Alessandro G. Teixeira PRESIDENTE DA APEX-BRASIL. Maurício Borges DIRETOR DE NEGÓCIOS. Ricardo Schaefer DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

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1 Perfil País IRÃ 2010

2 Alessandro G. Teixeira PRESIDENTE DA APEX-BRASIL Maurício Borges DIRETOR DE NEGÓCIOS Ricardo Schaefer DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO Marcos Tadeu Caputi Lélis Coordenador da Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva (UICC) EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL SEDE Setor Bancário Norte, Quadra 02, Lote 11, CEP Brasília DF Tel. 55 (61) Fax. 55 (61) ic@apexbrasil.com.br Março, Apex-Brasil Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

3 Autor: Rodrigo de Andrade Iglesias Colaboração: Carla Ramos de Carvalho Clara do Carmo Rios dos Santos Juliany Michelle Braga da Silva

4 INTRODUÇÃO Este estudo traça um breve perfil do Irã, através da apresentação dos aspectos sócio-econômicos, políticos e comerciais daquele país. A ênfase maior é dada às relações comerciais iranianas, mais detalhadamente aquelas que são estabelecidas com o Brasil. Além de analisar os dados do comércio entre Brasil e Irã, o trabalho também traz indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais entre esses dois países e oportunidades de negócio para os exportadores brasileiros que desejam atuar no mercado iraniano. Abaixo, são listadas as informações encontradas em cada uma das cinco partes do estudo. Parte Conteúdo Informações Analisadas 1 Dados Geográficos e Sócio-Econômicos População Principais cidades Desempenho Econômico Distribuição de renda 2 Panorama Político 3 Relações Comerciais Política Interna Política Externa Relações Bilaterais Brasil-Irã Comércio Internacional Fluxos de Investimentos Acordos Comerciais Destino das Exportações Origem das Importações Produtos mais comercializados Comércio Brasil-Irã 4 Indicadores de Comércio Índice de Complementariedade de Comércio Índice de Intensidade de Comércio Índice de Preços e Índice de Quantum Índice de Especialização Exportadora Medida de Intensidade Tecnológica 5 Oportunidades Comerciais de Negócios Brasileiros no Irã Principais oportunidades para os exportadores brasileiros no mercado iraniano

5 SUMÁRIO EXECUTIVO A República Islâmica do Irã é uma das principais economias do Oriente Médio. O país tem entre seus principais parceiros comerciais nações emergentes como a China e Rússia, que têm financiado grande parte do crescimento econômico dos iranianos através das importações de petróleo e gás natural, os principais produtos exportados pelo país ao mundo. Assim como a China, a Rússia participa da SCO (Organização de Cooperação de Shangai) com o Irã e mais 4 países da região, no entanto, após discursos do atual presidente iraniano Ahmadinejad, chineses e russos já não se mostram tão próximos ao grupo e adeptos às iniciativas dos iranianos. O tema energético é um dos principais que colocam o país em destaque no contexto diplomático internacional já que os iranianos são responsáveis pelo enriquecimento do urânio, o que já provocou sanções dos Estados Unidos, União Européia e ONU, inclusive fiscalização da AIEA, que solicitou re-orientação de tal programa ainda que sob afirmações oficiais do governo iraniano de que este se volta a iniciativas pacíficas incluindo o maior provimento energético futuro ao país, que já é abastecido em grande parte pela extração nacional de gás natural. As sanções têm prejudicado o andamento da economia iraniana tanto com a saída de capitais dos poucos investidores internacionais instalados quanto com as barreiras inter-bancárias criadas principalmente pelos EUA para bloquear as trocas financeiras com bancos iranianos ainda que privados. Alguns bancos internacionais que estavam instalados no país foram pressionados a deixarem suas atividades no Irã considerando os aspectos que envolvem os negócios de norte-americanos e europeus. Após a queda no preço internacional de commodities como petróleo e gás natural, além da diminuição da demanda destes bens no mundo considerando a baixa produção industrial nos países fomentada pela crise financeira internacional desde o segundo semestre de 2008, os Aitolás forçaram Ahmadinejad criar mecanismos para viabilizar o apropriado crescimento econômico ao Irã (em aproximados 8% ao ano) para controlar a alta inflação e principalmente as manifestações populares contrárias ao governo e esperançosas por mudanças sociais que são aguardadas desde o momento pós Revolução Islâmica, ocorrida no início da década de 80 do século XX. Além disso, alguns aspectos sócio-demográficos preementes agravam a atual baixa popularidade do sistema teocrático. Há um grande volume de pessoas habitando centros urbanos e o crescente aumento da população jovem e ingressante no mercado de trabalho iraniano, bem como de idosos já que o país tende a se tornar mais velho com o tempo, só aumentam os gastos futuros e as pressões sobre o governo. O país mantem o controle cambial frente ao dólar para viabilizar as exportações dos recursos minerais e o ganho real favorável à economia, no entanto, tal situação não tem se tornado impecilho para as exportações brasileiras ao país concentradas em produtos alimentícios. Em 2008 foi observada grande queda no volume total importado pelo Irã proveniente do Brasil, o que se justifica pelo crescimento das vendas de países como China, Índia e Argentina em grupo de produtos em que o Brasil já era líder. Ainda assim, em 2009, o ritmo de crescimento observado das exportações brasileiras antes de 2008 foi retomado.

6 PARTE 1: DADOS GEOGRÁFICOS E SÓCIO-ECONÔMICOS Elo geográfico entre Oriente Médio e Ásia, a República Islâmica do Irã é banhada ao norte pelo Mar Cáspio e ao sul pelos Golfos de Omã e Pérsico. O país faz fronteira, a norte, com a Armênia, Azerbaijão e o Turcomenistão, a leste, com Afeganistão e Paquistão e, a oeste, com Iraque e Turquia. Até 1935, o Irã era conhecido como Pérsia. Em 1979, com a Revolução Islâmica promovida pelo Aiatolá Khomeini, o país contraiu o título oficial religioso. A maioria da população fala uma das línguas iranianas, embora o persa seja o idioma oficial e bem difundido, falado por mais da metade dos habitantes do país. A explosão de crescimento da população iraniana ocorreu durante a segunda metade do século XX. Entre 1960 e 1980, o aumento da população foi de 17 milhões de pessoas. Variação similar ocorreu entre 1980, quando havia 21,7 milhões de pessoas no Irã, e 1990, quando o número passou para 56,67 milhões. Fonte: CIA, The World Factbook. Na década seguinte, a população teve acréscimo de 9,4 milhões de pessoas, atingindo pouco mais de 66 milhões em 2000 (Gráfico 1). Daí em diante, percebe-se uma tendência de desaceleração no crescimento populacional, fazendo com que a projeção do número de habitante, em 2050, atinja 100 milhões de pessoas conforme previsões da Organização das Nações Unidas (ONU). A população rural do país vem caindo. Em 2000, ela representava 35% da população total e deverá reduzir-se a 28% até 2015, diminuição de 7 pontos percentuais em 15 anos, realidade que só deve se acentuar considerando o perfil demográfico apresentado pelo Irã.

7 Gráfico 1 - População do Irã (em milhares de pessoas) * 2015* População urbana População rural *Previsão Fonte: Departamento de População da ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. A diminuição da razão entre a população rural e a população total manifesta-se por taxas de variação negativas da população rural em todos os anos analisados (Gráfico 2). Nota-se, também, uma tendência de maior queda na taxa de crescimento da população rural do país, entre 2005 e 2015, movimento natural de regiões em que o processo de desenvolvimento econômico é impulsionado pelo crescimento da população urbana. Gráfico 2 - Crescimento da população do Irã variação acumulada em 5 anos 1,81% 2,10% 2,00% 1,79% 0,97% 1,35% 1,33% 1,19% * 2015* -0,26% -0,29% -0,42% -0,62% Crescimento da População Total - Irã Crescimento da População Urbana - Irã Crescimento da População Rural - Irã * Previsão Fonte: Departamento de População da ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. O Irã abriga mais de um milhão de refugiados estrangeiros, principalmente do Afeganistão e do Iraque. Por outro lado, cerca de dois a três milhões de iranianos emigraram para os Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental e a América do Sul, em especial no início da década de 80 do século XX após a Revolução Islâmica, a qual intensificou o controle sócio-cultural da população do país, principalmente sobre os formadores de opinião.

