CONSTITUIÇÃO E OBJETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS REGIDOS SOB A FORMA DEMOCRÁTICA DE GOVERNO. Orientador: Prof. Msc. Rodrigo Simionato 2

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1 CONSTITUIÇÃO E OBJETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS REGIDOS SOB A FORMA DEMOCRÁTICA DE GOVERNO. Thaisa Schaiane Pasternak. 1 (UNIÃO) ( thaisapasternak@hotmail.com) Orientador: Prof. Msc. Rodrigo Simionato 2 Resumo: A atual constituição Federal brasileira foi promulgada no ano de 1988, onde nela esta instituído como princípios fundamentais os Direitos Humanos, no qual os cidadãos tem que participar e vigiar, não delegando apenas ao Estado a proteção e aplicação desses direitos. Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois de um lado tem um objetivo a atingir, que é a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da sociedade; e por outro lado, assegurar um campo legítimo para a democracia. Todo ser humano nasce com direitos e garantias, portanto, estes devem exigir que a sociedade e todas as demais pessoas respeitem sua dignidade e garantam os meios de atendimento das suas necessidades básicas. Palavras-chave: Constituição Federal, Direitos Fundamentais, Democracia, Direitos humanos. Introdução: A expressão, Direitos Fundamentais, segundo Guerra Filho (1995, p ), foi adotada para designar aqueles direitos inerentes à pessoa humana, inseridos no texto das constituições e que se encontram, portanto, tutelados jurídica e jurisdicionalmente pelo Estado. Os direitos fundamentais se revelam como bens ou vantagens previstos na Constituição Federal como indispensáveis à existência digna da pessoa humana. São aqueles atribuídos a todos os cidadãos em comum, de todas as sociedades espalhadas pelo globo terrestre, que tem como finalidade assinalar as condições mínimas com as quais cada ser humano deve dispor de modo a conduzir sua vida de modo pleno e sadio. A proposta do presente trabalho é descrever de forma simples e oblíqua as formas em que estão estabelecidos esses direitos, dentro do corpo normativo da Constituição Federal brasileira, salientar a trajetória e o progresso na normatização e concepção dos direitos fundamentais, e analisar se esses 1 PASTERNAK, Thaisa Schaiane. Acadêmica do 3º período matutino do curso de Direito da Faculdade União. Graduada no curso de História pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Pós-graduada em Filosofia pela Faculdades Integradas de Jacarepaguá (FIJ) (thaisapasternak@hotmail.com) 2 SIMIONATO, Rodrigo. Professor da Faculdade União e da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). (rodrigosimionato@hotmail.com)

2 direitos realmente estão sendo aplicados de forma que uma maior humanização dos sistemas legais seja realidade e não apenas uma busca. Objetivos: Descrever o que se entende por Direitos Fundamentais e o que nele se é proposto. Compreender a transição dos direitos e garantias fundamentais do decorrer dos acontecimentos históricos mundiais. Alencar a subdivisão desses direitos utilizando a Constituição Federal brasileira e artigos que tragam consigo a fundamentação de tais direitos e os objetivos que estes trazem consigo. Analisar de forma critica se os direitos fundamentais realmente são realidade em nosso país e de que forma o cidadão deve exigi-los do Estado. Métodos e Técnicas de Pesquisa: Será utilizado como método para a produção do resumo proposto, a escrita Histórica/Dialética, onde o intuito é não somente a transcrição do tema de forma genérica e sim observar de forma crítica e especifica a presença dos Direitos Fundamentais em nossa sociedade e como estes são estabelecidos. Para isso, será adotado como técnica de pesquisa a abordagem documental indireta (revisão bibliográfica). Resultados: O primeiro código de leis escrito de que se tem notícias, foi o Código de Hamurabi, por volta do século XVIII a.c. O Código de Hamurabi defendia a vida e o direito de propriedade, e contemplava a honra, a dignidade, a família e a supremacia das leis em relação aos governantes. Mais tarde com a junção dos princípios religiosos do cristianismo com os ideais libertários da Revolução Francesa, deram origem à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Os Direitos Humanos são conquistas da civilização, e uma sociedade é civilizada se seus Direitos Humanos são protegidos e respeitados. Vale salientar que, a Constituição Federal de 1988, espelhou-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Os Direitos e garantias fundamentais na Constituição Federal de 1988, são subdivididos em capítulos: direitos individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, e os direitos políticos. Os Direitos Fundamentais, são definidos como conjunto de direitos e garantias do ser humano, cuja finalidade

