Legal Letter Janeiro/2010

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1 Legal Letter Janeiro/2010 Informe Jurídico - Destaques Plenário do STF Gentilmente cedida. Autor: U.Dettmar Tributário Contribuintes obtêm decisões judiciais contra a exigência de elevação do SAT Supremo declara contribuição ao FUNRURAL inconstitucional Prazo para adesão ao Refis da Crise pode ser reaberto Comércio Exterior Estados do Espírito Santo e São Paulo poderão firmar acordo sobre ICMS devido em importações Jurisprudência STF edita três novas súmulas sobre matéria tributária Rua José Alexandre Buaiz, 160, conj. 309/311, Vitória/ES Tel/Fax / Boletim produzido pelo Escritório Oliveira Cardoso, Carvalho de Brito, Viana Nassar, Dalmaso Silva e Advogados Associados. Direitos Autorais reservados. Ajude-nos a preservar o meio ambiente. Evite imprimir desnecessariamente este Informativo. O primeiro escritório de Advocacia do Espírito Santo a compensar suas emissões de carbono mediante o plantio de árvores.

2 CONTRIBUINTES OBTÊM LIMINARES CONTRA ELEVAÇÃO DO SAT Várias ações judiciais estão invalidando a a aplicação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP). O mecanismo foi criado para elevar ou diminuir o valor de contribuição ao SAT, com base nos índices de cada empresa. O FAP possui variação entre 0,5 a 2 pontos percentuais, fazendo com que a alíquota possa ser reduzida à metade ou até mesmo duplicar, chegando ao patamar de 6% sobre a folha de salários das empresas. O governo realizou o reenquadramento de mais de mil atividades econômicas previstas na legislação nas alíquotas do SAT - que variam entre 1% e 3%, e que devem se basear nas estatísticas de acidentes de trabalho, gravidade dos acidentes e custos necessários para que a previdência possa suportar o ônus derivados das ocorrências em virtude da atividade. Basicamente, como pode se verificar nos autos do mandado de segurança Nº /SC, as empresas questionam a flexibilização da alíquota da contribuição social da empresa para o financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (RAT), tudo a partir do art. 10 da Lei n /03, regulamentado no art. 202-A do Decreto n /99, com a redação dada pelo Decreto n /09, e das Resoluções n e 1.309/09 do Conselho Nacional da Previdência Social CNPS, quando instituiu o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), entendendo ofendido o princípio da legalidade estrita incidente no Direito Tributário brasileiro.. Vitória ES

3 SUPREMO TRIBUNAL DECLARA FUNRURAL INCONSTITUCIONAL Por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei 8.540/92, que prevê o recolhimento de contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de empregadores, pessoas naturais. A decisão, que neste caso beneficia os fornecedores de bovinos para abate, foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) , interposto pelo Frigorífico Mataboi S/A, de Mato Grosso do Sul, e uma subsidiária desta mesma Empresa. Parque Estadual da Pedra Azul D. Martins ES No mesmo julgamento, o Plenário do STF negou, por maioria, pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que atuou em defesa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para que a Suprema Corte modulasse os efeitos da decisão, aplicando-a com efeitos ex nunc, ou seja de forma nãoretroativa (nesse caso não haveria devolução dos valores recolhidos, que simplesmente deixariam de ser cobrados). A negativa da Suprema Corte abre a possibilidade de outros produtores e empresas ajuizarem ações pleiteando o mesmo direito obtido pelo Frigorífico Mataboi S/A.

4 ESPÍRITO SANTO E SÃO PAULO PODERÃO FIRMAR ACORDO SOBRE ICMS O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) poderá apreciar a divergência existente entre os estados do Espírito Santo e São Paulo quanto à arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Um convênio, que está sendo analisado, poderá autorizar os referidos Estados a validar os recolhimentos feitos a título do referido tributo incidente nas denominadas operações de importações por conta e ordem de terceiros efetivadas até o dia Com isso, o estado de São Paulo não exigiria o ICMS de empresas que realizaram importações de mercadorias pelo porto de Vitória, inclusive, de empresas que já foram autuadas por conta da divergência de entendimento entre as duas unidades da federação. O escritório estará atento a qualquer alteração da legislação. Flora do Parque Estadual da Pedra Azul D. Martins ES

5 STF EDITA TRÊS NOVAS SÚMULAS SOBRE MATÉRIA TRIBUTÁRIA Três novas Súmulas Vinculantes foram aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal. Os verbetes de número 28, 29 e 30 tratam de depósito prévio em ação judicial, base de cálculo de imposto e sobre a retenção de parcela do ICMS pelo estado. A Súmula Vinculante 28 aprovada por unanimidade dos ministros diz: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário. A Súmula Vinculante 29 determina: É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Outra Súmula Vinculante, a de número 30, fala a respeito da inconstitucionalidade da retenção, pelos estados, de parcela do ICMS destinada aos municípios: "É inconstitucional lei estadual que, a título de incentivo fiscal, retém parcela do ICMS pertencente aos municípios". Fonte: Fauna do Parque Estadual da Pedra Azul D. Martins ES

