Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle de um veículo aéreo não tripulado (VANT) de asa fixa

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle de um veículo aéreo não tripulado (VANT) de asa fixa"

Transcrição

1 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle de um veículo aéreo não tripulado (VANT) de asa fixa Resumo Bruno Ricardo Padilha * Douglas Roberto Zaions ** Everton Spuldaro *** O sucesso do projeto aeronáutico está diretamente relacionado às metodologias utilizadas na elaboração e organização do trabalho, de forma que possibilite ao projetista uma visão global do projeto, mantendo a flexibilidade e troca de informações entre as etapas de desenvolvimento deste, mesmo considerando o elevado nível de conhecimento envolvido. Entre estas etapas, destaca-se pela importância e complexidade o projeto aerodinâmico, estabilidade e controle de uma aeronave, em razão do fato de que esta fase permite ao projetista determinar as condições de voo da aeronave, capacidade de carga, níveis de estabilidade e dimensionamento das superfícies de comando. Ao término desta etapa é possível obter as dimensões primárias da aeronave que influenciarão diretamente qualquer outra etapa desenvolvida. Ainda, o sucesso do voo da aeronave, bem como a aeronavegabilidade, estão relacionados com os resultados obtidos nesta fase do projeto. Assim, este trabalho tem como objetivo fornecer ao leitor as informações necessárias, embasado na literatura técnica para desenvolver a análise e dimensionamento aerodinâmico, estabilidade e controle de veículos aéreos não tripulados. 1 INTRODUÇÃO Os veículos aéreos não tripulados (VANT s), ou, do inglês, unmanned aerial vehicles (UAV s) são definidos como plataformas de vôo, (avião, helicóptero, dirigível, etc.) capazes de operar de forma autônoma ou operada remotamente por terra. Apesar da literatura técnica e científica abordar de forma semelhante os fundamentos do projeto aeronáutico é difícil iniciar o trabalho de uma aeronave tendo em vista o elevado nível de conhecimento exigido e de variáveis envolvidas. No artigo, apresentam-se os procedimentos para o dimensionamento aerodinâmico e de estabilidade e controle com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento destas aeronaves. Para apresentar o procedimento de cálculo é tomado como exemplo o projeto desenvolvido por Padilha (2010) referente ao projeto de uma aeronave não tripulada para a aquisição de imagens aéreas. Para melhor entendimento, os procedimentos teóricos e recomendações dos autores são apresentados com os resultados e discussões deste trabalho. * bruno.aerodesign@gmail.com ** douglas.zaions@unoesc.edu.br *** evertonspuldaro@gmail.com Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

2 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ESTRUTURA DO PROJETO AERONÁUTICO No que se refere ao projeto aeronáutico, vários são os autores e normas que podem ser consultados. Destaca-se aqui Raymer (2006), Kroo (2001), Dittrich (2002), Valavanis (2007), Roskam (1997) entre outros que abordam o projeto aeronáutico na língua inglesa e Da Rosa (2006) e Mendonça (2005) na língua portuguesa. As principais normas que devem ser avaliadas durante o projeto aeronáutico são FAR part 23 (2006) entre outras. Raymer (2006) afirma que [...] a aeronave deve ser projetada para voar a missão designada no ponto ou próximo do coeficiente de sustentação que maximize a eficiência aerodinâmica. Da Rosa (2006) salienta que o sucesso do projeto aeronáutico consiste em obedecer a uma sequência de atividades correlacionadas entre si, de forma que seja possível obter um fluxo constante de informações entre estas etapas, sendo elas: (i) aerodinâmica; (ii) estabilidade e controle; (iii) cargas e estruturas; (iv) desempenho; e (v) modelo tridimensional e detalhamento inicial. Kroo (2001) defende que o projeto aerodinâmico e de estabilidade e controle se destaca das demais atividades pelo principio de que estas irão desenvolver as dimensões primárias da aeronave, bem como garantir o sucesso para a missão a qual foi idealizada e a FAA (Federal Aviation Regulations) fornece a regulamentação específica para cargas e estruturas aeronáuticas relacionadas a Vant s e pequenas aeronaves. 2.2 PROJETO AERODINÂMICO, ESTABILIDADE E CONTROLE Segundo Da Rosa (2006), pode-se subdividir o projeto aerodinâmico em duas etapas: (i) a análise bidimensional, em que se compreende o estudo e aperfeiçoamento do perfil da asa; e (ii) a análise tridimensional, em que se analisa a geometria da asa, bem como a influência da mesma no comportamento da aeronave como um todo. Quanto à estabilidade e controle de uma aeronave, Kroo (2001) afirma que os corretos dimensionamentos das superfícies de controle são fundamentais para a estabilidade do voo, bem como a segurança da aeronave em condições de perturbação ou manobras. Para facilitar a compreensão do leitor, a descrição dos aspectos teóricos relacionados com o projeto aerodinâmico, estabilidade e controle da aeronave, serão apresentados juntamente com a seção resultados e discussões deste trabalho. 3 METODOLOGIA Da Rosa (2006) sugere uma estrutura para o projeto aeronáutico dividida em cinco etapas, de modo que seja possível uma constante troca de informações, conforme apresentado no Esquema 1. Esquema 1 Estrutura para o projeto aeronáutico. Adaptado de Da Rosa (2006) 110 Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

3 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle... Para que fosse possível desenvolver o presente trabalho, foi necessário realizar uma revisão bibliográfica adequada, destacando-se Da Rosa (2006), Kroo (2011) e Raymer (2006). Os requisitos de projeto relacionados com as etapas de aerodinâmica e estabilidade e controle foram obtidos a partir de Padilha (2011) e encontram-se destacados no Esquema 2. Esquema 02 Requisitos de Projeto para Aerodinâmica, Estabilidade e Controle. Fonte: Padilha (2011) 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES O projeto aerodinâmico e de estabilidade e controle constituem-se nas etapas mais importantes no projeto de qualquer aeronave, incluindo os VANTs, sendo que os resultados destas etapas refletem nas demais, conforme apresentado no Esquema 1. A partir dos requisitos de projeto especificados por Padilha (2011) e ilustrados no Esquema 2, identifica-se neste trabalho todas as etapas para o dimensionamento aerodinâmico e de estabilidade e controle de um VANTs para aquisição de imagens aéreas. É de grande importância ter em mente que para este projeto é recomendável a utilização de ferramentas computacionais adequadas, objetivando maior precisão nas previsões de sustentação e controle. Entre os diversos softwares disponíveis, destaca-se pela confiabilidade e facilidade de operação o Software XFLR DESENVOLVIMENTO AERODINÂMICO Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

