CENTRO CULTURAL PARAÍSO TERRESTRE FILOSOFIA E MESSIAS

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1 CENTRO CULTURAL PARAÍSO TERRESTRE FILOSOFIA E MESSIAS 6) PRÉ-SOCRÁTICOS Charles Guimarães Filho

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3 ÍNDICE Conhecimento geral sobre pré-socráticos: Tales de Mileto, Demócrito de Abdera e Pitágoras de Samos 05 Distinção entre conhecimento mito-poético e racional 19 Tales: A origem de todas as coisas é a água 20 Método popperiano da falseabilidade 24 A liquefação da realidade 26 Afirmação narrativa 34 Crise da religião grega 35 A contemporaneidade de todos os tempos 36 A religião e a busca da origem 37 Escolas esotéricas e experiências cognitivas 39 Enunciado poético e teoria científica 40 Características dos enunciados pré-socráticos 42 Responsabilidade do empreendimento cognitivo 45 Abismo entre falar e inteligir 49 Verdade: formulação x significado 50 A era da inépcia 53 Transição do mito-poético para a filosofia 54 Problemática da auto-referência 60 Conquistas filosóficas pós-aristotélicas 61 3

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5 Conhecimento geral sobre pré-socráticos: Tales de Mileto, Demócrito de Abdera e Pitágoras de Samos Filósofos pré-socráticos é o nome pelo qual são conhecidos os filósofos da Grécia Antiga que, como sugere o nome, antecederam a Sócrates. Essa divisão propriamente, se dá mais devido ao objeto de sua filosofia, em relação à novidade introduzida por Platão, do que à cronologia - visto que, temporalmente, alguns dos ditos pré-socráticos são contemporâneos a Sócrates, ou mesmo posteriores a ele (como no caso de alguns sofistas). Primeiramente, os pré-socráticos, também chamados naturalistas ou filósofos da physis (natureza - entendendo-se este termo não em seu sentido corriqueiro, mas como realidade primeira, originária e fundamental, ou o que é primário, fundamental e persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório), tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmoontológico, e buscavam o princípio das coisas. Posteriormente, com a questão do princípio fundamental único entrando em crise, surge a sofística, e o foco muda do cosmo para o homem e o problema moral. Os principais filósofos pré-socráticos (e suas escolas) foram: Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso. Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento. Escola Eleática: Xenófanes, Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Melisso de Samos. 5

6 Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera. Escola eclética: Diógenes de Apolônia, Arquelau de Atenas. 1. Doxografias, a obra de Diels-Kranz e os fragmentos Na atualidade não é conservada nenhuma obra completa de filósofos pré-socráticos. Platão e Aristóteles tinham acesso a várias delas e talvez alguma chegou à Biblioteca de Alexandria. Na Escola de Alexandria circulavam compilações conhecidas posteriormente como "doxografias", do grego doxa = opinião + grafé = escrito, ou "conversações". Em particular, era atribuída a Teofrasto uma doxografia com o nome Opiniões dos físicos, que seria uma compilação e comentários de fragmentos de pré-socráticos. Diels realizou uma edição dessas fontes com o nome "Doxografia Grega". Por serem as doxografias um conhecimento de segunda mão, surge a questão: até que ponto podemos confiar nas doxografias? A resposta é que as doxografias não são dignas de confiança e que devemos nos fundar nas mesmíssimas palavras dos pré-socráticos. Diels continuou o seu trabalho no final do século XIX com uma compilação de testemunhos e fragmentos dos pré-socráticos espalhados por diversas obras antigas, publicando esse material com o nome Os fragmentos dos pré-socráticos que se transformou na obra de referência sobre o tema. Posteriormente, Kranz organizou novas edições dessa obra, que passou a ser conhecida como Diels-Kranz. No meio acadêmico é comum utilizar a citação padronizada de Diels-Kranz para os pré-socráticos. Por exemplo, Heráclito expressa que "a guerra é o pai de todas as coisas". 6

7 2. Escola Jônica 2.1. Tales de Mileto ( a.c.) Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses", o que talvez possa ser associado à ideia de que o imã tem vida, porque move o ferro. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas simplesmente a ideia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo). ["A ciência atual é evidentemente materialista. Seu progresso teve por base a pesquisa do que é visível e palpável, e o resultado foi um conhecimento apenas superficial, sem perceber que no interior de todas as coisas existe algo importante, semelhante ao nada. Trata-se daquilo a que chamamos de espírito. O espírito é a fonte de tudo, e enquanto não se reconhecer isso, por mais que a Ciência progrida não passará de um progresso parcial, desequilibrado; não será possível, portanto, surgir a verdadeira cultura. ] Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações no Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos (exemplo: teorema de Tales). Tales viajou por várias regiões, inclusive o Egito, onde, segundo consta, calculou a altura de uma pirâmide a partir da proporção entre sua própria altura e o comprimento de sua sombra. Esse cálculo exprime o que, na geometria, até hoje se conhece como teorema de Tales. Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arché. Para Tales, o arché seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, 7

8 que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento. Principais fragmentos: a Água é o princípio de todas as coisas. ; todas as coisas estão cheias de deuses. ; a pedra magnética possui um poder porque move o ferro." Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador da Escola Jônica. Considerava a água como sendo a origem de todas as coisas, e seus seguidores, embora discordassem quanto à substância primordial (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um princípio único" para essa natureza primordial. Entre os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação Anaximandro de Mileto ( a.c.) Anaximandro viveu em Mileto no século VI a.c.. Foi discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro achava que nosso mundo seria apenas um entre uma infinidade de mundos que evoluiriam e se dissolveriam em algo que ele chamou de ilimitado ou infinito. Não é fácil explicar o que ele queria dizer com isso, mas parece claro que Anaximandro não estava pensando em uma substância conhecida, tal como Tales concebeu. Talvez quisesse dizer que a substância que gera todas as coisas deveria ser algo diferente das coisas criadas. Uma vez que todas 8