8 O principal aglomerado urbano iraniano é Teerã, capital do país e da província homônima. Além de centro nacional político-estratégico, é a grande referência nacional de desenvolvimento, o que vem se mantem desde o início do século XX, quando servia como conexão comercial entre Europa e Ásia por terra. Teerã está entre as cidades mais ocidentalizadas do país, mesclando a contemporaneidade (norte), com a parte histórica (sul). Conforme apresentado no Gráfico 3, Teerã abriga aproximadamente 11% da população total do país. Karaj, cidade no oeste da província de Teerã, conta com complexos educacionais e atrações turísticas. Com uma extensão metropolitana que atingirá 20 km até 2015, a cidade deve se unir à capital iraniana e abrigará pouco mais de 2% da população do país. A segunda maior aglomeração urbana no Irã é Mashad, a nordeste do país, próxima à divisa com o Turcomenistão. Depois de Meca na Arábia Saudita, Mashad é a segunda principal Cidade Santa do mundo, atraindo diversos religiosos muçulmanos em peregrinação (cerca de 20 milhões por ano), especialmente os xiitas. Em 1990, Mashad concentrava 2,5% da população total do Irã, percentual que deve aumentar para 4% até Qom, outra importante cidade religiosa e centro de peregrinação no sudeste iraniano, é o 8º maior aglomerado urbano do país e o principal núcleo de estudos xiita do mundo. Como Qom dista apenas 100 km de Teerã, muitas pessoas se deslocam entre as cidades diariamente. A proximidade permite fácil acesso da elite religiosa de Qom às decisões na capital. Os Aiatolás mais nobres têm escritórios estabelecidos em ambas cidades. No centro do território iraniano, Esfahan é outro importante aglomerado populacional, onde vivem mais de 2% dos habitantes do país. Com localização privilegiada (no meio das principais rotas norte-sul e leste-oeste) e famosa pela sua arquitetura, a cidade é uma das mais antigas do Irã e já foi uma das maiores do mundo, sendo considerada patrimônio da humanidade pela Unesco desde É também em Esfahan que parte do ciclo da indústria nuclear iraniana ocorre (conversão do urânio em hexafluoreto de urânio - UF6). No noroeste, Tabriz destaca-se como uma das mais ocidentalizadas cidades, famosa pela fabricação dos tapetes iranianos e pioneira no desenvolvimento econômico do país (city of firsts). É o segundo centro industrial do país, onde inclusive se encontra um dos maiores complexo de produção de tratores (e autopartes) do Oriente Médio. A cidade tem um comércio desenvolvido com lojas especializadas em roupas, calçados, componentes, equipamentos industriais, etc. Shiraz, situada num oásis dos Montes Zagros, no sudoeste do país, é conhecida entre os iranianos como a cidade dos poetas, vinhos, flores e jardins. Produtora de artesanato, Shiraz é também centro da indústria de eletrônicos, concentrando 53% dos investimentos iranianos no setor, e sede da primeira planta de energia solar do país. Tanto Tabriz quanto Shiraz terão poucas alterações na dimensão de suas populações que deverão continuar representando 2% do total do país.

9 Ahvaz e Kermanshah situadas no oeste do país, próximo à fronteira com o Iraque, têm ricas fontes de petróleo. A localização fez com que sofressem duramente os efeitos da Guerra Irã-Iraque já que estavam bem próximas à linha de frente do conflito militar, disputando o domínio da região de extração de minérios, durante toda década de 80. Hoje as cidades têm estabilidade e conseguem se desenvolver. Após mudanças políticas no Iraque, tornaram-se portas fundamentais nas trocas comerciais entre os países, especialmente Kermanshah, que também é o centro agrícola do oeste iraniano (produção de grãos, sementes, arroz, vegetais, legumes e frutas). Gráfico 3 - Porcentagem da população residindo em cada aglomeração urbana com 750 mil habitantes ou mais * 2015* Teerã Mashad Esfahan Karaj Tabriz Shiraz Ahvaz Qom Kermanshah * Previsão Fonte: Departamento de População da ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. A Guerra Irã-Iraque ( ) teve grande impacto na composição da população iraniana, principalmente em cidades mais próximas às regiões fronteiriças. A população masculina adulta e combatente (25 a 39 anos) já era menor que a feminina no início do conflito em 1980 conforme se observa no Gráfico 4. Em 1989, após o fim do impasse militar com o Iraque, o então recém-eleito presidente do Irã, Khomeini, instituiu um rigoroso controle demográfico no país, fazendo com que a taxa de crescimento populacional caísse de 3,2% para 1,2% ao ano, o que alterou a configuração da base da pirâmide etária entre 1980 e No início do século XXI, o país concentra um forte contingente de jovens, que representam 43% da população total: 20% de 0 a 9 anos, 37% de 10 a 24 anos e o restante, acima de 25 anos. Este ano, 2010, 43,25% da população estará entre 15 e 34 anos, incluindo aqueles que entrarão no mercado de trabalho, o que já exige esforços do governo para absorver os jovens profissionais do país. Além da juventude crescente no breve futuro, a previdência social prevê a necessidade de ajustes fiscais para ter condições de sustentar a futura população idosa do país, cujo crescimento deve se intensificar a partir de 2020, quando aqueles acima de 60 anos já somarão 8 milhões de pessoas.

10 Gráfico 4 - Pirâmides Etárias no Irã 1980 e 2000, previsões para 2010 e 2020 (em milhões de habitantes) Homens 1980 Mulheres > Homens 2000 Mulheres > ,0 3,0 2,0 1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 Milhões 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 Milhões Homens 2010 Mulheres > Homens 2020 Mulheres > ,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 Milhões 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 Milhões Fonte: Departamento de População da ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil A densidade populacional iraniana teve pequenas oscilações nas últimas duas décadas. Entre 1990, 1995 e 2000, o número de habitantes por km 2 teve um aumento maior em relação aos demais períodos analisados, sucessivamente de 34 para 38 e, para, 41, conforme o Gráfico 5. A partir de 2000 é perceptível a desaceleração na expansão da densidade populacional e o acréscimo passa a ser, em média, de 2 habitantes por km 2 a cada 5 anos. Seguindo nesse ritmo, em 2015 a densidade populacional será de 48 hab./km 2, o que representa um salto de 10 hab./km 2 em duas décadas ( ). A Arábia Saudita, país com maior extensão territorial do Oriente Médio, tem um ritmo de crescimento da densidade populacional menor que do Irã. O Kuait possui uma das maiores taxas de densidade populacional da região, que deverá chegar a 190 habitantes por km 2 em 2015 considerando sua pequena extensão territorial e o processo imigratório intenso motivado pelo crescimento da indústria de petróleo e gás local. Já o Iraque está tendo um significativo aumento de sua densidade populacional que deve passar de 41 hab./km 2 (o mesmo patamar do Irã) em 1990 para 82 hab./km 2 (cerca de 30 hab./km 2 a mais que o Irã) em Deve-se considerar que os países do Oriente Médio sofrem com o clima semi-árido a desértico. Assim, a densidade demográfica pode estar então atrelada a tais condições. A Arábia Saudita seria um exemplo, pois apesar do amplo território, sua população está concentrada em poucas cidades, tendendo à baixa densidade.

11 Gráfico 5 - Densidade Populacional Iraniana - População por Km 2 ( ) Arábia Saudita Kuait Iraque Irã Fonte: Departamento de População da ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) do Irã, em valores correntes convertidos em dólares estadunidenses, chegou a US$ 335,23 bilhões em 2008, posicionando o país na 29ª colocação do ranking mundial. Quando o conceito utilizado é o de PIB por paridade de poder de compra (PPC), mais apropriado para a análise do padrão de vida das populações, o país melhora 12 posições, assumindo o 17º lugar (Tabela 1). Para efeito de comparação, o PIB (PPC) iraniano é o maior de todos os países do Oriente Médio e superior ao de economias desenvolvidas como Austrália, Holanda e Suécia. Seu valor, no entanto, é inferior ao da China, Índia, Rússia e Brasil, os chamados BRICs, que estiveram entre os 10 maiores PIB (PPC) do mundo em O PIB (PPC) per capita 1 do Irã, cujo valor atinge US$ , é o 74º maior do mundo, posição típica de um país de desenvolvimento médio. Sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano 2 (IDH) medido pela ONU, o Irã é 88º do mundo, atrás de alguns países vizinhos como Armênia e Azerbaijão, e Israel e Kuait (que possuem os IDHs mais altos no Oriente Médio), mas a frente da China, por exemplo. A baixa expectativa de vida ao nascer do país (71 anos) e a alta taxa de analfabetismo (18%), contribuem para o desempenho médio do IDH. Na estrutura produtiva da economia iraniana, a contribuição da agricultura na formação do PIB, em 2008, foi de 10,8%, enquanto a indústria(direcionada para petróleo e gás natural) participou com 44,3% e o setor de serviços com 44,9%. 1 O PIB (PPC) per capita é obtido pela divisão do PIB (PPC) do país pelo número de seus habitantes. 2 O IDH leva em conta três componentes: PIB per capita PPC, longevidade e educação.

