CULTURA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: DA NORMA PARA O VALOR
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- João Victor Valente Viveiros
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1 CULTURA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: DA NORMA PARA O VALOR 1
2 Dr. Zuher Handar Diretor Científico da Associação Nacional de Medicina do Trabalho - ANAMT zuherhandar@yahoo.com.br 2
3 Qual o tipo de situação ou causa que mais afasta o trabalhador do trabalho? Que impacto isto tem para a empresa? Qual o custo de tudo isto? Como podemos evitar ou prevenir? 3
4 Absenteísmo e Presenteísmo Polêmica no ambiente de trabalho Absenteísmo Significa apenas e simplesmente, ausência ao trabalho, ou seja, refere-se ao tempo em que o trabalhador está ausente de seu posto, pelas mais variadas razões. Motivos: doenças, indisposição para o trabalho em determinados dias, insatisfação com a atividade que exerce ou com o salário, além de motivos de ordem familiar. Pesenteísmo Pode ser observado quando o funcionário permanece na empresa, mas não desempenha suas tarefas de forma edificante. Desmotivado, deixando de produzir o esperado e comprometendo o bom andamento das atividades normais da empresa. Motivos: problemas emocionais, familiares, entre outros. 4
5 Substituído por outra pessoa para desempenhar suas funções. No passado, a perda na produtividade esteve sempre e tão somente associada às faltas dos funcionários ao trabalho. Gera horas extras, Clientes descontentes Aumento da atividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente. 5
6 Presenteísmo: Pode gerar mais prejuízo financeiro para a empresa do que o absenteísmo. Queda na produtividade 2000, gastos com auxíliodoença representava 3,2%; doenças crônicas que produzem impacto significativo nos custos da assistência médica. Motoristas e pilotos colocam em risco não só suas vidas, Doenças crônicas ou episódicas alergias, asma, gripe, enxaqueca, dor nas costas, artrite, problemas gastrointestinais, cólicas menstruais e depressão. Absenteísmo Impacto na economia, em 2001 Alemanha, 44,76 bi de euros Reino Unido,11 bi de libras, doenças dos sistemas ósteomuscular e respiratório. No Brasil, despesas 31,8% (B91). 2004, esta despesa subiu para 7,5% O índice de absenteísmo por doenças psíquicas vem aumentando. Globalização: terceirização, a reengenharia, o downsizing, maior produtividade, aumento do estresse e medo do desemprego. 6
7 As empresas americanas chegam a perder 150 bilhões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas atividades. No Brasil, estima-se que esta cifra pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto, ou seja, 42 bilhões de reais/ano. 7
8 Compartilham os perfis de adoecimento e morte da população geral, em função de sua idade, gênero, grupo social, ou inserção em um grupo específico de risco. aparentemente sem qualquer relação com o trabalho, mas que também incapacitam o trabalhador Podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, Conseqüência da profissão que exercem ou exerceram, Condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Agravos que têm relação com condições de trabalho específicas, como os acidentes de trabalho típicos e as doenças profissionais ; Doenças que têm sua freqüência, ocorrência ou gravidade modificada pelo trabalho, denominadas doenças relacionados ao trabalho 8
9 . Agravos que têm relação com condições de trabalho específicas, como os acidentes de trabalho típicos e as doenças profissionais ; Doenças que têm sua freqüência, ocorrência ou gravidade modificada pelo trabalho, denominadas doenças relacionados ao trabalho 9
10 Estima-se que pessoas morreram de acidentes de trabalho ou doenças 2008, 2,02 milhões foram causadas por vários tipos de doença os acidentes de trabalho. Isso equivale a uma média de mais de mortes relacionadas ao trabalho todos os dias. 160 milhões de casos novos de doenças relacionadas ao trabalho. 10