9 as coisas criadas são limitadas, aquilo que vem antes ou depois delas teria de ser ilimitado. É evidente que esse elemento básico não poderia ser algo tão comum como a água. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode ser a origem das coisas. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos contrários em consequência do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das coisas - o arché - não era algo visível; era uma substância etérea, infinita. Chamou a essa substância de apeíron (indeterminado, infinito). O apeíron seria uma massa geradora dos seres, contendo em si todos os elementos contrários. Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico totalmente. De acordo com ele para que o vir-a-ser não cesse, o ser originário tem de ser indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e garantindo, por isso, a eternidade e o curso do vir-a-ser. O seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as coisas e à qual retornam todas as coisas. Principais fragmentos: o ilimitado é eterno. ; o ilimitado é imortal e indissolúvel. 9

10 2.3. Anaxímenes de Mileto ( a.c.) O terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes. Ele pensava que a origem de todas as coisas teria de ser o ar ou o vapor. Anaxímenes conhecia, claro, a teoria da água de Tales. Mas de onde vem a água? Anaxímenes acreditava que a água seria ar condensado. Acreditava também que o fogo seria ar rarefeito. De acordo com Anaxímenes, por conseguinte, o ar ("pneuma") constituiria a origem da terra, da água e do fogo. Conclusão: Os três filósofos milésios acreditavam na existência de uma substância básica única, que seria a origem de todas as coisas. No entanto, isso deixava sem solução o problema da mudança. Como poderia uma substância se transformar repentinamente em outra coisa? A partir de cerca de 500 a.c., quem se interessou por essa questão foi um grupo de filósofos da colônia grega de Eleia, no sul da Itália, por isso conhecidos como eleatas Parmênides de Eleia O mais importante dos filósofos eleatas foi Parmênides ( a.c.). Nada nasce do nada e nada do que existe se transforma em nada. Com isso quis dizer que tudo o que existe sempre existiu. Sobre as transformações que se pode observar na natureza: Achava que não seriam mudanças reais. De acordo com ele, nenhum objeto poderia se transformar em algo diferente do que era. 10

11 Início do racionalismo Percebia, com os sentidos, que as coisas mudam. Mas sua razão lhe dizia que é logicamente impossível que uma coisa se tornasse diferente e, apesar disso, permanecesse de algum modo a mesma. Quando se viu forçado a escolher entre confiar nos sentidos ou na razão, escolheu a razão. Essa inabalável crença na razão humana recebeu o nome de racionalismo. Um racionalista é alguém que acredita que a razão humana é a fonte primária de nosso conhecimento do mundo Heráclito de Éfeso Um contemporâneo de Parmênides foi Heráclito ( a.c.), que era de Éfeso, na Ásia Menor. Heráclito propunha que a matéria básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia. "Tudo flui", disse Heráclito. "Tudo está em fluxo e movimento constante, nada permanece". Por conseguinte, não entramos duas vezes no mesmo rio. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos". Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas naturais. Problema: Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos principais diametralmente opostos. 11

12 Parmênides dizia: a) nada muda; b) não se deve confiar em nossas percepções sensoriais. Heráclito, por outro lado, dizia: a) tudo muda ( todas as coisas fluem ); b) podemos confiar em nossas percepções sensoriais. Quem estava certo? Coube ao siciliano Empédocles ( a.c.) indicar a saída do labirinto Empédocles Ele achava que os dois estavam certos: 1. A água não poderia, evidentemente, transformar um peixe em uma borboleta. Com efeito, a água não pode mudar. Água pura irá continuar sendo água pura. Por isso, Parmênides estava certo ao sustentar que nada muda. 2. Mas, ao mesmo tempo, Heráclito também estava certo em achar que devemos confiar em nossos sentidos. Empédocles acha que devemos acreditar naquilo o que precisava ser rejeitado era a ideia de uma substância básica única. Nem a água nem o ar sozinhos podem se transformar em uma roseira ou uma borboleta. Não é possível que a fonte da Natureza seja um único elemento. Ele acreditava que a Natureza consistiria em quatro elementos, ou raízes, como os denominou. Essas quatro raízes seriam a terra, o ar, o fogo e a água. A - Como ou por que acontecem as transformações que observamos na natureza? 1º. Todas as coisas seriam misturas de terra, ar, fogo e água, mas em proporções variadas. Assim as diferentes coisas que existem 12

13 seriam os processos naturais gerados pela aproximação e à separação desses quatro elementos. [ O mestre explica que tudo que existe no Universo é composto por três elementos fundamentais: o fogo, a água e a terra. Da fusão desses três elementos surge à energia, por meio da qual se dá o nascimento e o desenvolvimento de todas as coisas. A essa energia vital de todas as coisas o mestre dá o nome de força natural. ] 2º. Quando uma flor ou um animal morrem, disse Empédocles, os quatro elementos voltam a se separar. Podemos registrar essas mudanças a olho nu. Mas a terra e o ar, o fogo e a água permaneceriam eternos, intocados por todos os componentes dos quais fazem parte. Dessa maneira, não é correto dizer que todas as coisas mudam. [ Até numa simples folha de árvore existem os elementos Fogo, Água e Solo. De fato, tomando-se um punhado de folhas. Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas. O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o ponto de vista científico, afirmase que os vegetais são constituídos de 98% de água e o restante de substancias originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por completo, significa que acabou o Fogo. Depois da queima sobrou a cinza, algo que retorna à terra, isto é, voltou a ser o elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os seres vivos são constituídos de Fogo, Água e Solo. ] 3º. Basicamente, nada mudaria. O que ocorre é que os quatro elementos se combinariam e se separariam - para se combinarem de novo, em um ciclo. B - O que faria esses elementos se combinarem de tal modo que fizessem surgir uma nova vida? 13

