Ratificação de Títulos Incidentes em Faixa de Fronteira Agosto de 2014

Transcrição

1 Ratificação de Títulos Incidentes em Faixa de Fronteira Agosto de 2014

2 Índice 1 Aspectos Históricos e Constitucionais 2 Faixa de Fronteira x Faixa de Segurança Nacional 3 Ratificação de Títulos incidentes em Faixa de Fronteira 4 Projeto de Lei da Câmara nº 90/ Conclusão

3 Aspectos Históricos e Constitucionais Lei Imperial nº 601 de 1850 Art. 1º Ficam prohibidas as acquisições de terras devolutas por outro titulo que não seja o de compra. Exceptuam-se as terras situadas nos limites do Imperio com paizes estrangeiros em uma zona de 10 leguas, as quaes poderão ser concedidas gratuitamente. 10 Léguas equivalem a 66 km. Constituição de 1891 Art Pertencem aos Estados as minas e terras devolutas situadas nos seus respectivos territórios, cabendo à União somente a porção do território que for indispensável para a defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de ferro federais. Constituição de 1988 Art São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de cominicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

4 Faixa de Fronteira x Faixa de Segurança Nacional CF de 1934 Criação da Faixa de Segurança Nacional com 100 Km e mantendo a Faixa de Fronteira com 66 km. Art Dentro de uma faixa de cem quilômetros ao longo das fronteiras, nenhuma concessão de terras ou de vias de comunicação e a abertura destas se efetuarão sem audiência do Conselho Superior de Segurança Nacional. CF de 1937 Ampliação da Faixa de Segurança Nacional para 150 km. Decreto Lei nº de Vedação à concessões de terras acima de 2.000,00 hectares. Lei nº de Acabou com a dicotomia existente entre a Faixa de Fronteira e a Faixa de Segurança Nacional. Art. 2º É considerada zona indispensável à defesa do país a faixa interna de 150 (cento e cinquenta) quilômetros de largura, paralela à linha divisória do território nacional, cabendo à União sua demarcação. Lei nº de 1979 Disciplina o uso e a ocupação da Faixa de Fronteira.

5 Ratificação de Títulos incidentes em Faixa de Fronteira Lei nº de 1966 Art 5º - Compete ao IBRA tomar as providências administrativas e promover as judiciais concernentes à discriminação das terras devolutas existentes no Distrito Federal, nos Territórios Federais e na faixa de 150 (cento e cinquenta) quilômetros ao longo das fronteiras do País, respeitado o disposto na Lei n º 2.597/55. 1º - É o Poder Executivo autorizado a ratificar as alienações e concessões de terras já feitas pelos Estados na Faixa de Fronteiras, se entender que se coadunam com os objetivos do Estatuto da Terra. Decreto-Lei de 1975 Art 1º A ratificação das alienações e concessões de terras devolutas na faixa de fronteiras, a que se refere o 1º do artigo 5º da Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966, será feita de acordo com as normas estabelecidas no presente Decreto-lei. 1º O processo de ratificação alcançará as alienações e concessões das terras devolutas promovidas pelos Estados, na faixa de domínio da União. 2º Ficam igualmente sujeitas às disposições do presente Decreto-lei as terras devolutas estaduais, localizadas na faixa de interesse da segurança nacional, alienadas ou concedidas sem o prévio assentimento do Conselho de Segurança Nacional. Escopo da Ratificação: Confirmar o domínio da União sobre a Faixa de Fronteira e proteger a posse exercida pelo terceiro de boa fé nas: Titulações feitas pelos Estados em terras de domínio da UNIÃO (titulação a non domino); Titulações feitas pelos Estados sem o consentimento prévio do CDN - Conselho de Defesa Nacional.

6 Ratificação de Títulos incidentes em Faixa de Fronteira Decreto-Lei de 1975 Art. 6º Caso venha a entender que a utilização das terras não atende às finalidades legais, o INCRA promoverá as medidas necessárias à decretação da nulidade do título, no todo ou em parte, procedendo-se em relação aos seus ocupantes na forma prevista na Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, indenizadas as benfeitorias úteis e necessárias, feitas de boa fé. Lei 6.739/79 Disciplina o procedimento de cancelamento das matrículas e registros vinculados a títulos nulos. Lei nº de fixa o prazo de dois anos, a partir de 1 de janeiro de 1999, para que detentor de título de alienação ou concessão de terras feitas pelos Estados na faixa de fronteira de até cento e cinqüenta quilômetros, ainda não ratificado, requeira ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, a ratificação de que trata o art. 5º, 1º, da Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966, observado o disposto no Decreto-Lei nº 1.414, de 18 de agosto de Lei nº de prorrogou o prazo acima até , de modo que hoje, nos termos da Lei, só poderá ser ratificado o título de domínio cujo processo administrativo de ratificação tiver sido iniciado perante o INCRA até 31 de dezembro de Instrução Normativa INCRA nº 63 de 2010 Disciplina o procedimento administrativo de Ratificação das alienações e concessões de terras devolutas efetuadas pelos Estados na Faixa de Fronteira.

