Introdução ao Acoplamento Cromatografia Líquida Espectrometria de Massas. Amadeu Hoshi Iglesias.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Introdução ao Acoplamento Cromatografia Líquida Espectrometria de Massas. Amadeu Hoshi Iglesias. amadeu_iglesias@waters.com"

Transcrição

1 Introdução ao Acoplamento Cromatografia Líquida Espectrometria de Massas Amadeu Hoshi Iglesias Waters Technologies do Brasil, Barueri, SP Resumo Com o desenvolvimento das fontes de ionização a pressão atmosférica a partir do final da década de 80, o acoplamento Cromatografia Líquida (LC) Espectrometria de Massas (MS) aumentou consideravelmente a capacidade analítica dos laboratórios. Pesquisadores acostumados aos detectores ópticos convencionais se beneficiaram do potencial analítico da MS do ponto de vista de sensibilidade, seletividade, velocidade de análise e facilidade no desenvolvimento de métodos analíticos. Em virtude desses benefícios, esse texto visa explorar alguns aspectos fundamentais de MS (definições, instrumentação, Espectrometria de Massas Sequencial - MSMS), seu acoplamento a LC e as vantagens proporcionadas pela utilização de partículas sub-2 µm na Cromatografia Líquida de UltraPerformance (UPLC). Finalmente, será brevemente abordado o desenvolvimento de métodos quantitativos em matrizes complexas, utilizando equipamentos do tipo Triplo Quadrupolo em experimentos de Monitoramento de Reações Múltiplas (MRM). 1

2 1 Introdução De acordo com a IUPAC, a Espectrometria de Massas (MS) é definida como o estudo da matéria pela formação de íons em fase gasosa e posteriormente caracterizados por um Espectrômetro de Massas de acordo com sua massa, carga, estrutura ou propriedades fisico-químicas (IUPAC Gold Book). O resultado de uma análise por MS se dá pela forma de um espectro, onde a abscissa corresponde à razão entre a massa e o número de cargas do íon (m/z) e a ordenada está relacionada à sua intensidade. A m/z tem como unidade o Dalton (Da). Em virtude do alto grau informativo das análises, MS pode ser utilizada tanto qualitativamente (ou seja, para identificação de composição elementar de compostos e elucidação estrutural) quanto como para análises quantitativas, em geral onde se buscam determinar analitos nos níveis de traços em matrizes complexas. O espectro de MS apresenta, além da m/z do composto de interesse, o sinal referente ao padrão isotópico do analito, que por sua vez é resultante do padrão isotópico dos átomos constituintes do composto. Com isso, essa informação pode ser utilizada para prever a presença de alguns átomos com padrões isotópicos bem característicos (Cl, Br, S, dentre outros). Além disso, o espectro de MS também pode, dependendo das condições de aquisição, apresentar sinais referentes à fragmentação do íon originalmente gerado na fonte. Esses fragmentos por sua vez podem ser muito úteis tanto do ponto de vista qualitativo, fornecendo informações auxiliares para elucidação estrutural, quanto quantitativo, no sentido de aumentar a seletividade do método analítico. Finalmente, em virtude do seu caráter universal, o espectro de MS em geral apresenta sinal de outras espécies que são simultaneamente ionizadas ao analito de interesse. Nesse caso é importante ressaltar que a relação de intensidade entre dois íons diferentes no espectro não está diretamente relacionada às concentrações relativas do mesmo em solução, visto o caráter intrinsicamente não-quantitativo da técnica. Assim como em outras técnicas, alguns parâmetros em MS devem ser considerados quando visa-se um determinado objetivo analítico. No caso de MS essa questão é aparentemente mais crítica em virtude do fato que diferentes instrumentos apresentam diferenças significativas nesses parâmetros e, paralelamente a isso, apresentam também diferenças significativas de preços. Desse modo, não é incomum um equipamento de MS de baixo valor relativo ser mais útil que um equipamento com preço superior a 10 vezes maior. Um dos parâmetros mais importantes a ser considerado é a Exatidão de Massas, dada pela diferença entre as massas teórica e obtidas experimentalmente. Esse valor pode ser expresso tanto no modo absoluto (simplesmente pela diferença, expressa como Da ou mais comumente mda) como relativo (em unidades de partes por milhão, ppm), de acordo com a expressão abaixo: Δm = [(m E m T )/m T ] x 10 6 onde m E e m T são, respectivamente, as massas Experimental e Teórica. Alguns Espectrômetros de Massas tem a capacidade de fornecer a massa do composto de interesse com erros inferiores a 5 ppm; essas condições são fundamentais toda vez que se deseja publicar/patentear uma nova molécula (Webb et al, 2004). Esses dados são de grande valia, uma vez que se a massa de um composto desconhecido for medida com exatidão suficiente, sua fórmula molecular pode ser obtida sem nenhum outro tipo de conhecimento prévio do analito de interesse; essa 2

3 informação pode ser ainda mais exata caso a relação de intensidade entre os íons do padrão isotópico sejam medidos adequadamente (Kind et al, 2006). Outro parâmetro de grande importância em análises por MS é a Resolução, que consiste na capacidade de um Espectrômetro de Massas separar dois íons distintos (IUPAC Gold Book). Embora a classificação seja um tanto quanto controversa, Espectrômetros de Massas são divididos entre equipamentos de baixa e alta resolução. A Resolução é um parâmetro adimensional, definido pela razão entre a massa medida e a largura do sinal a meia-altura; tipicamente, equipamentos de baixa resolução apresentam esse parâmetro inferior a 2000, enquanto equipamentos de alta resolução podem chegar a valores acima de 1x10 6 (Marshall et al, 1998). Importante salientar que, em geral, independente do tipo de equipamento, Resolução e Sensibilidade são parâmetros que variam inversamente: quanto maior a Resolução, menor a Sensibilidade. Desse modo, esses parâmetros devem ser ajustados levando-se em conta o objetivo analítico. Além disso, a Resolução também afeta a Exatidão de Massas: caso na medida de massa exata haja um interferente isóbaro não-resolvido, o centro de massas do composto de interesse é afetado e portanto a exatidão de massas pode não ser suficiente. Outro parâmetro de extrema importância, comum a todas as técnicas analíticas é a Sensibilidade, dada pela inclinação da curva de resposta de um determinado analito com o aumento da concentração. Em virtude da complexidade da técnica de MS quando comparada a outros detectores acoplados a LC, é importante que a Sensibilidade seja sempre descrita em função dos parâmetros detalhados de aquisição (equipamento, voltagens, modo de aquisição) e processamento (suavização, região de ruído), de modo que diferentes experimentos possam ser comparados com relação a esse parâmetro. 2 Instrumentação Todo equipamento de MS é composto basicamente das seguintes partes: Sistema de Introdução de Amostras, Fonte de Ionização, Analisador de Massas e Detector (Figura 1). Além disso, como será colocado posteriormente, alguns equipamentos apresentam dois Analisadores de Massas separados por uma Câmara de Colisão. Algumas Fontes de Ionização (em geral, as mais utilizadas para acomplamento com LC) trabalham a pressã atmosférica; por outro lado, Analisadores e Detectores estão sempre sob vácuo, que pode variar de 10-3 a mbar. Em virtude do caráter universal de MS (para que o analito seja passível de análise por MS, basta que o mesmo possa ser ionizado), sua versatilidade se destaca pelos diferentes tipos de sistemas de inserção de amostras, que podem ser sólidas, líquidas ou até mesmo gasosas. Com isso, o sistema de introdução pode variar desde uma simples bomba de seringa a sistemas de Cromatografia Gasosa (GC), HPLC, UPLC, Eletroforese Capilar (CE) e Cromatografia de Fluido Supercrítico (SFC). 3

