ERROS PRÉ-ANALÍTICOS - HEMOGRAMA
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- Mariana Manuella Pinho de Carvalho
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1 INTRODUÇÃO ERROS PRÉ-ANALÍTICOS - HEMOGRAMA Uma boa coleta é essencial para um bom exame. A conduta na coleta de amostras biológicas, nos diversos exames laboratoriais hoje disponíveis para cães e gatos, tem que ser apropriada para que o resultado seja fidedigno. Portanto, cabe ao clínico ou profissional que realiza o procedimento de coleta seguir rigorosamente os passos pré-estabelecidos. Caso certas condições inviabilizem o procedimento adequado (dificuldade para obtenção, volume inadequado de amostra, hiperexcitação do animal, entre outros), deve-se contatar o laboratório para maiores orientações que visem minimizar eventuais variações nos resultados dos exames, inerentes ao procedimento de coleta. As condições de armazenamento e envio de amostras biológicas também devem ser rigorosamente obedecidas, uma vez que condições inadequadas causam deterioração das amostras, ocasionando resultados duvidosos. As condições pré-analíticas para a armazenagem das amostras são sempre as mesmas para seu envio, e variam também de acordo com o tipo de exame a ser realizado. Todas as amostras devem ser identificadas com o nome do animal, proprietário, data de coleta e código da clínica, os quais deverão condizer com os dados contidos na ficha de solicitação de exame. Em caso de resultados anormais, deve-se descartar as seguintes hipóteses: Se a amostra processada apresenta alguma alteração em sua composição que afete o parâmetro analisado (ex.: microcoágulos); Se houve erro na coleta ou armazenagem da amostra; Se o animal encontrava-se sob uso de algum fármaco que afeta o resultado do exame; Se a alteração é fisiológica (ex.: estresse). É relativamente comum exames laboratoriais acusarem mais de uma enfermidade e, não menos comum, um exame laboratorial destinado à avaliação de um quadro patológico acusar de maneira fortuita uma outra doença pré-existente, ainda não manifestada de forma clínica. Em caso de dúvidas ou desconexão entre os dados, o profissional não deve hesitar em contatar os veterinários do TECSA Laboratórios para maiores esclarecimentos. FONTES DE VARIAÇÃO As falhas pré-analíticas podem começar no momento em que o animal chega à clínica até o momento da realização dos exames. Observam-se na rotina, erros como troca de nome no momento da identificação do tubo, troca de amostra na clínica, proporção sangue x anticoagulante inadequada, garroteamento prolongado, calibre da agulha incompatível, várias tentativas desastrosas de coleta, rapidez no uso do êmbolo da seringa e ao escorrer o sangue pelo tubo, etc. Estase prolongada provoca hemoconcentração, pressão exagerada no êmbolo da seringa causará hemólise diminuindo o valor do volume globular e aumentando o valor da hemoglobina além de aumentar a densidade ótica da amostra em exames em que se emprega método ELISA. A observação de jejum é muito importante, pois a lipemia pós prandial pode aumentar a fragilidade osmótica dos eritrócitos tornando-os facilmente lisáveis. Pode-se observar elevação na contagem total de leucócitos como resultado de exercício muscular intenso, excitação, apreensão ou alterações emocionais. Esta elevação é considerada leucocitose fisiológica. Grandes variações são observadas na contagem total e na contagem diferencial de leucócitos, talvez refletindo a intensidade do estresse envolvido. A contagem total pode aumentar muito, às vezes 100 ou 200%, inicialmente como resultado de elevação dos neutrófilos maduros; portanto esta condição pode ser chamada de "pseudo neutrofilia. A leucocitose pode também ser observada como resultado de linfocitose, especialmente em animais