3 principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas de vida e desenvolvimento do ser humano. Ou seja, visa garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Esta proteção deve ser reconhecida pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais de maneira positiva. Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, estão mencionados no artigo 3º da Constituição Federal, no qual expõem diversos fatores de interesses sociais, muitas vezes usadas como proposta de campanha de muitos candidatos ao governo brasileiro, mas, é através do Regime Democrático presente em nosso país, que os cidadãos podem expressar sua vontade, por meio do voto, pois, segundo Dalmo Dalari,(1998, p. 78) A supremacia da vontade popular, que colocou o problema da participação popular no governo Nesse artigo, estão presente incisos, que retratam a objetivação de constituir uma sociedade livre, o desenvolvimento nacional, reduzir as desigualdades sociais e a marginalização, promover o bem de todos sem preconceitos e discriminação. Vale salientar que, toda essa proposta, é um direito que deveria ser um dever do Estado cumpri-lo para com os seus cidadãos. No que diz respeito as funções e relevância dos princípios fundamentais, Silva, (1992, p. 96) diz A afirmativa de que a Republica Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito não é uma mera promessa de organizar esse tipo de Estado, mas a proclamação de que a Constituição esta fundando um novo tipo de estado, e, para que não se atenha a isso apenas em sentido formal, indicam-se-lhe objetivos concretos. Portanto, as normas constitucionais nos indicam e explicitam conteúdos que o Estado já contém. Os Direitos individuais e coletivos, estão presentes no artigo 5º da Constituição Federal, e estão ligados ao conceito de pessoa humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. Os Direitos sociais estão alencados a partir do artigo 6º, no qual, o Estado Social de Direito deve garantir as liberdades positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Esses dois artigos contemplam como direitos fundamentais, o direito a vida, à igualdade, à liberdade e à segurança, dentre outros, os quais devem ser garantidos à todos os cidadãos, resguardados inclusive os direitos do nascituro. Entretanto, é no artigo 5º da Constituição Federal, que se dedica o presente trabalho. Segundo, José Afonso da Silva (1992, p.) o Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. Portanto, a Constituição, é o ordenamento

4 jurídico entendido como a lei fundamental e suprema de um Estado, o qual, traz consigo em seu corpo legislativo, normas referentes aos direitos, garantias e deveres dos cidadãos perante a sua nação. Devemos ressaltar que, há uma distinção entre direitos e garantias. No direito, encontramos a existência deste de forma legal e positivada, o qual podemos citar como exemplo, o direito à vida que consiste no direito de estar vivo, de lutar pelo viver de defender a própria vida e permanecer vivo. A garantia é vista como a defesa dos direitos, o que por vezes limita o poder estatal, exemplo disso é a proibição de determinadas penas como, por exemplo, a prisão perpétua e a pena de morte (com exceção de crimes contra a pátria, em caso de guerra declarada). Conforme Silva, em sua obra Curso de direito constitucional positivo, o artigo 5º, traz a garantia ao respeito e à integridade física e moral, no qual aos olhos dos direitos humanos, agredir o corpo humano é um modo de agredir a vida, portanto, a tortura ou tratamento desumano é algo inadmissível dentro da sociedade brasileira, o qual ninguém deverá ser submetido. O direito a intimidade e a privacidade são assuntos também explícitos nesse artigo, onde encontramos a inviolabilidade da vida privada, da honra, da imagem, do domicilio, das correspondências e segredo profissional, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Discussão: As formas de expressão de liberdade, já foram objeto de discussão no decorrer de nossa história, pois, como sabemos o Brasil já foi regido por governos ditatoriais, no qual a censura era algo extremo, e muitas vezes ocasionava finais drásticos aos que descumpriam tais obrigações. A constituição democrática de 1988, trouxe no seu artigo 5º essa liberdade, proposta tanto aos meios de locomoção e circulação, quanto nas manifestações de pensamento e formas expressão, o acesso a informação, e liberdade religiosa, de reunião e associação. Isso se mostra como um grande avanço da justiça brasileira em apenas algumas décadas onde com a mudança de regime de governo, hoje a liberdade é um direito fundamental a pessoa humana. No que diz respeito a natureza jurídica das normas que disciplinam os direitos e garantias fundamentais, verifica-se a conceitualização da eficácia e aplicação da norma constitucional, em que segundo, Moraes (1999, p. 60) as normas que consubstanciam os direitos fundamentais democráticos e individuais são de eficácia e aplicabilidade imediata. A própria Constituição Federal, em uma norma-síntese, determina tal fato dizendo que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.. Mas, vale salientar que, muitas vezes outros mecanismos precisam ser utilizados para que esse direito seja aplicado, como por exemplo o mandado de injunção e iniciativa popular.

5 No que diz respeito a esses dois últimos instrumentos supramencionados, verifica-se que os mesmos consistem em um exercício efetivo da democracia, pois, conforme Dalari (1998 p. 79) o Estado Democrático consiste em aquele em que o próprio povo governa. Dessa forma, verifica-se que essa transformação dos direito fundamentais, ao longo do tempo, foi ao encontro da tão aguardada democracia. Considerações finais: O ser humano está em constante construção, atuando como personagem principal e responsável pela transição histórica, e com ele os direitos aqui mencionados que acompanham este processo, transformam-se e adequam-se à sociedade de cada período. Neste contexto, não raro nos deparamos com cidadãos que ainda não tenham conhecimento dos direitos e garantias fundamentais, seja por falta de esclarecimento ou de acesso às informações. A educação ainda não é composta por um currículo que enfatize a prática dos direitos como deveria, As situações a que estamos sujeitos, as manifestações que hoje ocupam grande parte do território nacional, clamam para que a igualdade e a dignidade humana não fiquem apenas no papel, mas que seja uma realidade no país, visando assim uma sociedade justa, plena e igualitária. Dessa forma, verifica-se com esse breve relato histórico e bibliográfico, que os cidadãos não podem deixar de usufruir desses direitos conquistados arduamente. E por isso, é urgente a necessidade de ações voltadas para a conscientização e reflexão acerca da relevância dos direitos fundamentais na educação e na vida de todo e qualquer cidadão. Referências: BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, DALARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, GUERRA FILHO, Willis Santiago. A contribuição de Karl Marx para o desenvolvimento da ciência do direito. In: Revista da Faculdade de Direito da UFPR, Curitiba, v.28, n. 28, p , 1995.

6 HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Sociedade, Estado e Administração Pública. Rio de Janeiro: Top Books, REALE, Miguel. Filosofia do direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1992.