PRODUÇAO E CARACTERIZAÇAO DO BIODIESEL PRODUZIDO A PARTIR DO ÓLEO DE TUCUMA

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1 PRODUÇAO E CARACTERIZAÇAO DO BIODIESEL PRODUZIDO A PARTIR DO ÓLEO DE TUCUMA Mendonça Barroso, L. (UFAM ICET) ; Farias de Souza, P.J. (UFAM ICET) ; Fernandes Batista, R. (UFAM) ; Lacerda Martins, V. (UFAM ICET) ; Cavalcante Guimarães, A. (UFAM ICET) RESUMO A crescente demanda por combustíveis a base de petróleo, aliada aos impactos ambientais devido à emissão de gases gerados durante sua queima tem instigado a busca por fontes alternativas a esses combustíveis. Nesse contexto, o óleo de tucumã surge como uma alternativa viável e promissora para substituição, total ou parcial, do óleo diesel. Com características que favorecem essa utilização como as características do óleo, o alto consumo da polpa e o descarte do caroço como resíduo, facilitam e favorecem a utilização da amêndoa do tucumã para a obtenção do óleo e, posteriormente, a produção do biodiesel. Com dados experimentais realizados em amostras em triplicatas foram possíveis obter ótimos rendimentos e parâmetros físico-químicos do óleo fixo,tanto como para o biodiesel segundo a ANP. PALAVRAS CHAVES biodiesel; sustentabilidade; tucumã INTRODUÇÃO A Amazônia apresenta inúmeras espécies nativas de plantas frutíferas que apresentam potencial econômico, tecnológico e nutricional, que vem despertando o interesse de estudos científicos. Entre essas espécies encontra-se o tucumã espécie pertencente à família da Arecaceae (Palmeiras),conhecida popularmente pelo nome de tucumanzeiro. Os frutos e sementes são utilizados na alimentação humana e de animais comumente encontrada na região amazônica pode alcançar de 10 a 15m de altura, 15 a 20 cm de diâmetro. Cresce próximo de rios, em áreas não cobertas com água, em terra firme, cobertura vegetal baixa e em campo limpo. Tem característica de florescer e frutificar durante quase todo o ano o que favorece a produção.os frutos normalmente elipsóides, alaranjados,quando maduros apresentam de 3 a 5cm de comprimento e possuem um odor característico e com altos rendimentos de oleosidade.com essa característica de alta oleosidade o tucumã favorece a produção de biodiesel,uma alternativa sustentável,realizada através do reaproveitamento de seus resíduos como o bulbo das amêndoas. Além de incentivar aos empreendedores comerciantes que trabalham com a revenda da polpa do fruto para esse reaproveitamento para fins próprios de geraçao de energia para a sua comunidade.neste trabalho, propõe-se produzir e caracterizar biodiesel de óleo de tucumã sem necessidade de plantios, utilizando a própria produção e descarte do fruto no município de Itacoatiara-AM para verificar sua viabilidade econômica e energética para a região. MATERIAL E MÉTODOS A obtenção do biodisel realizada em 4 etapas e algumas pré- etapas para o melhoramento da matéria-prima de interesse (Figura 1). 1) Coleta dos frutos despolpados em feiras municipais de Itacoatiara- após essa coleta os frutos foram submetidos a secagem para evitar a proliferação de fungos devido aos resíduos de polpa presentes na parte amadeirada do caroço, a separação da casca amadeirada para a obtenção do bulbo de interesse para extração e trituração dessas amêndoas utilizando o aparelho de moinho de facas devido a alta dureza dessas amêndoas. 2) Extração do óleo em sistema soxhlet: Extração realizada com uso de solvente, éter de petróleo com duração de 6 horas. 3) Reação de transesterificação: Realizada com uma solução metóxido de misturas de álcool metílico com hidróxido de postássio com uso de catalisador básico, separação do biodiesel da glicerina (Figura 2) e lavagem para neutralização e remoção da solução etanólica ou metanólica que não reagiu. A solução metanólica, etanólica ou mistura de ambas foram preparadas utilizando-se como catalisador o KOH. Além disso, verificou-se o rendimento e a acidez do biodiesel página 1 / 5