2 jovens ou em crescimento e em particular no gato e no cavalo. Entretanto, em alguns casos pode haver aumento em todos os tipos de leucócitos. Leucocitose por neutrofilia e linfocitose é geralmente considerada como efeito da adrenalina. O melhor de tudo é que podemos evitar esses erros identificando o paciente e a amostra corretamente, coletando a quantidade de sangue certa para a quantidade de anticoagulante, invertendo suavemente o tubo para que a amostra entre em contato com o anticoagulante e não forme microcoágulos. Se seu paciente for muito pequeno solicite tubos de menor volume - tubos de microcoleta de Tampa Roxa. SOLUÇÕES ANTICOAGULANTES As soluções anticoagulantes são utilizadas com a finalidade de impedir o processo natural de coagulação sanguínea. São eficientes desde que se respeite a proporção entre sangue e anticoagulante, indicada no rótulo do tubo que a contém. A relação sangue-anticoagulante deve ser correta, pois volumes maiores do anticoagulante podem diluir a amostra e alterar a característica das células, como por exemplo, o excesso de EDTA pode causar encolhimento dos eritrócitos. Figura 1: Tubos plásticos para coleta de sangue com EDTA. Fonte: Site loja.cirurgicaestilo. EDTA (tubo de tampa roxa) é o mais utilizado na rotina dos laboratórios, pois possui um excelente poder preservador da morfologia e características de coloração das células vermelhas e brancas. Atua como quelante, evitando a coagulação do sangue ao se combinar com o cálcio. Não se deve exceder o nível recomendado de EDTA, pois o excesso prejudica a determinação do hematócrito, provocando uma falsa diminuição deste devido ao "encarquilhamento celular". Preste atenção na proporção sangue/ anticoagulante para que sua amostra não venha diluída. Ex: Em um Tubo de coleta para 4 ml, coleta- se 2 ml, conclusão: amostra Diluída, Hemácias baixas, Hemoglobina Baixa, Plaqueta baixa. RESTRIÇÃO ALIMENTAR Certos exames requerem restrição alimentar, outros exigem restrição hídrica, outros ainda exigem ambas. Portanto, a observação do tipo e tempo de restrição estabelecida constitui etapa fundamental na realização de exames laboratoriais. A ingestão de alimentos pode ocasionar hiperlipidemia, o que pode afetar as propriedades originais do sangue por ocasionar hemólise e consequentemente alterações em determinados parâmetros hematológicos. A atividade física também produz alterações em alguns parâmetros hematológicos e dessa forma, um tempo mínimo de repouso para a realização de determinados exames é essencial para um bom resultado. TEMPERATURA Não deixe a amostra ao sol ou em cima de qualquer balcão. Aguarde a coleta com a amostra em uma grade para tubos na posição vertical longe do sol, em local fresco e arejado - mas somente após a mesma permanecer por 10 minutos na posição horizontal (deitada) e somente após homogeneizar a amostra. Temperaturas inadequadas e/ou armazenagens prolongadas
3 podem ocasionar hemólise e coágulo em amostras e sangue. O garroteamento/puncionamento prolongado favorece a agregação plaquetária e hemólise, inviabilizando a amostra para exames hematológicos. FÁRMACOS Aumentos nos níveis de corticóides, sejam eles endógenos ou exógenos, estão associados com alterações previsíveis nas contagens total e diferencial de leucócitos. A resposta típica consiste em neutrofilia, linfopenia e eosinopenia. A neutrofilia é devido as células maduras, embora bastonetes possam ser observados em algumas ocasiões. Para este estímulo, monocitose é uma resposta característica do cão enquanto que nas outras espécies a resposta é variável. Alguns fármacos podem afetar parâmetros hematológicos, portanto, é fundamental que o clínico se informe da medicação que está sendo administrada no animal. Trombocitopenia: acetazolamida, aminoglicosídeos, barbitúricos, cloranfenicol, dapsona, derivados benzotiazídicos, drogas