Palestra. Aviso Prévio Novas Regras. Apoio: Elaborado por: Ana Camila Oliveira de Godoi

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1 Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) , (teleatendimento), fax (11) web: Rua Rosa e Silva, 60 Higienópolis São Paulo SP Presidente: Luiz Fernando Nóbrega Gestão Palestra Aviso Prévio Novas Regras Elaborado por: A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Ana Camila Oliveira de Godoi O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). Março 2012 Apoio: Acesso gratuito pelo portal do CRC SP

2 I Breve histórico sobre o aviso-prévio O artigo 7º, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988 prevê como direito de todos os trabalhadores urbanos e rurais, aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei. Neste aspecto, a proporcionalidade prevista na Constituição desde 1988, não era aplicável, pois ainda necessitava de lei para regulamentá-la. I Breve histórico sobre o aviso-prévio Mais de 20 (vinte) anos depois, ou seja, somente no ano de 2011 foi disciplinado o referido dispositivo, que faz parte de um sistema de proteção ao empregado dispensado sem justa causa, por meio da publicação da Lei , de 11/10/2011 DOU

3 Lei nº /2011 Lei /11 - Lei nº de D.O.U.: Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Novas regras trazidas pela Lei nº /2011 Lei /11 - Lei nº de D.O.U.: Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 3

4 II - Novas regras trazidas pela Lei nº /2011 Para regulamentar a aplicação do avisoprévio, foi publicada a Lei nº /2011 para determinar que o aviso-prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/1943, será concedido na proporção de 30 dias aos empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa. II - Novas regras trazidas pela Lei nº /2011 Ao aviso-prévio ora mencionado, serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias. A citada Lei entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja,

5 III Definição de aviso-prévio Aviso-prévio é o prazo concedido por uma das partes (empregador ou empregado) que pretende rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo indeterminado (arts. 481 e 487 da CLT). O prazo correspondente ao aviso-prévio contase a partir do dia seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito. III - Definição de aviso-prévio Em regra, não se aplicam os requisitos do avisoprévio aos contratos por prazo determinado, salvo se houver cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado. Em se tratando de contrato por prazo indeterminado (ou determinado regido pelo art. 481 da CLT), a parte que, sem motivo justo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra com no mínimo 30 dias (CLT, art. 487) de antecedência. 5

6 III Definição de aviso-prévio Observa-se que neste sentido a Constituição Federal vigente, no seu art. 7º, inc. XXI, criou o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, o que tornou comum, após 05/10/88 (data da promulgação da Constituição), as convenções coletivas criarem aviso-prévio superior a 30 dias, dependendo do tempo em que o empregado já trabalha na empresa. III Definição de aviso-prévio III.1 Finalidade do aviso-prévio O aviso-prévio tem duas finalidades essenciais, ou seja, de possibilitar que o empregado encontre outro emprego quando for dispensado, e, possibilitar que a empresa encontre um substituto quando o empregado pede demissão. Estas finalidades, embora de simples compreensão, são muito esquecidas no dia a dia, o que não pode ocorrer, pois é preciso lembrar da finalidade do aviso para entender alguns de seus aspectos. 6

7 III Definição de aviso-prévio III.2 Formas de aviso-prévio O aviso-prévio poderá ser concedido por ambas as partes, empregador e empregado, de 2 (duas) formas: na modalidade aviso-prévio trabalhado e na modalidade aviso-prévio indenizado. O período referente ao aviso-prévio, inclusive quando indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais (art. 487 da CLT; art. 16 da Instrução Normativa SRT/MTE nº 15/2010). IV Trabalhadores abrangidos Dentre as diversas questões que surgiram com a publicação da Lei nº /2011, podemos destacar aquela em que se indaga quais categorias de trabalhadores serão abrangidos pelo novo aviso-prévio. Podemos citar como categorias de trabalhadores os empregados urbanos, os rurais, os domésticos, mas é importante estabelecer que cada um deles possui regra legal específica, conforme será demonstrado. 7

8 IV Trabalhadores abrangidos IV.1 Empregado urbano Para esta categoria de trabalhadores, não há dúvida quanto à obrigatoriedade de aplicação da Lei nº /2011, pois estes são abrangidos pela CLT, e a citada lei alterou justamente o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim estabelece o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). IV Trabalhadores abrangidos CAPÍTULO VI DO AVISO PRÉVIO Art Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: I - 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; II - 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. 8