4 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro A análise bidimensional de um perfil compreende sua simulação na faixa de utilização pré-determinada, de α (ângulo de ataque), em que é desejável a maximização dos valores de C l (coeficiente de sustentação) e minimização dos valores de C m (coeficiente de momento) e C d (coeficiente de arrasto). Da Rosa (2006) sugere que o desenvolvimento de um perfil aeronáutico está diretamente relacionado com as condições críticas de voo da aeronave e como a sustentação gerada por um perfil é diretamente proporcional à velocidade de escoamento. Assim, conclui-se a partir de Kroo (2001) que a condição critica do vôo do VANT é, sem dúvida, a decolagem, em que deve-se obter sustentação suficiente para alçar voo mesmo com baixas velocidades. Como a aeronave projetada apresenta uma baixa velocidade de decolagem devido ao fato de alçar voo manualmente, e sem uso de pista, é possível estimar uma velocidade inicial de decolagem em torno de 10 m/s. Utilizando o software XFLR5 e partindo dos perfis genéricos conhecidos como o Eppler 423 e o Selig 1223, desenvolveu-se um novo perfil, denominado como Vant O formato em escala deste perfil é apresentado no Gráfico 1. Figura 1 Formato em escala do perfil Vant 2011 A análise realizada no XFLR5 gerou os resultados do perfil Vant 2011 em relação aos demais e que são apresentados na Figura 1. Gráfico 1 Análise dos perfis VANT 2011, Selig 1223 e Epler 423 VANT 2011 Selig 1223 Epler 423 No Gráfico 1 percebe-se a clara vantagem que o perfil Vant 2011 apresenta sobre os demais em relação ao C l e ao C m. Para melhor justificativa de valores, Da Rosa (2006) recomenda a análise das variáveis em relação à α variando entre 0º, 10º e α máximo. Padilha (2011) apresenta as características específicas dos perfis analisados em relação à α e destaca que o perfil Vant 2011 apresenta alguns pontos otimizados em relação a C l e α. Porém apresenta valores quase indesejáveis para C d. 112 Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

5 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle... Uma vez concluído a análise dos perfis, é possível determinar a geometria da asa e sua análise tridimensional. Os gradientes de pressão em uma asa variam em relação a sua envergadura. Esta variação reflete no aumento do arrasto gerado, o que é indesejável. Assim, a literatura técnica propõe a comparação da asa em projeto com uma asa hipotética, sobre regime de distribuição ideal, denominada de Distribuição de Schrenk. A distribuição ideal só pode ser obtida pela construção de uma asa de geometria elíptica, o que inviabiliza o projeto devido à dificuldade construtiva (DA ROSA, 2006; RAY- MER, 2006; KROO, 2011). Porém para aperfeiçoar o desempenho aerodinâmico, alguns artifícios geométricos podem ser utilizados, como: (i) asa trapezoidal; (ii) conicidade; (iii) torção; e (iv) relação de aspecto; Asa trapezoidal apresenta um menor esforço de flexão na raiz da asa, porém sua construção é um pouco mais complexa que uma geometria retangular. Em comparação a geometria elíptica o estol da asa trapezoidal ocorre primeiramente nas pontas. A Conicidade (λ) trata-se da relação entre os valores da C ma (corda média aerodinâmica) do perfil de ponta e da raiz da asa, conforme ilustrado Figura 2. Segundo Raymer (2006), o fator ideal de conicidade que garante a melhor relação entre sustentação e arrasto está na faixa de 0,45. Geometrias trapezoidais apresentam o inconveniente de que suas pontas entram em estol antes do restante da asa. Dessa forma, para minimizar os efeitos indesejáveis do estol, usa-se o método torção do perfil da ponta da asa, estendendo-se gradualmente por toda a envergadura da semiasa. Raymer (2006) sugere que valores até -2 são bem aceitáveis, conforme ilustrado na Figura 3. Figura 2 Relação entre perfis da asa Figura 3 Torção da asa Relação de aspecto (A R ) trata-se da razão entre a C ma da asa e a envergadura (b) da mesma. Raymer (2006) destaca que valores de A R situado entre 6 e 9 são bem aceitáveis. A justificativa para esta margem está no fato em que grandes valores de A R apresentam menor arrasto induzido, porém, gera aumento de peso na aeronave, o que para o projeto não é aceitável. Outro fator muito importante no projeto da asa de uma aeronave é identificar corretamente o Centro Aerodinâmico. (CA). Este cuidado é necessário, pois o CA deve estar coincidente com o Centro Gravitacional (CG) da aeronave. Porém outro fator é que o CA adota uma posição diferente para cada α. Da Rosa (2006) propõe que o CA deve ser convencionado a 25% da C ma da asa. Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

6 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro Utilizando-se o XFLR5, é possível obter uma geometria com uma aproximação da Distribuição de Schrenk muito satisfatória, conforme ilustrado no Gráfico 2, em que a linha pontilhada representa a geometria elíptica e a linha vermelha, a geometria obtida nas simulações. Gráfico 2 Distribuição de Schrenk, para a velocidade de 10 m/s e α = 0 A simulação do comportamento aerodinâmico da mesma é ilustrada na Figura 4, onde destaca-se o comportamento das esteiras aerodinâmicas da asa, bem como os vórtices de ponta de asa, justificando a perda de eficiência apresentada anteriormente na Imagem 5. As dimensões da asa obtidas nesta simulação são: (i) relação de aspecto (A R = 8,10); (ii) corda da raiz da asa (C r = 220 mm); (iii) corda da ponta da asa (C t = 100 mm); e (iv) corda média aerodinâmica (C ma = 204 mm). Figura 4 Comportamento aerodinâmico da aeronave Uniformidade no escoamento aerodinâmico da asa. Vórtices de ponta de asa Variação no gradiente de pressão em relação à c ma da asa Finalmente é possível determinar o número de Reynolds, conforme propostos por Da Rosa (2006) e Roskam (1997), sendo que os autores sugerem que a asa apresente um escoamento laminar, de modo que o número de Reynolds deva permanecer na faixa de a Este valor é determinado pela Equação 1: ρ V RE = µ C m a (01) 114 Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

7 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle... Em que RE representa o número de Reynolds (adimensional), ρ a densidade do fluido (kg/m³), V a velocidade do escoamento (m/s), C ma é a corda do perfil (m) e µ é a viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s). O valor apresentado na decolagem encontra-se na faixa de , ou seja, dentro do proposto por Da Rosa (2006). 4.2 ESTABILIDADE E CONTROLE Esta etapa do projeto consiste no dimensionamento e posicionamento das superfícies de controle da aeronave, tais como o profundor, leme e ailerons. Envolve a: (i) estabilidade longitudinal e (ii) estabilidade latero-direcional Estabilidade longitudinal Para a empenagem, adotou-se uma configuração tradicional, com profundor e leme de deflexão total. O profundor foi posicionado atrás do leme, que conforme Kroo (2001) apresenta melhor eficiência em recuperações de parafusos. Para a avaliação do rendimento da empenagem é necessário compreender a influência gerada pelo deslocamento da asa e o posicionamento da esteira dos vórtices gerado pela mesma. Dessa forma, é possível identificar o ângulo relativo gerado por esta esteira e, assim, posicionar a empenagem fora do ângulo determinado. Este ângulo, também conhecido como Downwash pode ser determinado pela Equação 2, proposta por Da Rosa (2006), em que se percebe que a variação do ângulo é proporcional ao C L da aeronave. 2 CL e = π (02) A R Dessa forma, determina-se o ângulo de Downwash para as condições críticas do voo, compreendendo como velocidade de decolagem, cruzeiro e estol da aeronave. O rendimento da empenagem (Z) pode ser calculado pelas Equações 3 e 4 propostas por Da Rosa (2006), e seus respectivos valores analisados nos Gráficos 3 e 4. H l tan e = ref ( ) (03) Z = H + H C ma t (04) Onde H é a altura da esteira de downwash, l ref a distância entre o bordo de fuga da asa e o CA do profundor e H t é a altura do profundor em relação a linha media da asa. Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