4 Figura 1. Esquema de um Espectrômetro de Massas. 2.1 Fontes de Ionização A Fonte de Ionização é a parte do equipamento responsável por converter os analitos de interesse em íons em fase gasosa, pré-requisito fundamental para qualquer análise por MS. A compreensão dos mecanismos envolvidos na ionização de cada uma das fontes é de extrema importância, já que isso define quais são os analitos possíveis de serem analisados. Na maioria dos equipamentos comerciais, algumas fontes de ionização podem ser facilmente substituídas, aumentando ainda mais a capacidade analítica dos mesmos. A ionização pode ocorrer tanto no modo positivo quanto negativo, dependendo das características do analito de interesse, e em geral ocorre de uma das seguintes formas: i) ejeção ou captura de elétrons, formando espécies conhecidas como íon molecular (M + ou M - ); ou ii) protonação ou desprotonação (adição ou remoção de um íon H + ), levando a formação de moléculas protonadas ou desprotonadas. A Fonte de Ionização mais comumente utilizada para o acoplamento LC-MS é a de Electrospray (ESI), descrita inicialmente por Fenn (Yamashita et al, 1984). Basicamente, analitos em solução (em geral, o efluente da coluna cromatográfica é diretamente conectada à Fonte) são ionizados quando atravessam um capilar metálico, onde uma voltagem é aplicada (Figura 2). Em geral, no caso de analitos básicos, é adicionado um aditivo à fase móvel com o objetivo de auxiliar a protonação do mesmo; esses aditivos devem ser voláteis e presentes em baixas concentrações, afim de se evitar que o mesmo interfira no processo de ionização do analito (processo esse conhecido como supressão de ionização) (Trufelli et al, 2010). Ainda no processo de ionização em modo positivo, é aplicada ao capilar uma voltagem positiva, da ordem de kv, que tem como objetivo 4

5 neutralizar os contra-íons negativos. Como resultado desse processo, ao fim do capilar são geradas pequenas gotas que contém além da fase móvel, íons carregados positivamente em excesso. Nessa região do Espectrômetro de Massas, coaxialmente ao fluxo da fase móvel, é aplicado um gás com alto fluxo e temperatura (em geral N 2, com fluxos superiores a 500 L/h e temperaturas superiores a 350º. C). Esse gás, conhecido como gás de dessolvatação, tem como objetivo eliminar as moléculas de solvente, diminuindo as gotas previamente formadas até o limite onde a repulsão entre as cargas positivas, localizadas preferencialmente na superfície das mesmas, supere a força de coesão dessa gota (tensão superficial). Nesse momento, cargas positivas são ejetadas da gota, levando a formação dos íons positivos de interesse. No caso de análise em modo negativo, o fenômeno ocorre de modo semelhante, mas as polaridades são alteradas kv + - HighVoltagePower Suply Counter Electrode Figura 2. Esquema da Fonte de Ionização por Electrospray. Em virtude do processo descrito acima, em geral se faz necessário o uso de água na composição de solventes para favorecer a separação das cargas. Além disso, para favorecer a separação cromatográfica, usa-se um solvente orgânico miscível com água (acetonitrila e/ou metanol). No caso de ESI positivo, pode-se adicionar ácidos voláteis para favorecer a protonação do analito; os mais comuns são ácido fórmico ou acético. Já no caso de ESI negativo, utiliza-se hidróxido de amônio para favorecer a desprotonação. Além disso, pode-se utilizar tampões voláteis para controle do ph, sendo os exemplos mais comuns acetato e formiato de amônio. Todos esses aditivos devem ser adicionados em baixas concentrações para evitar a supressão da ionização desses compostos. Pelas características do processo descrito, ESI se aplica muito bem a compostos de polaridade média a alta, daí sua extensa aplicabilidade nos campos farmacêutico, de alimentos, produtos naturais, dentre outros (Cahill et al, 2004; Cerny et al, 2003; Strege, 1999). Além disso, pelo fato de a ionização ocorrer em solução, é comum íons de alta massa molecular (superior a 1000 Da) e com mais de um sítio de ionização aparecerem multi-carregados, tornando possível a análise de moléculas de altíssimo peso molecular em diferentes Analisadores de Massas (Fenn, 2003). No caso de moléculas de polaridade média a baixa, ESI pode não apresentar uma resposta adequada para o fim analítico de interesse. Com isso, surge uma técnica de ionização alternativa, Ionização Química a Pressão Atmosférica (APCI) (Carroll et at, 1975). Nesse caso, diferentemente de ESI, o analito é primeiramente 5

6 volatilizado (o que requer que o mesmo apresente certa estabilidade térmica) e posteriormente ionizado. Isso acontece por meio de uma sonda com um capilar de sílica fundido envolto por uma resistência; a essa é aplicada uma corrente que eleva a temperatura do meio, levando à vaporização da fase móvel. O analito em fase gasosa é então direcionado a uma agulha metálica (Agulha Corona), onde é aplicada alta corrente que induz a ionização. Inicialmente são ionizadas as moléculas mais presentes no meio (N 2, visto que a ionização ocorre a pressão atmosférica), que posteriormente transferem carga para os analitos de interesse por meio de uma cascata de reações íon-molécula. Com isso, APCI é uma técnica mais fácil para transferência de métodos que utilizam colunas de HPLC convencionais (i.d. 4.6 mm, fluxo de 1 ml/min), pelos seguintes motivos: i) como a ionização ocorre em fase gasosa, as restrições com relação a possíveis solventes utilizados na LC é menor que em LC; ii) APCI tem resposta ótima com fluxos maiores que ESI. Desse modo, ESI e APCI são técnicas altamente complementares, já que APCI fica restrita a moléculas termoestáveis, de baixo peso molecular. Uma outra alternativa para compostos ainda mais apolares é a Fonte de Fotoionização a Pressão Atmosférica (APPI) (Robb et al, 2000). Nesse caso, a sonda é a mesma que a descrita anteriormente para APCI (capilar de sílica com uma resistência em volta), mas no lugar da Agulha Corona tem-se uma lâmpada de UV. A radiação emitida tem energia suficiente para ionizar compostos altamente insaturados ou aromáticos; no caso de analitos que não apresentem essas características, pode-se utilizar a ionização indireta, onde um dopante (em geral tolueno ou acetona) de fácil fotoionização é adicionado à fase móvel. Após ser ionizado, esse dopante transfere carga aos analitos por meio de reações íon-molécula. 2.2 Analisadores de Massas O Analisador de Massas é a parte de um Espectrômetro responsável por separar os íons de acordo com sua m/z. Conforme mencionado anteriormente, os Analisadores são basicamente separados de acordo com a resolução que podem atingir na medida de massas. Assim como no caso das Fontes de Ionização, a compreensão do funcionamento dos Analisadores é indispensável, uma vez que eles determinam quais os tipos de análise podem ser realizadas no equipamento e quais as limitações em cada caso. O analisador mais comumente utilizado em análises quantitativas é o Quadrupolo (Ferguson et al, 1965). Esse analisador consiste basicamente de quatro barras paralelas, onde as barras opostas são conectadas ao mesmo potencial elétrico (Figura 2A). A essas barras paralelas são aplicadas dois tipos de voltagens diferentes, DC e RF, o que causa uma transmissão seletiva dos íons de acordo com a m/z. Em outras palavras, essas voltagens podem ser ajustadas para transmissão de somente um íon de interesse (modo seleção) ou varridas, de modo a se obter um espectro de massas (modo varredura ou Scan) (Figura 2B). A capacidade de filtrar íons de acordo com a m/z confere altíssima sensibilidade a esse tipo de Analisador, o que explica sua alta utilização em análises quantitativas. Por outro lado, Quadrupolos são limitados do ponto de vista quantitativo, visto que apresentam baixa exatidão de massas (tipicamente massas medidas com Quadrupolos apresentam exatidão de uma casa decimal) e baixa resolução (resolução unitária). 6

