Direito das Coisas. Prof. Marcelo Jesus
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- Flávio Carrilho Fontes
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1 Direito das Coisas Prof. Marcelo Jesus
2 Da Posse Conceito O Código Civil define a posse como sendo o exercício de fato, pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade, em nome próprio e com autonomia (art e 1.198).
3 Da Posse Sobre a posse existem duas teorias principais: Teoria subjetiva de Savigny Elementos: corpus e animus domini; Teoria objetiva de Ihering Elemento: corpus. O animus encontra-se ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa; deve-se ter em vista a destinação econômica do bem. O nosso Código Civil adotou a Teoria Objetiva de Ihering
4 Classificação da Posse Quanto à extensão da garantia possessória: indireta ou mediata- É a daquele que cede o uso do bem. Ex.: posse do locador. direta ou imediata- É a daquele que detém materialmente a coisa. Ex.: posse do locatário. Quanto à simultaneidade do exercício (composse, compossessão ou posse em comum): composse pro diviso composse pro indiviso - Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores (art ).
5 Classificação da Posse - Quanto aos vícios objetivos (art CC): justa - a que não é violenta, clandestina, ou precária; injusta - a que é violenta, clandestina ou precária. - Quanto à subjetividade (art CC): de boa-fé - é aquela em que o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído. de má-fé - é aquela em que o possuidor conhece o vício, ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.
6 Aquisição da Posse De acordo com o Código Civil adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (art CC). A aquisição pode ser por modo originário (quando não há transmissão da posse em relação ao possuidor anterior) ou derivado (quando ocorre a referida transmissão, portanto se exige a existência de um possuidor anterior). Atos que não induzem posse (art CC): atos de mera permissão ou tolerância - Decorrem de um consentimento expresso ou de concessão do dono, sendo revogáveis pelo concedente. Não induzem posse em razão da precariedade; atos violentos, ou clandestinos Não induzem posse, senão depois de cessada a violência, ou a clandestinidade. Deve ser entendido como não induzem posse ad usucapionem
7 Aquisição da Posse Quem pode adquirir a posse (art CC): a própria pessoa que a pretende; um representante da pessoa que a pretende; terceiro sem mandato (gestor de negócios), dependendo de ratificação. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. (art CC). A posse transmite-se com os mesmos caracteres aos herdeiros e legatários do possuidor. (art CC) - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor (sucessão); e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à de seu antecessor, para os efeitos legais (união). (art CC). - A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem (art CC). extensão da posse.
8 Efeitos da Posse utilização dos interditos, O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado (art CC); e, em alguns casos utilização da autodefesa, (art. 1210, 1º CC) legítima defesa da posse ou desforço imediato. percepção dos frutos, indenização e retenção por benfeitorias e responsabilidade pelas deteriorações; sendo que, nestes casos convém se fazer uma distinção entre os possuidores de boa-fé e de má-fé
9 Perda da Posse Art Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art Art Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido
10 Dos Direitos Reais Características: - relação entre pessoa e coisa - seu exercício independe da colaboração de terceiro; - absoluto e oponível erga omnes - aderência à coisa, do que decorre a ambulatoriedade e o direito de seqüela; - exclusividade; - limitação pela lei (taxatividade) e tipicidade; - possuem sujeito passivo indeterminado
11 Dos Direitos Reais Art São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moradia XII - a concessão de direito real de uso e XIII - a laje (mp 759/2016)
12 Dos Direitos Reais Art Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. Art Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts a 1.247), salvo os casos expressos neste Código
13 Direitos Reais - Propriedade A Propriedade É o direito de usar (tirar da coisa todas as utilidades que ela pode prestar, sem que haja modificação de sua substância), gozar (percepção de frutos e utilização dos produtos da coisa) e dispor (poder de alienar, gravar, consumir, submeter ao serviço de outrem etc.) da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem injustamente a possua ou detenha (direito de sequela). (art CC)
14 Direitos Reais - Propriedade Limitações ao uso da propriedade: Limitações legais: (art º, CC) O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. (art º, CC) São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. (art º, CC) O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente
15 Direitos Reais - Propriedade limitações específicas à propriedade do solo, a qual abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las (art CC), não abrangendo, também, as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. (art CC). Regra geral a propriedade se presume, de modo relativo, plena e exclusiva, sendo a limitação a exceção (art CC), assim como os frutos e produtos da coisa pertencem ao seu proprietário, ainda quando separados, se não houver preceito jurídico especial que os reconheçam pertencerem a outrem (art CC)
16 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel I - Registro do título translativo na circunscrição imobiliária competente; II - Acessão; III - Usucapião; IV - Direito hereditário (objeto do direito das sucessões)
17 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel I - Registro do título No direito brasileiro não basta o contrato para transferir a propriedade imóvel. Para tanto, exige-se, ainda, o registro do título aquisitivo na circunscrição imobiliária competente.