14 E o que faria a mistura, digamos de uma flor se dissolver de novo? Empédocles pensava que haveria duas forças diferentes atuando na Natureza. Ele as chamou de amor e discórdia. Amor uniria as coisas, a discórdia as separaria. Curiosamente, os quatro elementos correspondem, um a um, aos quatro estados da natureza: terra (sólido), água (líquido), ar (gasoso) e fogo (plasma) Demócrito e a Teoria Atômica Para Demócrito, as transformações que se podem observar na natureza não significavam que algo realmente se transformava. Ele acreditava que todas as coisas eram formadas por uma infinidade de "pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e indivisível". A estas unidades mínimas deu o nome de Átomos. Átomo significa indivisível, cada coisa que existe é formada por uma infinidade dessas unidades indivisíveis. "Isto porque se os átomos também fossem passíveis de desintegração e pudesse ser divididas em unidades ainda menores, a natureza acabaria por diluir-se totalmente". Exemplo: se um corpo de uma árvore ou animal, morre e se decompõem, seus átomos se espalham e podem ser reaproveitados para dar origem a outros corpos Xenófanes de Colofon Originário da Jônia viveu no sul da Itália, século IV a. C. Precursor do pensamento dos Eleatas. Para ele a Physis era a terra. Escreveu em estilo poético. Defendeu a ideia de um Deus único. Tinha influência Pitagórica. 14

15 Atribui-se a ele a fundação da escola de Eleia. Levou vida errante, passando parte dela na Sicília, tendo fugido de sua terra natal por causa da invasão dos medas. Alguns duvidam de sua ligação com Eleia. Em seus fragmentos defendeu um deus único, supremo, que não tinha a forma de homem. Realçou isso afirmando que os homens atribuem aos deuses características semelhantes a eles mesmos, que mudam de acordo com o povo. Se os animais tivessem mãos para realizarem obras, colocariam nos deuses suas características. Restaram de suas obras alguns fragmentos, sendo que uns satíricos. Foi contra a grande influência de Hesíodo e Homero (historiador e escritor gregos). Zombou dos atletas, preferindo a sua sabedoria aos feitos atléticos, que não enchiam celeiros. O deus segundo Xenófanes está implantado em todas as coisas, o todo é um, e é supra-sensível, imutável, sem começo, meio ou fim. Teve como discípulo Parmênides. 3. Escolas Italianas 3.1. Pitágoras de Samos Representada pela mestre de Pitágoras, Temistocléia e seus seguidores. A maioria dos discípulos desenvolvia conhecimentos em matemática. Defendia uma doutrina com ênfase na metafísica e na filosofia dos números e da música como essência de tudo que existe e também da própria Divindade. O ponto central da doutrina religiosa é a crença na transmigração das almas ou metempsicose. [doutrina filosófica de origem indiana, transportada para o Egito, de onde mais tarde Pitágoras 15

16 a importou para a Grécia. Os discípulos desse filósofo ensinavam ser possível uma mesma alma, depois de um período mais ou menos longo no império dos mortos, voltar a animar outros corpos de homens ou de animais, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte da vida.] Pitágoras, o fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 570 a.c. Em 532 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação metafísico-científico-éticopolítica, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília. Ele aspirava - e também conseguiu - a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política; isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona, mudando-se para Metaponto, aí morrendo provavelmente em 497 a.c. Um dos principais herdeiros foi o filósofo grego Platão Escola Eleática Representada principalmente por: Alcmeão de Crotona um dos principais discípulos de Pitágoras. Foi jovem quando seu mestre já era avançado em anos. Seu interesse principal dirigia-se á Medicina, de que resultou a sua doutrina sobre o problema dos sentidos e da percepção. Alcmeão disse que só os deuses tem um conhecimento certo, aos homens só presumir é permitido. Parmênides de Eleia sua existência foi por volta de 500 a.c. Foi ele o primeiro a demonstrar a esfericidade da Terra e sua posição no centro do mundo. Segundo ele, existem dois elementos: o fogo e a terra. O primeiro elemento é criador, o segundo é matéria. Os homens 16

17 nasceram da terra. Trazem em si o calor e o frio, que entram na composição de todas as coisas. O espírito e a alma são para ele uma única e a mesma coisa. Ha dois tipos de filosofia, uma se refere à verdade e a outra a opinião. Outros dois são Zenão e Melisso. 4. Segunda Fase do pensamento pré-socrático 4.1. Escola atomista Leucipo e Demócrito de Abdera são os maiores expoentes Anaxágoras de Clazômena Filósofo grego ( a.c.) do período pré-socrático. Nascido em Clazômenas, na Jônia, fundou a primeira escola filosófica de Atenas, contribuindo para a expansão do pensamento filosófico e científico que era desenvolvido nas cidades gregas da Ásia. Era protegido de Péricles que também era seu discípulo. Em 431 a.c. foi acusado de impiedade e partiu para Lâmpsaco, uma colônia de Mileto, também na Jônia, e lá fundou uma nova escola. Escreveu um tratado aparentemente pequeno intitulado "Sobre a natureza", em que tentava conciliar a existência do múltiplo frente à crítica de Parmênides de Eleia e sua escola. Afirmava que o universo se constitui pela ação do Nous, conceito que geralmente é traduzido por espírito, mente ou inteligência. Segundo o filósofo, o Nous atua sobre uma mistura inicial formada de sementes que contém uma porção de cada coisa. Assim, o Nous, que é ilimitado, autônomo e não misturado 17

18 com nada mais, age sobre estas sementes ordenando-as e constituindo o mundo sensível. Os fragmentos preservados versam sobre: cosmologia, biologia e percepção. Esta noção de causa inteligente, que estabelece uma finalidade na evolução universal, irá repercutir em filósofos posteriores, como Platão e Aristóteles. 18