12 O Índice de Liberdade Econômica 3 do Irã, medido em 2006, colocava o país no penúltimo lugar do ranking de 180 países, à frente apenas da Coréia do Norte, o que indica quão fechada era a economia iraniana. Em 2010, o Irã continua entre as economias mais fechadas do mundo, mas subiu para a 168º colocação. A ampla intervenção do governo no ambiente financeiro, no fluxo de investimentos e nos direitos de propriedade são os fatores que mais afetam o mau desempenho do país em termos de liberdade econômica. Tabela 1 - Indicadores Sócio-Econômicos do Irã Indicadores selecionados de Irã Descrição 2008 Ranking 1. Economia Crescimento do PIB 2,5% - PIB 2008 PPP (I$ bilhões)¹ 839,44 17º PIB per capita - PPP º PIB PPP share 1,16% - Taxa de Inflação 25,4% - FBCF/PIB 25% - IDE/PIB 0,4% - Grau de abertura do país 0,47 IDE - Estoque de entrada de investimento direto, 2008 (US$ bilhões)² 20,8 66º 2.População IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)³ 0,782 88º População em 2008 (milhões de habitantes) 71,9 18º População economicamente ativa Taxa de desemprego 10,4% - 3. Tecnologia, Competitividade e Instituições Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2005 (%do total exportado) 2,71 Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2008 (%do total exportado) 4,5 - Fontes: World Development Indicators 2009; Human Development Report 2008 e 2009; International Trade Statistics 2008; World Investment Report 2008; Euromonitor; World Economic Outlook Database Oct/2009. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. (1) World Bank. O Banco Mundial considera 209 países na elaboração do ranking de cada indicador. (2) FMI. O Fundo considera 211 países para este ranking. (3) PNUD. A ONU considera 179 países em seu ranking. O IDH é elaborado com base na renda, escolaridade e expectativa de vida. O Gráfico 6 mostra que a inflação passou a afetar o Irã a partir de 2006, quando o crescimento econômico se intensificou, induzido por programas de estímulo do governo iraniano. A alta inflacionária ocorreu apesar da política de controle dos preços do petróleo, da eletricidade, da água e do trigo. A tentativa de controle da inflação não foi bem sucedida já que além do quadro macroeconômico do país, havia fornecimento de subsídios e definição de preços regulados pelo estado sobre muitas empresas estatais. O resultado foi o pico inflacionário de 25,4% em 2008 acompanhado do menor crescimento registrado no Irã desde 2003 (2,5%). 3 O Índice de Liberdade Econômica, elaborado pela Heritage Foundation, analisa dez pontos que influenciam a liberdade econômica de um país: negócios, comércio, liberdade fiscal, intervenção do governo, programa monetário, fluxo de investimentos, ambiente financeiro, corrupção, trabalho, e direitos de propriedade.

13 Gráfico 6 - Crescimento do PIB e Taxa de Inflação do Irã 25,4% 16,5% 14,8% 13,5% 11,9% 18,3% 14,0% 10,0% 7,2% 5,1% 4,7% 5,8% 7,8% 2,5% 1,5% 2,2% * Crescimento do PIB Taxa de Inflação * Previsão Fonte: FMI - Balance of Payments Statistics (Yearbook 2009). Elaboração: UICC, Apex-Brasil. Outro fator que estimula o processo inflacionário no Irã é a política de manutenção de paridade entre a moeda iraniana e o dólar estadunidense desde 2002 conforme ação do Banco Central do Irã, conforme se observa no Gráfico 7. Como a economia do país vive basicamente da comercialização de suas commodities, a estratégia criada pelo governo visava maximizar os ganhos provenientes das exportações de gás e petróleo (comercializadas em dólar), além de atrair maior volume de investimentos. Em 2009, a desvalorização da moeda iraniana chegou a 4,4% até para subsidiar maior competitividade às exportações de setores não relacionados ao petróleo. No Iraque, por exemplo, a moeda se valorizou quase 50% ( ) visando o barateamento de suas importações. Vale destacar ainda a depreciação real moeda iraniana frente à chinesa em 14% entre 2008/2009 considerando que a China é um dos principais parceiros comerciais do Irã, grande importador de seu petróleo e gás natural. Gráfico 7 - Evolução do câmbio real frente ao dólar estadunidense (Base: média 2003=100) ,4 94,8 94,5 82, ,1 56, Arábia Saudita Brasil China Irã Iraque Kuait Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC, Apex-Brasil.

14 A geração de energia é uma das principais preocupações do Irã. Conforme a Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA, está previsto para o final de 2010 o início das atividades da primeira planta de geração de energia nuclear no país. Esta é uma tentativa do governo para minimizar os problemas no setor energético que tem fomentado debates no contexto diplomático, tendo em vista as pesquisas de enriquecimento do urânio. A produção de petróleo iraniana chegou a 214 milhões de toneladas, representando 5,4% da produção mundial em 2008, quando o país era a 4ª maior potência petrolífera e o 3º maior exportador, atrás apenas da Arábia Saudita e Rússia. No caso do gás natural, o país foi responsável por 3,8% da produção global em 2008, sendo o 4º maior produtor mundial. O Irã não é um grande exportador de gás natural, já que utiliza considerável parcela da produção para geração de eletricidade (6º maior do mundo) destinada ao consumo interno. Todos os bancos do Irã foram nacionalizados após a Revolução Islâmica. Apenas seis pequenos bancos privados entraram em operação após 1979, sob fortes restrições governamentais, respeitando as taxas de juros e exigências de capitais impostas. O controle manteve grande limitação à elevação dos níveis de empréstimos, dificultando o acesso a financiamentos para geração de negócios. A maioria dos ativos do setor bancário é propriedade estatal, mesmo os que estão em bancos comerciais e instituições financeiras especializadas. O mercado de capitais do país é pouco desenvolvido. No âmbito de direitos de propriedade, a constituição iraniana permite ao governo confiscar os bens adquiridos ilicitamente ou em desacordo com a lei islâmica. Há poucas leis de proteção à propriedade intelectual, o que faz com que a pirataria de software seja extensa, além da generalizada violação de desenhos industriais, marcas e direitos autorais. Além disso, muitas entidades comerciais iranianas, tais como bonyads (instituições islâmicas sem fins lucrativos que controlam grandes conglomerados empresariais) e também os bazaaris (a classe dos comerciantes tradicionais), desfrutam de substancial influência política e parecem operar com impunidade. Assim, é essencial identificar um parceiro com influência política local para fazer cumprir contratos no Irã. Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. PARTE 2: PANORAMA POLÍTICO O Irã teve uma história tumultuada no século XX e, nos últimos cinqüenta anos, se posicionou, na contramão da evolução internacional. Quando o Terceiro Mundo era republicano, democratizante e antiimperialista, o Xá Reza Pahlevi era ardoroso defensor de uma monarquia autoritária e repressiva pró-norteamericana. Alienado em seu projeto de poder, ele conseguiu a antipatia de quase todos os setores sociais e viu eclodir, em fevereiro de 1979, a Revolução Islâmica. A Guerra Irã-Iraque iniciada por Saddam Hussein, em 1980, apesar dos danos causados, permitiu não apenas a sobrevivência da Revolução Islâmica, como abriu o caminho para que os liberais, os velhos nacionalistas modernizadores e, finalmente, a esquerda socialista e comunista, fossem abatidos em 1981 pelos islâmicos

