Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade
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- Bernadete Godoi Silva
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1 Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ
2 Bibliografia básica R. Baumann, O. Canuto e R. Gonçalves Economia Internacional. Teoria e Experiência Brasileira Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004, cap. 5. 2
3 3
4 Sumário 1. Fundamentos 2. Determinantes 3. Modalidades 4. Criação e desvio de comércio 5. Protecionismo e integração 6. Proposições básicas 7. Diferentes visões 8. Mercosul: divergências 9. Integração e autonomia 10. Integração e multipolaridade 4
5 1. Fundamentos Tratamento preferencial Discriminação positiva
6 2. Determinantes Razões econômicas e nãoeconômicas Discriminação positiva 6
7 Razões Econômicas: eficiência alocativa restruturação produtiva economias de escala economias de aprendizado diversificação do comércio exterior balanço de pagamentos conjuntura internacional desfavorável 7
8 Razões não-econômicas cultural política segurança => acordos bem sucedidos: objetivos políticos 8
9 3. Modalidades (não são fases) Área preferencial de comércio Área de Livre Comércio União aduaneira União monetária União econômica União política 9
10 Modalidades não são fases Área preferencial de comércio: acordos de cooperação comercial Área de Livre Comércio: eliminação restrições comerciais (bens) União aduaneira: estabelecimento de Tarifa Externa Comum, harmonização da política comercial 10
11 Modalidades, cont... Mercado Comum eliminação de barreiras ao comércio de bens, serviços e movimento de fatores de produção coordenação e harmonização de políticas (comercial, cambial, fiscal, financeira, trabalhista) 11
12 Modalidades, cont... União monetária moeda única autoridade monetária supranacional perda de autonomia nas políticas monetária e fiscal União econômica autoridade supranacional define políticas limitações à soberania nacional 12
13 E, finalmente... União política Federação confederação de Estados (cooperação na política externa e de defesa) 13
14 Quadro síntese 14
15 4. Criação e desvio de comércio Criação eliminação de barreiras gera o comércio entre os países-membros Desvio importação proveniente de um país mais eficiente é deslocada para um país-membro menos eficiente 15
16 Criação e desvio de comércio País A B C Importação Custo Tarifa 100% M = 0 Tarifa 50% M C A U B M B 16
17 5. Protecionismo e integração a. Protecionismo versus livre comércio b. Integração econômica: second-best c. Desvio de comércio: forças contraditórias substituição de países substituição de bens 17
18 6. Proposições básicas benefício é diretamente proporcional ao grau de similaridade das estruturas produtivas dos paísesmembros benefício é diretamente proporcional ao diferencial de custos entre os países-membros 18
19 Proposições, cont... benefício é diretamente proporcional às barreiras iniciais (para os países-membros) benefício é diretamente proporcional às margens de preferência 19
20 Proposições, cont... perda é diretamente proporcional às barreiras em relação ao resto do mundo Regionalismo aberto: reduz perdas o países muito dependentes entre si em termos de comércio tendem a ter maiores benefícios com a integração 20
21 Proposições, cont... benefício é diretamente proporcional ao número de paísesmembros benefício é diretamente proporcional ao tamanho do mercado regional 21
22 Proposições, cont... benefício é diretamente proporcional à magnitude das elasticidades-preço da oferta e da demanda benefício é diretamente proporcional à proximidade geográfica do país-membro (economia de custo de transporte) 22
23 Proposições: Ganhos dinâmicos da integração benefícios decorrem das oportunidades de economias de escala benefícios decorrem das oportunidades de economias de aprendizado 23
24 Proposições: Ganhos dinâmicos, cont... provoca um efeito pró-competitivo permite a restruturação produtiva com o mercado ampliado estimula a FBKF 24