9 IV Trabalhadores abrangidos 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço. 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta. IV Trabalhadores abrangidos 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado. A redação deste parágrafo foi dada pela Lei nº / º O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado préavisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais. A redação deste parágrafo foi dada pela Lei nº /

10 IV Trabalhadores abrangidos Art O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral. Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso li do art. 487 desta Consolidação. IV Trabalhadores abrangidos Art O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeitase ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida. Art O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. 10

11 IV Trabalhadores abrangidos IV.2 Empregado rural As relações de trabalho rural são reguladas pela Lei nº 5.889/1973 e respectivo Regulamento, aprovado pelo Decreto nº /1974. O art. 4º do citado Regulamento estabelece quais artigos da CLT se aplicam ao trabalho rural, estando nestes incluído o art. 487, que trata do aviso-prévio. Portanto, considerando que o direito ao aviso-prévio é um direito constitucional, bem como de que ao empregado rural aplicam-se as regras contidas no art. 487 da CLT, afere-se, a princípio, que aos trabalhadores rurais também será aplicada a Lei nº /2011. IV Trabalhadores abrangidos IV.3 Empregado doméstico O direito ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço é extensivo aos domésticos, na forma da lei, conforme expressa disposição da Constituição Federal. Entretanto, a regulamentação do direito foi feita através de alteração do aviso- prévio previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, que não se aplica aos empregados domésticos (art. 2º do Decreto nº /73). 11

12 IV Trabalhadores abrangidos Os direitos dos empregados domésticos estão expressos na Lei nº 5.859/72 que não sofreu alteração. A matéria é discutível, mas examinando-se o conjunto de normas, surgem 02 (dois) posicionamentos sobre a questão, a saber: 1º posicionamento Não-aplicação A Lei nº /2011 não se aplica aos empregados domésticos, pela necessidade de previsão em lei específica para que o empregado doméstico passe a ter direito ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, não bastando para tanto apenas o fato do direito ao aviso ser estendido a esta categoria através da Constituição Federal. V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) Tratando-se de aviso-prévio trabalhado concedido pelo empregador ao empregado, a jornada normal de trabalho deverá ter redução de 2 (duas) horas por dia, sem prejuízo do salário integral. Todavia, é faculdade do empregado, em substituição à redução de 2 (duas) horas, deixar de trabalhar 7 (sete) dias corridos durante o prazo de aviso-prévio, sem prejuízo do salário integral (art. 488 da CLT). 12

13 V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) V.1 - Redução de 2 horas Ocorrendo a dispensa sem justa causa, o horário normal de trabalho do empregado, durante o respectivo prazo, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral, conforme destacado anteriormente. Assim, no início do aviso-prévio, o empregado manifestará, formalmente, sua opção entre a redução de duas horas no começo ou no final da jornada diária de trabalho. V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) Considerando que a lei não estabeleceu nenhuma relação entre a jornada de trabalho e a redução do horário de trabalho, tal benefício também é extensivo aos empregados que tenham jornada legalmente reduzida. Esses trabalhadores possuem o mesmo direito de dispor de tempo para procurar novo emprego. 13

14 V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) V.2 - Redução de 7 dias É permitido ao empregado optar por trabalhar sem a redução das duas horas diárias, hipótese em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias corridos. Tal possibilidade caracteriza-se como outra forma alternativa de que o empregado dispõe para procurar novo emprego, podendo inclusive, escolher entre a redução de 7 (sete) dias no início, no meio ou no final do aviso-prévio. O importante é que a redução ocorra de forma corrida, sem fracionamentos. V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) V.3 - Trabalhador rural Sendo a rescisão promovida pelo empregador, o empregado rural terá direito, durante o prazo do aviso-prévio, a ausência de um dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho. Quando a rescisão contratual tiver sido promovida pelo empregado, entende-se que este não fará jus à redução da jornada de trabalho. 14