19 Distinção entre conhecimento mito-poético e racional Com essa aula, vamos ter que romper a ordem cronológica, porque vamos retornar aos pré-socráticos. Mas isso não será a única extravagância que vamos ter que fazer: em parte devido à amplitude do assunto, em parte por um problema metodológico ao ter que colocar alguns conceitos com os quais vamos depois explicar as filosofias présocráticas. Antes de entrar na exposição cronológica das doutrinas, vou ter que dar uma aula que não será histórica, mas sim teórica, que vai colocar um problema fundamental para a própria narrativa: existe certo consenso e isso se dará em praticamente todas as histórias da filosofia antiga de que a filosofia se distingue da tradição anterior por ser uma atividade de ordem racional. Esse apelo à ideia de razão é usado para sustentar o argumento que afirma a filosofia como uma tradição autônoma que nada deveria às fontes orientais. Houve, durante algum tempo, uma discussão a respeito disso se o que apareceu na Grécia já não teria sido antecipado de algum modo pelos egípcios, babilônios, judeus, etc. A tendência moderna é negar essa filiação oriental da filosofia grega e afirmá-la como um movimento novo, inteiramente original, e o argumento básico para legitimar isso é a distinção entre o que seria um conhecimento de tipo mítico, ou mitopoético, e o conhecimento racional. Isso quer dizer que, desde os primeiros pré-socráticos, desde Tales, os filósofos gregos estariam já numa linha de investigações que os aproximaria antes da ideia do cientista moderno do que da ideia dos profetas ou videntes de tradições orientais antigas. 19

20 Por mais que eu estude isso, não consigo entender exatamente do que estão falando. A distinção entre o mito-poético e o racional, tal como é oferecida nas várias Histórias da Filosofia, mesmo nas melhores delas. Eu trouxe dois exemplos. Um é o do Giovanni Reale, A história da Filosofia antiga, e o outro é um livro clássico do Cornford, Principium Sapientia: As origens do pensamento filosófico grego. A tese dos dois é mais ou menos a mesma: trata-se de fazer a distinção entre o mitopoético e o racional. Tales: A origem de todas as coisas é a água Se pegarmos as primeiras doutrinas dos filósofos pré-socráticos veremos, no entanto, que nelas essa distinção do mítico e do racional não aparece tão claramente assim, e que quanto mais tentamos nos apegar a essa distinção mais parece que estamos pisando em areia movediça. Por exemplo, quando Tales enuncia a sua doutrina fundamental a de que a origem de todas as coisas é a água, em que sentido isso poderia ser uma teoria científica? E em que sentido é um enunciado mito-poético? A mim parece que, por qualquer dos dois lados que se veja, vai-se chegar a algum resultado, mas para que a distinção nos seja realmente útil temos que, de certo modo, exagerá-la e sublinhar ao máximo a oposição das duas ideias enunciadas. Em que sentido poderíamos, hoje, admitir como teoria científica uma hipótese qualquer sobre a origem de todas as coisas? Note bem que mesmo a teoria cosmológica atual do big-bang não o oferece como origem de tudo, mas apenas de algumas das características do Universo físico. Hoje em dia, tenderíamos mais a dizer que uma teoria sobre a origem de todas as coisas seria metafísica ou mito-poético, religiosa, 20

21 teológica, mas jamais seria aceitável como teoria científica. Uma teoria sobre a origem de todas as coisas teria que ser também uma teoria sobre a origem de si própria, não é isso? Aquilo que vai explicar o fundamento de todo o Universo tem que explicar também como foi possível o surgimento desta mesma teoria depois de alguns milênios de evolução cósmica. Se não conseguisse haver conexão causal evidente entre o fato de que houve um big-bang e o fato de que Seu Fulano de Tal teve certas ideias na data tal, a teoria evidentemente já não explicaria todas as coisas, mas somente algumas delas. E isto é uma observação elementar. Qualquer homem de ciência sabe que não pode fazer uma teoria sobre a origem ou a causa de todas as coisas; ele teria que fazer sobre a origem de algumas coisas determinadas e identificáveis. Em que sentido o enunciado de Tales seria tão diferente dos enunciados de Hesíodo, que vai contando a história das origens do universo a partir dos conflitos entre as várias potências divinas? Qual é a diferença que existe entre dizer que a origem de todas as coisas é a água e dizer que no começo havia o caos, daí, de dentro do caos, surgiu uma briga entre fulano e sicrano, e assim por diante? Aparentemente, a diferença não é tanta, e, portanto, a ideia de que há um abismo entre as fontes orientais ou a tradição grega primitiva e a atividade filosófica parece mais uma afirmação arbitrária e uma espécie de defesa, como diríamos, partidária da autonomia dessa atividade. A gente nota que, em todos aqueles que argumentam nesse sentido, existe certa irritação; da parte daqueles que argumentam em favor de uma origem oriental, de uma raiz hebraica, egípcia ou babilônica, existe, ao contrário, certo desprezo e uma vontade de minimizar a importância da tradição filosófica. 21

22 Refiro-me especificamente ao arquiconhecido René Guénon. Ele dirá que a filosofia é apenas um momento secundário da história espiritual da humanidade e que tudo aquilo que já estava feito no Egito, na Babilônia, na Índia, etc. é extremamente mais importante; e dirá que, no fim das contas, tudo o que os gregos fizeram não foi senão descobrir duas ou três chaves dialéticas que tornavam mais explicáveis coisas que as pessoas já sabiam. Naturalmente, a tradição acadêmica hoje não aceita isso, e a argumentação do Giovanni Reale contra essa hipótese é bastante impaciente. Desse confronto entre uma espécie de desprezo, por um lado, e uma irritação, uma espécie de sentimento de dignidade ofendida, pelo outro, acho que não vai sair nada que nos ajude. Creio que o problema está colocado em bases mais polêmicas e quase religiosas do que realmente científicas. Em primeiro lugar, porque existe uma nuance valorativa evidente nas duas coisas. Se o indivíduo privilegia o conhecimento mito-poético como um conhecimento de ordem superior, revelada ou qualquer coisa assim, então ele tenderá a enfatizar a raiz oriental da filosofia; se, ao contrário, ele enfatiza a importância do discurso científico ou racional moderno, tenderá a cortar essas raízes e afirmar a originalidade da filosofia. Suponhamos que colocássemos entre parênteses ou até rejeitássemos completamente essas nuances valorativas. Suponhamos que colocássemos a coisa assim: olha, realmente não sabemos o que é melhor e mais importante, se é o discurso mito-poético antigo ou o discurso racional moderno; não temos nenhuma certeza a respeito deste negócio. Ademais, tudo isso se refere a monumentos cognitivos tão grandes e tão gigantescos que pareceria uma pretensão idiota dizer que um é maior e o outro é menor. O que sei é que os dois são maiores 22

