldt Genética de Populações Profa Angelica B. W. Boldt Genética de populações Estrutura genética de uma população Créditos dos slides: MSc. Jiulliano de Sousa Costa e Prof. Dr. Eric Santos Araújo MCAS Genética

Leia mais

Variação ambiental Poligenes

Variação ambiental Poligenes Fenótipo é qualquer característica mensurável. Genótipos Mendelianos são sempre discretos, mas fenótipos podem ser discretos ou contínuos. Ronald A. Fisher Encerrou toda oposição séria ao Mendelismo, e

Leia mais

Genética de Populações Prof.ª Daniela Fiori Gradia Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética

Genética de Populações Prof.ª Daniela Fiori Gradia Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética 2017 Genética de Populações Prof.ª Daniela Fiori Gradia Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética O que é Genética de populações? É o estudo da origem e da dinâmica da variação genética nas populações

Leia mais

Genética de Populações e Evolução

Genética de Populações e Evolução Genética de Populações e Evolução Populações Genética de populações a palavra população geralmente não se refere a todos os indivíduos de uma espécie, mas sim a um grupo de indivíduos da mesma espécie

Leia mais

Biologia Evolutiva. A Biologia Evolutiva é o estudo da história da vida e dos processos que levam à sua diversidade.

Biologia Evolutiva. A Biologia Evolutiva é o estudo da história da vida e dos processos que levam à sua diversidade. 2017 Biologia Evolutiva A Biologia Evolutiva é o estudo da história da vida e dos processos que levam à sua diversidade. Biologia Evolutiva Análises e metodologias reducionistas e composicionistas (propriedades

Leia mais

SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO

SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO SUBESTRUTURA POPULACIONAL E FLUXO GÊNICO AULA 5 Mariana Fonseca Rossi mfonsecarossi@gmail.com RELEMBRANDO... Equilíbrio de Hardy-Weiberng: RELEMBRANDO... Equilíbrio de Hardy-Weiberng: Frequência dos genótipos

Leia mais

Pode-se pensar que a deriva genética seja importante apenas em poucas espécies. Entretanto, a maioria das espécies é formada por demes pequenos e com

Pode-se pensar que a deriva genética seja importante apenas em poucas espécies. Entretanto, a maioria das espécies é formada por demes pequenos e com Pode-se pensar que a deriva genética seja importante apenas em poucas espécies. Entretanto, a maioria das espécies é formada por demes pequenos e com localização estável Essas populações podem divergir

Leia mais

Aula 2: Genética da Transmissão I

Aula 2: Genética da Transmissão I LGN215 - Genética Geral Aula 2: Genética da Transmissão I Antonio Augusto Franco Garcia Maria Marta Pastina Primeiro semestre de 2011 Piracicaba SP Conceitos Essenciais A existência de genes pode ser deduzida

Leia mais

A teoria sintética da evolução

A teoria sintética da evolução A teoria sintética da evolução De 1900 até cerca de 1920, os adeptos da genética mendeliana acreditavam que apenas as mutações eram responsáveis pela evolução e que a seleção natural não tinha importância

Leia mais

Evolução determinística. Seleção Natural. Seleção Natural

Evolução determinística. Seleção Natural. Seleção Natural Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) Evolução determinística Natural Professor Fabrício R. Santos - UFMG Populações estão em EHW quando: tamanho populacional é infinito; acasalamento é totalmente ao acaso;

Leia mais

Curso de Licenciatura em Biologia Evolução Biológica

Curso de Licenciatura em Biologia Evolução Biológica INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE Campus Macau Curso de Licenciatura em Biologia Evolução Biológica IFRN/Macau - Curso de Licenciatura em Biologia - Parasitologia

Leia mais

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE ÁREA DE FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS TECNOLÓLGICAS Disciplina: Ecologia e Diversidade Biológica

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE ÁREA DE FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS TECNOLÓLGICAS Disciplina: Ecologia e Diversidade Biológica UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE ÁREA DE FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS TECNOLÓLGICAS Disciplina: Ecologia e Diversidade Biológica 01. Considerando os níveis de complexibilidade e interrelações, distinguem-se