15 V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) V.4 - Não redução da jornada - Consequências Na hipótese de o empregador rescindir o vínculo de emprego sem justa causa e não conceder a redução do horário de trabalho, predomina o entendimento de que o aviso-prévio não foi concedido, pois não foi possível que empregado tivesse tempo para buscar uma recolocação no mercado de trabalho. V Redução da jornada (2 horas ou 7 dias) Além disso, está vedada a substituição do período referente à redução da jornada por eventual pagamento em dinheiro. Neste sentido, entende o Tribunal Superior do Trabalho (TST): SUM-230 AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso-prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. 15

16 VI Tempo de serviço proporcional Por meio da Lei nº /2011 foi determinado que o aviso-prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados com até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Além disso, ao referido aviso-prévio serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. - Tabela de aviso-prévio proporcional de acordo com a Lei nº /2011 VI Tempo de serviço proporcional 16

17 VI Tempo de serviço proporcional Entretanto, a Lei nº /2011 não tratou claramente desta questão, ou seja, não especificou como deveria ser efetuada a contagem dos 3 (três) dias adicionais a título de aviso-prévio. Neste aspecto, surgiram duas interpretações sobre o novo aviso-prévio. A 1ª interpretação é no sentido de que a Lei nº /2011 estabeleceu que o aviso-prévio para o primeiro ano de serviço será de 30 (trinta) dias e, para cada ano de serviço adicional, deve-se somar 3 (três) dias, sendo que o limite máximo do aviso-prévio, somando-se os adicionais por tempo de serviço, é de 90 (noventa) dias. VI Tempo de serviço proporcional De acordo com esta interpretação, pelo fato da nova Lei não estabelecer nenhuma regra de proporcionalidade, mas sim determinar que o direito é criado a cada ano de serviço prestado, o direito daquele determinado empregado a um acréscimo de 3 (três) dias surgirá apenas quando ele completar o segundo ano de serviço. Já a 2ª interpretação dada a citada Lei, é no sentido de que pelo fato de ter sido estabelecido que o aviso-prévio "será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa", após esse prazo, ou seja, a contar de 1 (um) ano e 1 (um) dia, o empregado já faz jus ao acréscimo de 3 (três) dias a título de aviso-prévio (30 e o adicional de 3 dias). 17

18 VI Tempo de serviço proporcional Conforme esta interpretação, independentemente do tempo trabalhado no 2º ano (1 dia, 1 mês, vários meses) desde que até completar 2 (dois) anos, permanece o empregado com direito a 33 (trinta e três) dias de aviso. Ao completar 2 (dois) anos e 1 (um) dia, já passará a ter o direito de 36 (trinta e seis) dias de aviso e assim sucessivamente. Ainda, cumpre observar que a 1ª interpretação, a princípio, é a que mais está sendo divulgada. Porém, a 2ª interpretação é a mais preventiva por enquanto, até que haja uma regulamentação à Lei nº /2011, sendo que até o presente momento não houve qualquer manifestação oficial neste sentido. VI Tempo de serviço proporcional Alerta-se também que, para fins de evitar ônus e/ou complicações no momento da homologação, é recomendável que seja consultado o sindicato da respectiva categoria, a fim de verificar o respectivo posicionamento adotado. Diante da polêmica, caberá exclusivamente à parte adotar o posicionamento que julgar mais acertado, suportando desse modo, os eventuais ônus de sua escolha. 18

19 VII Recolhimento previdenciário (INSS) VII.1 Aviso-prévio trabalhado O aviso-prévio trabalhado ocorre quando o empregado trabalha normalmente durante o prazo do respectivo aviso. O valor do aviso-prévio trabalhado é calculado com base na remuneração recebida pelo empregado. Assim, o valor das horas extraordinárias habituais, por exemplo, integram o aviso-prévio. VII Recolhimento previdenciário (INSS) VII.1 Aviso-prévio trabalhado O período referente ao aviso-prévio trabalhado integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, sendo inclusive, base de cálculo da contribuição previdenciária. Assim, sobre o aviso-prévio trabalhado serão devidas as seguintes contribuições: a) INSS a cargo do empregado é calculada com base na seguinte tabela, para pagamento da remuneração a partir de 1º de janeiro de 2012: 19

20 VII Recolhimento previdenciário (INSS) SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.174,86 8,00% de 1.174,87 até 1.958,10 9,00% de 1.958,11 até 3.916,20 11,00% VII Recolhimento previdenciário (INSS) b) INSS da empresa (cota patronal): b.1) 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; 20