antineoplásicas, fenilbutazona, furosemida, levamisol, paracetamol, prozamínicos, propiltiouracila, ribavirina, tetraciclinas. Trombocitose: adrenalina, vincristina, glicocorticóides, megestrol, mineralocorticóides. Anemia: Anfotericina B, Cetamina, Cloranfenicol, Dapsona, Drogas antineoplásicas, Fenacetina, Fenazopiridina, Fenilbutazona, Paracetamol, Propiltiouracila, Salicilatos, Sulfonamidas. Leucopenia: Cloranfenicol, Dapsona, Griseofulvina. Leucocitose: Glicocorticóides, Megestrol, Mineralocorticóides. IDADE As variações inerentes à idade do animal são mais perceptíveis nos parâmetros hematológicos. Filhotes normalmente apresentam linfocitose devido aos constantes estímulos antigênicos -, e macrocitose com queda no número de eritrócitos durante as três primeiras semanas de vida, o que gradualmente é substituído por eritrócitos menores. ESTRESSE Para avaliação adequada das anemias é importante que a amostra seja colhida e manuseada corretamente, pois caso contrário os resultados podem ser alterados total ou parcialmente. Primeiramente, não estressar muito os animais, em especial os cavalos e os gatos, a contração esplênica resultante lançará eritrócitos na corrente sangüínea alterando o valor do eritrograma. Figura 2: Animal estressado antes da coleta. Fonte: site ccac (conselho canadense sobre cuidados com os animais). Algumas vezes decorrente do manejo do animal para a coleta da amostra, o estresse pode ocasionar hiperglicemia e alterações no leucograma, geralmente leucocitose com neutrofilia e linfopenia em cães, e linfocitose em gatos, além de aumentar o teor de enzimas musculares. COLABORE E COMECE BEM SUA ANÁLISE Observar se a agulha possui diâmetro adequado à quantidade de sangue que se deseja e ao calibre da veia escolhida é uma condição importante, além das outras abaixo:
4 Aderir bem a seringa ao canhão da agulha; Deixar o sangue fluir com o mínimo de vácuo; Evitar o bombeamento do sangue; Evitar o excesso de pressão na seringa, pois isto poderá provocar o colabamento da parede da veia contra o bisel da agulha; Se o sangue parar de fluir, rotacionar cuidadosamente a seringa e a agulha, procurando posicionamento mais adequado; Retirar a agulha da seringa antes de colocar o sangue no recipiente. Figura 3: Inverter de 2 a 6 vezes imediatamente, mas de forma suave, após a coleta do sangue pode evitar erros pré-analíticos como formação de coágulos/micro coágulos, formação de fibrina, hemólise e recoleta de amostra. Fonte: Tecsa Laboratórios EXAMES PARA AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA TECSA LABORATÓRIOS COD EXAME PRAZO (dias) 39 HEMOGRAMA COMPLETO (SÉRIE VERMELHA + SÉRIE BRANCA + PLAQUETAS) PESQUISA DE HEMATOZOÁRIOS PERFIL HEMOGRAMA COMPLETO + PESQUISA DE HEMATOZOÁRIOS 1 69 / BABESIA SP - METODO PCR REAL TIME QUANTITATIVO / 633 QUALITATIVO 1 / EHRLICHIA SP - METODO PCR REAL TIME 615 QUANTITATIVO / QUALITATIVO 5 5 / MYCOPLASMA HAEMOCANIS - METODO PCR REAL TIME 548 QUANTITATIVO / QUALITATIVO 4 / MYCOPLASMA HAEMOFELIS - METODO PCR REAL TIME 54 QUANTITATIVO / QUALITATIVO 680 / LEISHMANIA CHAGASI - METODO PCR REAL TIME 483 QUANTITATIVO / QUALITATIVO 5 EQUIPE DE VETERINÁRIOS - TECSA Laboratórios Primeiro Lab. Veterinário certificado ISO9001 da América Latina. Credenciado no MAPA. PABX: (31) ou FAX: (31) tecsa@tecsa.com.br RT - Dr. Luiz Eduardo Ristow CRMV MG 308
5 Facebook: Tecsa Laboratorios ''Atendemos todo Brasil, resultados via internet, FAÇA SEU CONVENIO E PARTICIPE DO JORNADA DO CONHECIMENTO TECSA" INDIQUE ESTA DICA TECSA PARA UM AMIGO Você recebeu este Informativo Técnico, pois acreditamos ser de seu interesse. Caso queira cancelar o envio de futuros s das DICAS TECSA ( Boletim de Informações e Dicas ), por favor responda a esta mensagem com a palavra CANCELAMENTO no campo ASSUNTO do .
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