15 liderados por Khomeini. Ainda que a Constituição de 1979 (ainda vigente) tenha instituído um regime híbrido (uma democracia eleitoral, com voto feminino, tutelada por um regime teocrático com poder de veto), foi a guerra contra o Iraque que permitiu certa unidade em torno do líder histórico. Em 1988, Khomeini aceitou a proposta de paz com o Iraque e preparou sua sucessão de forma a conservar a visão política estabelecida. O regime executou milhares de prisioneiros políticos com a finalidade de comprometer coletivamente o grupo dirigente e impedir qualquer aliança entre os populistas islâmicos com os grupos deslocados do poder. Muito além, a inédita condenação de Salman Rushdie representou uma forma de evitar qualquer negociação com o Ocidente. Meses depois, em 1989, ele faleceu. O Aiatolá Ali Khamenei assumiu o seu lugar e o conservador Rafsanjani foi eleito presidente, exercendo dois mandatos seguidos de 1989 a Apesar do Estado continuar sendo a base da economia, foi introduzida a liberalização econômica, com atração de capital estrangeiro e expatriado na busca de algo semelhante ao modelo chinês. O próprio Khomeini dissera que a propriedade e a empresa privada eram instituições sagradas. Permaneciam ainda certas políticas sociais e a reforma agro-educacional, que pela primeira vez modernizava o campo. Mas a paz e uma população essencialmente jovem contribuíram para aprofundar as contradições da sociedade iraniana que pegaram os dirigentes religiosos de surpresa, quando um candidato reformista pouco conhecido, Khatami, venceu as eleições presidenciais de 1997 com os votos especialmente dos jovens e das mulheres, governando por dois mandatos. A população desejava respostas para a corrupção, o desemprego crescente e o isolamento internacional. As negociações com o governo Clinton (EUA) geraram esperanças, mas o início do segundo mandato coincidiu com a ascensão de Bush, que incluiu o país no Eixo do Mal e colocou suas tropas no Afeganistão e Iraque, além de aliar-se a todos os demais vizinhos do Irã sob esforços contra o país alimentando já a questão do urânio. A reação nacionalista era de se esperar, bem como a aproximação com a China e a Rússia. O Irã também passou a sofrer as contradições típicas de qualquer sistema eleitoral, com as divisões dos reformadores, alianças de conveniência e surgimento de novos atores. Em 2005 foi eleito Mahmoud Ahmadinejad, um professor universitário de vida modesta e ex-prefeito da cidade de Teerã, prometendo a defesa dos princípios fundadores da Revolução, o combate tanto aos grupos de interesse que se apoiavam na cúpula religiosa, quanto à corrupção, à defesa dos pobres, mas principalmente, transformar o Irã numa potência respeitada no mundo. Os programas sociais, o projeto nuclear e suas intimidantes posições diplomáticas permitiram-lhe um apoio popular amplo, que foi respaldado pela elite religiosa, que se encontrava em processo de desgaste já que dois terços da população tinha menos de 30 anos, sendo, portanto, pós-revolução e pós-guerra Irã-Iraque. O início do governo Obama criou expectativas de um novo diálogo com os EUA, o que foi reforçado pela necessidade de um entendimento no tocante à retirada das tropas americanas do Iraque e à necessidade de vencer os talibãs que ressurgiam tanto no Afeganistão quanto no Paquistão.

16 Todavia, nas eleições de 2009 o campo reformista novamente se dividiu e a cúpula islâmica resolveu apoiar então Ahmadinejad. Hossein Mousavi não era um liberal e acabou não sendo nome de consenso entre os reformadores, pois foi um dos executores dos massacres de 1981 que eliminaram liberais, nacionalistas laicos e a esquerda. A massiva participação, inclusive do voto rural, surpreendeu, bem como a reação dos vencidos. Ficou evidente, então, pela primeira vez desde a consolidação do regime, a emergência de uma oposição forte e aberta. A situação atual indica que Ahmadinejad terá espaço para formular algum projeto alternativo, entre uma classe média liberal e uma cúpula islâmica presa à contradição de manter o regime teocrático lidando com uma elite econômica em busca de espaço e uma base pobre esperançosa pela materialização das promessas sociais da Revolução. Assim, fica cada vez mais difícil manter todas essas forças sociais sob controle do regime. Tudo dependerá tanto da política doméstica que o atual presidente adotar quanto da conjuntura política internacional, na qual chamam atenção os impasses com os EUA e a União Européia. A Capacidade de Controle do Regime e a Oposição Muitos analistas consideram que houve pouca mudança na esfera político-econômica iraniana, apesar disso ter sido prometido nas eleições presidenciais de 2005, quando Ahmadinejad foi eleito pela primeira vez. O candidato assumido pelo campo conservador teve êxito na sucessão do reformista Khatami porque a base pobre do país, frustrada com as promessas não cumpridas do último líder, foi às urnas mais preocupada em assegurar a segurança econômica que a reforma política do Irã. Ademais, ou uma grande parcela de liberais e reformistas boicotou as eleições ou votou em Ahmadinejad em sinal de protesto. Enquanto os candidatos reformistas ainda enfatizavam a importância da reforma e da abertura política, deixando necessidades básicas como emprego e condições de vida da população de fora, Ahmadinejad prometia justiça econômica e combate à corrupção. A conjuntura internacional contribuiu para produzir um consenso em relação a várias questões entre os grupos ideológicos opostos ao Irã. As ambições hegemônicas dos EUA no Oriente Médio, materializadas em intervenções militares nos vizinhos Afeganistão e Iraque, uniram esses segmentos em torno de um sentimento nacionalista comum. Da mesma forma, o direito soberano de se empreender o programa nuclear era bem visto pela maioria, tanto conservadora, quanto reformista. A administração de Ahmadinejad tem apresentado uma postura mais dura para barganhar tanto com a oposição quanto com a comunidade internacional, em comparação com o governo de Khatami. O não-cumprimento das promessas de distribuição de renda em larga escala e de fim da corrupção - principalmente para a base destituída que o elegera - propiciou perda de apoio popular ao presidente. Além disso, em todo seu primeiro mandato e início do segundo ficaram delineadas a manutenção do status quo político-econômico da elite e a pouca capacidade em formular políticas econômicas de maior impacto. Tudo permitiu melhora na situação econômica do país, ainda que tenha enfraquecido o ambiente favorável a investimentos estrangeiros, legado de Khatami.

17 Na verdade, o gabinete do presidente encontra-se preferencialmente direcionado às questões de política externa e doméstica iraniana devido aos grandiosos desafios surgidos nesses dois campos. Além disso, o presidente parece ser bem confiante do país ser produtor e exportador de petróleo como solução econômica nacional. Ainda assim, a política externa se revela, em muitas ocasiões, mal gerenciada, pois Teerã tem protagonizado episódios de extremo desgaste diplomático devido a declarações desnecessárias e gratuitas, em geral feitas pelo próprio Ahmadinejad, como aquelas sobre o Holocausto e o Sionismo. Por razões como essa, o presidente é acusado por reformistas e membros do clero de colocar a ideologia à frente do interesse nacional. O país é palco freqüente de manifestações da classe média, de estudantes e até de setores de trabalhadores que se opõem ao governo, todas duramente reprimidas. A preocupação com a segurança e o temor da eclosão de uma Revolução Colorida (Regime Change) apoiada pelo Ocidente, são evidenciadas pelo aumento da importância política e da porcentagem do orçamento nacional destinada ao Corpo da Guarda da Revolução Islâmica (IRGC). Esse último, juntamente com a Basij (Força de Resistência, uma milícia voluntária islâmica com cerca de 90 mil integrantes e capacidade adicional de mobilizar quase um milhão de pessoas), foi responsável pela repressão aos movimentos de oposição ao governo Ahmadinejad durante as últimas eleições presidenciais. O IRGC integra as Força Armadas somado às forças comuns e foi criado após a revolução para defender o sistema islâmico, tornando-se uma proeminente força militar, política e econômica no Irã, com fortes vínculos com o líder supremo, Aiatolá Khamenei, tendo sido o presidente Ahmadinejad um de seus ex-membros. Calcula-se que a força militar conte com cerca de cem mil tropas ativas divididas em equipes terrestre, marinha e aérea, além de controlar as armas estratégicas. A guarda também tem uma influência importante junto a órgãos civis e, possivelmente, exerce o controle sobre alguns setores da economia iraniana por meio de uma série de instituições subsidiárias. Ademais, ela controla a Força de Resistência Basij, frequentemente incumbida de reprimir protestos e manifestações contrárias ao governo com núcleos em todas as cidades do país. Percebe-se um aumento da oposição ao governo e da crítica à intransigência em relação às resoluções da ONU e à atuação da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) por segmentos compostos por reformistas, organizações estudantis, acadêmicos, ativistas políticos e até algumas lideranças religiosas, temendo o aumento das sanções econômicas. O presidente encontra-se, assim, afastado de vários políticos e importantes membros do clero incluindo o próprio Khamenei assim como em relação à considerável parte da sociedade iraniana. A situação econômica do país contribui para um relativo declínio da popularidade de Ahmadinejad. A Questão Nuclear e o Nacionalismo O Irã se mantém firme em relação ao monitoramento da AIEA e das potências Ocidentais, lideradas pelos EUA, em seu programa nuclear. O prazo dado pelos países ao Irã - que expirou no final de para a aceitação da proposta da AIEA, a qual determinava que o urânio pouco enriquecido iraniano fosse enviado para a Rússia e para a França e recebido de volta na forma de combustível de reator (em quantidades inferiores às necessárias