7 Figura 3. (A) Esquema de um Analisador do tipo Quadrupolo. (B) Gráfico de Estabilidade de íons de acordo com as voltagens aplicadas nas barras. Uma alternativa aos Quadrupolos, quando se desejam espectros com alta exatidão e resolução, são Analisadores do tipo Tempo de Voo (TOF) (Stephens, 1946). TOFs consistem basicamente de tubos metálicos sob vácuo e isolados do campo externo. Íons são inicialmente acelerados em direção ao detector por meio de um potencial repulsivo aplicado em um dispositivo localizado no início do Tof. O tempo que um íon demora para alcançar o detector é proporcional à raiz quadrada da m/z, ou seja, quanto maior o íon, mais tempo ele leva para percorrer o comprimento do tubo. Laser Reflectron Detector Figura 4. Esquema de um Analisador do tipo TOF Reflectron. A configuração mencionada anteriormente é conhecida como TOF Linear, onde os íons são diretamente direcionados ao detector. Em virtude da dispersão de tempo, posição e energia cinética dos íons no momento da aceleração, essa configuração é limitada do ponto de vista de resolução. Uma configuração mais comum, que visa corrigir essas distorções, é conhecida como Reflectron (Mamyrim et al, 1973) (Figura 4). Nesse caso, os íons tem sua direção alterada por meio de potenciais elétricos, de modo que íons de mesma m/z que inicialmente se encontravam dispersos, cheguem ao mesmo tempo no detector, localizado no ponto focal desse espelho eletrostático. 7

8 2.3 Detectores Detectores são os dispositivos responsáveis por converter o feixe de íons em sinal elétrico, posteriormente processado pelo sistema de dados do computador de aquisição. O sistema de detecção mais comumente encontrado em sistemas de MS é a Multiplicadora de Elétrons, onde os íons são convertidos em elétrons por meio de um Dinodo de Conversão. Esses elétrons são direcionados a um dispositivo sensível aos mesmos, onde a incidência de um elétron leva a geração de muitos outros, aumentando o sinal exponencialmente. Embora sejam muito sensíveis e lineares, esses detectores apresentam vida útil relativamente curta em função do desgaste da superfície amplificadora do sinal, que também causa a necessidade de calibração frequente do mesmo. Uma alternativa é o uso de Fotomultiplicadoras, cujo processo inicial da conversão de íons em elétrons é muito semelhante à descrita anteriormente. Nesse caso entretanto, essas partículas são direcionadas a uma superfície que libera fótons mediante incidência dos elétrons e essa radiação é medida nesse caso. Para analisadores do tipo TOF, classicamente são usados detectores digitais do tipo Placas Multicanal (MCP). MCPs são placas contendo milhares de pequenos canais com efeito amplificador semelhante a de Multiplicadora de Elétrons. Embora apresentem altíssima sensibilidade, alta velocidade de aquisição e baixo ruído eletrônico, esses detectores são bem limitados do ponto de vista quantitativos, por saturarem facilmente e apresentarem baixa sensibilidade. Recentemente, foi desenvolvido um novo tipo de detector híbrido Analógico x Digital (ADC), que conferiu aos Tofs excelentes características quantitativas aliadas às capacidades qualitativas do mesmo. 3 Espectrometria de Massas Sequencial (MSMS) Uma das características em comum das três Fontes de Ionização (ESI, APCI e APPI) mencionadas anteriormente está relacionada à transferência de energia ao analito no processo de ionização. Em todos esses casos, a ionização é dita suave, ou seja, não costuma induzir fragmentação do analito. Essa característica pode ser interessante quando se busca avaliar a presença de diferentes compostos no espectro (por facilitar a visualização/atribuição das espécies) e determinar a massa exata do composto. Entretanto, quando se deseja obter informações estruturais ou aumentar a seletividade de métodos quantitativos, a fragmentação passa a ser desejada. Nesse caso, isso ocorre em condições muito bem controladas dentro do próprio MS, em dispositivos conhecidos como Câmara de Colisão ou dentro do próprio Analisador (no caso de Ion Traps). Essa fragmentação se dá por meio de colisões do analito de interesse, com um gás neutro (em geral, Ar ou N 2 ). A Figura 5 apresenta um esquema de um equipamento do tipo Triplo Quadrupolo; embora tenham esse nome, esses equipamentos apresentam apenas 2 Quadrupolos. Essa denominação foi mantida por motivos históricos, já que nos primeiros equipamentos desse tipo, a Câmara de Colisão também era um Quadrupolo. Em virtude de sua baixa eficiência nessa função, Quadrupolos foram substituídos por outros dispositivos mais apropriados. 8

9 Figura 5. Esquema de um equipamento do tipo Triplo Quadrupolo, onde os dois Analisadores estão separados por uma Câmara de Colisão. O tipo de equipamento demonstrado acima consiste num dos mais versáteis sistemas de MSMS, já que ambos os Quadrupolos podem, dependendo dos resultados necessários, trabalhar nos modos Varredura ou Seleção. O experimento mostrado nesse caso é conhecido como Varredura de Íons Produtos (ou Íons Fragmentos), onde o primeiro Quadrupolo seleciona somente o íon de interesse, que será fragmentado na Câmara de Colisão e esses fragmentos são separados de acordo com a m/z no segundo Quadrupolo. Esse tipo de experimento é extremamente utilizado para elucidação estrutural, onde se deseja, por meio de um espectro de fragmentação, caracterizar os grupos funcionais do analito de interesse. Outros modos de aquisição em MSMS com fins qualitativos são os modos de Varredura de Íons Precursores (PIS) e Varredura de Perda Neutra (NL). Esses experimentos são utilizados para buscar compostos que apresentem fragmentos em comum, em geral compostos estruturalmente relacionados (Mazzarino et al, 2010). Em ambos os casos, o primeiro Quadrupolo opera no modo Varredura, a diferença está no segundo Quadrupolo: no caso do fragmento em comum ser iônico, utiliza-se o modo PIS e esse Analisador seleciona essa massa. No caso do fragmento em comum ser neutro, o MS não consegue detectar essa espécie; nesse caso, o segundo Quadrupolo também opera no modo Varredura, mas agora com uma diferença de massas de varredura para o primeiro correspondente à massa do fragmento neutro. 4 Acoplamento LC-MSMS No caso de experimentos com fins quantitativos, é utilizado o modo de aquisição conhecido como Monitoramento Múltiplo de Reações, MRM. Nesse caso, ambos os Quadrupolos operam no seu modo mais sensível (Seleção) (Figura 6). 9

10 Figura 6. Esquema de um equipamento do tipo Triplo Quadrupolo, operando no modo MRM. O primeiro passo no desenvolvimento de um método de MRM consiste na determinação das melhores condições de análise dos analitos de interesse. Nesse ponto, é fundamental que seja feita a escolha da Fonte de Ionização mais apropriada, visto que isso é fundamental para maximizar a resposta do composto de interesse. Em alguns casos, dependendo da estrutura da molécula, essa escolha não é trivial e portanto é interessante testar as Fontes disponíveis nos modos positivo e negativo. Caso o composto apresente bom sinal em diferentes Fontes ou modos, pode-se avaliar essa resposta nas condições de análise (em cromatografia, na presença de matriz), que podem mudar completamente esse panorama. Uma vez determinada a melhor opção de Fonte, o próximo passo consiste na maximização da resposta do composto. Em geral, esse procedimento é realizado por meio de infusão do padrão de interesse no MS, onde busca-se aumentar a eficiência de ionização e dessolvatação, transferindo a maior quantidade possível dos íons gerados para dentro do sistema de vácuo do equipamento, minimizando fragmentações nessa etapa. Vale ressaltar que, embora nos sistemas mais modernos essa etapa seja relativamente automatizada, esse é um dos grandes gargalos no desenvolvimento de métodos de MRM: cada composto deve ter suas condições de ionização otimizadas individualmente. Recomenda-se que esse processo seja realizado co-infundindo fase móvel em condições (composição, fluxo) semelhantes às que serão utilizadas na análise, já que alguns parâmetros da ionização (voltagem do capilar no caso de ESI, fluxo e temperatura dos gases) são altamente dependentes dos solventes utilizados. A próxima etapa do desenvolvimento de MRMs consiste na determinação da massa dos fragmentos e nas condições que maximizem esse sinal. Nesse ponto, duas questões são relevantes: a intensidade do fragmento e a sua especificidade; a intensidade está relacionada à sensibilidade que pode ser alcançada pelo método, mas nem sempre o fragmento mais intenso será o que proporcionará a resposta mais sensível. Fragmentos de massas baixas são, em geral, pouco seletivos, e portanto o ruído químico é mais alto que um fragmento maior. Como a sensibilidade é definida pela S/N, um fragmento menos intenso mas mais seletivo pode conferir maior sensibilidade. Outras fragmentações pouco seletivas (e portanto suscetíveis a altos ruídos químicos) 10

