AUDIÊNCIA PÚBLICA CONJUNTA CRA CMA

Transcrição

1 AUDIÊNCIA PÚBLICA CONJUNTA CRA CMA Anaximandro Doudement Almeida Assessor Técnico Abril de 2009

2 Cenário Fundiário A Amazônia brasileira, responsável por mais de 90% da produção florestal de áreas naturais do Brasil, apresenta, segundo estimativas, apenas 24% do território reclamado como área privada e 29% com áreas legalmente protegidas, incluindo as Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Neste cenário fundiário, restam 47% da superfície ocupada por terras públicas ou devolutas, com cobertura predominantemente florestal e sobre as quais o exercício de atividades do Estado é ainda incipiente. [grifo nosso] E.M. nº 14/MMA/GM/2005 do anteprojeto de lei, que dispunha sobre a gestão de florestas públicas para produção sustentável. (Atual Lei nº /2006).

3 Fonte: ISA; IBGE. Uso e Destinação de Terras na Amazônia Legal

4 A REALIDADE FUNDIÁRIA Simples ocupação; Autorização de Ocupação de Terras Públicas; Certidão de Inscrição de Ocupação de Terras da União; Contrato de Alienação de Terras Públicas; Contrato de Concessão de Direito Real de Uso; Contrato de Concessão de Domínio de Terras Públicas; Contrato de Promessa de Compra e Venda de Terras Públicas da União; Licença de Ocupação de Terras Públicas; Proposta: Medida Provisória nº 248/2009

5 Procedimentos de regularização fundiária de terras públicas da Amazônia Legal Tamanho da Área (hectares) Até 100 Acima de 100 e até 15 módulos. Acima de 15 módulos. Procedimento posses passíveis de legitimação prevista no art. 29 da lei n /1976. áreas passíveis de regularização fundiária de que trata o art. 17, inciso II do 2º, da lei n /1993, com redação dada pelo art. 1º da lei n /2008. Alienação de imóveis rurais de domínio da União, mediante concorrência pública, conforme lei n /1964 e outras. Características Preferência para aquisição de área, pelo valor histórico da terra nua, satisfeitos os requisitos de morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de um ano. Concessão de título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, que preenchem os requisitos mínimos de cultura e moradia. Concessão de título de domínio ou de direito real de uso de imóveis, com licitação.

6 Lei 8.629/1993 A classificação das propriedades por tamanho segue o estabelecido no art. 4º da Lei Agrária (lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993): I Minifúndio o imóvel rural de menos de 1(um) módulo fiscal; II Pequena Propriedade o imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos ; III Média Propriedade o imóvel rural de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos ; IV Grande Propriedade o imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos.

7 ESTRUTURA FUNDIÁRIA REGIÃO NORTE + MARANHÃO E MATO GROSO DISTRIBUIÇÃO DO Nº DE IMÓVEIS E ÁREA TOTAL SEGUNDO CATEGORIA DO IMÓVEL RURAL Categoria do Imóvel Nº de Imóveis % Área Total (ha) % Média (ha) Minifúndio , ,7 37,3 Pequena , ,8 132,6 Média , ,0 587,7 Grande , , ,8 Não classifica , ,5 952,4 Soma Média (Ha) 508,94 Fonte: INCRA/DF/DFC Apuração Especial nº SNCR Dez/2005 A medida atenderá cerca de 90% dos posseiros da Amazônia Legal.

8 Mérito da MP/2009 (Texto original): Regularização Fundiária Tamanho da Área Ocupada (módulos ) Forma de regularização Nº % Até 1 Acima de 1 até 15 Acima de 15 Alienação ou concessão de direito real de uso gratuita, dispensada a licitação (art. 10). Alienação ou concessão de direito real de uso onerosa, dispensada a licitação (art. 11). Sendo que acima de 1 até 4 módulos: Poderão ser aplicados índices diferenciados, para a alienação ou concessão de direito real (Art º) titulação parcial de área até 15 módulos, dispensada licitação, observado limite de ha, ou alienação ou concessão de uso da totalidade da área, mediante processo licitatório, conforme Lei nº 8.666/1993, garantido o direito de preferência (art. 13) , , ,6

9 Condições da titulação Art. 14. O título de domínio e o termo de concessão de direito real de uso deverão conter, entre outras, cláusulas sob condição resolutiva pelo prazo de dez anos, que determinem: I - a impossibilidade de negociação do título; II - o aproveitamento racional e adequado da área; III - a utilização adequada dos recursos naturais e preservação do meio ambiente; IV - a averbação da reserva legal; V - identificação das áreas de preservação permanente e recuperação de áreas eventualmente degradadas, conforme regulamento; VI - a observância das disposições que regulam as relações de trabalho; e VII - as condições e forma de pagamento. 1o Os títulos a que se refere esta Medida Provisória serão intransferíveis e inegociáveis por ato entre vivos e, salvo nas operações de crédito rural, não poderão ser objeto de qualquer direito real de garantia. 2o Na hipótese de pagamento por prazo superior a dez anos, a eficácia da cláusula resolutiva prevista no inciso VII estender-se-á até a integral quitação. 3o O descumprimento da legislação ambiental, durante o prazo de vigência da cláusula resolutiva, implica rescisão imediata do título de domínio ou do termo de concessão, com a conseqüente reversão da área em favor da União, declarada no processo administrativo que apurar a prática da infração ambiental

10 Das Condições e forma de Pagamento Art. 16. O valor do imóvel fixado na forma do art. 11 será pago pelo beneficiário da regularização fundiária em prestações amortizáveis em até vinte anos, com carência de até três anos e corrigidas monetariamente por índice a ser definido pelo INCRA. 1o Poderá ser concedido desconto ao beneficiário da regularização fundiária, de até vinte por cento, nos casos de pagamento à vista, conforme regulamento.