8 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro Gráfico 3 Rendimento aerodinâmico da empenagem, função de Z 1,00 h t 0,80 0,60 0,40 0,00 0,20 Fonte: Da Rosa (2006). 0,40 0,60 0,80 Z Kroo (2001) recomenda que a razão de aspecto do profundor deva ser por volta de 3, e Da Rosa(2006) propõe que a envergadura do profundor seja em torno de ¼ da envergadura da asa. Dessa forma, valendo-se dos dados anteriormente calculados é possível estimar as dimensões do profundor: (i) relação de aspecto (A R = 3,3); (ii) corda média aerodinâmica (C ma = 120 mm); e (iii) envergadura (b e = 400 mm); Em relação ao posicionamento da empenagem, e respectivo cálculo da esteira de Downwash, adota-se a distância de três vezes o valor da C ma da asa, como proposto por Raymer (2001), representado como l h, medindo a distância entre os 25% do C ma da asa e os 25% do C ma do profundor. O valor de Downwash (e), proposto na Equação 2 é 0,1415. Adotando o valor de l ref como 450 mm Gráfico 4, a Equação 3 fornece o valor de H t de 100 mm, considerando um rendimento da empenagem de 90%, o equivalente a uma calda em T, ou seja, um valor que segundo Da Rosa (2006) é satisfatório. Gráfico 4 Posição relativa na esteira da empenagem horizontal Fonte: Da Rosa (2006). Para o controle seguro de arfagem de uma aeronave, é necessário que a mesma apresente uma margem estática (MS) que segundo Da Rosa (2006), varie ente 0,05 a 0,20. Esta medida adimensional é a relação entre a distância do CG da aeronave e o ponto onde o momento de arfagem é constante. 116 Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

9 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle... Assim, valendo-se das equações propostas por Da Rosa (2006), é possível calcular as dimensões necessária que o profundor tenha para que o mesmo satisfaça a faixa de MS recomendada, apresentado na Equação 5. C = a h h a h 1 h ma a a = h h I n = h0 + 1 M S ( 0 ) ( e a ) Vh t n ( e a ) Vh t h h Em que a é a inclinação da curva C L x α da asa, a h é a inclinação da curva C L x α do profundor, V h o volume do profundor, h n a posição do ponto neutro em fração da C ma, h 0 a posição do CG em fração da C ma, h a posição do CA em fração da C ma, MS é a margem estática,ea é a inclinação da curva Downwash x α e h o rendimento da empenagem. t Na sequencia, utilizando-se o software XFLR5 e de uma planilha elaborada no Microsoft Excel foi possível identificar todas as variáveis apresentadas na Equação 5, de modo que a margem estática MS encontrada é de 0,20, ou seja, de acordo com valores satisfatórios recomendados por Da Rosa (2006). Uma vez definido o volume do profundor, é possível identificar a capacidade de rotação na decolagem. Para isso é necessário identificar os valores propostos por Da Rosa (2006), conforme apresentado na Equação 6, e as dimensões podem ser identificadas no Gráfico 5. L d' > h ( W d ) + ( L d ) Cm Onde L h representa a sustentação do profundor, d a distancia do C ma do profundor ao ponto de giração da aeronave, W o peso total da aeronave no CG, d a distancia do CG ao ponto de giração da aeronave, L a sustentação da asa e Cm o momento da asa. (05) (06) Gráfico 5 Momentos da aeronave Para o equilíbrio de momentos da aeronave, proposto na Equação 6 é necessário adaptá-la a realidade da aeronave, ou seja, a mesma não apresenta ponto de giração (trem de pouso). Assim, considerando que o peso da aeronave W está posicionado coincidente com a sustentação L, tem-se que o momento a ser vencido pela empenagem é apenas o momento gerado pela asa, sendo que o valor de C m para α estol é de -0,2022, e conforme obtido pelo software XFLR5 a força de sustentação L h do profundor é de 1,5 N, ou seja, suficiente para promover a giração satisfatória da aeronave. Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

10 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro Estabilidade Látero - Direcional A estabilidade Látero-Direcional pode ser dividida em duas partes: Ailerons e Empenagem Vertical. Os ailerons são superfícies aerodinâmicas responsáveis pela rotação da aeronave no seu próprio eixo. Dessa forma, é possível perceber que boa parte da manobrabilidade de uma aeronave depende destas superfícies. Assim, Da Rosa (2006) recomenda que ailerons sejam posicionados no bordo de fuga da aeronave, e seu dimensionamento, deve seguir a razão de 25% da corda e 40% de metade da envergadura da asa. Da Rosa (2006) ainda recomenda que as deflexões máximas do aileron não ultrapassem A configuração final do aileron é ilustrada na Figura 5. A Empenagem Vertical ou leme é a superfície aerodinâmica que permite a estabilização vertical da aeronave. Para o projeto da empenagem vertical, Da Rosa (2006) propõem a Equação 7, em que é possível calcular o valor de C nb, e consequentemente o valor de V V. 1 (07) Cn b = ht VV av 1,60 Em que C nb representa o coeficiente de variação do momento de guinada com escorregamento lateral, V V o volume de controle do estabilizador vertical, a V a inclinação da curva C L x α do estabilizador vertical e h t o rendimento da empenagem. Da Rosa (2006) propõe que o valor do C nβ deve permanecer na faixa de 0,0015 e 0,0020, e adotando um valor para C nβ máximo de 0,0020, conforme proposto por Da Rosa (2006), encontra-se o valor de V V de 0,016, e respeitando o fator de conicidade de 0,45, as dimensões finais da empenagem vertical são ilustradas na Figura 5. Figura 5 (a) dimensões do aileron; e (b) dimensões da empenagem vertical 60 mm b/2 320 mm 55 mm 220 mm 130 mm 140 mm (a) (b) Dessa forma, é possível obter as dimensões finais da aeronave, bem como seu comportamento aerodinâmico total, conforme apresentado na Figura 6, de forma que a mesma apresenta um fator de eficiência aerodinâmica global de 97%, o que segundo Kroo (2001) e Raymer (2006) é um índice excepcional. 118 Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

11 Projeto aerodinâmico, estabilidade e controle... Figura 6 Comportamento aerodinâmico final da aeronave A eficiência aerodinâmica comprova-se pela distância e uniformidades apresentadas pelas esteiras do conjunto da empenagem em relação a asa da aeronave. Finalmente, após a simulação final da aeronave, em que com todas as medidas e distâncias que envolvem o projeto aerodinâmico, estabilidade e controle definidos, é possível por meio do software Autodesk Inventor modelar tridimensionalmente a aeronave, bem como é possível obter a concepção artística de materiais e componentes, conforme apresentado na Figura 7. Figura 7 Concepção artística da aeronave 5 CONCLUSÃO Avaliando as bibliografias selecionadas foi possível aplicar os procedimentos de projeto aeronáutico sugeridas pelos autores, garantindo o dimensionamento e simulação aerodinâmica da aero- Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun

12 Bruno Ricardo Padilha, Douglas Roberto Zaions, Everton Spuldaro nave, bem como garantir a estabilidade e controle da aeronave dentro do envelope de vôo proposto por Padilha (2011). Com relação aos resultados esperados com o dimensionamento aerodinâmico da aeronave proposta em Padilha (2011) pode-se citar: (i) obtenção de um perfil adequado para aplicação; (ii) obtenção de uma geometria satisfatória para o rendimento aerodinâmico da asa; (iii) dimensionamento da empenagem da aeronave como leme e profundor; (iv) dimensionamento dos ailerons; (v) posicionamento da empenagem em relação a asa; e (vi) avaliação do comportamento do escoamento aerodinâmico e da influência das esteiras da asa com relação a empenagem. Com relação aos procedimentos para o dimensionamento aerodinâmico e de estabilidade e controle, pode-se concluir que os mesmos foram apresentados, habilitando qualquer profissional ou acadêmico da área de engenharia a realizar os referidos dimensionamentos. Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se que o protótipo desenvolvido seja submetido a ensaios de vôo e em túnel de vento, procurando identificar se os requisitos de projetos foram amplamente atingidos. REFERÊNCIAS DA ROSA, Edison. Introdução ao projeto aeronáutico: uma introdução à competição SAE Aerodesign. Florianópolis: UFSC DITTRICH, Joerg S. Design and Integration of na Unmanned Aerial Vehicle Navigation Systen f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Aeroespacial) Instituto de Tecnologia da Georgia, Georgia KROO, Ilan. Aircraft Design: Syntesis and Analysis. Stanford: Desktop Aeronautics, MENDONÇA, Paulo T. R. Materiais Compostos e Estruturas Sanduíche. São Paulo: Manole, PADILHA, Bruno Ricardo. Estudo da viabilidade técnica, econômica e geométrica da utilização da fibra de carbono no projeto Unoesc AeroDesign. Relatório de pesquisa PIBIC Joaçaba, SC, VALAVANIS, Kimon P. Advances in Unmanner Aerial Vehicles. 3 ed. Tampa: Springer, FEDERAL AVIATION REGULATIONS. Disponivel em: <http// Guidance_Library/rgFAR.nsf/MainFrame?OpenFrameSet>. Acesso em: 20 set AIRFOIL AND WING ANALYSIS TOOL. Disponivel em: < Acesso em: 20 set ROSKAM, Jan. Airplane Aerodynamics and Performance. Kansas: DAR Corporation, Unoesc & Ciência ACET, Joaçaba, v. 3, n. 1, p , jan./jun. 2012

PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J.

PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Conceitos Fundamentais Fundamentos do Projeto Projeto conceitual Aerodinâmica Desempenho Estabilidade

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos Tópicos Abordados Aerodinâmica da Empenagem. Polar de Arrasto da Aeronave. Considerações sobre a Aerodinâmica

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 10 Características do Estol e Utilização de Flapes na Aeronave

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 10 Características do Estol e Utilização de Flapes na Aeronave Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 10 Características do Estol e Utilização de Flapes na Aeronave Tópicos Abordados O Estol e suas Características. Influência da Forma Geométrica da Asa na Propagação

Leia mais

PRJ-30 Aula 3 CA, CG e Trem de Pouso

PRJ-30 Aula 3 CA, CG e Trem de Pouso DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AEROESPACIAL INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA DIVISÃO DE ENGENHARIA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE PROJETOS PRJ-30 Aula 3 CA, CG e Trem de Pouso 10 de março de 2014

Leia mais

PARAMETERS DETERMINATION OF CONTROL SURFACES (AILERON, HELM, ELEVATOR) FOR STABILITY LONGITUDINAL STATIC IN A RADIO-CONTROLLED PROTOTYPE AERODESIGN

PARAMETERS DETERMINATION OF CONTROL SURFACES (AILERON, HELM, ELEVATOR) FOR STABILITY LONGITUDINAL STATIC IN A RADIO-CONTROLLED PROTOTYPE AERODESIGN DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DAS SUPERFÍCIES DE CONTROLE (AILERONS, LEME, PROFUNDOR) PARA ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA DE UM PRÓTOTIPO DE AERODESIGN RÁDIO-CONTROLADO Paulo André Magalhães Pimentel

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 28 Introdução ao Estudo de Cargas nas Aeronaves

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 28 Introdução ao Estudo de Cargas nas Aeronaves Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 28 Introdução ao Estudo de Cargas nas Aeronaves Tópicos Abordados Introdução ao Estudo de Cargas nas Aeronaves. Tipos de Cargas nas Aeronaves Uma aeronave é projetada

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 30 Cargas Atuantes nas Asas, na Empenagem, na Fuselagem e no Trem de Pouso

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 30 Cargas Atuantes nas Asas, na Empenagem, na Fuselagem e no Trem de Pouso Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 30 Cargas Atuantes nas Asas, na Empenagem, na Fuselagem e no Trem de Pouso Tópicos Abordados Cargas Atuantes nas Asas. Cargas na Empenagem. Cargas Atuantes na Fuselagem.

Leia mais

PARÂMETROS DAS SUPERFÍCIES DE CONTROLE PARA ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA DE UM PRÓTOTIPO DE AERODESIGN RÁDIO- CONTROLADO

PARÂMETROS DAS SUPERFÍCIES DE CONTROLE PARA ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA DE UM PRÓTOTIPO DE AERODESIGN RÁDIO- CONTROLADO Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2017 Hangar Convenções e Feiras da Amazônia - Belém - PA 8 a 11 de agosto de 2017 PARÂMETROS DAS SUPERFÍCIES DE CONTROLE PARA ESTABILIDADE

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 1 Apresentação do Curso e dos Conteúdos

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 1 Apresentação do Curso e dos Conteúdos Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 1 Apresentação do Curso e dos Conteúdos Tópicos Abordados Apresentação do Curso. Conteúdos do Curso. Divisão dos Módulos de Estudo. Apresentação do Curso O curso

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 33 Cálculo Estrutural da Asa e da Empenagem

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 33 Cálculo Estrutural da Asa e da Empenagem Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 33 Cálculo Estrutural da Asa e da Empenagem Tópicos Abordados Estrutura das Asas. Estrutura da Empenagem. Análise Estrutural da Asa A análise estrutural de uma asa

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 11 Distribuição de Sustentação, Arrasto e Efeito Solo

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 11 Distribuição de Sustentação, Arrasto e Efeito Solo Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 11 Distribuição de Sustentação, Arrasto e Efeito Solo Tópicos Abordados Distribuição Elíptica de Sustentação. Aproximação de Schrenk para Asas com Forma Geométrica

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis Tópicos Abordados Forças aerodinâmicas e momentos em perfis. Centro de pressão do perfil. Centro aerodinâmico do perfil.