11 correspondem a perda de água (-18 Da), amônia (-17 Da) e dióxido de carbono (-44 Da). Como o ruído químico é altamente dependente da matriz, no caso de moléculas que apresentem muitos fragmentos, é interessante testálos na presença desses interferentes, pois os resultados obtidos podem ser surpreendentemente diferentes dos obtidos em solução padrão. Em geral, dependendo do propósito do método e, consequentemente, da regulamentação aplicada a ele (Stolker et al, 2000), é necessário monitorar dois fragmentos para o mesmo analito, sendo que isso confere maior confiabilidade na identificação do composto: como até a coluna cromatográfica só existe o precursor, ambos os fragmentos (gerados na Câmara de Colisão) devem ter o mesmo tempo de retenção; caso contrário, o sinal obtido será um falso positivo. Uma vez que todas as condições de análise foram otimizadas do ponto de vista de MS, a próxima etapa consiste no desenvolvimento do método cromatográfico. Conforme mencionado anteriormente, MS (em especial ESI) está bem limitada com relação a escolha de fase móvel, principalmente quando comparados aos detectores ópticos. Conforme mencionado anteriormente, em geral utilizam-se aditivos para auxiliar o processo de ionização. Essa etapa é crítica, visto que esses aditivos devem ser sempre voláteis e adicionados em pequenas quantidades para evitar a supressão da ionização. Ao mesmo tempo, esses aditivos podem mudar completamente o tempo de retenção e principalmente a resposta dos analitos de modo não instintivo. Há muitos casos de ionização em modo negativo onde utiliza-se ácido fórmico como aditivo (Liu et al, 2010); além disso, recentemente há na literatura uma tendência para utilização de fases móveis com ph elevado mesmo para análises em modo positivo (Rainville et al, 2012). O advento do UPLC contribuiu significativamente para o avanço no desenvolvimento de métodos quantitativos mais complexos, envolvendo maior número de analitos em concentrações mais baixas e matrizes mais complexas (Lacina et al, 2010). A utilização de partículas sub-2 µm confere maior resolução cromatográfica, facilitando a separação de analitos dos interferentes, consequentemente minimizando o tempo de desenvolvimento de método, reduzindo também o consumo de solvente. Além disso, como os analitos eluem da coluna em um espaço de tempo menor, sua concentração efetiva na fonte de ionização é consideravelmente aumentada, contribuindo para o atingimento de LOQs significativamente mais baixos. Uma vez desenvolvido o método de LC-MSMS, uma das questões mais complexas consiste na avaliação do Efeito de Matriz (ME). ME é ainda mais acentuado no cenário atual de muitas empresas, onde o tempo para preparo de amostras, desenvolvimento de método e geração dos resultados é curto e portanto muitas vezes amostras extremamente complexas são diretamente injetadas no LC-MSMS. A co-eluição de compostos presentes na matriz altera significativamente a ionização do analito de interesse, em virtude desse processo ser intrinsicamente competitivo: será ionizado preferencialmente aqueles compostos que tenham maior facilidade de ionização nas condições presentes e aqueles que estiverem em maiores concentrações. Isso causa a inviabilidade da quantificação, uma vez que pode alterar a reprodutibilidade, exatidão e linearidade do método em questão. O ME é ainda mais crítico em virtude do fato de que ele não se pronuncia diretamente; em outras palavras, como utiliza-se o MRM para essas análises, muitas vezes observa-se somente o sinal do analito de interesse. Como esses cromatogramas são, em geral limpos, tem-se a falsa sensação de que a matriz não interfere no sinal obtido. Outro agravante do ME está na sua imprevisibilidade: ele pode ser afetado pelo analito, matriz, preparo de amostra, fase móvel, condições cromatográficas e parâmetros do MS, o que dificulta lidar com esse problema. 11

12 A melhor opção para avaliar o ME consiste no teste de supressão iônica, cujo esquema está apresentado na Figura 7A. Nesse teste, inicialmente uma solução de padrão é infundida por meio de uma bomba de seringa e esse fluxo é combinado com a injeção, via LC, de um branco (solvente). O cromatograma resultante (Figura 7B) apresenta a variação do sinal do analito em função da mudança da composição da fase móvel, já que idealmente o branco injetado não contém interferentes capazes de causar supressão. A B C Figura 7. (A) Desenho experimental para análise de supressão de ionização. (B) Cromatogramas resultantes da infusão de 3 diferentes padrões, com injeção combinada de um branco de solvente. (C) Idem a (B), mas com injeção de branco de matriz. Após isso, o experimento é repetido mas injetando-se um branco de amostra processado via LC, onde obtem-se o cromatograma mostrado na Figura 7C. Comparando-se essa injeção com a anterior, pode-se notar várias regiões de queda de sinal, ou seja, onde algum interferente de matriz eluiu e alterou o perfil de ionização. Caso, no método de MRM, o analito de interesse tenha tempo de retenção nessa região, deve-se alterar o método (tanto do ponto de vista de preparo de amostra quanto da cromatografia em si) para evitar essa situação. 12

13 5 Referências Bibliográficas Cahill, J. D.; Furlong, E. T.; Burkhardt, M. R.; Kolpin, D.; Anderson, L. G. J. Chromat. A, 2004, 1-2, 171. Carroll, D. I.; Dzidic, I.; Stillwell, R. N. Anal. Chem., 1975, 47, Cerny, H.S.; Affolter, M.; Cerny, C. Anal. Chem., 2003, 75, Fenn, J. B. Angewandte Chem. Intl. Ed., 2003, 33, Ferguson, R. E.; McKulloh, K. E.; Rosenstock, H. M. J. Chem. Phys., 1965, 42, 100. IUPAC Gold Book, Kind, T.; Fiehn, O. BMC Bioinformatics, 2006, 7, 234. Lacina, O.; Urbanova, J.; Poustka, J.; Hajslova, J. J. Chromat. A, 2010, 1217, 648. Liu, P.; Yang, B.; Kallio, H. Food Chem., 2010, 121, Mamyrim, B. A.; Karataev, V. I.; Schmikk, D. V.; Zagulin, V. A. Sov. Phys., 1973, 37, 4. Marshall, A. G.; Hendrickson, C. L.; Jackson, G. S. Mass Spectrom. Rev., 1998, 17, 1. Mazzarino, M.; Torre, X.; Santo, R.; Fiacco, I.; Rosi, F.; Botrè, F. Rapid Commun. Mass Spectrom., 2010, 24, 749. Rainville, P. D.; Smith, N. W.; Cowan, D.; Plumb, R. S. J. Pharm. Biomed. Analysis, 2012, 59, 138. Robb, D. B.; Covey, T. R.; Bruins, A. P. Anal. Chem., 2000, 72, Stephens, W. Phys. Rev., 1946, 69, 691. Stolker, A. A. M.; Stephany, R. W.; Ginkel, L. A. Analysis, 2000, 28, 947. Strege, M. A. J. Chromat. B, 1999, 1, 67. Trufelli, H.; Palma, P.; Famiglini, G.; Cappiello, A. Mass Spectrom. Rev, 2010, 30, 491. Webb, K.; Bristow, T.; Sargent, M.; Stein, B. Methodology for Accurate Mass Measurement of Small Molecules Best Practice Guides. LGC Limited, Yamashita, M.; Fenn, J. B. J. Phys. Chem, 1984, 88,

Introdução à LC/MS. Introdução

Introdução à LC/MS. Introdução Introdução à LC/MS Introdução n LC provém a separação, em fase líquida, de misturas complexas, porém dificilmente fornece a identificação positiva de componentes individuais. n MS é uma técnica que auxilia