11 Valor de Referência Art. 11. Na ocupação de área contínua acima de um módulo fiscal e até quinze módulos, desde que inferior a mil e quinhentos hectares, a alienação ou a concessão de direito real de uso dar-se-á de forma onerosa, dispensada a licitação. 1o O valor de referência para avaliação terá como base o valor mínimo estabelecido em planilha referencial de preços, observando-se os critérios de ancianidade da ocupação, especificidades de cada região em que se situar a respectiva ocupação e dimensão da área, conforme regulamento. 2o Ao valor de referência para alienação previsto no 1o serão acrescidos os custos relativos à execução dos serviços topográficos, se executados pelo Poder Público, salvo em áreas onde as ocupações não excedam a quatro módulos.,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,

12 Valor da Terra Nua. Tocantins 01 módulo fiscal 04 módulos 15 módulo Valor da terra nua/ha Microrregião Geográfica Mínimo Médio Máximo (80 ha) (80 ha) (80 ha) 1. Bico do Papagaio R$ R$ R$ R$ R$ R$ 619, , , , , ,00 2. Araguaína 206, , , , , ,00 3. Miracema do Tocantins 206, , , , , ,00 4. Rio Formoso 361,57 645,66 929, , , ,00 5. Gurupi 123,97 836, , , , ,00 6. Porto Nacional 258,25 748, , , , ,00 7. Jalapão 61,98 647, , , , ,00 8. Dianópolis 103, , , , , ,00 Valores médios 242,72 986, , , , ,50 Fonte: Planilha de Preços Referenciais de Terras e Imóveis Rurais do Tocantins. SR-26. Incra. 2007

13 Valor da Terra Nua. Sul e Sudeste do Pará Microrregião Geográfica Tamanho do Módulo Fiscal (ha) Valor da terra nua/ha Mínimo Médio Máximo 01 módulo fiscal 04 módulos 15 módulo R$ R$ R$ R$ R$ R$ 16. Tucuruí , , , , , , Paragominas ,59 867, , , , , São Félix do Xingú , , , , , , Paraupebas , , , , , , Marabá , , , , , , Redenção , , , , , , Conceição do Araguaia Valores médios 904, , , , , , , , , , , ,14 Fonte: Planilha de Preços Referenciais de Terras e Imóveis Rurais do Sul e Sudeste do Pará. SR-27. Incra

14 Valor da Terra Nua. Mato Grosso Microrregião Geográfica Valor da terra nua/ha Mínimo Médio Máximo 01 módulo fiscal (100 ha) 04 módulos (100 ha) 15 módulo (100 ha) R$ R$ R$ R$ R$ R$ 1. Aripuana 136,00 510,00 850, , , ,00 2. Colniza 127,50 340,00 850, , , ,00 3. Rondolândia 127,50 340,00 680, , , ,00 4. Cotriguaçu 127,50 323,00 680, , , ,00 5. Juina 297, , , , , ,00 6. Jurena 212,50 850, , , , ,00 7. Castanheira 212,50 850, , , , ,00 8. Bras Norte 280, , , , , ,00 Valores médios 190,00 741, , , , ,50 Fonte: Planilha de Preços Referenciais de Terras e Imóveis Rurais do Mato Grosso. SR-13. Incra. 2007

15 Valor da Terra Nua. Mato Grosso Microrregião Geográfica Valor da terra nua/ha Mínimo Médio Máximo 01 módulo fiscal (100 ha) 04 módulos (100 ha) 15 módulo (100 ha) R$ R$ R$ R$ R$ R$ 1. Alta Floresta 480, , , , , ,00 2. Nova Bandeirante 3. Nova Monte Verde 170,00 765, , , , ,00 229,50 807, , , , ,00 4. Carlinda 480, , , , , ,00 5. Paranaíta 212,50 765, , , , ,00 6. Apiacás 170,00 425, , , , ,00 Valores Médios 290,33 993, , , , ,00 Fonte: Planilha de Preços Referenciais de Terras e Imóveis Rurais do Mato Grosso. SR-13. Incra. 2007

16 Valor da Terra Nua. Mato Grosso Microrregião Geográfica Módulo Fiscal (Ha) Mínimo R$ Valor da terra nua/ha Médio R$ Máximo R$ 01 módulo fiscal 04 módulos 15 módulo R$ R$ R$ 1. Mundo Novo ,00 960, , , , ,00 2. Guarantã do Norte , , , , , ,00 3. Colíder , , , , , ,00 4. Terra Nova do Norte ,00 960, , , , ,00 5. Nova Canaã , , , , , ,00 6. Nova Guarita ,00 880, , , , ,00 7. Matupã ,00 800, , , , ,00 8. Peixoto Azevedo , , , , , ,00 Valores Médios 295, , , , , ,00 Fonte: Planilha de Preços Referenciais de Terras e Imóveis Rurais do Mato Grosso. SR-13. Incra. 2007