Leia mais

M E L H O R A M E N T O D E A L Ó G A M A S M E L H O R A M E N T O G E N É T I C O V E G E T A L

M E L H O R A M E N T O D E A L Ó G A M A S M E L H O R A M E N T O G E N É T I C O V E G E T A L M E L H O R A M E N T O D E A L Ó G A M A S M E L H O R A M E N T O G E N É T I C O V E G E T A L PLANTAS ALÓGAMAS Plantas alógamas são aquelas que realizam preferencialmente polinização cruzada (acima

Leia mais

OS GENES NAS POPULAÇÕES. Augusto Schneider Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas

OS GENES NAS POPULAÇÕES. Augusto Schneider Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas OS GENES NAS POPULAÇÕES Augusto Schneider Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas GENÉTICA POPULACIONAL Estudo dos genes e frequência dos alelos nas populações EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG

Leia mais

AU08. Genética de Populações. Lorena Carolina Peña. Doutoranda PPG-GEN

AU08. Genética de Populações. Lorena Carolina Peña. Doutoranda PPG-GEN AU08 Genética de Populações Lorena Carolina Peña Doutoranda PPG-GEN lorecarol@gmail.com Resumo Aula expositiva/participativa abordando os tópicos: Definição de populações, Frequências genotípica e alélica,

Leia mais

Estudo da diversidade com sequências de DNA

Estudo da diversidade com sequências de DNA Estudo da diversidade com sequências de DNA estudo do DNA por sequenciação extracção de DNA PCR do fragmento desejado sequenciação estudo do DNA por sequenciação sequenciação 1 2 3 indivíduo A indivíduo

Leia mais

ECOLOGIA II RELATÓRIO 1-2ªPARTE. Trabalho realizado por:

ECOLOGIA II RELATÓRIO 1-2ªPARTE. Trabalho realizado por: ECOLOGIA II RELATÓRIO 1-2ªPARTE Genética de populações Trabalho realizado por: Eva Firme, nº15471 Licª. Ensino de Ciências da Natureza Maio de 2006 INTRODUÇÃO Uma população é a reunião de famílias com

Leia mais

MELHORAMENTO DE PLANTAS ALÓGAMAS

MELHORAMENTO DE PLANTAS ALÓGAMAS MELHORAMENTO DE 11 PLANTAS ALÓGAMAS I. INTRODUÇÃO Plantas alógamas são aquelas que realizam preferencialmente polinização cruzada (acima de 95%). Neste caso, a fertilização ocorre quando o pólen de uma

Leia mais

Por quê? Variação ambiental Poligenes. Variação ambiental Poligenes. Normas de Reação. Fenótipo é qualquer característica mensurável.

Por quê? Variação ambiental Poligenes. Variação ambiental Poligenes. Normas de Reação. Fenótipo é qualquer característica mensurável. Fenótipo é qualquer característica mensurável. A grande maioria de fenótipos não tem categorias discretas e não tem um gene que seja necessário e suficiente para explicar sua variação Genótipos Mendelianos

Leia mais

As bases evolutivas da Saúde Pública Teoria da evolução

As bases evolutivas da Saúde Pública Teoria da evolução As bases evolutivas da Saúde Pública Teoria da evolução Claudia Torres Codeço codeco@procc.fiocruz.br 22 de Julho de 2003 Página 1 de 24 1. Epidemiologia: dinâmica de doenças na população Genética de populações:

Leia mais

Tamanho populacional 18/02/2014. A estimativa do Ne é baseada em uma população idealizada: Categorias ameaçadas da IUCN

Tamanho populacional 18/02/2014. A estimativa do Ne é baseada em uma população idealizada: Categorias ameaçadas da IUCN Evolução em pequenas populações e manutenção da diversidade genética Tamanho efetivo, Deriva, Endogamia, Depressão Endogâmica, Populações geneticamente viáveis e Extinção Importância das pequenas populações

Leia mais

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros Genética Clássica 1. Conceito: É a ciência voltada para o estudo da hereditariedade, bem como da estrutura e função dos genes. Características Fundamentais

Leia mais

ESTRUTURA POPULACIONAL

ESTRUTURA POPULACIONAL ESTRUTURA POPULACIONAL ESTRUTURA POPULACIONAL fluxo génico Selecção natural Processos ao acaso na transmisão dos alelos de uma geração para outra deriva genética Diferenças de frequências alélicas entre

Leia mais

Forças evolutivas. Definição de Evolução. Desvios de Hardy-Weinberg. Desvios de Hardy-Weinberg

