X jornada da EBP-SC O corpo que se tem, e o que escapa

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1 X jornada da EBP-SC O corpo que se tem, e o que escapa Habeas corpus Nº 01 HABEAS CORPUS, do latim: que tenhas o teu corpo é nome do boletim da X Jornada da EBP-SC, cujo tema é O corpo que se tem, e o que escapa. Consideramos que para além do direito de ir e vir é importante apropriar-se do corpo. Mas não basta inscrevê-lo simbólica e imaginariamente. Há um resto do corpo que se goza que escapa e que compromete a circulação e satisfação pulsional. Através deste boletim construiremos um circuito que dê corpo à Jornada, atualizando as informações, promovendo a interação, transmitindo orientações e, certamente, acolhendo aquilo que escapa a cada um de nós. Que possamos circular com nosso Habeas Corpus rumo a mais uma bela Jornada de trabalhos. Corpos em sofrimento e discrepantes do saber anatômico impulsionaram Freud a interessar-se pelas histéricas da Salpêtrière e a abandonar a carreira de neurologista. Assim, o corpo próprio, mistério que marca a origem da psicanálise, foi o campo fértil para a invenção de uma prática que pode interferir TAIS SABENDO? no sofrimento a partir da hipótese de um saber inconsciente, recalcado, que, ao ser acessado pela palavra, dissipava os sintomas, permitindo a livre circulação da libido sobreinvestida num órgão ou membro falicizado, em pensamentos ou imagens. Da sede do eu, imaginariamente unificado, mas fragmentado pelas pulsões parciais na concepção freudiana, ao corpo narcísico tomado como próprio a partir da ação da linguagem, pelas mãos do Outro, na concepção lacaniana, o corpo falante segue sendo um mistério para nós analistas. Lacan deu muita importância ao efeito real da imagem na A JORNADA OCORRERÁ NOS DIAS 13 e 14 de Novembro de 2015 O HOTEL CASTELMAR ACOLHERÁ O EVENTO.

2 Habeas corpus nº 1 constituição do sujeito desde sua entrada na psicanálise com o Estádio do espelho, quando utilizou as descobertas da etologia. A proximidade entre imaginário e real do corpo é o que marca seu último ensino. A clínica mostra que há um nó entre o real do corpo, a imagem e a palavra. Partimos do princípio que o corpo é atravessado pelo dizer; nele, signos se inscrevem e alguns SKPÔ Parafraseando o boletim do congresso da AMP-2016, criamos esta rubrica para acolher as manifestações daquilo que nos escapa. Alguma questão me atravessa, achei uma frase em um texto, ouvi algo de alguém, assisti isto e associei a aquilo, me surpreendi... Não deixe passar a ocasião. Aquilo que te SKPÔ nos interessa. Escreva, a qualquer momento, como uma flecha certeira, algo que não passe de dois parágrafos nem que te tome mais de meia hora para redigir, caso contrário, já era!, perdeu o efeito do SKPÔ. Serão publicados semanalmente e reunidos no boletim mensal. produzem efeitos de sentido, de representação de si, um imaginário comandado pelo simbólico, onde incide o gozo fálico, passível da ação pela palavra interpretativa, que pode descongelar o sentido. Marie-Hélène Brousse, em Corpos Lacanianos: novidades contemporâneas sobre o Estádio do espelho, publicado em Opção Lacaniana Online 15, didaticamente retoma que a ligação do mundo interno ao externo, entre o intra e o extra corpóreo, se dá pelas zonas erógenas, os buracos do corpo que são grampeados pelos objetos que Lacan denominou de objetos a, ao acrescentar o olhar e a voz aos objetos pulsionais freudianos: oral, anal e fálico. São objetos que, extraídos do corpo próprio pela ação do Outro, retornam e tamponam o corpo próprio nessas aberturas onde concentra-se a satisfação do vivo. A junção entre o real do corpo orgânico fragmentado e uma imagem que vela o despedaçamento só é possível pela ação da palavra. Nessa união, que nunca é perfeita, algo sempre escapa, impedindo a harmonia da junção dos registros simbólico, imaginário e real. Algo sempre escapa. Apossar-se da imagem do corpo, tomando-o como corpo próprio, não é um processo natural. Desde aí, o ser de linguagem, o parlêtre, poderá vir a olhar o mundo numa perspectiva falicizada, onde se situará, recortando o campo do visível e tentando manterse nesse enquadre. As identificações, amparadas pela fantasia, atenuam a angústia e oferecem alguma fixidez, mas sua estabilidade é sempre vacilante. Há o desencontro entre a imagem de si e o que retorna do espelho: nunca