18 para o desenvolvimento de armamentos nucleares) foi ignorada, suscitando novas ameaças de sanções. O Irã apresentou então uma contraproposta e deu um ultimato de um mês, contando a partir de janeiro de 2010, ao Ocidente para que o combustível seja comprado ou trocado de maneira gradual e, se isso não for possível, o Irã se empenhará ainda mais em um plano de produção de combustível. O presidente Ahmadinejad, em declarações em janeiro de 2010, afirmou que o país não suspenderá e, ainda mais, expandirá seu programa nuclear apesar das sanções da ONU. O Irã segue sustentando que o enriquecimento de urânio no país tem fins pacíficos, mas os EUA e os países da União Européia temem que isso não seja verdade. China e Rússia se mostram incomodadas com a postura do Irã, considerando já as três rodadas de sanções da ONU que foram realizadas desde 2006 em razão da não proliferação nuclear. Enquanto a resolução 1737 do Conselho de Segurança da ONU de 2006 impôs sanções ao Irã, barrando toda e qualquer assistência externa ao seu programa nuclear, as resoluções em 2007 e em 2008 estenderam sanções a entidades econômicas e congelaram a cooperação financeira internacional com o país. Vale lembrar que em outubro de 2006 George W. Bush, então presidente EUA, assinou a Lei das Sanções contra o Irã (ISA), que reunia a Ordem Executiva de 19/08/1997 e o Ato de Sanções Irã-Líbia (ILSA) de O ato irá até o final de O ISA proíbe praticamente todas as formas de comércio com o Irã e impõe sanções obrigatórias e discricionárias também a empresas não norte-americanas investindo mais de US$ 20 milhões por ano em petróleo e gás da indústria iraniana. Em março de 2009, as sanções ISA não tinham sido executadas contra qualquer empresa não-americana. Vale destacar que a lei válida nos EUA permite ao presidente norte-americano de aplicar sanções caso a caso, embora esteja sujeita a renovação a cada seis meses. Apesar das restrições americanas e de outros investimentos estrangeiros, muitos expatriados iranianos nos EUA persistiam em realizar seus investimentos no Irã. A partir de 10 de novembro de 2008, o governo proibiu transferências bancárias dos EUA para o Irã a todas instituições depositárias mesmo que envolvendo bancos estrangeiros não-iranianos (chamado de transferências U-Turn). Há ainda indícios que a diplomacia russa, principalmente após Teerã anunciar a expanção da atividade nuclear, passe a fazer coro a qualquer consenso sobre mais sanções contra o Irã. Tal pronunciamento iraniano veio em retaliação à votação e aprovação da proposta da AIEA, que foi aprovada com o apoio atípico tanto da China, quanto da Rússia. Em fevereiro de 2010, o Irã anunciou um programa de enriquecimento de urânio à 20% de pureza (para uma bomba atômica é necessário mais de 90% de pureza), além de manter a demonstração de novos mísseis aperfeiçoados, destacando a capacidade de dissuasão militar do país. Apesar da emergência de uma oposição articulada, é pouco provável que ela consiga desestabilizar o governo e o regime. A progressiva fragmentação do cenário político iraniano confere certa margem de autonomia ao presidente Ahmadinejad. No plano externo, a maior oposição é de Israel e alguns países europeus, pois a administração Obama busca o diálogo para desbloquear a situação do Oriente Médio e resolver os impasses

19 militares no Iraque-Afeganistão, para os quais o apoio iraniano é fundamental. O problema é que Obama tem um controle ainda limitado sobre seu próprio governo, particularmente sobre o Pentágono. A Rússia, a China e a Índia (e inclusive o Brasil), tendem a ser aliados do Irã, devido ao petróleo e gás, além da posição geopolítica do Irã. Controlar o ciclo nuclear é condição indispensável para qualquer nação manter uma posição internacional de destaque no século XXI, além do histórico e o populismo nacionalista iraniano vinculados à questão. O Irã necessita diversificar sua matriz energética para ampliar a vida útil de suas reservas de petróleo e gás. Portanto, uma das melhores opções tem sido a energia nuclear, o que é fortemente consentido por Ahmadinejad. PARTE 3: RELAÇÕES COMERCIAIS Comércio Internacional A economia iraniana é pouco diversificada e profundamente dependente das receitas provenientes da exportação de petróleo e gás que atingiram um pico de quase 200 bilhões de dólares em 2008, conforme mostra o Gráfico 7. Anualmente, o governo gasta somas vultosas em subsídios destinados a diversos setores da economia, pois as exportações de produtos não relacionados ao petróleo são muito fracas. Uma das formas do governo incentivar o desenvolvimento de novos setores da economia foram os incentivos fiscais regionais instituídos em 2002 para regiões metropolitanas menos desenvolvidas durante 10 anos, além de 16 Zonas Econômicas Especiais que são destinos de armazenamento e embarque marítimo de mercadorias e 6 Zonas de Livre Comércio Industrial concentradas no norte do país visando atração de investimentos estrangeiros. Segundo o Jane s Report, a falta de capacidade interna de refino de petróleo, aliada à utilização em larga escala de seus subprodutos (o consumo interno de petróleo tem crescido cerca de 11% ao ano), criam um cenário para 2015 em que o Irã pode se tornar importador líquido de gasolina. Reforçando tal cenário, em junho de 2007, o governo teve de racionar o consumo de gasolina. Em janeiro de 2010, foi inaugurado um gasoduto ligando Irã e Turcomenistão, país rico em gás natural, o que deve mais que dobrar o comércio de gás entre os países. Um mês antes, o Turcomenistão e a China também inauguraram um gasoduto ligando os países com o objetivo de suprir a demanda chinesa. Nota-se que cada vez mais se ocorra aproximação de Turcomenistão, China e Irã, reduzindo o controle russo sobre os recursos naturais. Em 2008, a tarifa média ponderada do Irã entre importações e exportações foi de 17,4%. Entre os fatores que aumentam o custo das trocas comerciais com o Irã estão: proibições e restrições de importações para alguns setores, altas tarifas e impostos para importar, requisitos de licenças de exportação, regulamentações sanitárias e fitossanitárias, complexos procedimentos aduaneiros, comércio vinculado ao Estado, mudanças arbitrárias de tarifas e tabelas de imposto, além de fraca aplicação de direitos de propriedade intelectual. Um dos principais entraves para acesso ao mercado Iraniano são as barreiras não tarifárias, considerando que há constantes mudanças de bens e serviços citados em lista de itens proibidos às importações do país.

20 Gráfico 8 - Evolução do Comércio Exterior do Irã ( ) 196,9 159,6 140,0 114,3 122,1 73,7 94,5 84,3 95,3 22,7 26,8 11,8 16,1 10,9 10,7 51,1 49,5 51,1 32,4 27,5 26,9 18,7 22,0 24,2 38,4 35,3 49,0 45,5 60,8 53,5 55,7 64,3 74, Exportações (US$ bilhões) Importações (US$ bilhões) Corrente de comércio (US$ bilhões) Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. Fluxos de Investimentos O investimento estrangeiro direto enfrenta considerável hostilidade. É restrito ou proibido muitas atividades, entre elas: bancos, telecomunicações, transportes, petróleo e gás. Para serem efetivados, todos os investimentos devem ser autorizados. Os processos não são simples e muito menos transparentes, principalmente os de cálculo do valor máximo percentual à propriedade de entidades estrangeiras. O Parlamento Islâmico pode vetar os projetos em que os investidores estrangeiros tenham uma participação majoritária. A maioria dos pagamentos, transferências, operações de crédito e operações de capital estão sujeitos à restrições ou requisitos de homologação. Somente residentes permanentes e legais do Irã tem o direito de comprar terras. As empresas estrangeiras só podem possuir bens se forem registrados tanto no Irã quanto em seus respectivos países, mas o procedimento só se valida se a aquisição ocorrer sob identidade comercial iraniana. Os IDEs ganharam relativa expressividade no Irã apenas a partir do ano Em 2002, ocorreu o maior acúmulo de entrada de IDEs no país (3,7 bilhões de dólares), o que chamou a atenção das lideranças islâmicas que imprimiram um controle mais severo. Ainda assim, os IDEs mantiveram um ritmo considerável entre US$ 2,7 e US$ 3,1 bilhões nos anos de 2003 a Em 2006, houve queda nos IDEs para um patamar que permaneceu praticamente constante nos anos seguintes. Segundo a Agência de Notícias Fars do Irã, as empresas asiáticas somam mais US$ 11,6 bilhões de investimentos no Irã. Liderando o grupo dos maiores investidores, estão: Emirados Árabes, Cingapura e Omã. Países europeus, liderados pela Alemanha, Holanda e Espanha, investiram mais de US$ 10,9 bilhões em 253 projetos. As principais indústrias que têm atraído IED no país incluem os setores de: gás natural, petroquímica, mineração, fabricação de automóveis, farmacêutica e de alimentos e bebidas.