11 Quadro 1. Estimativas mundiais de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho fatais, separadas por gênero (OIT 2000) Fonte: site WEB no endereço C a u s a s M o r ta lid a d e r e la c io n a d a a o tr a b a lh o, h o m e n s M o r ta lid a d e r e la c io n a d a a o tr a b a lh o, m u lh e r e s M o r ta lid a d e r e la c io n a d a a o tr a b a lh o, e s tim a tiv a to ta l D o e n ç a s tra n s m is s ív e is N e o p la s ia s m a lig n a s D o e n ç a s d o s is te m a re s p ira tó rio D o e n ç a s d o s is te m a c irc u la tó rio A fe c ç õ e s n e u ro p s iq u iá tric a s D o e n ç a s d o s is te m a d ig e s tiv o D o e n ç a s d o s is te m a g e n itu rin á rio A c id e n te s e a to s d e v io lê n c ia n o lo c a l d e tra b a lh o M o r ta lid a d e T o ta l
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13 Quanto às doenças profissionais fatais cânceres relacionados ao trabalho - 29% doenças do aparelho circulatório - 21% doenças transmissíveis - 25% Mais de mortes por exposição a substâncias perigosas no trabalho também estão incluídos nesses números. 13
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15 Valentina Forastieri 15
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18 OBJETIVO: é identificar e potencializar informações estratégicas para a organização. Fazer o monitoramento contínuo dos ambientes - ou seja, ou fluxo ininterrupto de identificação das necessidades de informação, coleta e análise para se chegar ao conhecimento e à tomada de decisão. 18
19 Monitoramento da situação de saúde dos trabalhadores é uma ação estratégica para as organizações. A saúde dos trabalhadores não pode ser entendida e tratada de forma fragmentada: saúde relacionada ao trabalho saúde determinada por outras situações ou condição de vida O novo paradigma é de ATENÇÃO INTEGRAL Á SAÚDE DO TRABALHADOR Olhar o trabalhador por inteiro e prestar uma atenção integral e integrada 19
20 Escassez e inconsistência das informações sobre a real situação de saúde dos trabalhadores Ausência de dados consistentes Deficiente ou nenhum uso de instrumentos epidemiológicos na abordagem da relação entre saúde e trabalho Olhar restrito às doenças ocupacionais Não detectam o não conseguem enxergar os fatores determinantes e/ou condicionantes da saúde Dificuldade de integração dos sistemas de informação em saúde extra ocupacional Não aplicação do principio de vigilância em saúde Não utilização dos indicadores de saúde 20
21 Conhecer o perfil de morbimortalidade Saber do que adoece e morre os trabalhadores OBJETIVO: Diagnosticar as causas Diagnosticar precocemente o agravo Atuar preventivamente Desenvolver programas de Promoção de Saúde Atuar em outras doenças e agravos que não os do trabalho, mas que comprometem a capacidade laboral e interfere na produtividade 21
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24 A sistematização e análise dos dados de saúde deve contemplar a identificação de informação para ação de curto, médio ou longo prazo, Adoção de intervenções na forma de implantação de medidas preventivas que controlem e minimizem os efeitos adversos sobre a saúde dos trabalhadores. 24
25 em função de sua idade, gênero, grupo social, ou inserção em um grupo específico de risco. aparentemente sem qualquer relação com o trabalho, mas que também incapacitam o trabalhador 25
26 É cada vez mais frequente integrar a promoção da saúde em geral nos programas de SST das empresas para a realização dos programas tradicionais de prevenção de acidentes de trabalho e de doenças profissionais. 26
27 Destinam-se muitas vezes a instaurar comportamentos saudáveis, abuso do álcool e de drogas, do tabaco, ao stress e à saúde mental, à alimentação, e ao exercício físico, etc. Ajudar os trabalhadores a gerirem as suas doenças crônicas Adotar uma atitude proativa relativamente à sua saúde Grande número de atividades de promoção da saúde no local de trabalho, com bons resultados, teve efeitos positivos na produtividade. 27