2 produzido segundos as normas exigidas pela ANP. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a extração do óleo por solvente foi obtido um rendimento médio de 32.26%.Segundo Cavalcanti a amêndoa do fruto produz cerca de 30 a 50% de e a polpa do fruto possui cerca de 37, 5% de óleo amarelo. Com esses dados podemos verificar que comparado a dados na literatura corresponde que a quantidade obtida na extração por solvente foi satisfatória. Os resultados obtidos para índice de acidez foi de 1,26 mg de KOH/g e de saponificação 93,52 mg de KOH/g para o óleo bruto, assim como para o índice acidez 0,39 mg de KOH/g e de iodo 29,672 mg/g para o biodiesel. O índice de acidez de um óleo vegetal, determinado pelo método EN 14104, recomendado pela ANP (ANP, 2012), é um importante indicador de sua qualidade e está diretamente ligado às formas de armazenamento, condições de extração e manuseio (MORETTO e FETT, 1998). Segundo Schuchardt et al. (1998), quando a matéria-prima apresenta elevada acidez, o processo de produção de biodiesel utilizando catalisadores alcalinos passa a competir com a reação de saponificação e a reação de neutralização dos ácidos graxos livres reduzindo, assim, o rendimento da reação. Para Zagonel (2000), o óleo ideal para a produção de biodiesel deve apresentar uma acidez abaixo de 2 mg KOH/g. Nesse sentido, o óleo do tucumã, por apresentar índice de acidez inferior a 2 mg KOH/g, dispensa a necessidade de etapas adicionais para produção de biodiesel, como a degomagem.para o índice de saponificação,o valor obtido foi de 93,52 mg/g, ficando abaixo do valor estabelecido pela legislação brasileira (ANVISA, 1999).Em relação ao índice de iodo, a ANP não limita umaquantidade, porém, valores muito altos levam à produção de um biodiesel considerado inaceitável para fins carburantes. Figura 1: Processos da metodologia página 2 / 5

3 A imagem demosntra alguns processos a qual o fruto necessitou ser tratado e de produção para o biodiesel. Figura 2: Biodiesel de tucumã página 3 / 5

4 Processo de separação do biodiesel do co-produto glicerina. CONCLUSÕES Portanto, pode-se concluir que o Tucumã apresenta ótimos parâmetros físico-químicos comparado a outras oleaginosas regionais, sem necessidade de desmatamento para plantio para obter a matéria-prima apenas utilizando o reaproveitamento do que é visto pela população como apenas resíduo, onde essas características o enquadram como uma potencial alternativa bioenergética, podendo vir a somar dentre as energias renováveis. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a UFAM pelo apoio financeiro e ao CNPq e a FAPEAM pela bolsa concedida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n 482, de 23 setembro de Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Óleos e Gorduras Vegetais. Disponível em: ( Acesso em 24/01/2013. ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Resolução ANP nº 14, de Disponível em: < Acesso em 24/01/2013. AOAC. Official Methods of Analysis of AOAC INTERNATIONAL, 17th Ed., MORETTO, E.; FETT, R. Tecnologia de Óleos e Gorduras Vegetais na indústria de alimentos, Varela: São Paulo,1998. SCHUCHARDT, U.; SERCHELI, R.; VARGAS, R. M. Transesterification of Vegetable Oils: a Review. J. página 4 / 5

5 Powered by TCPDF ( 6º Simpósio Nacional de Biocombustíveis Braz. Chem. Soc. 9(1998), ZAGONEL, G. F. Obtenção e caracterização de biocombustíveis a partir da transesterificação etílica em meio alcalino. Dissertação (Mestrado em Química Orgânica), Universidade Federal do Paraná. Curitiba, CAVALCANTE, P. B. Frutas comestíveis da Amazônia. 5. ed. Belém: CEJUP, CNPq, Museu Paraense Emílio Goeldi, p. (Coleção Adolfo Ducke). página 5 / 5