21 Gráfico 9 - Investimento Direto Estrangeiro Líquido na Economia Iraniana, (em bilhões US$) 3,7 2,7 2,9 3,1 1,1 1,6 1,7 1,5 0,012 0,007 0, Fontes: FMI e UNCTAD. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. O que se observa atualmente no Irã é a continuação da reforma econômica baseada em privatizações, iniciada na década de 1990 pelo presidente Khatami. Em junho de 2008, Teerã anunciou que passaria a permitir que investidores estrangeiros comprassem empresas estatais iranianas, seguindo um programa de liberalização econômica de longo alcance que atende à necessidade de atrair investimentos externos. No entanto, pouca movimentação foi percebida, conforme mostra o Gráfico 9. Segundo Michel Chossudovsky, renomado economista canadense, a aceleração do programa de privatizações iraniano empreendida pela IPO (Organização Iraniana de Privatização) não satisfez os interesses econômicos e estratégicos estadunidenses, pois favoreceria países como China, Rússia, alguns países europeus e Japão, os quais mantêm relações de comércio e investimento de longa data com o Irã. Por isso, os EUA têm forçado um regime de sanções econômicas para paralisar os fluxos de capital direcionados ao Irã. Em maio de 2008, o regime proposto à Câmara dos Deputados dos EUA pretendia isolar o Irã e dificultar a entrega de bens iranianos a outras potências econômicas, que não os EUA. O governo norte-americano tem pressionado, desde 2006, bancos internacionais como Credit Suisse, UBS, ABN Amro, Deutsche Bank, Commerz Bank e Dresdner Bank a limitar suas operações no Irã. Apesar do Banco Nacional do Irã declarar que as perdas podem ser compensadas pela atuação de instituições financeiras russas e chinesas no país, a ausência dos bancos ocidentais influi muito negativamente na balança comercial do Irã. Os relatórios do FMI de 2007 e 2008 indicam que as sanções ao Irã têm prejudicado consideravelmente a economia do país. Eles chamam também a atenção para o aumento do risco e da inibição de investimentos estrangeiros no país devido ao ambiente de instabilidade e incerteza política.

22 Acordos Comerciais O Irã é membro das Nações Unidas desde os primórdios daquela Organização e tenta integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 1996, quando passou a implementar modificações em suas regras comerciais que possibilitassem tal inclusão. Em 2005, os Estados Unidos retiraram suas objeções à candidatura iraniana à entrada na OMC, com o intuito de apoiar os esforços diplomáticos de países europeus que buscavam uma solução para a controvérsia estabelecida entre EUA e Irã em torno do programa nuclear do país persa 4. Apesar de alguns avanços, ainda faltam procedimentos por parte do governo iraniano para que o processo de acesso à OMC seja formalmente iniciado. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é o mais importante bloco de que o Irã participa com Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emirados Árabes, Indonésia, Iraque, Kuait, Líbia, Nigéria e Venezuela. O país também é membro da Organização para Cooperação Econômica (ECO), organização intergovernamental regional fundada em 1985 por Irã, Paquistão e Turquia, com o propósito de promover cooperação econômica, técnica e cultural entre os Estados-membros. Atualmente a ECO é formada por Afeganistão, Azerbaijão, Cazaquistão, Irã, Quirguistão, Paquistão, Tadjiquistão, Turquia, Turcomenistão e Uzbequistão e objetiva o estabelecimento de uma zona de livre comércio até O Irã participa também, como observador, da Organização para Cooperação de Shangai, formada por Cazaquistão, China, Quirquistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão, cujos objetivos incluem o fortalecimento da confiança mútua dos países membros. Também na Ásia, o país tem o status de observador na Associação Sul Asiática para a Cooperação Regional. Principais Exportadores Como se pode ver no Gráfico 10, a Alemanha era a principal fornecedor do Irã em 2003, com participação de 11,3% no valor total das importações iranianas. Decorridos cinco anos, o país europeu havia perdido apenas 1,4 ponto percentual de participação, valor suficiente, no entanto, para deslocá-lo para o terceiro lugar no ranking, atrás de China e Emirados Árabes. A China repete no Irã seu forte desempenho como exportadora global, tendo conquistado 5,5 pontos percentuais de fatia de mercado no período em análise. Vale destacar que países como a Coréia do Sul, Cazaquistão e Turquia, que não apareciam na lista de 2003, obtiveram participação conjunta de 14,5% em O Brasil chegou a integrar o ranking em 2003, com fatia de mercado de 3,2%, mas não se manteve entre os dez principais fornecedores em 2008, com representatividade de apenas 1,5% das importações iranianas. 4 Country Commerce 2009 Irã Economist Inteligence Unit.

23 Gráfico 10 - Países que mais exportam para o Irã em 2003/ ,0% ,3% 10,2% 30,4% ,1% 11,4% 8,6% 3,5% 9,9% 3,2% 3,3% 4,2% 4,9% 6,6% 8,2% 8,6% 3,5% 4,0% 4,6% 5,5% 5,7% 7,5% Alemanha Emirados Árabes Unidos China França Itália Coréia do Sul Rússia Japão Índia Brasil Outros China Emirados Árabes Unidos Alemanha Coréia do Sul Rússia Itália França Índia Cazaquistão Turquia Outros Fonte: Comtrade/ONU Elaboração: UICC Apex-Brasil. Comércio Brasil e Irã Em 2009, a corrente comercial Brasil-Irã totalizou US$ 1,23 bilhão, patamar superior a 2008, mas ainda inferior aos anos de 2006 e 2007, quando houve o recorde histórico das trocas entre os países, conforme pode ser observado no Gráfico 11. Em 2008, o Irã importou U$ 74,8 bilhões de dólares do mundo (Gráfico 8), sendo apenas U$ 1,13 bilhão do Brasil (Gráfico 11), participação pouco superior a 1,5%. As possíveis explicações para a queda das exportações brasileiras para o Irã seriam: A diminuição do crescimento da economia iraniana naquele ano (que teve uma das menores variações - 2,5%); O aumento da inflação, que atingiu 25,4%, maior marca registrada no país; O aumento da participação dos concorrentes internacionais diretos do Brasil. Ao se fazer o cruzamento dos produtos do Brasil mais exportados para o Irã com os produtos mais exportados pelos concorrentes, chega-se à conclusão que os brasileiros sofreram principalmente com o crescimento das exportações da China, Índia e Argentina. A China, que teve crescimento anual médio de suas exportações para o Irã de 28,3%, entre 2003 e 2008, assumiu o espaço do Brasil nos seguintes grupos de produtos: plásticos e suas obras, fibras sintéticas e artificiais, vestuário e seus acessórios, produtos cerâmicos, metais, veículos e materiais para vias férreas, aparelhos mecânicos, dentre outros. A Índia, cujas exportações para o Irã cresceram em média anual 21%, tomou o espaço do Brasil em açúcares, alimentos em conserva, produtos químicos inorgânicos, papel e celulose, e outros menos expressivos. Por fim, a Argentina, que aumentou suas vendas para o Irã em média 87,64%, anualmente, substituiu o Brasil no setor de agronegócios (cereais, sementes e frutos oleaginosos, gorduras e óleos, alimentos para animais), e também máquinas e equipamentos.