28 Costumam ser responsáveis por uma perda maior da produtividade, afeta a produção ou a sua qualidade. Nos EUA, estudos amplamente divulgados na última década tentaram quantificar o impacto das doenças em geral sobre a produtividade e chegaram a conclusão de que o custo total do presenteísmo por lá é da monta de mais de US$ 150 bilhões ao ano. 28
29 Determinar o nível da ocorrência de problemas de saúde que prejudicam o desempenho dos funcionários, Quantificar a perda de produtividade Combater essa queda com medidas de boa relação custo/benefício. As palavras chaves para o controle da questão são, em resumo: Conscientização (dos gestores sobre o problema); Identificação (dos problemas de saúde específicos que afetam os funcionários); Orientação e educação (programas preventivos). Os programas de detecção de doenças e de prevenção são indispensáveis nesse processo. 29
30 Exigências legais ampliada para além dos riscos ocupacionais PCMSO: preservar e promover a saúde do trabalhador, contribui também para diminuir custos operacionais, o absenteísmo e o presenteísmo, O exemplo das Doenças Infecciosas A doença infecciosa pode ser um fator de risco específico, inerente à atividade laboral ou não prejudica o trabalho, compromete a saúde do trabalhador e a sua condição para função que exerce. A NR 32 oficializa a vacinação no elenco de ações para a gestão em saúde do trabalho = EVITAR doenças infecciosas preveníveis não são apenas os trabalhadores expostos às doenças infecciosas os que necessitam de vacinação. 30
31 As doenças infecciosas são agravos a que estão expostos os trabalhadores de diversas atividades, e algumas delas como causadoras de prejuízos socioeconômicos para as empresas é o caso da gripe, por exemplo. Esses fatos colocam a vacinação ocupacional como uma necessidade. Atualização em Vacinação Ocupacional Guia Prático 31
32 É a maneira mais efetiva de prevenção primária Importante necessidade de saúde publica e provavelmente traz vantagens palpáveis no somente para os indivíduos que as recebem como também para a organização. (OIT) Fundamentos da imunização de trabalhadores na empresa: Proteger os trabalhadores do risco de doenças transmissíveis; Evitar que sejam fontes de contagio; Prevenir doenças infecciosas em trabalhadores que estejam imunodeprimidos ou sofram de doenças crônicas; Evitar o absenteísmo ou presenteismo (trabalhar doente); Evitar mortes como conseqüência de doenças infecciosas; Evitar doenças infecciosas que possam evoluir para cronicidade. 32
33 Horas de trabalho perdidas Compromete a saúde do trabalhador e sua condição de trabalho. Gera mais ônus decorrentes do afastamento do trabalho Reduz a produtividade = 3,5 dias perdidos. 5% a 10% da força de trabalho são acometidos Brasil = 7 a 14 milhões de pessoas Custo anual nos Estados Unidos 1 a 5 bilhões de dólares Absenteísmo, queda na produtividade e uso do sistema de saúde 1995: 200 milhões de dias de restrição ao trabalho; 100 milhões de dias de repouso; 75 milhões de faltas ao trabalho e 22 milhões de visitas médicas. 33
34 De acordo com Balallaia, a principal vilã das doenças ocupacionais é a gripe. A cada ano nos EUA (Estados Unidos) 36 mil pessoas morrem de gripe e mais de 200 mil são internados em conseqüência das complicações da doença. Geram impactos econômicos gigantescos que não são demonstrados em estudos por falta de conhecimento em especial no Brasil. 34
35 Um dos grandes avanços acerca das medidas de prevenção e promoção em saúde tem sido o romper dos elos da cadeia de transmissão das doenças através da administração de imunobiológicos. A vacinação contra a gripe pode ser a responsável pela diminuição absenteísmo e presenteísmo. A vacinação em cadeia (funcionário/familiar) eleva a eficácia da prevenção em todo o grupo empresarial. 35
36 Busca-se a reducão de: 43% dos dias de trabalho perdido; 44% em visitas médicas; 34% em casos de infecções respiratórias; 25% na redução do uso de antibióticos; 36