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Carga de tracção ou carga de

Leia mais

1 03 Ge G om o etr t i r a i do o A v A iã i o, o, Fo F r o ç r as A e A ro r d o in i â n mic i as Prof. Diego Pablo

1 03 Ge G om o etr t i r a i do o A v A iã i o, o, Fo F r o ç r as A e A ro r d o in i â n mic i as Prof. Diego Pablo 1 03 Geometria do Avião, Forças Aerodinâmicas Prof. Diego Pablo 2 - Asa - Hélice - Spinner - Carenagem da Roda - Roda - Trem de Pouso do Nariz / Bequilha - Trem de Pouso Principal - Trem de pouso - Fuselagem

Leia mais

1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente todas as respostas.

1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente todas as respostas. Instituto Superior Técnico Ano Lectivo de 2014/2015 Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial 5 de Janeiro de 2015 1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente

Leia mais

Introdução. Introdução

Introdução. Introdução 7631 2º Ano da Licenciatura em Engenharia Aeronáutica 1. Objectivos Conhecer os princípios fundamentais do desempenho de aviões nas várias fases de voo. Analisar e optimizar o desempenho de uma dada aeronave.

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Tracção específica ou potência

Leia mais

EN ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO. Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira

EN ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO. Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira EN 3205 - ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira Estabilidade e Controle de Aeronaves II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO REFERENCIAS:

Leia mais

Estabilidade e Controlo

Estabilidade e Controlo Estabilidade e Controlo A estabilidade estática é a tendência que o sistema tem em voltar à situação de equilíbrio após uma perturbação A estabilidade dinâmica é a história do movimento do sistema na tentativa

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 5 Fundamentos Básicos sobre o Funcionamento de uma Aeronave

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 5 Fundamentos Básicos sobre o Funcionamento de uma Aeronave Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 5 Fundamentos Básicos sobre o Funcionamento de uma Aeronave Aula 5 Tópicos Abordados Fundamentos Básicos Sobre o Funcionamento de uma Aeronave. Superfícies de Controle.

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 23 Estabilidade Direcional Estática e Controle Direcional

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 23 Estabilidade Direcional Estática e Controle Direcional Introdução ao Projeto de Aeronaes Aula 23 Estabilidade Direcional Estática e Controle Direcional Tópicos Abordados Análise de Estabilidade Direcional Estática. Princípios do Controle Direcional. Estabilidade

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Tracção específica ou potência

Leia mais

ESTUDO DE ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA EM AERONAVE RÁDIO CONTROLADA PARA COMPETIÇÃO SAE AERODESIGN

ESTUDO DE ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA EM AERONAVE RÁDIO CONTROLADA PARA COMPETIÇÃO SAE AERODESIGN ESTUDO DE ESTABILIDADE LONGITUDINAL ESTÁTICA EM AERONAVE RÁDIO CONTROLADA PARA COMPETIÇÃO SAE AERODESIGN P. R. A. Ramos¹, V.B. Violin¹, A. Zaramella ¹, R. C. M. S. Contini¹ 1- Faculdade de Tecnologia de

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 16 Vôo de Planeio, Desempenho de Decolagem e de pouso

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 16 Vôo de Planeio, Desempenho de Decolagem e de pouso Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 16 Vôo de Planeio, Desempenho de Decolagem e de pouso Tópicos Abordados Vôo de Planeio (descida não tracionada). Desempenho na Decolagem. Desempenho no Pouso. Vôo

Leia mais

INTRODUÇÃO À AERODINÂMICA DA AERONAVE

INTRODUÇÃO À AERODINÂMICA DA AERONAVE INTRODUÇÃO À AERODINÂMICA DA AERONAVE Kamal A. R. Ismail Fátima A. M. Lino 2011 Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP kamal@fem.unicamp.br fatimalino@fem.unicamp.br ii INTRODUÇÃO À AERODINÂMICA DA

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 05/6 Exame de ª época, 5 de Janeiro de 06 Nome : Hora : :30 Número: Duração : 3 horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : Consulta limitada

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática Tópicos Abordados Introdução à Estabilidade Estática. Definição de Estabilidade. Determinação da Posição do Centro

Leia mais

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 1 TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 Aula 2 www.aerocurso.com 2 6 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES. São dispositivos capazes de aumentar, consideravelmente, o coeficiente de sustentação de uma aeronave.

Leia mais

Escoamentos Externos

Escoamentos Externos Escoamentos Externos O estudo de escoamentos externos é de particular importância para a engenharia aeronáutica, na análise do escoamento do ar em torno dos vários componentes de uma aeronave Entretanto,

Leia mais

4 Configurações estudadas

4 Configurações estudadas 4 Configurações estudadas Neste capítulo são descritas as diferentes configurações geométricas estudadas no presente trabalho, i.e., a entrada NACA convencional, o gerador de vórtices isolado e também

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 40 Apresentação Oral do Projeto Técnicas de Estruturação

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 40 Apresentação Oral do Projeto Técnicas de Estruturação Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 4 Apresentação Oral do Projeto Técnicas de Estruturação Aula 4 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues Tópicos Abordados Apresentação Oral do Projeto. Técnicas

Leia mais

MVO-11: Dinâmica de Veículos Aeroespaciais

MVO-11: Dinâmica de Veículos Aeroespaciais (carga horária: 64 horas) Departamento de Mecânica do Voo Divisão de Engenharia Aeronáutica Instituto Tecnológico de Aeronáutica 2014 PARTE II Modelo Aerodinâmico resultante aerodinâmica sustentação velocidade

Leia mais

CÁLCULO DE CARGAS PARA AERODESIGN. Ms. Eng. Vinicio Lucas Vargas EMBRAER

CÁLCULO DE CARGAS PARA AERODESIGN. Ms. Eng. Vinicio Lucas Vargas EMBRAER CÁLCULO DE CARGAS PARA AERODESIGN Ms. Eng. Vinicio Lucas Vargas EMBRAER CONTEÚDO Objetivo Contexto Requisitos Parâmetros importantes Condições para análise Envelopes de operação Modelos matemáticos Resultados

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 5/6 Exame de ª época, 9 de Julho de 6 Nome : Hora : 4: Número: Duração : horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : Consulta limitada a livros

Leia mais

FACULDADE PITÁGORAS SÃO LUÍS COORDENAÇÃO DE ENG. MECÂNICA. Aerodesign Processo Seletivo 1/2017

FACULDADE PITÁGORAS SÃO LUÍS COORDENAÇÃO DE ENG. MECÂNICA. Aerodesign Processo Seletivo 1/2017 Aerodesign Processo Seletivo 1/2017 EDITAL DE PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NA EQUIPE AEROBEETLE Nº 1/2017 A equipe AeroBeetle e a coordenação do curso dee mecânica, através deste edital, regulamenta

Leia mais

Introdução ao Controle Automático de Aeronaves

Introdução ao Controle Automático de Aeronaves Introdução ao Controle Automático de Aeronaves Leonardo Tôrres torres@cpdee.ufmg.br Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais/EEUFMG Dep. Eng. Eletrônica EEUFMG p. 1 Visão Geral da Disciplina

Leia mais

Estabilidade Lateral-Direccional

Estabilidade Lateral-Direccional Estabilidade Lateral-Direccional João Oliveira Departamento de Engenharia Mecânica, ACMAA Instituto Superior Técnico Estabilidade de Voo, MEAero (Versão de 26 de Outubro de 2010) João Oliveira (ACMAA,

Leia mais

AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve.

AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve. AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve. CONCEITOS 1. Massa: Quantidade de matéria que forma um corpo ; Invariável.

Leia mais

PROJETO ESTRUTURAL DE UM AEROMODELO NOS REQUISITOS DA COMPETIÇÃO SAE BRASIL AERODESIGN CLASSE REGULAR

PROJETO ESTRUTURAL DE UM AEROMODELO NOS REQUISITOS DA COMPETIÇÃO SAE BRASIL AERODESIGN CLASSE REGULAR UNIVESIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA LUIZ FERNANDO GONÇALVES PROJETO ESTRUTURAL DE UM AEROMODELO NOS REQUISITOS DA COMPETIÇÃO

Leia mais

MVO-10 Desempenho de Aeronaves

MVO-10 Desempenho de Aeronaves MVO-10 Desempenho de Aeronaves (carga horária: 64 horas) Flávio Silvestre / Maurício Morales Departamento de Mecânica do Vôo Divisão de Engenharia Aeronáutica Instituto Tecnológico de Aeronáutica 2012

Leia mais

Aula 11 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 11 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 11 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

Segundo Exercício de Modelagem e Simulação Computacional Maio 2012 EMSC#2 - MECÂNICA B PME 2200

Segundo Exercício de Modelagem e Simulação Computacional Maio 2012 EMSC#2 - MECÂNICA B PME 2200 Segundo Exercício de Modelagem e Simulação Computacional Maio 01 EMSC# - MECÂNICA B PME 00 1. ENUNCIADO DO PROBLEMA Um planador (vide Fig. 1) se aproxima da pista do aeroporto para pouso com ângulo de

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Exame de 3ª época, 19 de Julho de 2013 Nome : Hora : 15:00 Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 18 Tempo para a Missão e Metodologia para o Gráfico de Carga Útil

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 18 Tempo para a Missão e Metodologia para o Gráfico de Carga Útil Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 18 Tempo para a Missão e Metodologia para o Gráfico de Carga Útil Tópicos Abordados Tempo Estimado para a Missão. Traçado do Gráfico de Carga Útil. Dicas para Análise

Leia mais

OBJETIVO DO CURSO. Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do

OBJETIVO DO CURSO. Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do OBJETIVO DO CURSO Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do ANAC.(Agencia nacional de Aviação Civil) visando uma formação técnica mais e completa

Leia mais

OTIMIZAÇÃO DE PERFIS POR SOLUÇÃO NUMÉRICA DA EQUAÇÃO DE EULER

OTIMIZAÇÃO DE PERFIS POR SOLUÇÃO NUMÉRICA DA EQUAÇÃO DE EULER OTIMIZAÇÃO DE PERFIS POR SOLUÇÃO NUMÉRICA DA EQUAÇÃO DE EULER Bruno Quadros Rodrigues IC br_quadros@yahoo.com.br Nide Geraldo do Couto R. F. Jr. PQ nide@ita.br Instituto Tecnológico de Aeronáutica Praça

Leia mais

AB Roteiro para o relatório

AB Roteiro para o relatório AB-722 - Roteiro para o relatório Professore: Flávio Ribeiro 2018 A seguinte lista de exercícios deve ser apresentada na forma de um relatório. Ela está dividida em duas partes: a primeira consiste em

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2017/18

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2017/18 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 217/18 Exame de 1ª época, 2 de Janeiro de 218 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta livre

Leia mais

Uma viga em balanço (figura abaixo), com comprimento 2c, engastada rigidamente na estrutura do túnel de vento é representada graficamente por:

Uma viga em balanço (figura abaixo), com comprimento 2c, engastada rigidamente na estrutura do túnel de vento é representada graficamente por: 1 a Série de exercícios Aeroelasticidade Estática Prof. Gil 2º semestre 2009 1ª Questão: Estude o problema de um modelo de uma bomba cuja geometria é axissimétrica, a ser testado em túnel de vento. Os

Leia mais

Palavras-chave Desempenho, Decolagem, AeroDesign.

Palavras-chave Desempenho, Decolagem, AeroDesign. 1 Modelo analítico para se estimar o comprimento de pista necessário para a decolagem de uma aeronave destinada a participar da competição SAE-Aerodesign. uiz Eduardo Miranda José Rodrigues Professor MSc.

Leia mais

Professor Orientador: André Valdetaro Gomes Cavalieri Gustavo Oliveira Violato. Joaquim Neto Dias Alex Sandro Maia. Leandro Resende de Pádua Fernandes

Professor Orientador: André Valdetaro Gomes Cavalieri Gustavo Oliveira Violato. Joaquim Neto Dias Alex Sandro Maia. Leandro Resende de Pádua Fernandes Professor Orientador: André Valdetaro Gomes Cavalieri Gustavo Oliveira Violato Joaquim Neto Dias Alex Sandro Maia Leandro Resende de Pádua Fernandes Ney Rafael Secco Eduardo Rodrigues Poço Rodrigo Badia

Leia mais

Disciplina: Camada Limite Fluidodinâmica

Disciplina: Camada Limite Fluidodinâmica Disciplina: Camada Limite Fluidodinâmica Exercícios 2ª Parte Prof. Fernando Porto Exercício 3 Uma chaminé com 3m de diâmetro na base, m de diâmetro no topo, e 25m de altura está exposta a um vento uniforme

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 5/6 Exame de ª época, 8 de Janeiro de 6 Nome : Hora : 8:3 Número: Duração : 3 horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : onsulta limitada a

Leia mais

AERODINÂMICA DE ASAS EM REGIME INCOMPRESSÍVEL

AERODINÂMICA DE ASAS EM REGIME INCOMPRESSÍVEL Instituto Tecnológico de Aeronáutica ITA Divisão de Engenharia Aeronáutica Departamento de Aerodinâmica IEAA 3º Relatório AED 11 AERODINÂMICA BÁSICA AERODINÂMICA DE ASAS EM REGIME INCOMPRESSÍVEL Alunos:

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2016/17

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2016/17 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 6/ Exame de ª época, 4 de Janeiro de Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : Consulta limitada a livros

Leia mais

FUNDAMENTOS DE AERODINÂMICA

FUNDAMENTOS DE AERODINÂMICA 5 APÍTULO FUNDAMENTOS DE AERODINÂMIA. Definição de aerodinâmica A aerodinâmica é o estudo do movimento de fluidos gasosos, relativo às suas propriedades e características, e às forças que exercem em corpos

Leia mais

Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

Projeto UAV Motorização a Combustão

Projeto UAV Motorização a Combustão Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Faculdade de Engenharia Mecânica FEM Projeto UAV Motorização a Combustão Relatório Final Dimensionamento e projeto de UAV com motorização mecânica para inspeção

Leia mais

Apresentação do professor, da matéria e dos alunos. Aerodinâmica: caracterização; noções básicas.

Apresentação do professor, da matéria e dos alunos. Aerodinâmica: caracterização; noções básicas. Detalhes da Disciplina Código AER2031 Nome da Disciplina TEORIA DE VOO II Carga Horária 60 Créditos 4 Ementa Objetivos Gerais Teoria de voo de baixa e alta velocidade. Esforços estruturais. Mecânica de

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2014/15

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2014/15 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 4/5 Exame de ª época, 3 de Janeiro de 5 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : onsulta limitada a

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica Tópicos Abordados Estabilidade Lateral Dinâmica. Estabilidade Direcional Dinâmica. Modos de Estabilidade Dinâmica. Fundamentos

Leia mais

Propriedades do ar que afetam o voo; O altímetro: função e características. Forças que operam durante o voo sobre a aeronave.

