João Carvalho ECSA European Community Shipowners Association
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- Bernadete Botelho Frade
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1 POLÍTICA MARÍTIMA DA UNIÃO EUROPEIA João Carvalho ECSA European Community Shipowners Association
2 Introdução O Presidente da Comissão, Durão Barroso, nomeou uma task force para definir a futura política marítima da União Europeia. Indústria e Empresas Primeira iniciativa será elaboração do Livro Verde, com levantamento Transportes dos recursos marinhos, turismo, Direito do Mar, construção naval, ambiente, transportes marítimo e portos. Ambiente Política Regional Matrizes fortes: Energia O Ambiente O aproveitamento Investigação dos Cientifica Recursos Marinhos
3 Razão de ser de uma política marítima para a UE Cerca de metade da superfície da UE é constituída por água; A linha de costa da UE totaliza Km, 7x a dimensão dos EUA e mais de 4x a da Rússia; Um terço dos 450 milhões de habitantes da UE vive junto à orla costeira;
4 Razão de ser de uma política marítima para a UE A UE dispõe de uma das maiores ZEE do Mundo que importa gerir, regulamentar, monitorizar, fiscalizar e proteger; A UE não pode deixar de dispor,, por razões económicas e estratégicas, sociais e políticas, de frotas mercantes competitivas sob bandeira dos Estados Membros; A UE dispõe do mais importante cluster marítimo do Mundo,, incluindo o transporte marítimo - 40% da frota mundial, os portos, a industria de construção e reparação naval, etc.
5 Razão de ser de uma política marítima para a UE O cluster marítimo emprega mais de 105 milhões de pessoas e representa um volume de vendas anuais superior a milhões de Euros. A questão que se coloca não é a da necessidade da UE dispor de uma política marítima, mas sim: Mais de 90% do comércio externo da União é transportado por via marítima tima. Que política marítima? O transporte marítimo é responsável pelo transporte de 41% do total das mercadorias movimentadas dentro da União.
6 Razão de ser de uma política marítima para a UE Não repetir os erros internos da Comissão Estratégica dos Oceanos. As centenas de páginas p que a Comissão produziu, contemplam uma visão idílica do Mar. O Mar que o Relatório da Comissão dos Oceanos retratou é,, por assim dizer, um Mar Morto. Uma política séria s e consequente para o mar tem que ser feita com os pés p s bem assentes na terra.
7 O que a política da UE deve ser O transporte marítimo constitui a âncora do cluster marítimo que é um pilar económico, social e político fundamental para o futuro da Europa. O objectivo da Estratégia de Lisboa exige o desenvolvimento de um sistema de transportes eficiente, competitivo e sustentável. Importa manter, reforçar, harmonizar e prolongar no tempo as medidas positivas de suporte á actividade, asseguradas no quadro das Guide Lines da Comissão Europeia sobre as Ajudas de Estado ao sector marítimo.
8 O que a política da UE deve ser O transporte marítimo necessita de um ambiente favorável vel à atractividade do investimento e ao desenvolvimento do sector. A Europa não pode perder a base de know how indispensável à existência e dinâmica das actividades marítimas, e à inovação e investigação científica e tecnológica gica. Consolidar a identidade marítima europeia.
9 O que a política da UE deve ser Os portos e actividades portuárias rias não podem deixar de merecer uma atenção especial no quadro de uma política marítima da União Europeia. Os transportes marítimos e logística dependem da eficiência portuária ria,, das acessibilidades marítimas e terrestres aos portos e da rapidez na movimentação das mercadorias.
10 O que a política da UE deve ser Não podem ser ignoradas actividades como a construção e reparação naval,, as empresas de gestão técnica t de navios,, os transitários rios,, os agentes de navegação ão, a pilotagem,, as Sociedades Classificadoras,, etc. Uma política marítima da UE não pode deixar de prestar uma atenção especial ao mercado interno, isto é,, ao papel que o transporte marítimo de curta distância (Short( Sea Shipping) ) deve desempenhar no quadro de um sistema europeu de transportes,, eficiente e sustentável.
11 O que a política da UE deve ser O custo do desgaste provocado nas infra-estruturas rodoviárias, rias, a que acresce o impacto da poluição e do acidentismo daí resultantes, atingirão na próxima década d níveis claramente inaceitáveis veis. É necessário ir ao fundo do problema, identificando as razões pelas quais o transporte marítimo não é competitivo com o transporte rodoviário, rio, e adoptar medidas concretas e eficazes para inverter a situação. A eficiência portuária ria e o custo da movimentação das cargas nos portos, são factores determinantes que não podem ser ignorados numa política marítima global e consistente.