18 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião Modo originário de aquisição do domínio, através da posse mansa, contínua e pacífica, por determinado espaço de tempo, fixado na lei (Silvio Rodrigues). Admite-se a usucapião de direitos reais exteriorizáveis sobre bens prescritíveis, tais como: propriedade, servidões (exceto as não aparentes), enfiteuse, usufruto, superfície, uso e habitação.
19 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião a) usucapião ordinária: - prazo: 10 (dez) anos; será de 05 (cinco) anos esse prazo, se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico; - posse incontestada, acompanhada de justo título (ainda que contenha algum vício ou irregularidade) e boa-fé; - continuidade da posse; - animus domini.
20 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião b) usucapião extraordinária: - prazo: 15 (quinze) anos; será de 10 (dez) anos esse prazo, se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo; - posse mansa e pacífica, independente de justo título e boa-fé; - continuidade da posse; - animus domini.
21 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião c) usucapião especial ou constitucional: I urbano (pro misero ou social urbano). Requisitos: - imóvel urbano com até 250 m², que não seja público; - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; - exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos; - posse mansa e pacífica; - utilização para moradia do usucapiente ou de sua família; - não exige justo título, nem boa-fé; - animus domini; - não ter adquirido outro imóvel pelo mesmo fundamento.
22 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião c) usucapião especial ou constitucional: II - rural (pro labore ou agrário): - imóvel rural com até 50 ha, que não seja público; - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; - exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos; - posse mansa e pacífica; - tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família, bem como ter nela sua moradia; - não exige justo título, nem boa-fé; - animus domini.
23 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião d) usucapião especial ou constitucional: Art A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou excompanheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei /11
24 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião O Estatuto da Cidade (Lei nº /01), instituiu nova modalidade de usucapião, denominada usucapião especial coletiva de imóvel urbano Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
25 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Móvel I - ocupação; - ocupação propriamente dita - tem por objeto seres vivos e coisas inanimadas, manifestando-se, principalmente, na caça e pesca; - descoberta - é o achado de coisa alheia perdida. II - especificação; III - confusão, comissão e adjunção; IV usucapião: V tradição (arts. 1267/1268 CC);
26 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Móvel IV usucapião: a) usucapião ordinária: - prazo: 3 (três) anos - posse mansa e pacífica, acompanhada de justo título e boa-fé; - continuidade da posse; - animus domini. b) usucapião extraordinária: - prazo: 05 (cinco) anos. - posse mansa e pacífica, independente de justo título e boa-fé que, em tal caso, se presume (presunção juris et de jure); - continuidade da posse; - animus domini.