Propriedades do ar que afetam o voo; O altímetro: função e características. Forças que operam durante o voo sobre a aeronave. Detalhes da Disciplina Código AER2031 Nome da Disciplina TEORIA DE VOO II Carga Horária 60 Créditos 4 Ementa Objetivos Gerais Teoria de voo de baixa e alta velocidade. Esforços estruturais. Mecânica de

Leia mais

UMA CONTRIBUIÇÃO À MODELAGEM DINÂMICA DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS DE ASA FIXA

UMA CONTRIBUIÇÃO À MODELAGEM DINÂMICA DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS DE ASA FIXA UMA CONTRIBUIÇÃO À MODELAGEM DINÂMICA DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS DE ASA FIXA Resumo Douglas Roberto Zaions * Everton Spuldaro ** Bruno Ricardo Padilha *** Este trabalho envolve o estudo da mecânica

Leia mais

ESTUDO EXPERIMENTAL DE UM NOVO PERFIL AERODINÂMICO VOLTADO PARA A COMPETIÇÃO SAE BRASIL AERODESIGN

ESTUDO EXPERIMENTAL DE UM NOVO PERFIL AERODINÂMICO VOLTADO PARA A COMPETIÇÃO SAE BRASIL AERODESIGN ESTUDO EXPERIMENTAL DE UM NOVO PERFIL AERODINÂMICO VOLTADO PARA A COMPETIÇÃO SAE BRASIL AERODESIGN Iago A. Souza iago_araujo@hotmail.com Universidade Federal do Pará, Faculdade de Engenharia Mecânica Av.

Leia mais

EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN

EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN PROCESSO SELETIVO 2018 (PROJETO ELÉTRICO) EDITAL Elaborado pelos membros da equipe F-Carranca Aerodesign Juazeiro-BA, janeiro de 2018 SUMÁRIO 1. A EQUIPE F-CARRANCA... 3 2.

Leia mais

FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA AERONÁUTICA Aplicações ao Projeto SAE AeroDesign

FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA AERONÁUTICA Aplicações ao Projeto SAE AeroDesign FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA AERONÁUTICA Aplicações ao Projeto SAE AeroDesign LUIZ EDUARDO MIRANDA J. RODRIGUES Volume 1 Princípios Fundamentais Aerodinâmica Propulsão Análise de Desempenho FUNDAMENTOS DA

Leia mais

Fundamentos da Engenharia Aeronáutica - Aplicações ao Projeto SAE-AeroDesign

Fundamentos da Engenharia Aeronáutica - Aplicações ao Projeto SAE-AeroDesign 490 CAPÍTULO 8 RELATÓRIO DE PROJETO 8.1 Introdução O presente capítulo possui como objetivo principal a complementação de toda teoria apresentada nesta obra com a apresentação de um modelo de relatório

Leia mais

Rodrigo Rodrigues Nogueira 1 Dorgival Albertino da Silva Júnior 2

Rodrigo Rodrigues Nogueira 1 Dorgival Albertino da Silva Júnior 2 Determinação da Carga Útil Transportada de uma Aeronave Cargueira Monomotora AeroDesign através da Análise das Forças Atuantes Durante a Decolagem A Method of Determination of Payload of a AeroDesign Single-Engine

Leia mais

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 2.

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 2. TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 Aula 2 www.aerocurso.com TEORIA DE VÔO E AERODINÂMICA 2 8 COMANDOS DE VÔO E DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES Os movimentos de uma aeronave podem ser realizados em torno

Leia mais

Análise Numérica da Aerodinâmica dos Componentes de um VANT

Análise Numérica da Aerodinâmica dos Componentes de um VANT Anais do XVI Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA XVI ENCITA / 2010 Instituto Tecnológico de Aeronáutica São José dos Campos SP Brasil 20 de outubro de 2010 Análise Numérica da Aerodinâmica

Leia mais

Arrasto e sustentação

Arrasto e sustentação Arrasto e sustentação J. L. Baliño Escola Politécnica - Universidade de São Paulo Apostila de aula 2017, v. 1 Arrasto e sustentação 1 / 16 Sumário 1 Noção de camada limite 2 Separação do escoamento e esteira

Leia mais

3- ANGULO DE INCIDENCIA É O ANGULO FORMADO ENTRE O EIXO O Velocímetro utiliza as Pressões Estática e Total para LONGITUDINAL o seu funcionamento

3- ANGULO DE INCIDENCIA É O ANGULO FORMADO ENTRE O EIXO O Velocímetro utiliza as Pressões Estática e Total para LONGITUDINAL o seu funcionamento FÍSICA RESUMO TEORIA DE VÔO George Coutinho Velocidade - É a distancia percorrida por unidade de tempo. Massa - É a quantidade de matéria contida num corpo. A MASSA É INVARIAVEL. Força - É tudo aquilo

Leia mais

CONCEPÇÃO DE UM DRAG RUDDER PARA AERONAVES: Um estudo aerodinâmico e de controle

CONCEPÇÃO DE UM DRAG RUDDER PARA AERONAVES: Um estudo aerodinâmico e de controle CONCEPÇÃO DE UM DRAG RUDDER PARA AERONAVES: Um estudo aerodinâmico e de controle Otacílio Pires de Freitas Neto (1); Franklin Regis de Oliveira (2); Francisco José Simões (3) (1) Universidade Federal de

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I 2º Semestre 2013/14

Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I 2º Semestre 2013/14 Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I º Semestre 01/14 Prova de Avaliação de 6 de Junho de 014 Nome : Hora : 15:00 Número: Duração : horas 1ª Parte : Sem consulta ª Parte : onsulta

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO DE ENGENHARIAS DA MOBILIDADE CEM. Bruno Zagoto Toscan

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO DE ENGENHARIAS DA MOBILIDADE CEM. Bruno Zagoto Toscan UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO DE ENGENHARIAS DA MOBILIDADE CEM Bruno Zagoto Toscan Simulação de Escoamento em um Aerofólio NACA 0012 Joinville, 2014 1 INTRODUÇÃO A dinâmica dos fluidos

Leia mais

II COMPETIÇÃO DE PLANADORES

II COMPETIÇÃO DE PLANADORES UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE ENGENHARIA MECÃNICA II COMPETIÇÃO DE PLANADORES REGULAMENTO por Prof. Dr. Clodoaldo de Oliveira Carvalho Filho, Eng o. Francisco Olímpio Moura Carneiro e Ronny Erbeson

Leia mais

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Elementos de Aeronaves e Dinâmica de Voo PME-2553 Primeira série de exercícios Prof. Dr. Adson Agrico 13 de outubro de 2016 1. Explique porque uma asa gera