24 A taxa de câmbio do Irã, que historicamente favorece mais às exportações que às importações do país, não é considerada uma possível causa da queda das exportações do Brasil em 2008, já que nesse ano, ambas as moedas tiveram valorização frente ao dólar. A grande valorização do real frente ao dólar, entre 2003 e 2009, pode ter sim encarecido o preço dos produtos brasileiros para os importadores iranianos, mas isso não impediu, por exemplo, que o Brasil atingisse o auge de suas exportações em A retomada das exportações do Brasil para o mercado iraniano em 2009, acontece em um momento em que as importações totais do Irã tendem a cair 8% entre 2008 e China e Argentina, por exemplo, reportaram queda nas exportações para o Irã, respectivamente de 2% e 21%. Já Turquia, Tailândia, Taiwan, Cingapura, Austrália, Egito, República Tcheca, Noruega e Croácia, tiveram um aumento das exportações para o Irã em 2009, junto com o Brasil, que cresceu 7% no mesmo período. Gráfico 11 - Corrente de Comércio Brasil-Irã 1.868, , , , , , ,9 818,3 878, ,7 971,2 968, , ,1 633,0 869,1 493,0 494,5 343,6 451,9 442,0 494,8 491,5 325,2 138,2 292,8 50,8 9,9 3,3 9,2 13,6 2,7 3,0 30,9 11,0 14, Exp. Brasileiras - US$ milhões FOB Imp. Brasileiras - US$ milhões FOB Corrente Comercial - US$ milhões Fonte: MDIC. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. Não se nota alteração no saldo comercial relativo do Brasil frente ao Irã, entre 2003 e 2009 (Gráfico 12). Em todos os anos analisados, o superávit comercial brasileiro foi sempre superior a pelo menos 95% das trocas entre os países. O menor valor foi em 2007, quando o saldo comercial relativo do Brasil alcançou 96,7%. 5 Dados inferidos em 17/03/2010 pela verificação das exportações de 46 países ( dado espelho ), incluindo o Brasil, ao Irã.

25 Gráfico 12 - Saldo Comercial Relativo Brasil-Irã 97,9% 97,6% 99,4% 99,6% 96,7% 98,1% 97,6% Fonte: MDIC. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. Na composição da pauta de exportações brasileiras para o Irã, em 2008, o grupo produtos alimentícios e bebidas respondeu por 68,3% do total exportado, totalizando US$ 774,1 mil. Como revela o Gráfico 13, houve pouca alteração da participação desse grupo, em relação a 2003, quando a representatividade era de 71,27%. Entre as maiores perdas de representatividade na pauta exportadora brasileira, encontra-se o setor de máquinas e equipamentos (-4,11%), agricultura, pecuária e serviços relacionados (-4,03%) e metalurgia básica (-2,57%), que não aparecem entre os principais produtos exportados em Gráfico 13 - Principais produtos exportados pelo Brasil para o Irã (CNAE 2 dígitos) /2008 1,51% 2,44% 1,79% 4,11% 2,57% 14,05% ,3% 1,55% 1,47% 5,9% ,79% 4,71% 10,02% 6,26% 68,30% 71,27% Produtos alimentícios e bebidas Agricultura, pecuária e serviços relacionados Máquinas e equipamentos Metalurgia básica Minerais metálicos Veículos automotores, reboques e carrocerias Produtos alimentícios e bebidas Agricultura, pecuária e serviços relacionados Veículos automotores, reboques e carrocerias Minerais metálicos Produtos químicos Produtos do fumo Celulose, papel e produtos de papel Fonte: Aliceweb. Elaboração: UICC, Apex-Brasil.

26 A Tabela 2 traz os dez setores 6 com o maior valor exportado, tanto em 2003, quanto em Em ambos os anos, a participação desses setores no total das exportações brasileiras ficou acima dos 90%. Destaque é dado para abate e preparação de produtos de carne e de pescado, que ocupava o terceiro lugar da lista de 2003, com 6% de participação, e assumiu o primeiro lugar no ranking, em 2008, com 30% de participação e US$ 337,6 milhões de valor exportado. Já o setor de fabricação de máquinas-ferramenta, que assumia o quarto lugar no ranking de 2003, com participação de 3% no total exportado, saiu da lista em Tabela 2 - Principais produtos exportados pelo Brasil para o Irã (CNAE 3 dígitos) /2008 Setor CNAE Descrição Participação Valor nas exportado em exportações 2003 (em US$) totais em 2003 Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. Setor CNAE Descrição Valor exportado em 2008 (em US$) Participação nas exportações totais em 2008 Produção de óleos e gorduras vegetais e Abate e preparação de produtos de carne % 151 animais e de pescado % 011 Produção de lavouras temporárias % Produção de óleos e gorduras vegetais e 153 animais % Abate e preparação de produtos de carne 151 e de pescado % 156 Fabricação e refino de açúcar % 294 Fabricação de máquinas-ferramenta % 011 Produção de lavouras temporárias % 156 Fabricação e refino de açúcar % 131 Extração de minério de ferro % 131 Extração de minério de ferro % 342 Fabricação de caminhões e ônibus % Fabricação de tubos - exceto em Fabricação de produtos químicos % 242 siderúrgicas orgânicos % Fabricação de peças e acessórios para Fabricação de peças e acessórios para % 344 veículos automotores veículos automotores % Fabricação de papel, papelão liso, 212 cartolina e cartão % 160 Fabricação de produtos do fumo % Fabricação de produtos químicos Fabricação de papel, papelão liso, % 212 orgânicos cartolina e cartão % Outros % Outros % Total % Total % Em 2008, os principais produtos (CNAE 2 dígitos) importados do Irã pelo Brasil foram: minerais nãometálicos, produtos químicos e produtos alimentícios e bebidas, com participação conjunta na pauta importadora de 79% e valor importado de US$ 11,7 milhões (Gráfico 14). A composição da pauta importadora se alterou sensivelmente entre 2003 e No primeiro ano da série, o petróleo representava 76,45% das importações, enquanto que no último, ele nem chegou a figurar entre os sete principais produtos importados. Apesar de relevantes no contexto comercial de Brasil e Irã, as importações de petróleo iranianas representaram apenas 0,28% de todo o petróleo cru que o Brasil importou do mundo em De qualquer forma, nos últimos anos houve diversificação dos fornecedores do produto para o Brasil. Em 2008, Angola, Líbia e Guiné Equatorial contribuíram em 24% para as importações brasileiras de petróleo cru. Em 2003, estes mesmos países sequer forneciam para o Brasil. Em contrapartida, o setor minerais não-metálicos não constava das sete primeiras posições do ranking de importações em Cinco anos depois ocupava o topo da lista, participando com 34,4% do valor importado, que correspondeu a US$ 5,1 milhões. O mesmo ocorreu com o setor produtos químicos, que foi de 0% a 28,6%. 6 Para uma informação mais detalhada, é oportuno apresentar também a relação dos principais produtos exportados pelo Brasil para o Irã por setor CNAE (3 dígitos).

27 Gráfico 14 - Principais produtos importados do Irã pelo Brasil (CNAE 2 dígitos) /2008 5,13% 7,76% ,23% 1,84% 0,70% 0,9% 4,94% 6,38% 16,01% 4,43% 3,45% 3,40% ,3% 34,39% 76,45% 28,65% Petróleo Minerais metálicos Produtos alimentícios e bebidas Produtos têxteis Couros e artefatos Agricultura, pecuária e serviços relacionados Veículos automotores, reboques e carrocerias Outros Minerais não-metálicos Produtos químicos Produtos alimentícios e bebidas Minerais metálicos Produtos têxteis Agricultura, pecuária e serviços relacionados Veículos automotores, reboques e carrocerias Outros Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil. A Tabela 3, a seguir, apresenta o rol dos principais produtos (CNAE 3 dígitos) egípcios importados pelo Brasil. Em 2003, as importações se concentravam em petróleo. Em 2008, dois setores responderam conjuntamente por mais da metade das importações: extração de outros minerais não-metálicos (34%) e fabricação de produtos químicos inorgânicos (23%), com valor importado de US$ 8,4 milhões. Tabela 3 - Principais produtos importados do Irã pelo Brasil por setor CNAE três dígitos Setor CNAE Descrição Participação Valor nas importado em importações 2003 (em US$) totais em 2003 Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil. Setor CNAE Descrição Participação Valor nas importado em importações 2008 (em US$) totais em Extração de petróleo e gás natural % Extração de outros minerais nãometálicos % Extração de minerais metálicos nãoferrosos inorgânicos Fabricação de produtos químicos % % Processamento, preservação e produção 152 de conservas de frutas, legumes e outros vegetais % Processamento, preservação e produção 152 de conservas de frutas, legumes e outros vegetais % Fabricação de artefatos têxteis a partir de 176 tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis 5% Extração de minerais metálicos nãoferrosos % Curtimento e outras preparações de 191 couro % 243 Fabricação de resinas e elastômeros % Fabricação de artefatos têxteis a partir de 013 Produção de lavouras permanentes % 176 tecidos - exceto vestuário - e de outros artigos têxteis % Fabricação de peças e acessórios para Fabricação de peças e acessórios para % 344 veículos automotores veículos automotores % Fabricação de armas, munições e 297 equipamentos militares % 013 Produção de lavouras permanentes % Silvicultura, exploração florestal e Curtimento e outras preparações de % 191 serviços relacionados couro % Fabricação de outros produtos Fabricação de produtos químicos % 242 alimentícios orgânicos % Outros % Outros % Total % Total %