Leia mais

SOFTWARE DE PROTEÔMICA ALVO SKYLINE DESCUBRA NOVAS TRAJETÓRIAS COM AS SOLUÇÕES DA AGILENT

SOFTWARE DE PROTEÔMICA ALVO SKYLINE DESCUBRA NOVAS TRAJETÓRIAS COM AS SOLUÇÕES DA AGILENT Do Grupo MacCoss da Universidade de Washington SOFTWARE DE PROTEÔMICA ALVO SKYLINE DESCUBRA NOVAS TRAJETÓRIAS COM AS SOLUÇÕES DA AGILENT ESCOLHA DAS FERRAMENTAS CORRETAS PARA A SUA PESQUISA Para a análise

Leia mais

ESPECTROMETRIA ATÔMICA. Prof. Marcelo da Rosa Alexandre

ESPECTROMETRIA ATÔMICA. Prof. Marcelo da Rosa Alexandre ESPECTROMETRIA ATÔMICA Prof. Marcelo da Rosa Alexandre Métodos para atomização de amostras para análises espectroscópicas Origen dos Espectros Óticos Para os átomos e íons na fase gasosa somente as transições

Leia mais

Mary Santiago Silva 16/04/2010

Mary Santiago Silva 16/04/2010 Espectrometria de Massas Prof. Marcelo da Rosa Alexandre Departamento de Química - UFS Introdução Técnica analítica, utilizada para identificar e quantificar compostos conhecidos e elucidar a estrutura

Leia mais

Coerência temporal: Uma característica importante

Coerência temporal: Uma característica importante Coerência temporal: Uma característica importante A coerência temporal de uma fonte de luz é determinada pela sua largura de banda espectral e descreve a forma como os trens de ondas emitidas interfererem

Leia mais

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006 TUTORIAL Fonte Estabilizada de 5 Volts Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006 PdP Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos http://www.maxwellbohr.com.br

Leia mais

Espectrometria de Massas: Estudo Dirigido

Espectrometria de Massas: Estudo Dirigido 1 Disciplina: Química Orgânica III / 2009.2 Ministrante: Prof. Dr. Sidney Lima 1). O que é um EM e qual a utilidade da EM? Espectrometria de Massas: Estudo Dirigido R = Nos permite determinar a massa molecular

Leia mais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais LEI DE OHM Conceitos fundamentais Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se desloca até colidir com um átomo. Com a colisão, ele perde parte ou toda energia

Leia mais

TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS

TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS Técnicas cromatográficas Termo cromatografia são atribuídos ao botânico Mikhael Tswett, em 1906. Chrom cor Graphe escrever Reed (Inglaterra) e Day (EUA) Petróleo Época Moderna

Leia mais

Água e Solução Tampão

Água e Solução Tampão União de Ensino Superior de Campina Grande Faculdade de Campina Grande FAC-CG Curso de Fisioterapia Água e Solução Tampão Prof. Dra. Narlize Silva Lira Cavalcante Fevereiro /2015 Água A água é a substância

Leia mais

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL CROMATOGRAFIA 2 1 6 Ed. Cap. 10 268-294 6 Ed. Cap. 6 Pg.209-219 6 Ed. Cap. 28 Pg.756-829 6 Ed. Cap. 21 Pg.483-501 3 Separação Química Princípios de uma separação. Uma mistura

Leia mais

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto 4 Segmentação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a segmentação do áudio em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas. É importante mencionar que as mudanças

Leia mais

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

Espectometriade Fluorescência de Raios-X FRX Espectometriade Fluorescência de Raios-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro FEG Conceito A espectrometria de fluorescência de raios-x é uma técnica não destrutiva que permite identificar

Leia mais

Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006. PdP. Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos

Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006. PdP. Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos TUTORIAL Montagem da Ponte H Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006 PdP Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos http://www.maxwellbohr.com.br contato@maxwellbohr.com.br

Leia mais

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração Durante o processo de desenvolvimento de um software, é produzida uma grande quantidade de itens de informação que podem ser alterados durante o processo Para que

Leia mais

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Instrumentação para Espectroscopia Óptica CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti INTRODUÇÃO Os componentes básicos dos instrumentos analíticos para a espectroscopia

Leia mais

O AMPLIFICADOR LOCK-IN

O AMPLIFICADOR LOCK-IN O AMPLIFICADOR LOCK-IN AUTORES: MARCELO PORTES DE ALBUQUERQUE LEONARDO CORREIA RESENDE JORGE LUÍS GONZALEZ RAFAEL ASTUTO AROUCHE NUNES MAURÍCIO BOCHNER FEVEREIRO 2008 SUMÁRIO RESUMO... 3 1. INTRODUÇÃO...

Leia mais

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL ESPECTROFOTÔMETRO - EQUIPAMENTO 6 Ed. Cap. 13 Pg.351-380 6 Ed. Cap. 1 Pg.1-28 6 Ed. Cap. 25 Pg.703-725 09/04/2015 2 1 Componentes dos instrumentos (1) uma fonte estável de

Leia mais

DIODOS. Professor João Luiz Cesarino Ferreira

DIODOS. Professor João Luiz Cesarino Ferreira DIODOS A união de um cristal tipo p e um cristal tipo n, obtém-se uma junção pn, que é um dispositivo de estado sólido simples: o diodo semicondutor de junção. Figura 1 Devido a repulsão mútua os elétrons

Leia mais

INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS MEDIÇÃO DE TEMPERATURA TERMÔMETROS DE RESISTÊNCIA

INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS MEDIÇÃO DE TEMPERATURA TERMÔMETROS DE RESISTÊNCIA INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS MEDIÇÃO DE TEMPERATURA TERMÔMETROS DE RESISTÊNCIA Introdução O uso de termômetros de resistência esta se difundindo rapidamente devido a sua precisão e simplicidade

Leia mais

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 3º TRIMESTRE 8º ANO DISCIPLINA: FÍSICA

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 3º TRIMESTRE 8º ANO DISCIPLINA: FÍSICA ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 3º TRIMESTRE 8º ANO DISCIPLINA: FÍSICA Observações: 1- Antes de responder às atividades, releia o material entregue sobre Sugestão de Como Estudar. 2 - Os exercícios

Leia mais

Sistema LC/MS Agilent 6490 Triplo Quadrupolo com tecnologia ifunnel. Desempenho quantitativo ultra sensível. 5990-6301PTBR-hi 1 27/01/11 15.

Sistema LC/MS Agilent 6490 Triplo Quadrupolo com tecnologia ifunnel. Desempenho quantitativo ultra sensível. 5990-6301PTBR-hi 1 27/01/11 15. Sistema LC/MS Agilent 6490 Triplo Quadrupolo com tecnologia ifunnel Desempenho quantitativo ultra sensível 5990-6301PTBR-hi 1 27/01/11 15.43 Desempenho quantitativo sem comparações para as análises mais

Leia mais

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de? Física 01. Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de. Considere o módulo da carga do elétron igual a. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução

Leia mais

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari Eletricidade Aula 1 Profª Heloise Assis Fazzolari História da Eletricidade Vídeo 2 A eletricidade estática foi descoberta em 600 A.C. com Tales de Mileto através de alguns materiais que eram atraídos entre

Leia mais

Elementos do bloco p

Elementos do bloco p Elementos do bloco p Características gerais principais Estados de oxidação e tipos de ligações Inicialmente, para efeitos didáticos, serão utilizados os elementos do grupo 13 (B, Al, Ga, In Tl), que apresentam

Leia mais

1 Problemas de transmissão

1 Problemas de transmissão 1 Problemas de transmissão O sinal recebido pelo receptor pode diferir do sinal transmitido. No caso analógico há degradação da qualidade do sinal. No caso digital ocorrem erros de bit. Essas diferenças

Leia mais

Setores Trilhas. Espaço entre setores Espaço entre trilhas

Setores Trilhas. Espaço entre setores Espaço entre trilhas Memória Externa Disco Magnético O disco magnético é constituído de um prato circular de metal ou plástico, coberto com um material que poder magnetizado. Os dados são gravados e posteriormente lidos do

Leia mais

RECEPTOR AM DSB. Transmissor. Circuito Receptor AM DSB - Profº Vitorino 1

RECEPTOR AM DSB. Transmissor. Circuito Receptor AM DSB - Profº Vitorino 1 RECEPTOR AM DSB Transmissor Circuito Receptor AM DSB - Profº Vitorino 1 O receptor super-heteródino O circuito demodulador que vimos anteriormente é apenas parte de um circuito mais sofisticado capaz de

Leia mais

Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Classificação dos métodos de análises quantitativas Determinação direta

Leia mais

MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão

MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão Os meios físicos de transmissão são compostos pelos cabos coaxiais, par trançado, fibra óptica, transmissão a rádio, transmissão via satélite e são divididos em duas

Leia mais

3 Classificação. 3.1. Resumo do algoritmo proposto

3 Classificação. 3.1. Resumo do algoritmo proposto 3 Classificação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a classificação de áudio codificado em MPEG-1 Layer 2 em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas.