6 STJ DECIDE QUE AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NÃO GERA CRÉDITOS DE IPI, MAS SUPREMO DEVERÁ ANALISAR O CASO Apesar de poder ser considerada insumo industrial, a eletricidade não se enquadra no conceito de produto intermediário e não gera os créditos para compensação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse foi o entendimento, unânime, da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em processo relatado pela ministra Eliana Calmon, no qual uma empresa do Paraná recorreu de decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Para o TRF4, os valores relativos à energia elétrica não geram créditos para o IPI. No STJ, a defesa da empresa alegou que a energia elétrica seria consumida no processo de produção e se caracteriza como mercadoria, estando inclusive sujeita ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No seu voto, a ministra Eliana Calmon observou que a eletricidade não gera direito ao crédito do IPI, pois não se identifica a ligação efetiva entre o seu consumo e o produto final, não sendo considerado valor agregado à mercadoria. A ministra Eliana Calmon esclareceu que o ICMS incide na circulação da mercadoria e o IPI se restringe a produtos industrializados. Para a magistrada, a eletricidade não resulta de um processo de produção, mas sim de "extração" de energia para uso em fábricas, máquinas etc. "Ademais, ainda sobre o prisma da não cumulatividade, é flagrante a não incidência de IPI na aquisição de energia elétrica", ponderou. Quanto ao cálculo da correção monetária, a ministra apontou que jurisprudência do Tribunal é pacífica quando se trata da correção monetária em créditos escriturais (contábeis). Esta correção só seria aceitável se a Fazenda, de forma ilegítima, impõe óbice ao pagamento dos créditos. No caso, foi a empresa, e não o Fisco, que recorreu. Com essa fundamentação, a magistrada negou os pedidos da empresa. A empresa recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).

7 Flora do Parque Estadual da Pedra Azul D. Martins ES AUXÍLIO-ACIDENTE É DEVIDO MESMO SE A LESÃO FOR REVERSÍVEL O Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que uma pessoa que tenha adquirido lesão caracterizada como causadora de incapacidade parcial e permanente tem direito a receber auxílio-acidente por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mesmo que essa lesão tenha caráter reversível. Com base em tal interpretação, o STJ rejeitou recurso do INSS e garantiu o direito de uma segurada de S. Paulo ao benefício. O entendimento dos ministros do STJ é de que, "estando devidamente comprovado o nexo de causalidade entre a redução parcial da capacidade para o trabalho da pessoa e o exercício de suas funções laborais habituais, não é cabível afastar a concessão do auxílio-acidente somente pela possibilidade de desaparecimento dos sintomas da patologia que acomete o segurado, em virtude de tratamento ambulatorial ou cirúrgico".

8 PRAZO PARA ADESÃO AO REFIS DA CRISE PODE SER REABERTO Encontra-se em tramitação no Senado Federal o Projeto de Lei de conversão 18 de 2009, como redação final da Medida Provisória 470, aprovada pela Câmara Federal em dezembro de 2009 que, entre outras alterações aprovadas, em seu artigo 7º, prorroga por 30 dias o prazo para adesão ao parcelamento da Lei /2009. A motivação para a inserção do novo prazo fundamenta-se nos débitos surgidos em desfavor de empresas exportadoras, relativos ao extinto crédito-prêmio do IPI. A matéria irá ao Plenário no Senado. Caso o Projeto realmente se transforme em lei, haverá nova oportuninade para obtenção do parcelamento ou das formas de quitação de dívidas previstas pela Lei /2009. Vitória ES

9 HORAS EXTRAS NÃO PODEM SER IMPOSTAS NA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO O Tribunal Superior do Trabalho rejeitou (não conheceu) recurso da empresa contra a condenação de pagar como hora normal de jornada as horas extras précontratadas no ato de admissão do trabalhador. A tese de que a pré-contratação de horas extras na celebração do contrato é ilegítima foi apontada como vitoriosa pelo Tribunal, justamente porque descaracteriza a natureza extraordinária da prorrogação da jornada normal de trabalho. Quando esse tipo de contrato acontece, explicou o relator, deve ser considerado nulo. Já o salário contratual do empregado é aquele com o acréscimo das horas extras pré-contratadas, pois, havendo trabalho extraordinário, deve ser pago separadamente pelo empregador. O ministro Aloysio chamou a atenção para o caráter excepcional da prorrogação da jornada. Angra dos Reis RJ Boletim produzido por Oliveira Cardoso, Carvalho de Brito, Viana Nassar, Dalmaso Silva Advogados Associados com base em informações relevantes do mês anterior. Direitos Autorais reservados Fotografias: Fabiano Carvalho de Brito. Fotografia do Plenário do Supremo Tribunal Federal gentilmente cedida por aquele Tribunal. Banco de Imagens em Visite nosso site: As opiniões emitidas neste Informativo revelam apenas o ponto de vista dos autores, que não assumem qualquer tipo de responsabilidade pela utilização de suas conclusões, redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado uma opinião legal para qualquer operação ou negócio específico.