Forças evolutivas. Definição de Evolução. Desvios de Hardy-Weinberg. Desvios de Hardy-Weinberg Definição de Evolução Forças evolutivas A definição operacional de evolução em nível de deme é mudança na freqüência alélica ou genotípica em gerações. Fatores ou processos que podem alterar a freqüência

Leia mais

LGN GENÉTICA. Aula 2 - Genética da Transmissão I. Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello

LGN GENÉTICA. Aula 2 - Genética da Transmissão I. Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello LGN 215 - GENÉTICA Aula 2 - Genética da Transmissão I Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello Departamento de Genética Escola Superior de Agricultura Luiz

Leia mais

Evolução determinística. Seleção Natural. Seleção Artificial Cruzamentos seletivos praticados pelo homem

Evolução determinística. Seleção Natural. Seleção Artificial Cruzamentos seletivos praticados pelo homem Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) Evolução determinística Natural Professor Fabrício R. Santos - UFMG Populações estão em EHW quando: tamanho populacional é infinito; acasalamento é totalmente ao acaso;

Leia mais

Segregação Monogênica: 1 a Lei de Mendel. Profa. Vanessa Kava

Segregação Monogênica: 1 a Lei de Mendel. Profa. Vanessa Kava Segregação Monogênica: 1 a Lei de Mendel Profa. Vanessa Kava 1a Lei de Mendel VOCÊ JÁ SABE QUE Os cromossomos situam-se no núcleo das células 1 cromossomo 1 molécula de DNA 1molécula de DNA vários genes

Leia mais

Aula 4 Sistemas Reprodutivos das Plantas Cultivadas e suas Relações com o Melhoramento

Aula 4 Sistemas Reprodutivos das Plantas Cultivadas e suas Relações com o Melhoramento Aula 4 Sistemas Reprodutivos das Plantas Cultivadas e suas Relações com o Melhoramento Piracicaba, 2013 1 -Introdução Na natureza as espécies vegetais podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente

Leia mais

QUESTÕES DE GENÉTICA - PROFESSORA: THAÍS ALVES 30/05/2015

QUESTÕES DE GENÉTICA - PROFESSORA: THAÍS ALVES 30/05/2015 QUESTÕES DE GENÉTICA - PROFESSORA: THAÍS ALVES 30/05/2015 01. Em situações problemas relacionadas à genética mendeliana, um dos cálculos probabilísticos utilizados é a aplicação da denominada regra da

Leia mais

Desequilíbrio de ligação

Desequilíbrio de ligação Desequilíbrio de ligação Associação não aleatória de alelos em loci diferentes. É um indicador sensível das forças da genética de populações que estruturam o genoma. Crescimento de métodos para avaliar

Leia mais

Seleção: Processo que dá preferência a certos indivíduos para a reprodução da geração seguinte.

Seleção: Processo que dá preferência a certos indivíduos para a reprodução da geração seguinte. SELEÇÃO Seleção: Processo que dá preferência a certos indivíduos para a reprodução da geração seguinte. Natural: implica na sobrevivência dos indivíduos mais aptos, que não são os mais fortes, mas sim

Leia mais

Ligação e Recombinação Gênica Elaboração de Mapas Cromossômicos QTLs e sua detecção

Ligação e Recombinação Gênica Elaboração de Mapas Cromossômicos QTLs e sua detecção Ligação e Recombinação Gênica Miguel H.A. Santana mhasantana@usp.br Genética Básica e Evolução (ZVM 0215) Quarta, 21 de Setembro 2016 Visão geral Meta Importância dos princípios que regem a diversidade

Leia mais

Genética de Populações. Prof. Anderson Moreira

Genética de Populações. Prof. Anderson Moreira Genética de Populações Prof. Anderson Moreira Genética de Populações É o estudo do conjunto de genes de uma população em dado momento (pool gênico), detectando suas variações ou sua estabilidade (equilíbrio

Leia mais

Primeira Lei de Mendel e Heredogramas

Primeira Lei de Mendel e Heredogramas Primeira Lei de Mendel e Heredogramas Primeira Lei de Mendel e Heredogramas 1. O heredograma refere-se a uma característica controlada por um único par de genes (A e a). Assim, em relação a esta característica,

Leia mais

Exercícios Genética e Evolução Curso: Tecnológicos Campus Palotina

Exercícios Genética e Evolução Curso: Tecnológicos Campus Palotina Exercícios Genética e Evolução Curso: Tecnológicos Campus Palotina Professor: Robson Fernando Missio 1ª Avaliação 1) Um pesquisador trabalhando com o melhoramento de milho realizou o cruzamento controlado