23 do que eu, e que não conheço um por inteiro nem o outro por inteiro, não abarco a significação de um por inteiro nem do outro por inteiro portanto, o julgamento de tamanho, isto é mais uma expressão de uma aposta ou de um desejo do que uma coisa verdadeira. Mais ainda: existe esta realidade deprimente de que todo aquele que procure afirmar a superioridade do discurso mito-poético jamais o faz em discurso mito-poético, mas sim em argumentação lógica. E que, por outro lado, aquele sujeito que afirma a superioridade absoluta da razão e do discurso científico moderno, no fim das contas, não conseguindo nos dizer no que consiste precisamente essa diferença específica do racional e muito menos identificar de maneira puramente diferencial a presença desse elemento específico nos pré-socráticos, ele acaba nos oferecendo também uma teoria que, pensando bem, é mitopoético. A razão aparece aí menos como um conceito claro de uma coisa que a gente entenda do que como uma entidade também mítica chamada Razão, perante a qual deveríamos nos prosternar em sinal de respeito. Então, tudo isso me parece uma teratomaquia, a luta de monstros: estamos no escuro, a gente está ouvindo aquela barulhada e não está entendendo nada. Confesso que não entendo nada desse debate, mas a gente perceber que não está entendendo é um grande passo para a conquista do conhecimento. O que não entendo precisamente é o seguinte: o conceito da razão, a nossa ideia razão, ela não nasce num momento histórico definido com uma fronteira clara separando-a de outras capacidades cognitivas que predominassem antes. Não só o homem vai tomando posse da razão muito lentamente, e de maneira muito problemática; a dura verdade é que até hoje ele não conseguiu dizer exatamente no que ela consiste. Então, se os conceitos que estamos usando não estão 23

24 totalmente sob o nosso controle, muito menos poderíamos usá-los como ferramenta de aferição de outras coisas que também estão confusas. Você não vai explicar o confuso pelo nebuloso e o nebuloso pelo confuso, está certo? Nesses casos, a prudência recomenda você simplesmente dizer: Olha, eu não estou entendendo direito esta coisa e de fato ninguém está. Portanto, desafio qualquer um a provar essas teses ou da origem oriental ou da autonomia da filosofia em termos que sejam cientificamente válidos. Ou, então, que ele prove que não é possível teoria científica alguma a respeito e que, no máximo, vamos ter que nos contentar com uma figura mito-poético. Se pegarmos a tese fundamental de Tales, de que a origem de todas as coisas é a água, devemos dizer: Isto é uma imagem poética, uma metáfora poética, uma figura poética ou é uma teoria científica?. Uma teoria científica no sentido moderno, no sentido atual, essa sentença não poderia ser de jeito nenhum, pelo simples fato de que os critérios de cientificidade que hoje aceitamos não existiam na época. Então, era absolutamente impossível que Tales sozinho se antecipasse a 25 séculos de progresso científico, de progresso na autodefinição da ciência, e já, por felicidade, enunciasse uma frase que tivesse todas as características formais, lógicas e epistemológicas do que hoje entendemos por uma teoria científica. Método popperiano da falseabilidade O que seria o enunciado de Tales à luz do método popperiano da falseabilidade? Todo mundo sabe que Popper exige de uma teoria científica que, ao ser enunciada, ela torne explícito em que condições seria falsa. Se ela pretende ser verdadeira, se você pretende que esse 24

25 seu enunciado seja verdadeiro, então, o que seria preciso para que ele fosse falso? Ou seja, que condições o desmentiriam? A teoria científica, segundo Popper, tem que ser enunciada de tal modo que sua versão falsa, ou seu aspecto falso, a possibilidade da sua falsidade esteja também enunciada de maneira clara. Ora, essa condição evidentemente não é atendida em nenhum grau pela sentença de que todas as coisas provêm da água. Como você poderia provar? Para isso teria que enunciar como ficariam as coisas se elas não proviessem da água, mas sim de outras origens. Provando a falsidade dessas outras origens, restaria a da água. Mas qual seria a diferença entre vir da água ou vir do ar? Qual seria mais primitivo, qual seria anterior? Sob certos aspectos, notamos que o ar, por exemplo, tem elementos de umidade e se ele tem alguma água, e não sendo evidentemente composto só disso, então não poderia, por si mesmo, ser a origem da água. Desde que a água é um dos elementos que o compõem, ela não pode ser o arqui-elemento do qual se compuseram os [outros] vários componentes. Por outro lado, o ar tem um elemento de rarefação, tem um aspecto de rarefação maior que o da água; neste sentido, a água poderia ser vista como uma condensação de algum dos componentes do ar. Essas duas versões das coisas, uma não nos parece mais verossímil que a outra. Podemos argumentar indefinidamente em favor de uma, em favor de outra, e não chegaremos a nenhuma conclusão. No fim, teríamos de admitir que a sentença (ou a alternativa) foi simplesmente mal formulada. O que queremos dizer com este mal formulada? Queremos dizer que não temos clareza suficiente quanto ao que é o ar ou é a água para podermos saber qual dos dois veio antes. Para se saber se uma coisa causou a outra, o mínimo que se precisa saber é o que é uma, o 25