28 PARTE 4: INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR Esta seção apresentará um conjunto de indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais internacionais e que também afetam o comércio existente entre Brasil e Irã. A análise deles é importante para se entender melhor a estrutura das relações comerciais entre esses dois países. Para efeito de comparação com o Irã, há 3 países do Oriente Médio incluídos: Arábia Saudita, Iraque e Kuwait, grandes exportadores de recursos minerais como o petróleo, com economia similar a dos iranianos. 1. Índice de Complementaridade de Comércio Este índice fornece informações sobre as perspectivas de integração comercial entre dois países. O índice de complementaridade de comércio entre o Brasil e o Irã é obtido comparando-se a pauta de exportações brasileira com a pauta de importações iraniana. Através dessa comparação, é possível verificar em que medida os produtos exportados pelo Brasil coincidem com os produtos importados pelo Irã. Um Índice de Complementariedade de Comércio igual a zero significa que não há complementaridade entre as importações e as exportações dos países analisados. Em contrapartida, se esse índice for igual a 100, quer dizer que as pautas são perfeitamente complementares, ou seja, que um país exporta exatamente o que o outro deseja importar. Um índice acima de 50 sinaliza complementariedade parcial entre os parceiros. Observa-se no Gráfico 15 que a complementaridade entre Brasil e Irã situa-se em níveis muito próximos aos de outros países do Oriente Médio. A pauta de exportações do Brasil e de importações do Irã não apresentou, em nenhum momento do período considerado, uma coincidência relevante (valor acima de 50). O maior valor alcançado foi 40,1 em Após esse ano, houve uma queda do indicador, que chegou a 34,6 em 2008, praticamente o mesmo de Gráfico 15 - Índice de Complementaridade de Comércio entre Brasil-Irã e Brasil-Países selecionados 40,0 40,1 39,5 38,0 37,2 36,0 34,0 33,9 36,4 34,6 32,0 30,0 28, Irã Arábia Saudita Iraque Kuwait Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil.

29 No período analisado, não houve grandes alterações na configuração dos setores importados pelo Irã. A exceção foi o aumento de 3 pontos percentuais de participação de produtos de lavouras temporárias no valor total importado pelo Irã entre 2003 e Isso parece estar relacionado principalmente ao aumento das importações de trigo em quase 60 vezes entre 2007 e Esse setor também é importante para o Brasil, mas suas exportações se concentram em soja. Por outro lado, no mesmo período, as exportações brasileiras de carnes e produtos relacionados à extração de petróleo e minério de ferro se tornaram mais significativas, enquanto permaneceram pouco relevantes para as importações iranianas. Assim, a queda de complementaridade com o Irã está provavelmente mais relacionada a mudanças na pauta brasileira de exportações, com maior concentração em commodities que são relativamente de pouco interesse para a economia iraniana. 2. Índice de Intensidade de Comércio Este índice determina em que medida o valor das exportações de um país para outro é maior ou menor que o esperado. O cálculo do índice de intensidade de comércio entre Brasil e Irã é obtido pela razão entre a participação das exportações brasileiras ao Irã e a participação das exportações brasileiras ao resto do mundo. Um valor superior a 1 indica que as exportações do Brasil ao mercado iraniano são maiores que a média mundial. Examinando a evolução do Índice de Intensidade de Comércio do Brasil com o Irã, observa-se que, em todos os anos considerados (2003 a 2008), as exportações para o Irã ficaram acima da média da participação brasileira no mundo, indicando a relevância desse mercado para o Brasil. Além disso, verifica-se que o valor do índice de intensidade de comércio entre Brasil e Irã foi muito superior ao de outros países da região em quase todos os anos considerados (exceto 2008). A queda significativa da intensidade de comércio entre Brasil e Irã no ano de 2008 é o elemento que mais se destaca no Gráfico 16. Gráfico 16 - Índice de Intensidade de Comércio entre Brasil-Irã e Brasil-Países selecionados 2003,56,76 1,29 3, ,54,77 1,28 3, ,28,82,93,69 1,36 1,42 2,08 3, ,45,71 1,08 2, ,38 1,41 1,44 1,66,00,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 Irã Arábia Saudita Iraque Kuwait Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil

30 A diminuição da intensidade de comércio entre o Brasil e Irã em 2008 foi acompanhada por uma queda de quase 40% das exportações brasileiras para esse mercado. Como já anteriormente mencionado, uma possível razão para esse movimento foi a substituição de produtos brasileiros por argentinos no mercado iraniano. Efetivamente, as exportações do país portenho para o Irã cresceram 240% em 2008 e quase alcançaram o valor exportado pelo Brasil, sendo que sua composição foi basicamente de milho e soja (farelos, óleos e tortas e resíduos). Tais produtos representavam 55% das exportações brasileiras para o Irã, valor que foi reduzido para 34%, em 2008, o que significou uma queda de 61%. A queda nas exportações brasileiras de milho e soja foi parcialmente compensada por um aumento de 62% nas exportações do setor de abate e preparação de carnes que se tornou o mais exportado pelo Brasil ao Irã. 3. Indicador de Diversificação/Concentração das Exportações Índice de Herfindhal-Hirschman (HHI) O Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI) indica se o valor das exportações de um país está concentrado em poucos produtos. Países com HHI menor que são considerados mercados com baixa concentração, ou seja, a valor de suas exportações não está concentrado em alguns produtos. Países com HHI entre e são considerados de concentração moderada; e países com HHI superior a são considerados concentrados. Os países em desenvolvimento possuem freqüentemente um índice de concentração de exportações bastante elevado. Ainda que suas pautas exportadoras possam ter alguma diversificação, o valor de suas exportações está concentrado em poucos produtos primários em geral, commodities, cujos preços tendem a oscilar fortemente em horizontes temporais longos, o que deixa as economias desses países muito expostas às mudanças que ocorrem no cenário internacional. Quanto maior for o valor do índice de concentração das exportações de um país, maior também será sua dependência em relação aos diferentes contextos mundiais. A análise do HHI, ilustrada no Gráfico 17, revela que as exportações brasileiras para o Irã são muito concentradas, assim como ocorre com outros países da região. Apesar de ter havido um movimento de desconcentração, entre 2003 e 2005, nos anos seguintes esse índice oscilou, terminando o período com um valor inferior apenas ao verificado em Em 2008, apenas 3 produtos responderam por 57% de todas as exportações brasileiras para o Irã: carne bovina desossada congelada, óleo de soja em bruto e açúcar em bruto. Em outros anos em que as exportações foram menos concentradas, como em 2005 e 2007, houve uma participação maior de outros produtos como soja, milho, chassis com motor para ônibus e minério de ferro.

31 Gráfico 17 - Índice de Concentração de Exportações (Índice de Herfindhal-Hirschman) Brasil/Irã/Demais Países Irã Arábia Saudita Iraque Kuwait Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil. 4. Índice de Preços e Índice de Quantum Neste estudo, o cálculo do índice de preços e do índice de quantum (quantidade) medem, respectivamente, quanto o preço e a quantidade dos produtos exportados influenciam no aumento ou diminuição do valor das exportações brasileiras para o mercado iraniano. Analisando o Gráfico 18, verifica-se uma instabilidade nos valores exportados, que se alternam entre quedas e crescimentos. Tal movimento pode estar relacionado com as flutuações nos preços de commodities, que são os principais produtos exportados para o Irã. No entanto, no período analisado, houve um aumento consistente nos preços internacionais das commodities até 2008, com queda expressiva em No caso das exportações brasileiras para o Irã, houve crescimento em O quantum foi o elemento preponderante nas variações do valor exportado em quase todos os anos, com exceção de 2005 e Gráfico 18 - Crescimento de valor, Índice de Preços e Índice de Quantum das exportações brasileiras ao Irã 62% 45% 30% 29% 17% 11% 11% 17% 15% 7% 12% 2% -9%-6% -4% -14% % -52% Crescimento de valor Índice de preços (Fischer) Índice de quantum Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC, Apex-Brasil

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