37 deslocamento de indivíduos em viagens nacionais e internacionais + crescente fluxo de produtos Disseminação de patógenos Globalização das doenças. 37
38 Benefícios para vacinados: 39,5% menos sintomas 33% menos sintomas de maior gravidade 26% menos absenteísmo Menor incidência de gripe nos vacinados (14,6% X 39,4%) Economia 6,4 a 25,8 dólares por empregado vacinado Vacinados: 70,4% redução síndrome gripal 80,8% redução faltas ao trabalho PESQUISAS Empresa Aérea, Brasil Vacinação em Empresas Colômbia Malásia Rússia funcionários de universidade EUA 28 estudos analisados América do Norte, Europa Ocidental, Ásia, Austrália 38
39 Custos significativos associados à influenza nos EUA Em 2005, o custo da influenza foi estimado em US$ 11 bilhões US$ 2,2 bilhões em custos diretos e US$ 8,8 bilhões em indiretos Custos (milhões de US$) 65 anos 19 a 65 anos 0 a 18 anos Custos diretos Utilização de recursos de saúde - visitas ao médico, hospitalização e tratamento Custos indiretos Absenteísmo e redução da produtividade Weycker D, et al. Vaccine 2005; 23:
40 "Clinical Infectious Diseases" de fevereiro de 2009 Entre os não vacinados a gripe foi responsável por: 45% dos dias perdidos durante a época de desenvolvimento da doença 39% dos dias perdidos entre todas as doenças 49% na redução da capacidade laborativa e produtividade Oito dias doentes e perdido 1,5 dia de trabalho. sentiram os sintomas da gripe por mais de quatro dias. 40
41 O objetivo principal é: Prevenção de doenças imunopreviníveis Diminuir o absenteísmo e o presenteísmo Melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores Garantir maior cobertura vacinal Proteção individual Imunidade coletiva 41
42 Incentivar a adesão dos funcionários à vacinação cobertura vacinal na empresa. Estimular a vacinação de familiares diminuição dos riscos de exposição fora da empresa. Incentivar a vacinação dos terceirizados. 42
43 O uso das vacinas como mecanismo de prevenção e promoção da saúde proporciona um grande benefício tanto para o trabalhador como para a empresa e para a sociedade. Portanto associado à melhoria das condições e dos ambientes de trabalho deve ser entendida como uma medida e responsabilidade social de todos 43
44 definido como "o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer a todo momento a conduta ou história natural da doença (ou os problemas ou eventos de saúde), detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer por alterações de fatores condicionantes, com a finalidade de recomendar a tempo, sobre bases sólidas, as medidas indicadas, eficientes, que levem à prevenção e o controle da doença (ou dos problemas ou eventos de saúde)". (LEMUS, TIGRE, RUIZ & DACHS 1966) 44
45 Uma visão mais global, saindo da ação centrada na doença e nos agentes específicos do ambiente de trabalho para uma ação estratégica de promoção de saúde. Buscar compreender a inter-relação que existe entre o ambiente interno e externo na preservação da saúde e na qualidade de vida do individuo. Preocupação constante em se buscar estudar e intervir nos fatores condicionantes da saúde dentro e fora do local de trabalho. 45
46 Reis, Paulo. Silva, Helena Pereira. A gestão estratégica da informação de saúde do trabalhador no contexto de inteligência organizacional das empresas, Ballalai, Isabella. Migowski, Edimilson. Imunização e Prevenção nas Empresas - Um Guia de Orientação para a Saúde dos Negócios e do Trabalhador / Isabella Ballalai, Edimilson Migowski Rio de Janeiro, 2006 Atualização em Vacinação Ocupacional Guia Prático Sociedade Brasileira de Imunizações, Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Espanha, Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociais. Instituto Nacional de Seguridade e Higiene em el Trabajo. Vacunaciona en ámbito laboral (Real Decreto 664/1997, de 12 de mayo) 46
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