26 que é a outra. Então teríamos caído numa espécie de discurso de múltiplo sentido, um discurso plurissenso. Ou seja, antes de você ter a explicação causal do ar ou da água, precisaria ter a definição científica do ar e da água, e o fato é que não se tinha. Ora, se Tales não tinha a definição científica da água, e muito menos uma definição científica do outro elemento da frase, isto é, de todas as coisas, então como é que ele poderia enunciar, com esses elementos semânticos tão vagos, tão aleatórios, tão frouxos, uma teoria científica? Ele não poderia fazer isso de maneira alguma. A liquefação da realidade A que tipo de experiência cognitiva nos remete esse enunciado de Tales, então? É evidente que tudo o que um sujeito enuncia é porque corresponde a algo que ele pensou, que ele inteligiu, que ele intuiu, que ele imaginou. E se não temos a capacidade de remontar até essa experiência, essa cognição originária, simplesmente não entendemos o que ele está dizendo. Ora, partindo do princípio de que a espécie humana desde o tempo de Tales não mudou muito na sua estrutura anatômica, fisiológica e, portanto, cognitiva, devemos admitir que qualquer que tenha sido sua experiência ela ainda nos deve ser acessível pelo menos imaginativamente. Não é possível que com o transcurso do tempo ela tenha se tornado tão estranha que seja impossível chegar ao nosso alcance. Por outro lado, conhecemos bastante o progresso atual do conhecimento científico e a sequência de experiências cognitivas que correspondem a uma investigação científica. Podemos, então, comparar as duas. Também conhecemos algo da imaginação mítica e 26

27 da linguagem mito-poético. Então, de certo modo, o conjunto dessas experiências nos está acessível e podemos sempre fazer o experimento imaginário de remontar desde um enunciado verbal até a experiência básica que está subentendida nele. Imagine em que circunstâncias você poderia enunciar esta sentença, de que a origem de todas as coisas é a água. Todos podemos fazer este experimento e ter a impressão de que todas as coisas vêm da água. Existe, por exemplo, uma analogia que se pode fazer: você nota que, quando adormece, quando vai dormir, as formas dos elementos sensíveis do mundo exterior como que se derretem e se liquefazem; elas perdem a sua definição. Enquanto está acordado, você sabe que os elementos circundantes conservam as suas formas, e acredita que eles são reais justamente porque as conservam. Por exemplo, esta parede está na sua frente e você sabe que não pode atravessá-la; sabe que no instante seguinte ela não terá saído daí só para que você a atravesse; sabe que se ela tem certa consistência, certa rigidez, que ela vai continuar tendo essa consistência, essa rigidez. Você pode sentar aqui e dizer: Vamos esperar que ela amoleça. Ela não vai amolecer Ou seja, esses dados do mundo exterior vão fazer o que eles querem, não o que você quer. Essa autonomia dos dados do mundo exterior é que nos faz admiti-los como reais. Se eles se curvassem às nossas exigências imaginativas teríamos certa dificuldade de distingui-los dos nossos próprios pensamentos. Se, por exemplo, o sujeito imagina que esta mesa sai voando e ela instantaneamente sai voando; se olho esta distinta plateia e imagino que toda ela se transformou numa coleção de beldades nuas ansiosas para atender a todas as minhas fantasias lúbricas, e isto acontece, eu teria certa dificuldade de distinguir entre o 27

28 que é o mundo exterior e o que é o meu próprio pensamento. Eu não saberia se essas coisas existem ou se as estou inventando. Ora, esse recuo desde um mundo de coisas definidas e autônomas até um mundo de criações plásticas que são dóceis, que cedem ao seu desejo, isso é exatamente o que acontece quando você vai dormir. Tanto que, se houver no mundo exterior nesse instante algum tipo de estímulo que você não queira receber, o que acontece? Você acorda. Vem um ruído que não estava nos seus planos, um cheiro que não corresponde ao seu estado de espírito naquele momento, ou alguém acende a luz. E não foi você quem quis nada disso, isso vai contra a tendência à qual o seu organismo está procurando se acomodar. Você acorda e não consegue mais dormir. Você pode fazer uma analogia disso como uma espécie de degelo ou derretimento, porque são formas rígidas que se liquefazem ou se derretem, tornandose, portanto, mais dóceis aos seus desejos. Não é isso que acontece quando você dorme? [Aluna: Por isso é que existe a expressão mergulhar no sono?] Isto mesmo! A associação do sono com o mergulhar, com um afundar em águas profundas, acho que é universal. Ninguém compara o sono exatamente ao contrário, a um enrijecimento, acho que não. Portanto, por analogia inversa, como você vê que está recuando desde um mundo de coisas definidas para um indefinido e, ao mesmo tempo, vê que a sua quantidade de atividade vai diminuindo e tudo vai se simplificando, e também vai recuando desde experiências mais diferenciadas que são próprias da sua idade adulta para certas experiências que são idênticas às que você tinha quando era bebê porque dormir é tudo a mesma coisa para todo mundo, então você 28

29 pode associar esse mergulhar nas águas profundas do sono a uma espécie de recuo no tempo. Isso acontece também porque no sono não são só as formas físicas que se desfazem, mas a rígida estrutura de tempo na qual vivemos. Sabemos que aquilo que aconteceu não desacontece, sabemos que o tempo não recua ele pode ir para adiante, para trás ele nunca vai, mas no sono vai. No sono, coisas que aconteceram há vinte ou trinta anos podem estar presentes como se fossem agora. E, também, coisas que na vida de vigília você não conseguiria recordar por um esforço consciente de rememoração, elas podem lhe aparecer no sono ou num estado de relaxamento profundo. Não tem esse pessoal que diz que faz você recuar a vidas anteriores? Na verdade, você não sabe se são anteriores, sabe é que são vidas que lhe aparecem na imaginação de algum modo. A associação de que são encarnações anteriores, quanto a isto, note bem a sutileza: dizer que uma vida foi anterior a outra pressupõe uma estrutura de temporalidade que não é aquela que aparece no sonho e que não pode ser traduzida imaginariamente. A estrutura de tempo não é visível, é uma ordem lógica que a pessoa coloca, é uma articulação que só se pode fazer quando se está acordado. No sonho, numa regressão, simplesmente apareceriam vários episódios que, depois, quando eu acordar, o terapeuta de vidas passadas me dirá que foram vidas passadas e eu acreditarei, mas, no instante em que apareceram, elas não podem ter aparecido como passadas. Se você reviveu as suas vidas passadas tal como as viveu, naquele momento elas não eram passadas, eram presentes. Se as reviveu sabendo que eram passadas, não as reviveu de maneira alguma, apenas as imaginou. Existe uma impossibilidade intrínseca de 29