27 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Móvel V tradição (arts. 1267/1268 CC); Espécies: - real - quando há entrega material da coisa; - simbólica - quando se dá através de ato que representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das chaves de um carro; - ficta - quando se ultima pelo constituto possessório, ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao adquirente do direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro, caso em que a transmissão da posse indireta equivale à tradição
28 Direitos Reais - Propriedade Aquisição da Propriedade Móvel V tradição (arts. 1267/1268 CC); Espécies: - real - quando há entrega material da coisa; - simbólica - quando se dá através de ato que representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das chaves de um carro; - ficta - quando se ultima pelo constituto possessório, ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao adquirente do direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro, caso em que a transmissão da posse indireta equivale à tradição
29 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Direito de Superfície (arts e ss. CC) Conceito O direito de superfície... consiste no direito real de construir, assentar qualquer obra, ou plantar em solo alheio (Clóvis Bevilaqua). Enquanto perdurar o direito de superfície, a construção ou plantação pertencerá a uma pessoa e o terreno a outra
30 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Direito de Superfície (arts e ss. CC) as partes podem ser denominadas proprietário, concedente ou fundieiro (dono do terreno) e superficiário ou concessionário (dono da construção ou da plantação); - abrange o direito de utilizar o solo e o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no instrumento respectivo; não autoriza, entretanto, obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão; por tempo determinado; gratuito ou oneroso, não se podendo, todavia, estipular pagamento por sua transferência; no caso de ser oneroso, as partes devem estipular se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente; transmissível inter vivos ou causa mortis; extinto o direito de superfície, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, a construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário
31 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Servidão Conceito: é o o direito real constituído em favor de um prédio (o dominante), sobre outro prédio (o serviente), pertencente a dono diverso. Por ela se proporciona utilidade para o prédio dominante e gravame para o prédio serviente, pertencente a dono diverso.
32 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Servidão Características: - relação entre prédios vizinhos, embora a contigüidade não seja essencial; - não pode recair sobre prédio do próprio titular; - serve à coisa e não ao dono; - não se pode de uma servidão constituir outra, de modo que o dono do prédio dominante não tem direito de estendê-la ou ampliá-la a outras propriedades; - a servidão não se presume; - indivisível; - perpétua; - acessória; - inalienável.
33 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Servidão Classificação - Quanto ao modo de exercício: contínuas (quando se exercerem ou se puderem exercer independentemente de ato humano direto. Ex.: servidão de aqüeduto) e descontínuas (quando seu exercício é intermitente, sofrendo interrupções. Ex.: servidão de trânsito). - Quanto à exteriorização: aparentes (as que se revelam por obras ou sinais exteriores, que sejam visíveis e permanentes. Ex.: servidão de aqüeduto) e não-aparentes (as que não se revelam externamente. Ex.: servidão de não construir além de determinada altura).
34 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Servidão Constituição - ato jurídico inter vivos e causa mortis. - sentença judicial - usucapião - destinação do proprietário
35 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Conceito: É o direito real de fruir as utilidades e frutos de uma coisa, enquanto temporariamente destacados da propriedade, sem alterar-lhe a substância. Sujeitos - usufrutuário (aquele que detém os poderes de usar e gozar da coisa, explorando-a economicamente); - nu proprietário (aquele que detém o direito à substância da coisa, tendo apenas a sua nua propriedade, despojada, temporariamente, dos poderes de gozo e fruição). Objeto: O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. (art , CC/2002). A lei ainda admite que o usufruto recaia sobre bens incorpóreos (p. ex.: títulos de crédito), coisas que não dão frutos, mas produtos (como as minas e as florestas), e coisas consumíveis. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.
36 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Características: - Direito real sobre coisa alheia, de uso e gozo. - Temporário, - Inalienável, - Intransmissível, - Impenhorável, em razão de sua inalienabilidade. Entretanto, seu exercício pode ser objeto de penhora, desde que tenha expressão econômica.
37 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Classificação: - Quanto ao objeto: a) próprio - tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis; b) impróprio - recai sobre bens fungíveis ou consumíveis. Neste caso, tem-se o chamado quase-usufruto. - Quanto à extensão: a) universal (recai sobre uma universalidade de bens) ou particular (recai sobre um ou vários bens determinados); b) pleno (abrange todos os frutos e utilidades que a coisa produz) ou restrito (se são excluídas algumas utilidades que a coisa produz).