Leia mais

TESTE DE ESTANQUEIDADE

TESTE DE ESTANQUEIDADE TESTE DE ESTANQUEIDADE Mais do que encontrar vazamentos... por: Mauricio Oliveira Costa Consumidores (e clientes) não querem produtos que vazem. De fato, eles estão cada vez mais, exigindo melhorias no

Leia mais

LÍQUIDOS: DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE I. 1. Introdução

LÍQUIDOS: DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE I. 1. Introdução LÍQUIDOS: DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE I 1. Introdução No estado líquido as moléculas estão mais próximas uma das outras e entre elas existem forças atrativas. Para um líquido fluir suas moléculas devem

Leia mais

Aula 23 Trocadores de Calor

Aula 23 Trocadores de Calor Aula 23 Trocadores de Calor UFJF/Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Prof. Dr. Washington Orlando Irrazabal Bohorquez Definição: Trocadores de Calor Os equipamentos usados para implementar

Leia mais

INFUSÃO DE PADRÕES ANALÍTICOS EM SISTEMA MS/MS: OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS ELETRÔNICOS

INFUSÃO DE PADRÕES ANALÍTICOS EM SISTEMA MS/MS: OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS ELETRÔNICOS INFUSÃO DE PADRÕES ANALÍTICOS EM SISTEMA MS/MS: OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS ELETRÔNICOS PAIVA, Alexandre K. 1 ; MASUNARI, Andrea 2 1 Discente do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo. São Paulo,

Leia mais

Corrente elétrica corrente elétrica.

Corrente elétrica corrente elétrica. Corrente elétrica Vimos que os elétrons se deslocam com facilidade em corpos condutores. O deslocamento dessas cargas elétricas é chamado de corrente elétrica. A corrente elétrica é responsável pelo funcionamento

Leia mais

Curso de Farmácia. Operações Unitárias em Indústria Prof.a: Msd Érica Muniz 6 /7 Período DESTILAÇÃO

Curso de Farmácia. Operações Unitárias em Indústria Prof.a: Msd Érica Muniz 6 /7 Período DESTILAÇÃO Curso de Farmácia Operações Unitárias em Indústria Prof.a: Msd Érica Muniz 6 /7 Período DESTILAÇÃO 1 Introdução A destilação como opção de um processo unitário de separação, vem sendo utilizado pela humanidade

Leia mais

DIODO SEMICONDUTOR. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Ago/2011

DIODO SEMICONDUTOR. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Ago/2011 DIODO SEMICONDUTOR Prof. Marcelo Wendling Ago/2011 Conceitos Básicos O diodo semicondutor é um componente que pode comportar-se como condutor ou isolante elétrico, dependendo da forma como a tensão é aplicada

Leia mais

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Energia cinética das precipitações Na Figura 9 estão apresentadas as curvas de caracterização da energia cinética aplicada pelo simulador de chuvas e calculada para a chuva

Leia mais

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO Amanda 5ª Atividade: Codificador e codificação de linha e seu uso em transmissão digital Petrópolis, RJ 2012 Codificador: Um codoficador

Leia mais

Hardware Básico. Refrigeração. Professor: Wanderson Dantas

Hardware Básico. Refrigeração. Professor: Wanderson Dantas Hardware Básico Refrigeração Professor: Wanderson Dantas Ventoinhas Ventoinhas são pequenos ventiladores que melhoram o fluxo de ar dentro do computador, trazendo ar frio para dentro do computador e removendo

Leia mais

Prova de Recuperação Bimestral de Ciências Nome Completo: Data: / /2010

Prova de Recuperação Bimestral de Ciências Nome Completo: Data: / /2010 COLÉGIO MARIA IMACULADA QI 05 ch. 72 LAGO SUL BRASÍLIA DF E-MAIL: cmidf@cmidf.com.br FONE: 248 4768 SITE: www.cmidf.com.br VALOR:10 pontos. NOTA: 9ºano 2º PERÍODO Prova de Recuperação Bimestral de Ciências

Leia mais

Introdução. Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Um transdutor é um componente que transforma um tipo de energia em outro.

Introdução. Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Um transdutor é um componente que transforma um tipo de energia em outro. SENSORES Introdução Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Num circuito eletrônico o sensor é o componente que sente diretamente alguma característica física do meio em que esta inserido,

Leia mais

Material Extra: Modelos atômicos e atomística Química professor Cicero # Modelos Atômicos e atomística - Palavras chaves

Material Extra: Modelos atômicos e atomística Química professor Cicero # Modelos Atômicos e atomística - Palavras chaves Material Extra: Modelos atômicos e atomística Química professor Cicero # Modelos Atômicos e atomística - Palavras chaves Evolução da ideia do átomo 1) Partícula maciça, indivisível e indestrutível; 2)

Leia mais

Lição 3. Instrução Programada

Lição 3. Instrução Programada Lição 3 É IMPORTANTE A ATENTA LEITURA DAS INSTRUÇÕES FORNECIDAS NAS LIÇÕES 1 e 2. NOSSO CURSO NÃO SE TRATA DE UM CURSO POR COR RESPONDENCIA; NÃO NOS DEVERÃO SER MAN- DADAS FOLHAS COM AS QUESTÕES PARA SEREM

Leia mais

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

1 Introdução simulação numérica termoacumulação 22 1 Introdução Atualmente o custo da energia é um dos fatores mais importantes no projeto, administração e manutenção de sistemas energéticos. Sendo assim, a economia de energia está recebendo maior atenção

Leia mais

Introdução a Química Analítica. Professora Mirian Maya Sakuno

Introdução a Química Analítica. Professora Mirian Maya Sakuno Introdução a Química Analítica Professora Mirian Maya Sakuno Química Analítica ou Química Quantitativa QUÍMICA ANALÍTICA: É a parte da química que estuda os princípios teóricos e práticos das análises

Leia mais

OBJETIVOS: CARGA HORÁRIA MÍNIMA CRONOGRAMA:

OBJETIVOS: CARGA HORÁRIA MÍNIMA CRONOGRAMA: ESTUDO DIRIGIDO COMPONENTE CURRICULAR: Controle de Processos e Instrumentação PROFESSOR: Dorival Rosa Brito ESTUDO DIRIGIDO: Métodos de Determinação de Parâmetros de Processos APRESENTAÇÃO: O rápido desenvolvimento

Leia mais

*Capacitores. Prof. Jener Toscano Lins e Silva

*Capacitores. Prof. Jener Toscano Lins e Silva Capacitores Prof. Jener Toscano Lins e Silva *É um dispositivo usado para filtrar ruídos ou armazenar cargas elétricas. *É constituído por dois condutores (ou placas) paralelos separados por um isolante

Leia mais

TRANSFORMADORES. P = enrolamento do primário S = enrolamento do secundário

TRANSFORMADORES. P = enrolamento do primário S = enrolamento do secundário TRANSFORMADORES Podemos definir o transformador como sendo um dispositivo que transfere energia de um circuito para outro, sem alterar a frequência e sem a necessidade de uma conexão física. Quando existe

Leia mais

Hoje estou elétrico!