30 você ter uma experiência, uma revivescência das vidas passadas enquanto passadas, mas sim apenas como vidas. Esse mergulho nas águas profundas corresponde não apenas a uma dissolução das formas sensíveis, mas a uma dissolução da estrutura de tempo e, portanto, dos elos de necessidade causal ao qual estamos acostumados na vida de vigília. Ora, se você dissolve as formas sensíveis e os elos de tempo, então é evidente que está dissolvendo toda a cadeia das consequências e remontando a um princípio no qual todas as consequências que de fato se desenrolaram depois ainda eram possíveis de maneira simultânea. Antes das coisas acontecerem, todas elas são possíveis. E elas são possíveis quando? Simultaneamente, elas aparecem como possibilidades simultâneas. Isso quer dizer que, nesse estado, você estaria remontando desde um mundo de efetividade até um mundo de possibilidade. É como se dissesse: no sono você sai do mundo efetivo e entra num mundo possível. Ora, o possível é necessariamente anterior, lógica e cronologicamente, ao efetivo, àquilo que de fato aconteceu. Então, essa associação do sono e desse mergulho, dessas águas, dessa profundidade, com um retorno da efetividade à possibilidade e, portanto, com um retorno das coisas até a sua origem é bastante viável. Só que tudo isso são associações de ideias, de imagens. Não podemos dizer de nenhuma dessas coisas que ela é exatamente assim. Se eu tenho no sono a visão de algo que depois eu penso ser uma vida passada, certamente, na melhor das hipóteses, será uma imagem de alguma cena e não uma revivescência, pois a revivescência teria que durar tanto quanto durou a vida passada. Durante a seção de rememoração, se eu recordasse dez vidas passadas, cada uma com uma duração média de setenta anos, eu precisaria de setecentos anos de 30

31 terapia para poder revivê-las. Então, nenhuma recordação disso é uma revivescência no sentindo pleno, é uma imagem apenas. Na verdade, isso não se aplica só a esse caso extremo, das vidas passadas, mas a qualquer rememoração do que quer que seja. Se eu peço: Recorde algo, uma cena qualquer que você viveu, você vai ver que a recordação não dura tanto quanto a cena durou na verdade. E, mais ainda, verá que não tem todos os elementos que estavam na cena, mas somente alguns deles; aí, esses poucos elementos que você recordou são suficientes para lhe sugerir os restantes. Isso é exatamente uma imagem poética: você diz um pouquinho de coisas que sugerem um montão de outras que você não disse. Isso quer dizer que, literalmente, temos de admitir que a sentença de Tales seja uma expressão de um experimento poético, e não outra coisa. [Aluno: Eu já vi algumas explicações que associavam a ideia da água à experiência do dia a dia de um povo que vivia a maior parte do seu tempo nos rios e que via os fenômenos causados no ambiente pela chuva, pela água que sai da terra, por poços e fontes... aí faziam a associação, por exemplo, que as chuvas fazem com que as plantas cresçam e isso trás a vida para os animais e assim por diante. (...)] Sim, seria outro tipo de conexão que também se pode... [Aluno: Ou então as tempestades muito fortes podem redefinir os ambientes, o terreno, viram enxurradas, e assim por diante.] Sim, mas se você vir que o simples fato de chover significa que algo jogou água em cima de você, não foi a água que se jogou, então, neste sentido, como é que a simples experiência de que choveu e a chuva colocou isso mais ou menos poderia sugerir a água como origem? Não, ia sugerir apenas a presença da água como um dos elementos de um processo que a transcende. Por exemplo, para que a água caia é 31

32 necessário que você esteja embaixo e algo que jogue a água esteja em cima, portanto, é necessário que tenha um negócio chamado espaço. Isso me parece auto-evidente também: se há um deslocamento da água no espaço é porque o espaço não é água. Essa é uma distinção que hoje em dia facilmente faríamos, e esta observação jamais nos sugeriria por si a água como a origem de todas as coisas. Poderia sugeri-la como um elemento ou um capítulo de um processo, mas nunca como origem. A observação desse processo, e a observação do papel da água nesse processo natural, isso jamais sugeriria por si a origem aquática de todas as coisas se não houvesse outro elemento subjetivo que reforçasse essa hipótese. E esse elemento subjetivo não creio que possa ser outro senão a associação da ideia de criação de todas as coisas com a ideia de cristalização de formas, que depois derretem e são devolvidas à sua origem. Seria uma analogia com a formação das figuras de gelo, formas geladas. [Aluno: A água é uma boa metáfora do mundo das possibilidades porque é adequável a qualquer forma, não é?] Exatamente, mas é disso mesmo que eu estou falando, da plasticidade da água. Como ela não tem uma forma espacial definida, adquire essa forma quando congela, depois derrete e volta à sua informidade originária. [Aluno: O ar também teria essa característica?] Como é que você vai condensar o ar e fazer dele alguma coisa? Veja, a hipótese do ar surge até um pouco mais tarde, pelo simples fato de que você não pode espremê-lo e formar uma bola, por exemplo, não dá para fazer isso. Você não vê esse processo. Você não pode fazer com ele nada de visível, nada de espacial; não pode comprimi-lo tanto que ele forme alguma coisa. Então, a 32

