1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE. Art. 5ª da CF é considerado cláusula pétrea, assim, propriedade é cláusula pétrea.

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1 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PONTO 1: Intervenção do Estado na Propriedade PONTO 2: Servidão Administrativa PONTO 3: Requisição Administrativa PONTO 4: Ocupação Temporária PONTO 5: Limitações Administrativas PONTO 6: Tombamento PONTO 7: Desapropriação 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE É um freio a utilização não só da propriedade privada, mas também do capitalismo. Art. 5ª da CF é considerado cláusula pétrea, assim, propriedade é cláusula pétrea. Art. 5º, inciso XXII garante o direito de propriedade. Art. 5º, inciso XXIII restringe a propriedade à função social. FUNÇÃO SOCIAL DE PROPRIEDADE art. 182 da CF a propriedade urbana cumpre a função social quando atende ao plano diretor de cada município (Estatuto da Cidade). Art. 192, 1º define plano diretor. Se propriedade não atender a função social ela pode sofrer restrição. Principal delas é a desapropriação. Estado pode desapropriar com prévia e justa indenização em dinheiro. A desapropriação pela falta de função social da propriedade tem conotação punitiva. Já as demais (necessidade urgência; utilidade pública conveniência e oportunidade; interesse social), não têm conotação punitiva. Desapropriação Confiscatória única que não indeniza nada. Art. 243 da CF. Art. 182 da CF O Poder Público municipal pode exigir, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de, sucessivamente: I parcelamento ou edificação compulsórios; II Imposto progressivo no tempo. 10 anos. III Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública, resgatados em até Se município não tiver plano diretor, deve desapropriar com base em alguma lei orgânica, senão não pode desapropriar.

2 2 agrária. Art. 184 da CF A União tem competência para desapropriar para fins de reforma Tipos de desapropriação: 1) art. 5, XXIV da CF por interesse social, utilidade e necessidade pública. 2) De caráter punitivo, ligado a quebra da função social da propriedade, art. 182, 4º, III da CF. 3) Desapropriação rural. 4) Desapropriação confiscatória, art. 243 CF. No caso de plantação de drogas. 1.1 FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE: A) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO B) INTERESSE SOCIAL 1.2 COMPETÊNCIA: A competência legislativa sobre hipóteses de intervenção do estado na propriedade é federal. Art. 22 da CF, incisos I, II, III. Fazer o Plano Diretor, é estipular no âmbito do município o que é cumprir a função social da propriedade. Não legisla sobre matéria de intervenção na propriedade. Quem legisla privativamente é a União. Competência para executar: a competência é federal, estadual, municipal e distrital. A desapropriação rural compete a União, e a urbana ao município. FORMAS DE INTERVENÇÃO EM ESPÉCIE: 2. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA Forma de intervenção pela qual a Administração Pública exerce o direito real de uso sobre bem imóvel em caráter permanente, com indenização ao proprietário desde que fique comprovado o prejuízo sofrido. Ex: gasoduto, oleoduto, antenas de transmissão, placas nas residências de esquina indicando nome da rua (essa não tem indenização).

3 3 (ilícita). A servidão administrativa muitas vezes é alegada como desapropriação indireta 2.1 Instituição: através de decreto. Pode ser por acordo entre as partes ou via processo judicial. Deve constar no registro de imóveis. Indenização: cabe tão somente se ficar comprovado o prejuízo ao proprietário. Decreto 3.365/41 único que comenta a servidão administrativa, ela não está definida em lei, apenas na doutrina. 2.1 Extinção da servidão: a) Pelo desinteresse da Administração; hipótese de conveniência e oportunidade (forma de revogação). b) Desaparecimento do objeto sobre o qual recai a servidão. Ex: proprietário vem a demolir a propriedade. c) O repasse da propriedade do bem para o acervo patrimonial da Administração, através da desapropriação. Administração não tem servidão sobre seus próprios bens. Pode ocorrer em relação a outro ente, ex: União sobre o Estado. 2.2 Características da servidão: a) b) c) d) IMPORTANTE: art. 29, incisos VIII e IX da Lei 8.987: REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA É uma hipótese de intervenção do estado na propriedade, prevista no inciso XXV do art. 5º da CF. É a forma de intervenção pela qual a Administração Pública, de forma autoexecutória pode utilizar bens imóveis, móveis ou até mesmo serviços particulares quando