21 VII Recolhimento previdenciário (INSS) b.2) para financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT, RAT ou GIIL-RAT), incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que lhe prestem serviços, correspondente à aplicação dos seguintes percentuais: VII Recolhimento previdenciário (INSS) b.2.1) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b.2.2) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; b.2.3) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. 21

22 VII Recolhimento previdenciário (INSS) As alíquotas constantes do GIIL-RAT serão reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP). b.3) recolhimento destinado para outras entidades (terceiros) - a alíquota será fixada de acordo com o enquadramento do Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS), que deverá ser realizado pela empresa levando em consideração sua atividade. As regras relacionadas à cota patronal são aplicadas às empresas em geral. VII Recolhimento previdenciário (INSS) VII.2 Aviso-prévio indenizado O valor do aviso-prévio indenizado é calculado com base na remuneração recebida pelo empregado. Assim, o valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso-prévio. Neste mesmo sentido, entendeu o Tribunal Superior do Trabalho (TST): SUM-94 HORAS EXTRAS (cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e O valor das horas extraordinárias habituais integra o avisoprévio indenizado. 22

23 VII Recolhimento previdenciário (INSS) No tocante à contribuição previdenciária, desde a publicação do Decreto nº 6.727, de revogando a alínea "f" do inciso V do 9º do art. 214 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) declarou que o aviso-prévio indenizado é base de cálculo para a contribuição previdenciária, tanto por parte do empregador (contribuições previdenciárias patronais), quanto do empregado. Ainda neste sentido, entende-se que a parcela relativa à projeção do aviso-prévio (por exemplo, 1/12 de décimo terceiro) está sujeita à tributação da contribuição previdenciária, em virtude do princípio jurídico de que "o acessório segue o destino do principal". VII Recolhimento previdenciário (INSS) Sobre a matéria, segue Solução de Consulta da RFB: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias. Ementa: O aviso prévio indenizado e a parcela a ele correspondente da gratificação natalina (décimo terceiro salário proporcional) não sofriam incidência de contribuições previdenciárias, na vigência da redação original do art. 214, 9º, inciso V, alínea "f" do Decreto nº 3.048, de No entanto, o Decreto nº 6.727, de 2009, revogou referida alínea, passando o aviso prévio indenizado e a sua correspondente parcela de décimo terceiro salário a integrar a base de cálculo de contribuições previdenciárias. (Processo de Consulta nº 58/09. Órgão: SRRF /8ª. Região Fiscal. Publicado em ). 23

24 VII Recolhimento previdenciário (INSS) Não obstante, vale frisar que a questão é polêmica, visto que há quem entenda que o aviso-prévio indenizado não é base de cálculo para a contribuição previdenciária, por se tratar de verba de natureza meramente indenizatória. Esta corrente entende que a não incidência do aviso-prévio está fundamentada no art. 214, 9º, V, "m" do Decreto 3.048/1999, o qual dispõe que não integra o salário de contribuição, exclusivamente, as importâncias recebidas a título de outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei. VII Recolhimento previdenciário (INSS) Diante da controvérsia, vários empregadores, sindicatos e demais interessados têm ingressado com ações perante o Judiciário a fim de resolver a questão, pleiteando liminares para a não incidência previdenciária sobre determinada verba. Do exposto, com base na legislação previdenciária atual, o aviso-prévio indenizado sofre incidência de contribuição previdenciária normalmente, excetuados os casos, bem como as partes abrangidas por decisões judiciais para a não tributação. 24

25 VII Recolhimento previdenciário (INSS) VII.2.1 Férias e décimo terceiro indenizados - Férias indenizadas e o correspondente aviso-prévio Em relação à da contribuição do INSS, não integram o salário de contribuição (base de cálculo) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional. Partindo dessa premissa, entende-se que aviso-prévio correspondente às férias indenizadas não é base de cálculo da contribuição previdenciária (INSS). Tal entendimento fundamenta-se no princípio jurídico de que "o acessório segue o destino do principal". VII Recolhimento previdenciário (INSS) - 13 salário indenizado e o correspondente aviso-prévio indenizado. Em decorrência da revogação do art. 214, 9, alínea "f" do Decreto n 3.048/1999, o qual previa que o aviso-prévio indenizado não integrava o salário de contribuição, não há qualquer base legal expressa que disponha sobre a não incidência da contribuição previdenciária. Contudo, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) declarou que o aviso-prévio indenizado é base de cálculo para a contribuição previdenciária. Neste sentido, entende-se que a parcela relativa ao 13 (décimo terceiro indenizado) referente ao aviso-prévio está sujeita à tributação da contribuição previdenciária, em virtude do princípio jurídico de que "o acessório segue o destino do principal". 25