Hoje estou elétrico! A U A UL LA Hoje estou elétrico! Ernesto, observado por Roberto, tinha acabado de construir um vetor com um pedaço de papel, um fio de meia, um canudo e um pedacinho de folha de alumínio. Enquanto testava

Leia mais

Projeto Embuá Unidade de Aprendizagem: ENERGIA

Projeto Embuá Unidade de Aprendizagem: ENERGIA Projeto Embuá Unidade de Aprendizagem: ENERGIA Energia para realizar reações químicas: eletrólise do iodeto de potássio aquoso Existem reações químicas não espontâneas, mas que são realizadas com rapidez

Leia mais

Teoria Atômica. Constituição da matéria. Raízes históricas da composição da matéria. Modelos atômicos. Composição de um átomo.

Teoria Atômica. Constituição da matéria. Raízes históricas da composição da matéria. Modelos atômicos. Composição de um átomo. Teoria Atômica Constituição da matéria Raízes históricas da composição da matéria Modelos atômicos Composição de um átomo Tabela periódica Raízes Históricas 6000 a.c.: descoberta do fogo 4000 a.c.: vidros,

Leia mais

12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos

12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos 12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos COTEQ2013-340 DETECÇÃO E CONTROLE DE POLUIÇÃO EM ISOLADORES DE ALTA TENSÃO ATRAVÉS DE TERMOGRAFIA Laerte dos Santos 1, Marcelo O. Morais Filho 2, Rodolfo

Leia mais

Vazão ou fluxo: quantidade de fluido (liquido, gás ou vapor) que passa pela secao reta de um duto por unidade de tempo.

Vazão ou fluxo: quantidade de fluido (liquido, gás ou vapor) que passa pela secao reta de um duto por unidade de tempo. Medição de Vazão 1 Introdução Vazão ou fluxo: quantidade de fluido (liquido, gás ou vapor) que passa pela secao reta de um duto por unidade de tempo. Transporte de fluidos: gasodutos e oleodutos. Serviços

Leia mais

IW10. Rev.: 02. Especificações Técnicas

IW10. Rev.: 02. Especificações Técnicas IW10 Rev.: 02 Especificações Técnicas Sumário 1. INTRODUÇÃO... 1 2. COMPOSIÇÃO DO IW10... 2 2.1 Placa Principal... 2 2.2 Módulos de Sensores... 5 3. APLICAÇÕES... 6 3.1 Monitoramento Local... 7 3.2 Monitoramento

Leia mais

Lição 5. Instrução Programada

Lição 5. Instrução Programada Instrução Programada Lição 5 Na lição anterior, estudamos a medida da intensidade de urna corrente e verificamos que existem materiais que se comportam de modo diferente em relação à eletricidade: os condutores

Leia mais

RECUPERAÇÃO TURMAS: 2º ANO FÍSICA

RECUPERAÇÃO TURMAS: 2º ANO FÍSICA RECUPERAÇÃO TURMAS: 2º ANO Professor: XERXES DATA: 22 / 11 / 2015 RECUPERAÇÃO FINAL FORÇA ELÉTRICA (LEI DE COULOMB) FÍSICA Para todas as questões, considere a constante eletrostática no vácuo igual a 9.10

Leia mais

Física Experimental B Turma G

Física Experimental B Turma G Grupo de Supercondutividade e Magnetismo Física Experimental B Turma G Prof. Dr. Maycon Motta São Carlos-SP, Brasil, 2015 Prof. Dr. Maycon Motta E-mail: m.motta@df.ufscar.br Site: www.gsm.ufscar.br/mmotta

Leia mais

Ensaio de impacto. Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão

Ensaio de impacto. Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão A UU L AL A Ensaio de impacto Os veículos brasileiros têm, em geral, suspensão mais reforçada do que a dos similares europeus. Não é à toa. As condições de nossas estradas e ruas requerem esse reforço,

Leia mais

As forças atrativas entre duas moléculas são significativas até uma distância de separação d, que chamamos de alcance molecular.

As forças atrativas entre duas moléculas são significativas até uma distância de separação d, que chamamos de alcance molecular. Tensão Superficial Nos líquidos, as forças intermoleculares atrativas são responsáveis pelos fenômenos de capilaridade. Por exemplo, a subida de água em tubos capilares e a completa umidificação de uma

Leia mais

Capítulo 1: Eletricidade. Corrente continua: (CC ou, em inglês, DC - direct current), também chamada de

Capítulo 1: Eletricidade. Corrente continua: (CC ou, em inglês, DC - direct current), também chamada de Capítulo 1: Eletricidade É um fenômeno físico originado por cargas elétricas estáticas ou em movimento e por sua interação. Quando uma carga encontra-se em repouso, produz força sobre outras situadas em

Leia mais

Extração de Requisitos

Extração de Requisitos Extração de Requisitos Extração de requisitos é o processo de transformação das idéias que estão na mente dos usuários (a entrada) em um documento formal (saída). Pode se entender também como o processo

Leia mais

Detectores de incêndio Apollo

Detectores de incêndio Apollo Detector iónico de fumos Pág. 1 de 5 A parte sensível do detector consiste em duas câmaras uma câmara exterior aberta com uma câmara de referência semi-selada lá dentro. Montada dentro da câmara de referência,

Leia mais

4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido

4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido 4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido 3ª Aula - complemento - Como especificar um compressor corretamente Ao se estabelecer o tamanho e nº de compressores, deve se

Leia mais

Degradação de Polímeros

Degradação de Polímeros Degradação de Polímeros Degradação de Polímeros e Corrosão Prof. Hamilton Viana Prof. Renato Altobelli Antunes 1. Introdução Degradação é qualquer reação química destrutiva dos polímeros. Pode ser causada

Leia mais

Armazenamento de energia

Armazenamento de energia Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica 3 º. trimestre, 2015 A energia solar é uma fonte de energia dependente do tempo. As necessidades de energia

Leia mais

Apostila de Química Geral

Apostila de Química Geral Cursinho Vitoriano UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Câmpus de São José do Rio Preto Apostila de Química Geral Período noturno Ligações químicas interatômicas Vanessa R.

Leia mais

Introdução. Muitas reações ocorrem completamente e de forma irreversível como por exemplo a reação da queima de um papel ou palito de fósforo.

Introdução. Muitas reações ocorrem completamente e de forma irreversível como por exemplo a reação da queima de um papel ou palito de fósforo. Introdução Muitas reações ocorrem completamente e de forma irreversível como por exemplo a reação da queima de um papel ou palito de fósforo. Existem também sistemas, em que as reações direta e inversa

Leia mais

Tutorial de Eletrônica Aplicações com 555 v2010.05

Tutorial de Eletrônica Aplicações com 555 v2010.05 Tutorial de Eletrônica Aplicações com 555 v2010.05 Linha de Equipamentos MEC Desenvolvidos por: Maxwell Bohr Instrumentação Eletrônica Ltda. Rua Porto Alegre, 212 Londrina PR Brasil http://www.maxwellbohr.com.br

Leia mais

TIPOS DE termômetros. e termômetros ESPECIAIS. Pirômetros ópticos

TIPOS DE termômetros. e termômetros ESPECIAIS. Pirômetros ópticos Pirômetros ópticos TIPOS DE termômetros e termômetros ESPECIAIS A ideia de construir um pirômetro óptico surgiu em meados do século XIX como consequência dos estudos da radiação dos sólidos aquecidos.