Leia mais

HERANÇA MONOGÊNICA. 1ª Lei de Mendel. Interações Alélicas

HERANÇA MONOGÊNICA. 1ª Lei de Mendel. Interações Alélicas HERANÇA MONOGÊNICA 1ª Lei de Mendel Interações Alélicas Introdução à Genética Mendeliana Conceito de gene (mas não o termo) => foi proposto pela 1ª vez por Gregor Mendel em 1865. Até então, a noção que

Leia mais

LGN 313 Melhoramento Genético

LGN 313 Melhoramento Genético LGN 313 Melhoramento Genético Professores: Antonio Augusto Franco Garcia José Baldin Pinheiro Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Genética - ESALQ/USP Segundo semestre - 2010

Leia mais

Neodarwinismo ou Teoria sintética de evolução

Neodarwinismo ou Teoria sintética de evolução Neodarwinismo ou Teoria sintética de evolução O desenvolvimento dos conhecimentos de genética e as novas descobertas sobre hereditariedade, permitiram fazer uma nova interpretação da teoria da evolução

Leia mais

Ligação, permuta e mapas genéticos: ligação e permuta genética, estimativa da freqüência de permuta

Ligação, permuta e mapas genéticos: ligação e permuta genética, estimativa da freqüência de permuta Universidade Federal de Pelotas FAEM - DZ Curso de Zootecnia Genética Aplicada à Produção Animal Ligação, permuta e mapas genéticos: ligação e permuta genética, estimativa da freqüência de permuta Após

Leia mais

Aula 5 Melhoramento de Espécies Alógamas

Aula 5 Melhoramento de Espécies Alógamas Aula 5 Melhoramento de Espécies Alógamas Piracicaba, 2012 1 Introdução Espécies alógamas: reprodução via fecundação cruzada (mais de 95% de cruzamentos) Exemplos: milho, girassol, cenoura, beterraba, brássicas

Leia mais

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 44 POLIALELIA

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 44 POLIALELIA BIOLOI - 2 o NO MÓDULO 44 POLILELI DN DN DN DN DN lelo lelo 1 lelo a lelo 2 lelo 3 Mutação Mutação FENÓIPOS Selvagem hinchila Hilmalaio lbino enótipos, c ch, c h, c c ch c ch, c ch c h, c ch c c h c h,c

Leia mais

Gregor Mendel. Nasceu em 1822, em Heinzendorf, República Tcheca.

Gregor Mendel. Nasceu em 1822, em Heinzendorf, República Tcheca. Herança Mendeliana Gregor Mendel Nasceu em 1822, em Heinzendorf, República Tcheca. Monastério de Mendel Estátua de Mendel ao fundo Canteiro de begônias vermelhas e brancas representando os padrões de herança.

Leia mais

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros EVOLUÇÃO Muitos acreditam que o homem é o ser vivo mais evoluído do planeta, de que ele veio do macaco e que a evolução sempre tem sentido de progresso. Evolução

Leia mais

SISTEMÁTICA VEGETAL. Aula 01: O Processo de Evolução

SISTEMÁTICA VEGETAL. Aula 01: O Processo de Evolução SISTEMÁTICA VEGETAL Aula 01: O Processo de Evolução INTRODUÇÃO Em 1831, Charles Darwin inicia sua viagem de cinco anos como naturalista do navio HMS Beagle. INTRODUÇÃO Por fornecer evidências meticulosamente

Leia mais

Aula: Genética I. (1ª e 2ª leis de Mendel e Polialelia).

Aula: Genética I. (1ª e 2ª leis de Mendel e Polialelia). Aula: Genética I (1ª e 2ª leis de Mendel e Polialelia). PROFESSOR: Brenda Braga DATA:26/06/2014 Conceitos Básicos A genética básica estuda os princípios da hereditariedade ou herança biológica. Gene =

Leia mais

Genética II: Ligação e a Teoria Cromossômica

Genética II: Ligação e a Teoria Cromossômica Genética II: Ligação e a Teoria Cromossômica Um indivíduo possui duas cópias de cada partícula de herança (gene). Essas duas cópias são separadas durante a formação dos gametas e juntam-se novamente quando

Leia mais

Genética Básica. Genética Mendeliana

Genética Básica. Genética Mendeliana Genética Básica Genética Mendeliana Coordenador Victor Martin Quintana Flores Gregor Johann Mendel 22 Julho 1822-6 Janeiro 1884 Cruzamento Hibridização Híbrido Planta de ervilha Traços constantes Facilidades

Leia mais

Defende que todas as espécies vivas foram criadas por ato divino.