4 presente um iminente perigo público. Sendo necessária a indenização ulterior desde que comprovado o dano. Tem caráter temporário. 3.1 Instituição da Requisição: Presente o perigo público iminente, a requisição pode ser decretada de imediato, sem a necessidade de prévia autorização judicial. É ato auto-executório, sempre ato de império pelo poder público (não precisa pedir para o poder judiciário). Discricionário quanto ao objeto e a oportunidade, mas vinculado à lei quanto a competência da autoridade que ordena e também vinculado a existência de um perigo público. A competência, finalidade e a forma são vinculados, conforme maioria da doutrina. Também é vinculada a requisição à finalidade do ato e, quando for caso, ao procedimento adequado (forma). 3.2 Extinção da Requisição: cessado o perigo público, cessa a requisição OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA Forma de intervenção pela qual o poder público utiliza bem imóvel privado, temporariamente, para base de apoio em prestação de serviços públicos como obras, eleições etc., passível de indenização caso fique comprovado o dano. 4.1 Instituição da Ocupação Temporária: Dá-se por meio de expedição de ato pela autoridade administrativa competente, que deverá fixar, desde logo, a indenização, se for o caso. É ato auto-executório, não necessitando de apreciação pelo poder judiciário. 4.2 Extinção da Ocupação Temporária: acaba a obra pública ou o serviço, finda é a ocupação. 5. LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS Forma de intervenção pela qual a administração pública impõe determinações em caráter geral a proprietários indeterminados, através de obrigações positivas, negativas ou permissivas. Em regra, de forma permanente. a) Obrigações Positivas: Em regra, não tem indenização.

5 5 b) Obrigações Negativas: Ex: proibição de construir acima de determinada altura; proibição de construir algum comércio em zonas residenciais. c) Obrigações Permissivas: 5.1 Instituição das Limitações: Comumente se dá através de lei. Mas pode ser também através de atos regulamentares, ex: decretos. 5.2 Extinção: como regra, as limitações podem ser elaboradas por lei, são permanentes, mas nova lei pode extinguir a limitação anteriormente estipulada. 6. TOMBAMENTO Forma de intervenção pela qual o poder público procura proteger o patrimônio cultural brasileiro. Art. 216 da CF, 1º. Tombamento também pode ser protegido pela ação popular, art. 5º, inciso LXXIII da CF, através do cidadão. Pode ser sobre bens móveis e imóveis e, como regra, não possuem indenização. 6.1 Espécies de tombamento: a) Voluntário : b) Compulsório : c) Provisório : d) Definitivo : 6.2 Efeitos do Tombamento: Deve ser registrado no Registro de Imóveis que trata-se de um bem tombado. O proprietário não poderá diminuir, dilapidar, bem como fazer qualquer alteração nas suas características originais.

6 6 O proprietário deve manter, conservar o patrimônio. Caso o proprietário não tenha recursos para manter o bem tombado, deverá comunicar o poder público para que este o faça, tendo que permitir o livre acesso. O proprietário, antes de vender o bem, deve respeitar o direito de preferência da União, do Estado ou do Município onde se encontra o bem, que deverão exercê-lo em 30 dias. Caso o proprietário não respeite o direito de preferência, o poder público pode seqüestrar o bem e aplicar uma multa de 20 % sobre o valor do contrato, ao proprietário e ao adquirente (solidariamente, 20% para ambos). 7. DESAPROPRIAÇÃO Art. 5º, XXIV; art. 182, 4º, III ; art. 184 da CF e Decreto 3365/41. Forma de intervenção pela qual a Administração Pública retira a propriedade do proprietário, pública ou privada, por razões de utilidade pública, necessidade pública, interesse social, falta de atendimento da função social da propriedade ou ainda de forma confiscatória. 7.1 Pressupostos: A) NECESSIDADE PÚBLICA: B) UTILIDADE PÚBLICA: C) INTERESSE SOCIAL: 7.2 Bens desapropriáveis: Em regra, a desapropriação pode ter como objeto qualquer bem móvel ou imóvel de valoração patrimonial. Contudo, existem alguns bens que não podem ser desapropriados, ex: moeda corrente, direitos personalíssimos (honra, liberdade) e os bens da União que não são passíveis de expropriação. 7.3 Fases da Desapropriação: 1ª) Fase Declaratória: 2ª) Fase Executória:

7 7 Caso não tenha êxito o processo administrativo a Administração Pública passa para a fase judicial, ingressando com a Ação de Desapropriação. A inicial da Ação de Desapropriação deverá ser acompanhada pelo decreto expropriatório, que conterá os pressupostos de necessidade, utilidade pública ou interesse social. ATENÇÃO: Na ação de desapropriação não poderá o proprietário, em sua contestação, discutir os pressupostos, podendo tão somente referir-se ao valor da indenização e possíveis vícios no processo administrativo ou no próprio processo judicial. Caso queira discutir os pressupostos, deverá assim o fazer através de ação direta.