3 Habeas corpus nº1 estamos exatamente lá onde somos vistos, nos ensinou Lacan em algum momento. Quando o espelho se quebra, reaparece a angustia, e, às vezes, sintomas que podem ser veiculados pela palavra. Desse escape as anoréxicas são exemplos, além da Lol de Marguerite Duras. Na tensão entre Ideal de eu e eu ideal, há sempre um resto, motor do desejo e recuperador de satisfação pelo mais-de-gozar; tudo se complica quando essa tensão se afrouxa a tal ponto que o eu ideal i(a) fique a mercê do objeto a. Não são esses escapes, com o objeto a posto no zênite, que tão bem movimentam o mercado no mundo globalizado? Nele não estão os produtos da ciência aliados ao saber universitário, ofertados como saberes à altura de produzir objetos para a justa adequação entre a imagem desejada e o corpo? A oferta infindável de gadgets, a doação, troca ou venda de partes do corpo nos transplantes, enxertos ou remoção de órgãos, além das cirurgias embelezadoras apontam para a promessa do encontro com o corpo perfeito, um corpo manipulado como organismo, salienta MHB. Desde a perspectiva do real, sabemos que há uma parcela de gozo que não pode ser apreendida pela ordem simbólica e que não se pacifica com a imagem narcísica. Tratase do gozo opaco do sintoma, que o Lacan Joyciano resolveu grafar por sinthoma. Dimensão do vivo que não é domesticado pela palavra, Outro gozo, ou gozo feminino, como Lacan formalizou no Seminário 20. Trata-se dos restos sintomáticos com os quais Freud se deparou, levando-o, desolado, a concluir que uma análise não poderia ter fim. O sintoma e os modos de gozo modificam-se com a cultura - a subjetividade de uma época. Quase não compartilhamos ideais, há novas configurações nos agrupamentos humanos, novas famílias, intromissão desenfreada de imagens pelas telas globais, tudo pronto e CONVIDADOS ESPECIAIS: Sérgio Laia, Analista Membro da Escola (EBP/AMP), proferirá dois seminários cujos títulos são: 1-Corpo, eco e dizer: inovação lacaniana do conceito de pulsão; 2-As dissonâncias corporais, e o Sinthoma. Gabriela Grimbau, Analista da Escola (EOL/AMP), nos brindará com o testemunho do seu passe.

4 Habeas corpus nº 1 enlatado, servidos a homens e mulheres cada vez mais isolados, congelados, virtualmente ligados em redes. No cotidiano da clínica encontramos essa condensação de gozo, que revela a vacuidade do ser, nos modos autísticos de satisfação, com precários laços com o Outro ou com o corpo do semelhante. Recentemente, tomamos conhecimento de adolescentes que buscam obter um barato a mais através de técnicas de asfixia por enforcamento, e que podem servir-se de tutoriais da internet que explicam o passoa-passo. Na busca do gozo absoluto, do máximo de satisfação que a vida pode lhes proporcionar, alguns jovens têm se entregado aos braços da pulsão de morte, encontrando, sem calcular, o fim mesmo da vida. Miller, Apresentação do tema do Congresso de 2016, salienta que as categorias tradicionais que visavam organizar nossa existência não funcionam mais, tornaram-se simples construções sociais, voltadas a desconstrução, e que isso se dá não apenas porque há vacilação dos semblantes, mas porque eles são reconhecidos como tais. Nem tudo é semblante, ele relembra: há um real, o real da não relação sexual, que não é comandado pela ordem simbólica. O saber fazer-se tolo de um real, montar um discurso no qual os semblantes obstringem um real, um real no qual se crer sem a ele aderir, um real que não tem sentido, é o que propõe Miller como única via que se abre ao parlêtre, e o que podemos tentar captar na transmissão dos Analistas da Escola, nos testemunhos de final de análise. INCORPORA É um espaço do boletim dedicado a manifestações artísticas que nos colocam a trabalho. Sugestões de poesias, vídeos, quadros, esculturas, danças e as demais formas artísticas que estejam em consonância com o tema desta jornada são bem vindos a esta rubrica, acompanhados de um breve comentário A clínica, os sintomas, assim como a arte, sempre estão à frente da psicanálise. JAM nos convoca ao desafio de revisitar os antigos conceitos e criar novos, para poder transmitir o que temos feitos ao receber o

5 X jornada da EBP-SC: O corpo que se tem, e o que escapa Habeas corpus nº01 parlêtre. Com entusiasmo e em trabalho incessante, é como a comunidade analítica encara o desafio, cujos resultados podem ser apresentados, discutidos, reelaborados nos eventos propostos pela Associação mundial de Psicanálise. É nessa esteira que a X Jornada da EBP-SC O corpo que se tem, e o que escapa, que acontecerá em 13 e 14 de novembro próximo, está inserida: entre o VII Encontro Americano das Escolas de Orientação Lacaniana (ENAPOL) Império das Imagens, que ocorrerá em setembro em São Paulo e o X Congresso da Associação Mundial de Psicanálise O corpo falante- o Inconsciente no século XXI, que ocorrerá no Rio de Janeiro em abril de Laureci Nunes Diretora da X Jornada laurecinunessc@gmail.com Comissões da organização da Jornada EIXOS DE ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS: 1- Ecos do dizer no corpo 2- Habitar um corpo 3- Cortes no corpo. 4- Inconsciente, linguagem e lalíngua Aguardem os argumentos de cada um dos eixos nos próximos boletins Científica Liège Goulart (coordenadora liege.goulart@gmail.com), Eneida Medeiros Santos, Louise Lhullier, Oscar Reymundo Secretaria e Tesouraria Louise Lhullier (coordenadora louiselhullier@gmail.com), Cleci Mendonça (secretária) Acolhimento Vanina Fiorentino (coordenadora vanifiorentino@hotmail.com), Mariana Zélis, Monique Bez, Hugo Rosenthal, Silvia Ghizzo, Rafael Cherobin Livraria Oscar Reymundo (coordenador reymundo@floripa.com.br), Edon Mohr (bibliotecário) Divulgação Leonardo Scofield (coordenador leonardo.scofield@gmail.com) e Carolina Maia Scofield

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