Defende que todas as espécies vivas foram criadas por ato divino. TEORIAS EVOLUTIVAS CRIACIONISMO Predominante até a metade do séc. XIX. Defende que todas as espécies vivas foram criadas por ato divino. O FIXISMO é uma variante mais radical que propõe a criação dos seres

Leia mais

Ligação Gênica e Mapeamento

Ligação Gênica e Mapeamento Ligação Gênica e Mapeamento 09/02/2017 Profa. Dra. Angela Ikeda Adaptada da aula da Profa. Dra. Vanessa Kava 1 Princípio Mendeliano 2 Segregação Independente 3 Número de CROMOSSOMOS x Número de GENES 4

Leia mais

A perda da diversidade genética está geralmente associada com a endogamia e a redução geral na reprodução e sobrevivência (valor adaptativo).

A perda da diversidade genética está geralmente associada com a endogamia e a redução geral na reprodução e sobrevivência (valor adaptativo). 1 2 3 A perda da diversidade genética está geralmente associada com a endogamia e a redução geral na reprodução e sobrevivência (valor adaptativo). 4 A diversidade genética é manifestada por diferenças

Leia mais

Descreve a história da vida na Terra Investiga os processos responsáveis por essa história

Descreve a história da vida na Terra Investiga os processos responsáveis por essa história Aula 1 Evolução Biologia Evolutiva x Evolução Biológica O termo Evolução biológica refere-se ao processo de modificação e surgimento das espécies na Terra Biologia Evolutiva refere-se à disciplina que

Leia mais

Organismos em seus ambientes. Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho UESPI

Organismos em seus ambientes. Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho UESPI Organismos em seus ambientes Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho UESPI Em biologia, nada tem sentido, exceto à luz da evolução (Theodosius Dobzhansky) O significado da Adaptação É muito comum dizermos

Leia mais

LGN215 - Genética Geral

LGN215 - Genética Geral LGN215 - Genética Geral Aula 6: Ligação II Prof. Dr. Antonio Augusto Franco Garcia Colaboradora: Maria Marta Pastina Piracicaba SP Ligação 2ª lei de Mendel: Lei da Segregação Independente Para genes situados

Leia mais

Noções de Genética: COLÉGIO DIOCESANO SERIDOENSE CURSINHO PRÉ-ENEM PROFESSORA: MSc MONYKE LUCENA

Noções de Genética: COLÉGIO DIOCESANO SERIDOENSE CURSINHO PRÉ-ENEM PROFESSORA: MSc MONYKE LUCENA Noções de Genética: COLÉGIO DIOCESANO SERIDOENSE CURSINHO PRÉ-ENEM PROFESSORA: MSc MONYKE LUCENA Noções de Genética: Genética: É o estudo da hereditariedade. Hereditariedade: fenômeno que explica as semelhanças

Leia mais

Karla Yotoko. 9 de outubro de 2009

Karla Yotoko. 9 de outubro de 2009 Introdução à Genética de Populações Karla Yotoko 9 de outubro de 2009 1 Sumário 1 Equilíbrio de Hardy-Weiberg 6 1.1 Introdução............................. 6 1.2 Definição de População......................

Leia mais

Ligação, Recombinação e Mapeamento gênico em eucariotas

Ligação, Recombinação e Mapeamento gênico em eucariotas Ligação, Recombinação e Mapeamento gênico em eucariotas A lei da segregação independente estelece que: Em um cruzamento envolvendo mais de um gene, os genes diferentes se separam ou segregam independentemente

Leia mais

Herança Monogênica. Homem Genética 6000 anos atrás = luta pela sobrevivência (seleção de plantas e animais)

Herança Monogênica. Homem Genética 6000 anos atrás = luta pela sobrevivência (seleção de plantas e animais) Herança Monogênica Introdução: Homem Genética 6000 anos atrás = luta pela sobreiência (seleção de plantas e animais) Transmissão de características hereditárias Hipóteses Início do século passado: redescobrimento

Leia mais

Seleção Natural. Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade

Seleção Natural. Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade Seleção Natural Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade Aluna: Michelle Andrade Furtado Profº Dalton e Profª Silvana Definição Seleção Natural pode ser definida

Leia mais

COMO OCORRE A ESPECIAÇÃO?