25 Ganhos dinâmicos, cont... estimula o IED eficiência alocativa: mobilidade intra-regional de capital e trabalho bloco de poder regional (negociação na arena internacional) 25
26 Ganhos dinâmicos, cont... Estimula a formação de área monetária ótima taxa de câmbio fixo reduz incerteza (aumenta produção, investimento e comércio) reduz custo de operações cambiais maior estabilidade de preços reduz custo de intervenção no mercado de câmbio coordenação de políticas macroeconômicas 26
27 Não há benefício sem custo perda de autonomia de políticas macroeconômicas (monetária, cambial, etc) Exemplos Mercosul: autonomia para política comercial UE: crise na Grécia
28 Não há benefício sem custo... Atrelamento a locomotivas/sublocomotivas Vagão de classe n 28
29 7. Diferentes visões: Alca e Mercosul Visão Alca Mercosul Livre-cambista + + Pan-americanista + + Minilateralista +,-- + Ocasionalista +,-- + Geopolítico -- +,-- Globalista +,-- +,-- Bilateralista
30 8. Mercosul: divergências O avanço do processo de integração depende da convergência dos modelos de desenvolvimento de longo prazo 30
31 Questões principais Padrão de inserção internacional Enfoque (passivo vs ativo) Coordenação de políticas (ex: câmbio) Política externa Setores dominantes (CP) Interesses nacionais (LP) Papel do estado Policy space (autonomia de política) 31
32 32
33 33
34 Teste: novo indicador 34
35 Comércio intra-regional: Mercosul 35
36 36
37 Mercosul: divergência de modelos e retrocesso da integração 37
38 9. Integração e autonomia Trade-off: autonomia de política e acesso a mercado tratamento preferencial 38
39 39
40 Argentina: posição em dezembro
41 Geoestratégia regional: Questão central Qual é a importância da integração regional na América do Sul para o desenvolvimento de longo prazo do Brasil? 41
42 Hipótese 1: Brasil a política interna e externa do Brasil deve ter como objetivo fundamental a construção do espaço econômico e político sul-americano, sem qualquer pretensão hegemônica, com base na generosidade decorrente das extraordinárias assimetrias entre o Brasil e cada um dos seus vizinhos Samuel P. Guimarães, Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes
43 Hipótese 2: Brasil o Brasil deve se integrar em si mesmo a integração regional é um objetivo secundário e que se realiza na dimensão bilateral Reinaldo Gonçalves, O Brasil e o Comércio Internacional,
44 44
45 10. Integração e multipolaridade Algoritmo da liderança regional brasileira Poder potencial não é poder efetivo BRICS: Bloco? Onde estão as zonas plurinacionais polarizantes? 45
46 MODELO MULTIPOLARIDADE 46
47 Poder potencial não é poder efetivo População, Área, Produto Nacional Bruto e Índice de Poder Potencial: Países classificados pelo Índice de Poder Potencial País População (milhões) Área (mil km2) Produto Nacional Bruto (PPP, US$ bilhões) Índice de Poder Potencial (IP) 1. China ,9 2. Estados Unidos ,1 3. Índia ,7 4. Russa, Fed ,9 5. Brasil ,8 6. Indonésia ,1 7. Japão ,3 8. Canadá ,0 9. México ,9 10. Alemanha ,4 11. Austrália ,2 12. França ,2 13. Irã, Rep. Islâmica ,8 14. Paquistão ,4 15. Argentina ,3 16. Itália ,8 17. Turquia ,5 18. Reino Unido ,3 19. África do Sul ,0 20. Egito, Rep. Árabe ,1 47
48 BRICs: bloco? Vagões de classes distintas Em comum: base material de poder Heterogeneidade Modelos Desempenho Políticas 48
49 Exemplo: poder econômico BRICS: participação % no PIB PPP mundial, ,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0, Brasil China India Rússia 49
50 BRICS: participação % no PIB PPP mundial, anos selecionados 18,00 16,00 14,00 12,00 16,92 China acelera Índia avança Rússia estabiliza Brasil retrocede 10,00 9,41 8,00 6,00 5,68 6,12 4,00 3,18 2,81 2,77 3,22 4,18 2,95 3,01 2,97 2,00 0,00 Brasil China India Rússia
51 Contas externas: China protegida BOP, saldo transações correntes % PIB, ,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0, ,0-4,0-6,0 Brasil China India Rússia 51
52 Em que ZPPs ficarão as lideranças regionais? 52
53 Obrigado! 53
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