Processos de inclusão social: interfaces da inclusão digital
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- Davi Alvarenga Covalski
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1 Processos de inclusão social: interfaces da inclusão digital RODRIGUES,Cleide Aparecida Carvalho 1 FARIA, Juliana Guimarães 2 Palavras-chave inclusão digital, mídias, redes sociais Justificativa/Base Teórica Este projeto com o propósito de refletir e promover ações voltadas a inclusão social a partir da inclusão digital, tem como base teórica os estudos e práticas de inclusão digital (Rondelli 2003; Recuero 2009; Primo 2008), os quais apontam a necessidade da criação de políticas governamentais que orientem projetos que articulem a usabilidade das tecnologias e os processos de inclusão social. A partir de pesquisas feitas pelas universidades essa política segundo Rondelli (2003), deve conceber que a inclusão digital também pressupõe formas de produção e circulação da informação e do saber, diferentes das formas tradicionais. As mídias digitais permitem que se estabeleçam relações descentralizadas e verticalizadas entre os produtores e consumidores de conhecimento. Isto porque tais mídias possibilitam maior interação entre tais agentes. Desta forma, o público é mais disperso e pode gradativamente inventar formas de aprender, de se relacionar e de trabalhar. Nesse sentido, pessoas e instituições precisam ser preparadas para adotar esta inovação, de forma crítica e tecnicamente eficaz. Objetivos Promover ações de capacitação para grupos de idosos, surdos e professores, voltadas para a leitura crítica das mídias e das tecnologias de informação e comunicação como processo de inclusão social. Contribuir para definição de políticas públicas voltadas a programas de inclusão social por meio da inclusão digital. 1 Universidade Federal de Goiás cleideacr@gmail.com 2 Universidade Federal de Goiás julianagf@yahoo.com.br
2 Promover práticas interdisciplinares com apropriação das tecnologias e das mídias na sociedade. Desmistificar o preconceito de educadores e instituições de ensino com relação ao uso das redes sociais, softwares e outras ferramentas tecnológicas na educação. Metodologia A metodologia adotada neste projeto teve como base as experiências exitosas das instituições parceiras (CDI, SEDUC e UFG) no que se refere à formação continuada e de extensão universitária junto à comunidade. Adotando a metodologia do CDI, que tem como principal objetivo possibilitar que indivíduos de baixa renda criem uma identidade social, discutindo, entendendo e enfrentando juntos os desafios de suas comunidades, os cursos e atividades realizadas foram apresentadas num modelo pedagógico flexível, aberto à colaboração e construído coletivamente entre as equipes. Outro aspecto foi à articulação dos processos educativos e comunicativos como produção cultural na sociedade tecnológica, voltada para a formação crítica. Neste sentido, desenvolveuse o exercício teórico-prático de leitura crítica das mídias e das tecnologias, a discussão sobre o consumo e a ética, a construção de práticas interdisciplinares e sua contribuição para o desenvolvimento das competências profissionais. Atendendo o total de 200 pessoas o CDI executou três ações principais: Curso de Internet para idosos - Esta ação foi realizada nas instalações de escolas públicas com horários disponibilizados para atender esta demanda. Com objetivo de oferecer para o público da terceira idade interação com o mundo virtual foram utilizadas as ferramentas tecnológicas. As atividades de leitura de conteúdos da mídia, tais como comerciais, também foram utilizadas para discussão e posterior criação de blog para interação coletiva. Curso como instalar softwares - Com objetivo de exemplificar e demonstrar como instalar os programas e quais os demais itens que compõem a parte técnica de um computador (Hardware e Software) a luz de uma leitura crítica do uso das tecnologias compreendendo o que são softwares livres e proprietários, o CDI ofertou cursos práticos de 10 horas. Dessa forma foi possível ampliar o conhecimento do usuário, facilitando o manuseio das ferramentas tecnológicas.