12 O que a política da UE deve ser As regiões periféricas ricas e ultra-perif periféricasricas da Europa, como os Açores, A a Madeira, as Canárias ou as Ilhas Gregas não podem deixar de merecer uma atenção e um enquadramento especial no âmbito dessa política. O transporte marítimo é absolutamente vital para garantir o abastecimento e escoamento dos produtos dessas Regiões e para assegurar o desenvolvimento económico e o bem-esta estar r das respectivas populações ões. A regularidade,, a frequência,, a fiabilidade,, a continuidade da prestação do serviço e a escala em todas as ilhas,, grandes ou pequenas, ao mesmo preço, constituem factores indispensáveis ao desenvolvimento das regiões insulares da Europa.
13 O que a política da UE deve ser Devemos orgulhar-nos de ter sido a Presidência Portuguesa a conseguir obter a aprovação, em 1992, do Regulamento 3577/92 sobre a Cabotagem que acautela devidamente os interesses das zonas periféricas ricas e que ainda hoje se mantém m como referencial indispensável e insubstituível vel,, nesta matéria. Aproveitar o ensejo desta nova política marítima europeia para desconsiderar a especificidade destas Regiões, acolhendo as pressões corporativas ou fundamentalistas da liberalização a qualquer preço, é um risco sérios que se corre, e para o qual todos nós, n a começar pelos responsáveis regionais, devemos estar atentos e não permitir que tal aconteça.
14 O que a política da UE não deve ser Não deve deixar de ter em conta o papel relevante que as actividades marítimas devem desempenhar no âmbito da política marítima europeia. Não deve eleger apenas as questões ambientais e os recursos marinhos como elementos preponderantes pois deve ser global, consistente e integrada. Não deve ter a presunção de resolver os problemas da segurança a da navegação e da protecção do meio ambiente marinho, legislando na Europa como se o Mundo não existisse.
15 O que a política da UE não deve ser Não deve a assumir o papel da IMO enquanto Agência Especializada das Nações Unidas existente para a produção de normas internacionais. Não deve impor aos armadores europeus mais normas,, mais obrigações e mais custos a que os seus concorrentes não europeus não estão obrigados. Não deve impor standards que só os armadores europeus estão obrigados a cumprir.
16 O que a política da UE não deve ser Não deve adoptar medidas avulsas,, sob pressão da opinião pública, p visando penalizar as consequências dos acidentes marítimos mas sim legislar por forma a eliminar as causas que estiveram na sua origem. Esta atitude conduziu ao longo dos anos a uma profusão de leis, códigos c e regulamentos que a UE passou a designar por Packages a partir dos acidentes do Erika e do Prestige,, e cuja eficácia cia está, no mínimo, m por demonstrar. Parar para pensar,, ou seja, não produzir mais normas enquanto as existentes não forem devidamente aplicadas por todos e provarem a sua eficácia. cia.
17 O que a política da UE não deve ser Ponderar sempre uma análise de risco e de custo/benefício cio.. Novas normas sós deverão ser adoptadas após s avaliação consistente do valor acrescentado das mesmas. A A aquisição de equipamentos e modificações tecnológicas dos navios para prevenir a poluição do mar, quando a navegação marítima é responsável apenas por 5% da poluição total, tem vindo a penalizar o transporte marítimo timo. Outro caminho que a política Marítima Europeia não deve seguir é o da substituição do papel dos Estados Membros pela Comissão Europeia na IMO.
18 O que a política da UE não deve ser A experiência tem demonstrado que sistemas de voto em bloco podem paralisar gradualmente o processo de decisão, reduzindo a eficiência das Organizações. A adopção de uma política marítima da UE é absolutamente necessária, para fazer face aos desafios da globalização que marcam o nosso tempo. Essa política, porém, deve ser global e integrada
19 Se: criar um ambiente saudável de apoio, estabilidade e competitividade, de crescimento e desenvolvimento do transporte marítimo, dos portos e das actividades afins, apostar no ensino náutico, n na formação profissional marítima, na investigação científica e na inovação tecnológica e abordar as questões ambientais numa perspectiva global; Então: essa política é bem vinda e merecerá todo o nosso apoio.
20 Se: tornar mais complexo, mais burocrático, mais oneroso e menos competitivo o exercício cio destas actividades, subjugando ou desconsiderando os interesses do sector a outros interesses em nome do Mar; Então: essa política não sós não é desejável como contará com a nossa firma oposição.
21 A capacidade que a task force demonstrar para acolher a participação activa dos Armadores Europeus na elaboração dessa política, constituirá um primeiro teste para avaliarmos qual dos caminhos a Comissão Europeia pretende trilhar.
22 Muito Obrigado pela Vossa atenção.
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