26 VIII Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) VIII.1 Aviso-prévio trabalhado O valor correspondente ao aviso-prévio trabalhado é base de cálculo para o depósito de FGTS. Neste sentido, prevê a Súmula nº 305 do Superior do Trabalho (TST): SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS. VIII Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) VIII.2 Aviso-prévio indenizado O valor correspondente ao aviso-prévio indenizado é base de cálculo para o depósito de FGTS. Neste sentido, prevê a Súmula nº 305 do Superior do Trabalho (TST): SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS. 26

27 IX Projeção no contrato de trabalho O aviso-prévio, inclusive na modalidade indenizado, se projeta para todos os fins. Neste sentido, pelo novo prazo do aviso-prévio também se aplicam as mesmas regras, ou seja, a integração do período do aviso-prévio indenizado no cálculo das demais verbas rescisórias será devida, conforme previsto no 1º do art. 487 da CLT. Assim sendo indenizado o período do aviso-prévio, a projeção ao seu último dia valerá, entre outras situações, para o cálculo de férias, do 13º salário e também para a indenização de 1 salário na contagem dos 30 dias que antecedem a data-base da categoria profissional. X Pedido de demissão e dispensa sem justa causa A Lei nº /2011 não tratou de várias questões relacionadas ao aviso-prévio, dentre elas, a aplicação ou não nos casos de pedido de demissão. Assim, diante da polêmica trazida pela referida Lei, surgiram os seguintes posicionamentos: a) aplicação bilateral - o aviso-prévio de 30 (trinta) até 90 (noventa dias) deve ser aplicado aos empregados (pedido de demissão) e aos empregadores (dispensa do trabalhador sem justa causa); 27

28 X Pedido de demissão e dispensa sem justa causa Exemplo: Empregado com 2 anos de serviço na mesma empresa: - pedido de demissão: 33 dias de aviso-prévio trabalhado ou indenizado - dispensa por iniciativa do empregador sem justa causa: 33 dias de aviso-prévio trabalhado ou indenizado b) aplicação unilateral - o aviso-prévio de 30 (trinta) até 90 (noventa dias) deve ser concedido somente ao empregado dispensado sem justa causa. Quando se tratar de pedido de demissão continua a regra dos 30 (trinta) dias. X Pedido de demissão e dispensa sem justa causa Exemplo: Empregado com 2 anos de serviço na mesma empresa: - pedido de demissão: 30 dias de aviso-prévio trabalhado ou indenizado - dispensa por iniciativa do empregador sem justa causa: 33 dias de aviso-prévio trabalhado ou indenizado Discute-se a possibilidade de elaboração de ato para regulamentar a Lei nº /2011, mas até o momento não houve qualquer manifestação oficial neste sentido. 28

29 XI Anotação na CTPS Quando o aviso-prévio for indenizado, a data da saída a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) deverá ser: - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso prévio indenizado; - na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado. XI Anotação na CTPS Neste sentido, considerando que o novo prazo do aviso-prévio deve ser aplicado tanto na modalidade trabalhado, como na modalidade indenizado, entende-se que, em sendo o aviso indenizado, todo o período que o empregado fizer jus a título de aviso, deverá ser computado também para efeitos da regra de anotação da baixa na CTPS. Esclarece-se que no TRCT, a data de afastamento a ser consignada será a do último dia efetivamente trabalhado. 29

30 XII Prazo de pagamento O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: a) até o 1º (primeiro) dia útil imediato ao término do contrato; ou b) até o 10º (décimo) dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso-prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. No aviso-prévio indenizado, quando o prazo previsto na linha "b" recair em dia não útil, o pagamento poderá ser feito no próximo dia útil. CONTATO: desenvolvimento@crcsp.org.br 30