3 Curso Conhecendo a Internet - O CDI ofereceu oficinas tecnológicas, com 10 horas práticas, que visaram contribuir com a ampliação do acesso ao mundo virtual. Atendeu a um público de diversas idades, preparando-os no uso das ferramentas digitais e capacitando-os para utilização autônoma da Internet a partir de uma leitura crítica das mídias. Sob a responsabilidade da SEDUC foi ofertado o Curso a distância: A utilização das ferramentas da internet em cursos à distância e leitura crítica das mídias e tecnologias. Este curso visou o estudo das linguagens midiáticas nos processos educativos; leitura critica das mídias: TV, jornal e revista impressa, internet; ferramentas Tecnológicas e midiáticas para a educação à distância; planejamento pedagógico na EaD. Ofertado a professores da rede estadual de ensino, este curso atendeu a 138 pessoas selecionadas previamente pela equipe do Núcleo de Tecnologia Educacional de Goiânia. O curso Internet e leitura crítica das mídias para surdos, voltado para formação crítica de sujeitos surdos, com 30 horas, foi executado sob a responsabilidade de professores e alunos da Faculdade de Letras da UFG e atendeu a 100 surdos. Com a discussão sobre leitura crítica da internet no que se refere aos navegadores para a internet, ferramentas de busca, utilização das redes sociais na internet, foram elaborados materiais didáticos impressos e audiovisuais. Sob a responsabilidade do Grupo de Estudo Novas Tecnologias e Educação (GENTE) foram ofertadas 5 turmas do curso Leitura crítica das mídias a partir das redes sociais, que atendeu a 120 professores e alunos da UFG, com carga horária de 40 horas cada. Para a execução deste projeto, os membros do Grupo Novas Tecnologias e Educação da UFG (Gente UFG) divulgaram o curso no site do Gente, nas redes sociais e via .. O curso O Professor do Ensino Fundamental em formação: discutindo conteúdos e vivências nas aulas de matemática, sob a responsabilidade do GENTE, atendeu a 105 professores da escola fundamental. Os participantes do curso realizaram estudos relativos ao uso de tecnologias na sala de aula; à utilização e avaliação de softwares e vídeos nas aulas de matemática e à organização do trabalho pedagógico em seqüências didáticas. Receberam também orientações de modos de acesso e intervenção em vídeos e softwares, disponíveis na internet; elaboraram, em pequenos grupos, propostas de aulas utilizando
4 softwares e vídeos, com o acompanhamento de discentes de graduação da UFG participantes da equipe e da bolsista de extensão. Resultados alcançados Houve o fortalecimento da rede de pesquisa Novas Tecnologias e Educação da UFG através da realização de leituras e debates acerca dos temas Inclusão Digital e Inclusão Social. Realização da jornada de inclusão social e inclusão digital com a presença das equipes das instituições parceiras e da professora Katia Alonso Mosovic da Universidade Federal de Mato Grosso. Participação na 63ª Reunião Anual da SBPC, ocorrida entre os dias 10 e 15 de julho de 2011 com apresentação de pôster das ações em andamento. Realização do 4º Seminário de Educação em Rede com o tema: Processos de Inclusão, cidadania e tecnologia. Exposição de pôster no 4º Seminário de Educação em Rede e Conclusão da dissertação de mestrado Sites de Redes Sociais na Educação: do entretenimento à formação para a Cidadania, vinculada à temática do projeto, a ser defendida pela linha de pesquisa Mídia e Cidadania, da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG. Conclusões As equipes participantes de cada instituição parceira consideraram válidos os esforços após a avaliação positiva dos resultados das ações deste projeto. Mesmo não atingindo o número inicialmente previsto de participantes (800), a qualidade dos materiais produzidos, os resultados das atividades realizadas e o processo de planejamento coletivo de cada equipe possibilitaram o exercício de uma aprendizagem em rede. Considera-se, ainda, que outras ações especificamente definidas pelas políticas públicas precisam ser feitas com o propósito de continuidade a médio e longo prazo de forma articulada entre instituições formadoras, pois entende-se que projetos isolados não repercutem resultados duradouros. As reflexões e o conjunto das ações aqui desenvolvidas nos permitem afirmar que a inclusão digital se dá via inclusão social; para isso as políticas de implementação das tecnologias em processos educativos e sociais precisam primar pela acessibilidade e compreensão dos processos tecnológicos, nos quais o sujeito
5 é capaz de selecionar, distinguir e analisar de forma crítica os conteúdos disponibilizados no mundo digital. A educação é campo sensível a essas inovações no acompanhamento do avanço tecnológico da sociedade e na formação continuada. Porém, a educação formal não tem garantido o acesso e participação ativa dos sujeitos às informações e ao conhecimento disponibilizado no mundo virtual. Por este motivo, são importantes projetos integrados com instituições comprometidas com a inclusão social. Hoje a escola, segundo Braga e Calazans (2000) tem sido progressivamente destituída de seu papel de instância privilegiada da produção, organização e difusão do saber, por isso ora nega as formas de apropriação instrumental da tecnologia ora adota-a como redentora dos problemas educacionais. No que se refere à formação continuada de professores é inquestionável a participação deste profissional em estudos que o levem a uma reflexão de sua ação pedagógica, com o intuito de melhorar seu entendimento a respeito desta sua ação. Referências bibliográficas PRIMO, Alex. Interação Mediada por Computador. Coleção Cibercultura. Porto Alegre: Editora Sulina, 2º edição, RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, GUARESCHI, Pedrinho A., Osvaldo Biz. Mídia, Educação e Cidadania. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, BRAGA, José Luiz; CALAZANS, Regina. Comunicação e educação. São Paulo: Hacker, CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. São Paulo: Editora Contexto, BACCEGA, Maria Aparecida. Do Mundo editado à Construção do Mundo. In: Revista Comunicação e Educação. São Paulo, [1]: 7 a 14, set./dez RONDELLI, Elizabeth. Para concretizar a sociedade do conhecimento. Quatro passos para a inclusão digital. publicado em 24/06/2003. Fonte financiadora Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq).
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