Direito Civil. Das Servidões. Professora Tatiana Marcello.
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- Marina Mascarenhas Vidal
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1 Direito Civil Das Servidões Professora Tatiana Marcello
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3 Direito Civil LEI Nº , DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: PARTE ESPECIAL LIVRO III Do Direito das Coisas TÍTULO V Das Servidões CAPÍTULO I DA CONSTITUIÇÃO DAS SERVIDÕES Art A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art , autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. CAPÍTULO II DO EXERCÍCIO DAS SERVIDÕES Art O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos. Art As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título. Art Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante. Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber- -lhe-á custear as obras. Art O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. Art A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente. 3
4 Art Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. 1º Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro. 2º Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa. 3º Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. Art As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. III quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Art Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III pelo não uso, durante dez anos contínuos. CAPÍTULO III DA EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES Art Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Art O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I quando o titular houver renunciado a sua servidão; II quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; 4
5 Direito Civil Das Servidões Profª Tatiana Marcello Slides Das Servidões Art São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV -... DAS SERVIDÕES Conceito Trata-se de um ônus suportado por um prédio, chamado serviente, para proporcionar uma vantagem a outro, denominado dominante, de proprietário diferente, nascido de um acordo de vontades do dono de um e do outro imóvel. Um prédio passará a servir o outro. (Elpídio Donizetti) Obs.: servidão (direito real sobre coisa alheia) não se confunde com passagem forçada (direito de vizinhança). Da Constituição das Servidões Art A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. A servidão pode-se dar por instrumento escrito, por declaração verbal feita ao oficial do Registro imóveis, por testamento ou através de usucapião. 5
6 Art O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art , autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Usucapião da servidão com justo título = 10 anos; sem justo título = 20 anos. Ex.: o vizinho que encontra o terreno ao lado abandonado e por ele transita pelo prazo legal, sem oposição do proprietário, pode usucapir da servidão. Importante: somente há direito real de servidão se houver registro do ato constitutivo e somente poderá haver usucapião da servidão se houver posse. Portanto, atos de mera permissão ou tolerância (atos de boa vizinhança) não geram servidão, no sentido legal. Classificação da servidão (doutrinária) Urbana constituída sobre imóvel definido como urbano; Rústica constituída sobe imóvel rural; Positiva concede ao dono do prédio dominante um direito de ação (ex.: trânsito ou passagem de fios); Negativa impõe ao dono do prédio serviente uma abstenção; atualmente é pouco usada (ex.: não plantar árvores na lateral esquerda do terreno para não fazer sombra); Contínua quando se da por fatos da natureza (ex.: correr das águas por uma tubulação); Descontínua quando o exercício depende de atos (ex.: o trânsito); Aparente se manifesta em obras visíveis (ex.: aqueduto, caminho traçado); Não aparente quando não é aparente (ex.: trânsito sem caminho demarcado; abstenção de não plantar árvores em tal lugar) 6
7 Direito Civil Das Servidões Profª Tatiana Marcello Do Exercício das Servidões Art O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos. Art As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, seo contrário não dispuser expressamente o título. Art Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante. Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente,ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras. O dono do prédio dominante arca com as obras; se a servidão pertencer a mais de um prédio, ratearão as despesas. Se convencionar-se a obrigação das obras ao dono do prédio serviente, este poderá se exonerar abandonando a propriedade em favor do dominante, e este, se recusar a receber a propriedade, deverá custear as obras. Art O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercíciolegítimoda servidão. Não se pode embaraçar o uso legítimo da servidão, de acordo com o que foi convencionado entre as partes (finalidade declarada). Ex.: as partes podem ter acordado, na servidão de trânsito, que a passagem poderá se dar somente à tarde, então se o dono do prédio dominante quiser passar pela manhã, o dono do prédio serviente poderá impedir, pois não é um exercício legítimo. 7
8 Da Extinção das Servidões Extingue-se a servidão por: a) cancelamento no Registro de Imóveis (art e 1.388); b) imposição da lei (art ); c) desapropriação do prédio serviente. Art Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeitoa terceiros, quando cancelada. Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Ex.: imóvel dado em garantia (hipoteca), constando que tem a servidão, para cancelar, será preciso o consentimento do credor. Art O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; (ex.: servidão de trânsito que venha a cessar pela abertura de via pública) III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. (quando consta no contrato inicial a possibilidade de resgate da servidão) 8
9 Direito Civil Das Servidões Profª Tatiana Marcello Art Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-lacancelar, mediante a prova da extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; (confusão - se a mesma pessoa reunir o domínio de ambos os prédios, extingue-se a servidão, já que não pode haver servidão sobre coisa própria). II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; (se forem desfeitas as obras para as quais serviam, extingue-se a servidão por não ser mais necessária para aquele fim ex.: desfazimento das tubulações de aqueduto). III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. (desuso por mais de 10 anos demonstram desinteresse do titular e inutilidade da serventia). 9
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