Leia mais

CÁLCULO ESTRUTURAL DE ASA, TREM DE POUSO E ANÁLISE DE DESEMPENHO DE MOTOR E HÉLICE PARA AEROMODELO

CÁLCULO ESTRUTURAL DE ASA, TREM DE POUSO E ANÁLISE DE DESEMPENHO DE MOTOR E HÉLICE PARA AEROMODELO VI CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA VI NATIONAL CONGRESS OF MECHANICAL ENGINEERING 18 a 21 de agosto de 2010 Campina Grande Paraíba - Brasil August 18 21, 2010 Campina Grande Paraíba Brazil CÁLCULO

Leia mais

Breno Garcia Braz de Souza

Breno Garcia Braz de Souza FERRAMENTA PARA ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE CONTROLE E ESTABILIDADE DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS (VANT) Breno Garcia Braz de Souza Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da

Leia mais

Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência

Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência INSTITUTO DE PESQUISAS E ENSAIOS EM VOO V SIMPÓSIO DE SEGURANÇA DE VOO Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência Maj Av

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA Primeiro Relatório Final Trabalho de Conclusão de Curso Desenvolvimento de um Veiculo Aéreo Não Tripulado Autor: Túlio Rodarte Ricciardi

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 212/13 Exame de 2ª época, 2 de Fevereiro de 213 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta

Leia mais

Sumário. CAPÍTULO 1 Os primeiros engenheiros aeronáuticos 1

Sumário. CAPÍTULO 1 Os primeiros engenheiros aeronáuticos 1 Sumário CAPÍTULO 1 Os primeiros engenheiros aeronáuticos 1 1.1 Introdução 1 1.2 Primeiros avanços 3 1.3 Sir George Cayley (1773 1857): o verdadeiro inventor do avião 6 1.4 O interregno de 1853 a 1891 13

Leia mais

EA-291 Pilotos Automáticos para VANTs. Piloto Automático para Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) MicroPilot

EA-291 Pilotos Automáticos para VANTs. Piloto Automático para Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) MicroPilot Comando-geral de Tecnologia Aeroespacial Instituto Tecnológico de Aeronáutica EA-291 Pilotos Automáticos para VANTs Piloto Automático para Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) MicroPilot Luis Mauro de Vargas

Leia mais

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1º SEMESTRE 2013 UNIDADE 04 Prof. Dr. Fernando Ciriaco Dias Neto - Engenharias - 1º Sem. / 2013-1 - Pág. 185 Unidade IV Simulação Conteúdo da Unidade: O que é a simulação Tipos

Leia mais

Propagação de momentos. cos. Aerodinâmica Perfis Sustentadores Momento de Picada em Torno do Bordo de Ataque. α M c. M V r BA

Propagação de momentos. cos. Aerodinâmica Perfis Sustentadores Momento de Picada em Torno do Bordo de Ataque. α M c. M V r BA Momento de Picada em Torno do Bordo de Ataque y M V r BA α L α M c - x Propagação de momentos M C M BA = M = C c M + L cos + C l ( α ) cos c M 2 1 c c + 2 L ( α ) CM + Cl BA c c 2 2 1 y M V r BA α Momento

Leia mais

Escoamentos externos. PME2230 Mecânica dos Fluidos I

Escoamentos externos. PME2230 Mecânica dos Fluidos I Escoamentos externos PME2230 Mecânica dos Fluidos I Aplicações Aeronaves Veículos terrestres Embarcações e submarinos Edificações Camada limite Camada limite: região delgada próxima à parede, onde as tensões

Leia mais

Aula 2 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 2 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 2 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2013/14

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2013/14 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 013/14 Exame de 3ª época, 15 de Julho de 014 Nome : Hora : 9:00 Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta ª Parte : onsulta limitada

Leia mais

Derivadas de Estabilidade

Derivadas de Estabilidade Derivadas de Estailidade João Oliveira Estailidade de Voo, Eng. Aeroespacial Versão de 11 de Novemro de 211 1 Introdução Ojectivo Neste capítulo pretende-se encontrar expressões para as derivadas de estailidade

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN SETOR DE AERODINÂMICA AEROWEEKEND 2016 MATERIAL BÁSICO DE AERODINÂMICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN SETOR DE AERODINÂMICA AEROWEEKEND 2016 MATERIAL BÁSICO DE AERODINÂMICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO EQUIPE F-CARRANCA AERODESIGN AEROWEEKEND 2016 MATERIAL BÁSICO DE AERODINÂMICA Juazeiro Bahia Outubro / 2016 SUMÁRIO 1. FASES DO DESIGN... 5 1.1. Design Conceitual...

Leia mais

ANÁLISE DE ESTABILIDADE E CONTROLE DE UMA AERONAVE RÁDIO-CONTROLADA DESTINADA AO TRANSPORTE DE CARGA

ANÁLISE DE ESTABILIDADE E CONTROLE DE UMA AERONAVE RÁDIO-CONTROLADA DESTINADA AO TRANSPORTE DE CARGA ANÁLISE DE ESTABILIDADE E CONTROLE DE UMA AERONAVE RÁDIO-CONTROLADA DESTINADA AO TRANSPORTE DE CARGA Leonardo Arndt da Silva, ls001714@fahor.com.br 1 Adriano Carotenuto, carotenutoadrianor@fahor.com.br

Leia mais

FERNÃO DE MELO CONSTANZO

FERNÃO DE MELO CONSTANZO FERNÃO DE MELO CONSTANZO Análise teórica e experimental da influência da fuselagem sobre a posição do centro aerodinâmico da asa em condições de baixa velocidade Dissertação apresentada à Escola de Engenharia

Leia mais

ANÁLISE ESTRUTURAL DA ASA DA AERONAVE A320 A PARTIR DO CARREGAMENTO AERODINÂMICO

ANÁLISE ESTRUTURAL DA ASA DA AERONAVE A320 A PARTIR DO CARREGAMENTO AERODINÂMICO ANÁLISE ESTRUTURAL DA ASA DA AERONAVE A320 A PARTIR DO CARREGAMENTO AERODINÂMICO Carlos Alberto de Souza Veloso Débora Costa Martins Raphael Alves Costa Pedro Américo Almeida Magalhães Júnior carlosvelosomct@gmail.com

Leia mais

Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

1 Teoria de elementos de pá

1 Teoria de elementos de pá 1 Teoria de elementos de pá A teoria do momento linear é um método simples e rápido para estimar a potência e a velocidade induzida no rotor, baseando apenas na área total do rotor, no peso do helicóptero

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I 2º Semestre 2014/15. 1º Exame, 9 de Junho de 2015 Nome :

Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I 2º Semestre 2014/15. 1º Exame, 9 de Junho de 2015 Nome : Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial Aerodinâmica I º Semestre 014/15 1º Exame, 9 de Junho de 015 Nome : Hora : 11:30 Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta ª Parte : onsulta limitada

Leia mais

Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues Professor MSc. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues Professor MSc. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 1 Aspectos teóricos para o cálculo e traçado do diagrama -n de manobra e de rajada para uma aeronae destinada a participar da competição SAE-Aerodesign. Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues Professor MSc.

Leia mais

Projeto Preliminar de Rotor de Cauda

Projeto Preliminar de Rotor de Cauda Anais do 14 O Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA XV ENCITA / 009 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 19 a, 009. Projeto Preliminar de Rotor

Leia mais