33 imagem do ar já não seria tão sugestiva ou tão eloquente assim, tanto que essa hipótese surge só depois com Anaxímenes, mas muito mais tarde. Nesta conversa que estamos tendo aqui, a hipótese do ar só surge como uma oposição dialética à hipótese da água. E me parece que a analogia mais próxima da ideia de formação, de origem e de retorno à origem é realmente a água. Você poderia fazer outra imagem, a do claro e escuro, quer dizer, do escuro como origem e do claro como efetividade ou mundo manifestado também. Só que teria um pequeno problema: as coisas que aparecem, no processo de passagem da escuridão para a luminosidade não são formadas elas mesmas de escuridão e luminosidade, então haveria uma contradição entre a imagem e o que ela pretende representar. Mas a da água não, a da água é eficaz mesmo, é por isso que eu creio que é um símbolo universal. Ora, esse símbolo aparecerá também em narrativas mito-poético. Na Bíblia, não foi a água que formou todas as coisas, mas, pelo menos, ela foi uma das primeiras coisas que se formaram, quando Deus separa um estrato úmido de um estrato seco. [Aluno: Se não me engano, tem um versículo assim também, que no início não havia nada e o Espírito de Deus pairava...] Onde ele pairava? Sobre as águas. Essa ideia da água como símbolo da primordialidade está presente em toda parte. Tales não poderia tê-lo enunciado se ele não tivesse alguma experiência cognitiva que de algum modo lhe mostrasse isto. Ora, mas em que essa experiência cognitiva teria sido diferente daquela do indivíduo que, raciocinando mito-poeticamente, dissesse que no princípio havia as águas primordiais ou coisa assim? A experiência é rigorosamente a mesma, não vejo diferença. 33

34 [Aluno: (...) com a afirmação de Aristóteles de que a origem de todas as coisas é terra, água, fogo e ar ficou desfeita essa afirmação?] Não. Primeiro, essa afirmação veio muito antes de Aristóteles, veio com Empédocles. Aristóteles simplesmente vai subscrever, com restrições, essa teoria. Ela não pode ficar desfeita, porque para isso ela precisaria ser uma teoria científica no sentido moderno. Como é uma sentença mito-poético, ela é pura essência, tem muitos sentidos possíveis, então não se tem muito como impugná-la. Ela não atende à condição do Popper, de falseabilidade, então não tem nem como ser provada nem como ser impugnada. Afirmação narrativa Até o momento, vemos que não há nenhuma diferença entre esse enunciado de Tales e qualquer enunciado mito-poético. No entanto, existe outra diferença que não apareceu ainda, mas que vai aparecer agora é que a afirmativa de Tales não é narrativa. Ele não está contando uma história, está enunciando uma hipótese embora essa hipótese exprima condensadamente e de maneira plurissensa uma impressão que em si mesma é tão vasta e tão complicada que não poderia ser expressa senão por um símbolo poético. Mas ele certamente não está fazendo a mesma coisa que Homero ou Hesíodo. Homero ou Hesíodo fazem uma narrativa, contam a origem das coisas como se estivessem lá, como se fossem testemunhas da criação, como se tivessem assistido o começo de todas as coisas coisa que se sabe que eles não assistiram. Quando Hesíodo conta que houve tais ou quais conflitos entre as potestades primordiais, conta aquilo de fato como se ele estivesse vendo, como se fosse um repórter que estivesse 34

35 narrando àquela guerra, e ele sabe que não estava. Portanto, ele sabe que está repetindo uma história que foi contada para ele por um sujeito que a ouviu de outro, que a ouviu de outro, que a ouviu de outro e cuja origem se perde na própria noite dos tempos. A narrativa da origem é a origem da narrativa: vou contar uma história que se passou há tanto tempo, há tanto, tanto tempo que eu também não sei de onde se originou essa própria história. Esse elemento não está presente em Tales. Esse elemento de uma narrativa misteriosa, de uma origem que é a origem do próprio mistério da própria narrativa, isto não está presente em Tales de maneira alguma isto é claro, ele não está contando uma história. Neste sentido, sua teoria é radicalmente diferente das narrativas míticas da origem, pelo simples fato de não ser uma narrativa. Narrativas são enunciados poéticos e o dele também, só que os dos poetas são narrativas, e esta afirmativa de Tales não. Crise da religião grega Ora, não esqueçam que neste ínterim entre as origens da religião primitiva grega, e entre esses poemas épicos de Homero e de Hesíodo e Tales acontece alguma coisa muito peculiar. Acontece primeiro a crise da própria religião grega, que vai perdendo credibilidade. Ela não funciona mais, as pessoas não acreditam e, uma vez que não acreditam, das duas uma: se essa religião lhes dava uma ideia qualquer, uma ligação, uma recordação da origem de todas as coisas, à medida que perde o contato com ela o sujeito corta o fio que o liga à origem, então ele não sabe mais onde está. 35

36 Esta seria uma das hipóteses: existiria o surgimento da experiência do homem como um bicho que está jogado no mundo sem saber de onde veio. É o famoso estar aí de Heidegger ou o objectum de Jaspers, aquilo que está jogado. O homem que está jogado dentro de uma realidade sem saber de onde veio, o que está fazendo ali, isto é um tipo de vivência da realidade que algumas pessoas têm e que, de um modo ou de outro, todos temos em algum momento O que é que eu vim fazer aqui?. Se não tenho mais uma ideia da minha conexão com uma origem qualquer, então estou literalmente jogado. Esta seria uma hipótese. A segunda hipótese seria a de você mesmo buscar uma ligação com essa origem. Já que a religião, o culto público, a crença publicamente admitida não me dá essa ideia, quem sabe eu mesmo consigo? Para isso, você vai se dedicar a uma busca interior. Se fizesse isso, já teria fundado automaticamente uma escola esotérica com um único membro, que é você. Depois que contasse isso para mais alguém, aí já teria dois membros, e assim por diante. Haveria o surgimento de uma espécie do esoterismo. Seria uma atividade de busca das origens, porém uma atividade que se distingue da religião pública por ser uma espécie de iniciativa ou individual ou compartilhada por um grupo pequeno. A contemporaneidade de todos os tempos Naturalmente, essa atividade seria de uma enorme complexidade. Ela poderia incluir, por exemplo, práticas de concentração para você ficar ao mesmo tempo acordado e num estado de abertura como se estivesse dormindo. Isto realmente acontece. 36

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