COMO OCORRE A ESPECIAÇÃO? COMO OCORRE A ESPECIAÇÃO? 1 - aparecimento de variantes genéticas 2 - reprodução preferencial entre os seus possuidores (devido a barreiras ou selecção) 3 - isolamento reprodutivo 4 - diferenciação a vários

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE Processo seletivo PPGECB - 2013 Prova de conhecimentos em Ecologia e Evolução CPF do candidato: MS ( ) DR ( ) Instruções para a prova: 1) Não coloque NOME nas folhas de prova em hipótese alguma. Sua única

Leia mais

BIO 208 Processos Evolutivos Prática 2

BIO 208 Processos Evolutivos Prática 2 Roteiro de Atividade Aula Prática Neste roteiro de aula prática iremos analisar o efeito da seleção em populações infinitas, Na aula seguinte, analisaremos resultados de processos combinados, tal como

Leia mais

Seleção Natural. Seleção Natural. Seleção Natural. Valor Adaptativo ( Fitness )

Seleção Natural. Seleção Natural. Seleção Natural. Valor Adaptativo ( Fitness ) eleção Natural eleção Natural: obrevivência e reprodução diferencial de indivíduos na população Valor daptativo: progênie gerada que sobrevive e reproduz na próxima geração eleção natural requer variação

Leia mais

Mapas de Ligação e de. Marcadores Moleculares a Programas de Melhoramento

Mapas de Ligação e de. Marcadores Moleculares a Programas de Melhoramento Mapas de Ligação e de Desequilíbrio, Identificação de QTL e Integração de Marcadores Moleculares a Programas de Melhoramento de Alógamas Prof. José Marcelo Soriano Viana DBG/UFV População (Geração 0) Fragmentos

Leia mais

Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Biologia Geral

Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Biologia Geral Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Biologia Geral 1 Genética de Populações Evolução Orgânica - Bio 340 Profa. Karla Yotoko 2 Capítulo 1 Introdução à Genética de Populações Equilíbrio

Leia mais

EVOLUÇÃO: IDÉIAS E EVIDÊNCIAS. Professor Fláudio

EVOLUÇÃO: IDÉIAS E EVIDÊNCIAS. Professor Fláudio EVOLUÇÃO: IDÉIAS E EVIDÊNCIAS Professor Fláudio EVIDÊNCIAS DE EVOLUÇÃO EVOLUÇÃO conjunto de processos que levam a modificações nos seres vivos ao longo do tempo, podendo dar origem a novas espécies Entender

Leia mais

UM JOGO DE BOLINHAS: ENTENDENDO O TEOREMA DE HARDY-WEINBERG

UM JOGO DE BOLINHAS: ENTENDENDO O TEOREMA DE HARDY-WEINBERG UM JOGO DE BOLINHAS: ENTENDENDO O TEOREMA DE HARDY-WEINBERG Alan Bonner da Silva Costa (Laboratório de Genética Marinha e Evolução - Departamento de Biologia Marinha - Instituto de Biologia - UFF - Bolsista

Leia mais

Extensão da herança Mendeliana

Extensão da herança Mendeliana Extensão da herança Mendeliana Genética Básica Licenciatura em Biologia Victor Martin Quintana Flores Diferentes Tipos de padrões de herança mendeliana Mendeliana simples Herança: Este padrão é comumente

Leia mais

Aula 4: Genética da Transmissão III

Aula 4: Genética da Transmissão III LGN215 - Genética Geral Aula 4: Genética da Transmissão III Prof. Dr. Antonio Augusto Franco Garcia Monitora: Maria Marta Pastina Experimentos de Mendel Inicialmente, Mendel estudou cruzamentos considerando

Leia mais

AU04. Ligação gênica: segregação dependente. Bruna Mayumi Sugita. Doutoranda PPG-GEN

AU04. Ligação gênica: segregação dependente. Bruna Mayumi Sugita. Doutoranda PPG-GEN AU04 Ligação gênica: segregação dependente Bruna Mayumi Sugita Doutoranda PPG-GEN brunasugita@gmail.com Leis de Mendel (1865) Primeira Lei de Mendel Cada característica é determinada por um par de fatores