Leia mais

Instituto Educacional São João da Escócia Colégio Pelicano Curso Técnico de Eletrônica. FET - Transistor de Efeito de Campo

Instituto Educacional São João da Escócia Colégio Pelicano Curso Técnico de Eletrônica. FET - Transistor de Efeito de Campo 1 FET - Transistor de Efeito de Campo Introdução Uma importante classe de transistor são os dispositivos FET (Field Effect Transistor). Transistor de Efeito de Campo. Como nos Transistores de Junção Bipolar

Leia mais

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR Universidade Federal do Paraná Curso de Engenharia Industrial Madeireira MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101 Dr. Alan Sulato de Andrade alansulato@ufpr.br 1 INTRODUÇÃO: A água nunca está em estado puro, livre de

Leia mais

UNIDADE 3 - COORDENAÇÃO ATÔMICA

UNIDADE 3 - COORDENAÇÃO ATÔMICA A força de repulsão entre os elétrons de dois átomos, quando estão suficientemente próximos, é responsável, em conjunto com as forças de atração, pela posição de equilíbrio dos átomos na ligação química

Leia mais

Estes sensores são constituídos por um reservatório, onde num dos lados está localizada uma fonte de raios gama (emissor) e do lado oposto um

Estes sensores são constituídos por um reservatório, onde num dos lados está localizada uma fonte de raios gama (emissor) e do lado oposto um Existem vários instrumentos de medição de nível que se baseiam na tendência que um determinado material tem de reflectir ou absorver radiação. Para medições de nível contínuas, os tipos mais comuns de

Leia mais

Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica

Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica Mestrado Profissionalizante 2015 Karla Donato Fook karladf@ifma.edu.br IFMA / DAI Motivação Alguns princípios físicos dão suporte ao Sensoriamento Remoto...

Leia mais

ORGANIZAÇÃO DE COMPUTADORES MÓDULO 10

ORGANIZAÇÃO DE COMPUTADORES MÓDULO 10 ORGANIZAÇÃO DE COMPUTADORES MÓDULO 10 Índice 1. A Organização do Computador - Continuação...3 1.1. Memória Primária - II... 3 1.1.1. Memória cache... 3 1.2. Memória Secundária... 3 1.2.1. Hierarquias de

Leia mais

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Roteiro 1. Motivação: - Isótopos: o que são porque um determinado isótopo é mais interessantes que

Leia mais

1º Experimento 1ª Parte: Resistores e Código de Cores

1º Experimento 1ª Parte: Resistores e Código de Cores 1º Experimento 1ª Parte: Resistores e Código de Cores 1. Objetivos Ler o valor nominal de cada resistor por meio do código de cores; Determinar a máxima potência dissipada pelo resistor por meio de suas

Leia mais

Detector de Vazamento CPS- LS790B

Detector de Vazamento CPS- LS790B Detector de Vazamento CPS- LS790B I. Descrição Geral O LS790B é um detector de vazamento de refrigerante totalmente automático e controlado por microprocessador, capaz de localizar vazamentos extremamente

Leia mais

Dimensão da peça = Dimensão do padrão ± diferença

Dimensão da peça = Dimensão do padrão ± diferença Relógio comparador Um problema Como vocês podem perceber, o programa de qualidade da empresa envolve todo o pessoal. Na busca constante de melhoria, são necessários instrumentos de controle mais sofisticados

Leia mais

Funções de Posicionamento para Controle de Eixos

Funções de Posicionamento para Controle de Eixos Funções de Posicionamento para Controle de Eixos Resumo Atualmente muitos Controladores Programáveis (CPs) classificados como de pequeno porte possuem, integrados em um único invólucro, uma densidade significativa

Leia mais

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Disciplina: Físico-Química II Professora: Claudia

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Disciplina: Físico-Química II Professora: Claudia Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Disciplina: Físico-Química II Professora: Claudia Aluno: Julys Pablo Atayde Fernandes Células a Combustível:

Leia mais

Mestrado em Ensino de Física 13 de outubro de 2009 PHYSICS EDUCATION - 2009

Mestrado em Ensino de Física 13 de outubro de 2009 PHYSICS EDUCATION - 2009 Espectroscopia p de Massa: Um Tópico de Física Contemporânea Com Enfoque para o Ensino Médio Mestrado em Ensino de Física 13 de outubro de 2009 Wilma Machado Soares Santos PHYSICS EDUCATION - 2009 Trazer

Leia mais

-2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE

-2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE -2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE DISCURSIVA OBJETIVA QUÍMICA FÍSICA QUÍMICA FÍSICA Matéria e energia Propriedades da matéria Mudanças de estado físico

Leia mais

Capítulo IV. Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração. Aterramento do neutro

Capítulo IV. Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração. Aterramento do neutro 60 Capítulo IV Aterramento de sistemas elétricos industriais de média tensão com a presença de cogeração Paulo Fernandes Costa* Nos três capítulos anteriores, foram discutidos os aspectos da escolha e

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EZEQUIEL F. LIMA ATERRAMENTO E BLINDAGEM

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EZEQUIEL F. LIMA ATERRAMENTO E BLINDAGEM GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EZEQUIEL F. LIMA ATERRAMENTO E BLINDAGEM Os sistemas de cabeamento estruturado foram desenvolvidos

Leia mais

6 Conclusões e Trabalhos futuros 6.1. Conclusões

6 Conclusões e Trabalhos futuros 6.1. Conclusões 6 Conclusões e Trabalhos futuros 6.1. Conclusões Neste trabalho estudou-se o comportamento do sistema que foi denominado pendulo planar com a adição de uma roda de reação na haste do pendulo composta de

Leia mais

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento Circuitos Elétricos 1º parte Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento Introdução Um circuito elétrico é constituido de interconexão de vários

Leia mais

Cromatografia Gasosa. Principles of Instrumental Analysis Skoog, West, Holler, Nieman. Thomson Learning; ISBN: 0030020786. Departamento de Química

Cromatografia Gasosa. Principles of Instrumental Analysis Skoog, West, Holler, Nieman. Thomson Learning; ISBN: 0030020786. Departamento de Química Capítulo X-5 Cromatografia Gasosa Principles of Instrumental Analysis Skoog, West, Holler, Nieman Thomson Learning; ISBN: 0030020786 1 Na cromatografia de fase gasosa (GC) a amostra é volatizada e injectada

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

5. Resultados e Análises

5. Resultados e Análises 66 5. Resultados e Análises Neste capítulo é importante ressaltar que as medições foram feitas com uma velocidade constante de 1800 RPM, para uma freqüência de 60 Hz e uma voltagem de 220 V, entre as linhas

Leia mais

ESTADOS DA MATÉRIA. O átomo é composto por outras partículas ainda menores.

ESTADOS DA MATÉRIA. O átomo é composto por outras partículas ainda menores. ESTADOS DA MATÉRIA A matéria que temos a nossa volta é formada de moléculas que são constituídas por átomos. Uma combinação destes átomos forma as substâncias que conhecemos, porém, devemos salientar que

Leia mais

CAPACITORES IMPREGNADOS X CAPACITORES IMERSOS (PPM) EM BT

CAPACITORES IMPREGNADOS X CAPACITORES IMERSOS (PPM) EM BT CAPACITORES IMPREGNADOS X CAPACITORES IMERSOS (PPM) EM BT 1 - Objetivos: Este trabalho tem por objetivo apresentar as principais características técnicas dos capacitores convencionais do tipo imerso em

Leia mais

Aula 11. Prof. Rafael Sousa

Aula 11. Prof. Rafael Sousa Analítica V: Aula 11 Eletroforese capilar Prof. Rafael Sousa Departamento de Química - ICE rafael.arromba@ufjf.edu.br Notas de aula: www.ufjf.br/baccan EletroforeseCapilar(EC) TÉCNICA ELETROANALÍTICA HISTÓRICO

Leia mais

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL DIREÇÃO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO CENTRO ANO LECTIVO 2015 2016 CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL MÉTODOS OPTICOS ESPECTROFOTOMETRIA MOLECULAR (UV

Leia mais

Capítulo 11 MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA E UNIVERSAL. Introdução

Capítulo 11 MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA E UNIVERSAL. Introdução Capítulo 11 MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA E UNIVERSAL Esta aula apresenta o princípio de funcionamento dos motores elétricos de corrente contínua, o papel do comutador, as características e relações

Leia mais

Vida Útil de Baterias Tracionárias

Vida Útil de Baterias Tracionárias Vida Útil de Baterias Tracionárias Seção 1 Introdução. Seção 2 Vida Útil Projetada. ÍNDICE Seção 3 Fatores que Afetam a Vida Útil da Bateria. Seção 3.1 Problemas de Produto. Seção 3.2 Problemas de Manutenção.

Leia mais

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Porque é importante comunicar? - Desde o «início dos tempos» que o progresso e o bem estar das sociedades depende da sua capacidade de comunicar e aceder

Leia mais