7 Quadro Resumo Quadro Resumo dos limites Constitucionais e legais para a Alienação e Concessão de Terras Devolutas Na Faixa De Fronteira/Faixa de Segurança Nacional Lei/ Data Faixa Hectares Competência CF/1891 de até Dentro dos 66 Km Fora dos 66 km ha Livre Só a União (Estados: passível de ratificação) Estados CF/34 de até Dentro dos 66 Km De 66 a 150 km Fora dos 150 km ha ha ha Só a União (Estados: passível de ratificação) Estados com assentimento prévio do CSSN Estados Dec. Lei 1.164/39 de até EC nº 10/64. Dentro dos 66 Km De 66 a 150 km Fora dos 150 km ha ha ha Só a União (Estados: passível de ratificação) Estados com assentimento prévio do CSSN Estados EC nº 10/64 de até Lei 4.947/66. Dentro dos 66 Km De 66 a 150 km Fora dos 150 km ha ha ha Só a União (Estados: passível de ratificação) Estados com assentimento prévio do CSSN Estados

8 Projeto de Lei da Câmara n 90/2012 Projeto de Lei da Câmara n 90/2012 Almeja reabrir e prorrogar os prazos para que os interessados requeiram a Ratificação 10 (dez) anos, conforme a última redação do PLC, sob referência. (i) (ii) (iii) o exíguo prazo de dois anos, estabelecido na Lei nº 9.871/99, para que o interessado compusesse e apresentasse a complexa e exaustiva lista de documentos necessária para protocolo do requerimento perante o INCRA não seria compatível com a realidade técnica, operacional e burocrática de nossas diversas instâncias administrativas; a falta de estrutura e pessoal técnico no INCRA para atender as mais de 25 mil solicitações de ratificação de alienação e concessões nos 11 (onze) Estados fronteiriços; e a grande ameaça à segurança jurídica e socioeconômica que recairia sobre milhares de produtores rurais em decorrência da nulidade de títulos não ratificados.

9 Conclusão Nos termos do Decreto-Lei nº 1.414/75 e da Instrução Normativa do INCRA nº 63/2010 podem ser ratificadas: 1 as alienações e concessões de terras devolutas efetuadas pelos Estados nas seguintes situações: I - na faixa de até 66 km de largura, a partir da linha de fronteira, celebradas no período compreendido entre a vigência da Constituição de 24 de fevereiro de 1891 até a vigência da Lei n de 06 de abril de 1966; e II - na faixa de 66 a 150 km de largura, a partir da linha de fronteira, no período compreendido entre a vigência da Lei n de 12 de setembro de 1955 até a vigência da Lei n de 06 de abril de as alienações e concessões de terras devolutas efetuadas pelos Estados, sem o prévio assentimento do Conselho de Segurança Nacional nas seguintes situações: I - na faixa de 66 a 100 km de largura, a partir da linha de fronteira, no período entre a vigência da Constituição de 16 de julho de 1934 até a vigência da Lei nº de 12 de setembro de 1955; II - na faixa de 100 a 150 km de largura, a partir da linha de fronteira, no período entre a vigência da Constituição de 10 de novembro de 1937 até a vigência da Lei n de 12 de setembro de O procedimento de ratificação dos títulos incidentes na Faixa de Fronteira é um importante, senão o único, instrumento de regularização fundiária aplicável às titulações a non domino efetuadas pelos Estados em terras da União localizadas em Faixa de Fronteira, instrumento este que possibilita resgatar a segurança jurídica e a certeza em relação à propriedade imobiliária, bem assim, se for o caso a reversão de imóveis que não são passiveis de ratificação ao patrimônio público. A reabertura e prorrogação do prazo estabelecido na Lei nº 9.871/99, objeto do Projeto de Lei da Câmara nº 90/2012, é hoje uma tendência que poderá ser confirmada pelo Poder Legislativo, atendendo assim a demanda e expectativa de milhares de produtores rurais.

10