Leia mais

seleção natural. A seleção natural atua sobre a variabilidade selecionando os mais aptos.

seleção natural. A seleção natural atua sobre a variabilidade selecionando os mais aptos. Mutação gênica, recombinação gênica e seleção natural. Variabilidade genética A seleção natural atua sobre a variabilidade selecionando os mais aptos. Nas diversas populações de uma mesma espécie, os indivíduos

Leia mais

PRINCÍPIOS MENDELIANOS: SEGREGAÇÃO ALÉLICA E INDEPENDENTE

PRINCÍPIOS MENDELIANOS: SEGREGAÇÃO ALÉLICA E INDEPENDENTE PRINCÍPIOS MENDELIANOS: SEGREGAÇÃO ALÉLICA E INDEPENDENTE Prof a. Dr a. Jaqueline Carvalho de Oliveira Mendel O monge Gregor Mendel (1822-1884), República Tcheca Experimentos com ervilhas Fonte Wikipedia

Leia mais

QUESTÕES OBJETIVAS. 1) Uma das formas de controle populacional é o uso de métodos contraceptivos. Analise as afirmativas a seguir.

QUESTÕES OBJETIVAS. 1) Uma das formas de controle populacional é o uso de métodos contraceptivos. Analise as afirmativas a seguir. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Uma das formas de controle populacional é o uso de métodos contraceptivos. Analise as afirmativas a seguir. I) A camisinha e o diafragma têm como fundamento de sua ação contraceptiva

Leia mais

1º trimestre Sala de Estudos - Biologia Ensino Médio 2º ano classe: Prof. Gustavo Baviera Nome: nº

1º trimestre Sala de Estudos - Biologia Ensino Médio 2º ano classe: Prof. Gustavo Baviera Nome: nº 1º trimestre Sala de Estudos - Biologia Ensino Médio 2º ano classe: Prof. Gustavo Baviera Nome: nº Codominância 1. Em uma espécie de planta, o caráter cor da flor tem codominância e herança mendeliana.

Leia mais

Exercícios de Especiação

Exercícios de Especiação Exercícios de Especiação 1. (UEPB) Vários conceitos são utilizados para definir uma espécie. De maneira geral podemos dizer que uma espécie representa um conjunto de indivíduos com potencial, em condições

Leia mais

Plano da Intervenção

Plano da Intervenção Plano de Intervenção Jogo da Evolução Jessica Queretti Pereira Plano da Intervenção CONTEXTUALIZAÇÃO Evolução é o processo pelo qual todas as formas de vida se modificam ao longo das gerações. Pode ser

Leia mais

2

2 1 2 3 4 5 Populações que obedecem a todas estas premissas são chamadas de populações em equilíbrio. Embora, provavelmente, não existam, na natureza, populações que preencham todos os requisitos do equilíbrio,

Leia mais

LGN GENÉTICA. Aula 3 - Genética da Transmissão II. Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello

LGN GENÉTICA. Aula 3 - Genética da Transmissão II. Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello LGN 215 - GENÉTICA Aula 3 - Genética da Transmissão II Antonio Augusto Franco Garcia Filipe Inácio Matias Marianella F. Quezada Macchiavello Departamento de Genética Escola Superior de Agricultura Luiz

Leia mais

Deriva Genética. (Genetic drift)

Deriva Genética. (Genetic drift) Deriva Genética (Genetic drift) => Primeiros trabalhos demonstrando a existência de deriva genética, em 1954, pelos Profs. Warwick Kerr e S. Wright: Um dos fundadores da Teoria Sintética da Evolução i)

Leia mais

Capítulo 4 Fontes de Variação

Capítulo 4 Fontes de Variação Capítulo 4 Fontes de Variação Mutação: Para que uma população esteja e se mantenha em equilíbrio de Hardy-Weinberg, é necessário que atenda a uma série de pressupostos (ver capítulo ). Em caso positivo,

Leia mais

Trabalho de Recuperação final

Trabalho de Recuperação final NOME Nº 3 a SÉRIE Trabalho de Recuperação final 1) Esquematize as fases da mitose e descreva os eventos nela ocorridos. Fases Eventos Esquemas Valor da atividade Nota 10,0 DATA / / 2) Esquematize as fases

Leia mais