38 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Classificação: - Quanto à duração: a) temporário - dura por período de tempo preestabelecido; b) vitalício - dura até a morte do usufrutuário ou enquanto não sobrevier causa legal extintiva. - Outras espécies: a) usufruto sucessivo - o que é instituído em favor de um indivíduo para que se transmita após a sua morte. Não permitido em face do ordenamento em vigor; b) usufruto simultâneo - o que é constituído em favor de dois ou mais indivíduos, que devem exercê-lo simultaneamente. Neste caso, extinguirse-á parte a parte em relação a cada um dos que faleceram, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente (direito de acrescer).
39 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Extinção: - pela morte do usufrutuário; Exceção: direito de acrescer. - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer; - pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação; - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei; - pela destruição da coisa, - pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia; - pela resolução do domínio de quem instituiu o usufruto
40 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Usufruto Extinção: - pela morte do usufrutuário; Exceção: direito de acrescer. - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer; - pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação; - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei; - pela destruição da coisa, - pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia; - pela resolução do domínio de quem instituiu o usufruto
41 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Uso direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às próprias necessidades e às de sua família Caracteres: - direito real; - temporário; - indivisível; - intransmissível; - personalíssimo
42 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Uso Constituição e Extinção = utilizam-se, no que couber, as disposições relativas ao Usufruto
43 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Habitação direito real temporário de habitar gratuitamente casa alheia, não podendo o titular desse direito alugá-la, ou emprestá-la, mas simplesmente ocupá-la com sua família Caracteres: direito real limitado, personalíssimo, gratuito, temporário, indivisível e intransmissível tributos que recaírem sobre o imóvel - habitador Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa Constituição e extinção
44 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Habitação Constituição e extinção aplicam-se, no que couber, as disposições relativas ao usufruto e ao uso. Art CC Ao Cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será deferido direito real de habitação, relativamente ao bem imóvel utilizado para residência da família, contanto que seja o único desta espécie a se inventariar
45 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Direito Real do Promitente Comprador Arts e 1418 CC Caracteres: Direito real Oponível erga omnes ( somente depois de registrado) Adjudicação compulsória Transmissibilidade
46 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Direito Real do Promitente Comprador Arts e 1418 CC Constituição: Instrumento público ou particular, sem cláusula de arrependimento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis
47 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Arts e 1430 CC Conceito: é o que confere ao seu titular a prerrogativa de obter o pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação
48 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação
49 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 1o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.
50 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. Indivisibilidade dos Direitos Reais de Garantia
51 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. Art O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição
52 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: (especialização) I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; II - o prazo fixado para pagamento; III - a taxa dos juros, se houver; IV - o bem dado em garantia com as suas especificações
53 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art A dívida considera-se vencida: I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; II - se o devedor cair em insolvência ou falir; III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata;
54 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art A dívida considera-se vencida: IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor
55 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Art A dívida considera-se vencida: 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso. 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos.
56 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Desconto dos juros ainda não vencidos: Art Nas hipóteses do artigo anterior, de vencimento antecipado da dívida, não se compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido
57 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Não substituição de garantia prestada por terceiro: Art Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore, ou desvalorize
58 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Proibição de Pacto Comissório: Art É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento Pode dá-la em pagamento (forma de extinção das obrigações)
59 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Possibilidade de Remição pelos sucessores Art Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo
60 Direitos Reais de Garantia Disposições Gerais Insuficiência da arrematação da coisa dada em garantia: Art Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o produto não bastar para pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente pelo restante
61 Direito Real de Laje A Medida Provisória 759/2016 acrescentou ao texto do Código Civil de 2002 o art A, que trata do direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
62 Direito Real de Laje O direito real de laje somente se aplica quando se constatar a impossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou a solidariedade de edificações ou terrenos ( 1º, art A). O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade ( 4º, art A). A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração ideal de terreno ao beneficiário ou participação proporcional em áreas já edificadas ( 6º, art A).
63 Direito Real de Laje As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas livremente por seus titulares, não podendo o adquirente instituir sobrelevações sucessivas, observadas as posturas previstas em legislação local ( 5º, art A). Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje ( 8º, art A).
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