INTEGRAÇÃO BINACIONAL DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: A EXPERIENCIA ENTRE BRASIL E URUGUAY.
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1 INTEGRAÇÃO BINACIONAL DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: A EXPERIENCIA ENTRE BRASIL E URUGUAY. Juliana Bessa Martins - Estudante de graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, juliana.bessa@hotmail.com Uiasser Thomas Franzmann - Enfermeiro, Mestrando do PPG-Enf/UFPel, bolsista CAPES, thula333@hotmail.com Marcos Aurélio Matos Lemões- Enfermeiro; Doutorando do Programa de PPGEnf/UFPel, bolsista CAPES; membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de condições Crônicas e suas interfaces NUCCRIN. Celeste Pereira dos Santos - Enfermeira, Doutoranda do PPG-Enf/UFPel, Professora Assistente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, coordenadora Projeto VER-SUS Extremo Sul; Celmira Lange- Enfermeira, Doutora em Enfermagem; Docente no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPel, membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de condições Crônicas e suas interfaces NUCCRIN. INTRODUÇÃO A problemática das políticas públicas em matéria de saúde nas fronteiras do Brasil envolve várias questões dentre as quais se destaca a dificuldade de contabilização de uma população flutuante que se utilizam dos repasses financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS). Levantamentos de dados que consiga refletir todas estas informações do uso transitório dos serviços de saúde dos países contíguos, pelas pessoas que procuram de forma contingencial, ainda não encontram conclusão precisa (SANTOS, 2011). O debate sobre a situação da saúde nas fronteiras acontece há muito tempo, porém, seja pela falta de ordenação das iniciativas ou pela formulação de estratégias de caráter apenas pontual, a situação permaneceu praticamente inalterada para maioria dos municípios (GADELHA, 2007). Dentre as dificuldades apontadas na formulação de estratégias conjuntas para a saúde na fronteira destaca-se a falta de tradição de atuação nessa região, a existência de barreiras diplomáticas, legais e mesmo burocráticas. Além disso, a
2 própria demanda por serviços de saúde é desarticulada, e, portanto, sem força política (SANTOS, 2011). Para compreender como operar os sistemas de saúde entre dois países no âmago da realidade, é necessário incluir nos discursos que existe nestes espaços uma outra lógica que se traduz em singular realidade comercial e cultural ajustada no fluxo de pessoas de duas nacionalidades, que mesmo com todas as fragilidades jurídicas existentes, convivem e agem com tênues diferenciações. Neste contexto, o Projeto VER SUS Extremo Sul com sede em Pelotas, vinculado a Faculdade de Enfermagem- Universidade Federal de Pelotas- UFPel, buscou compreender este contexto de fronteira e iniciou a primeira articulação com a Universidad De La Republica (UDELAR), Campus Rivera. No primeiro momento foi realizado o convite para estudantes de Enfermagem deste campus a participarem do projeto de extensão no município de Pelotas em Fevereiro de 2012, deste convite resultou na primeira vivencia neste projeto de estudantes não brasileiros. Esta estudante retornando a Faculdad de Enfermeria em Rivera buscou incentivo da instituição e do grupo de docentes e discentes para que o projeto Brasileiro realizasse uma aproximação com a instituição de ensino no Uruguay (UY). A partir daí houve vários movimentos e culminou na realização do 1 er Encuentro Binacional de Estudiantes: UDELAR Y VER-SUS descrito a seguir. CARACTERIZAÇÃO DO ENCONTRO No dia 20 de julho de 2012 os estudantes que participaram do projeto de extensão VER SUS Extremo Sul deslocou-se até a cidade de Rivera (Uruguay), cerca de 340 km distantes do município de Pelotas-RS. No início da tarde ocorreu o 1 er Encuentro Binacional de Estudiantes: UDELAR Y VER-SUS na UDELAR- Campus Rivera (UY), quando servidores e estudantes aguardavam a delegação do VER-SUS Extremo Sul. No primeiro momento, aconteceu o credenciamento e uma atividade de apresentação e saudação entre todos os presentes. Em seguida, houve a apresentação do SNIS (Sistema Nacional Integrado de Saúde do Uruguay), quando Lic. Nancy Suarez explicou acerca do histórico uruguaio e da recente reforma no SNIS, no sentido de contextualização das diretrizes adotadas e de quais aspectos são na área da saúde no país vizinho. Dentro da programação, a Dra. Aida Gonzalvez, Directora Departamental de Salud, conversou acerca do Sistema de Saúde na Fronteira, ponderando as
3 estruturas vigentes e relembrando determinadas vivências, a fim de problematizar a situação fronteiriça e as ações do comitê binacional de saúde instituído entre os municípios de Santana do livramento no Brasil e Rivera no Uruguay. Após, o professor da Faculdade de Enfermagem da UFPel, Marcos Aurélio de Matos Lemões, explanou acerca do VER-SUS Brasil, a trajetória histórica do projeto, os ideais que o instituíram e objetivos que levaram o Ministério da Saúde a desenvolver e apoiar financeiramente as vivencias de estudantes em todo o país. Para seguir a coerência do protagonismo estudantil dentro deste projeto de extensão seguiu-se a atividade com o relato de dois participantes, compartilhando assim as suas próprias experiências dentro do projeto, salientamos que um dos relatos foi de uma estudante de enfermagem da Universidad de La Republica que realizou sua participação no projeto brasileiro no mês de fevereiro de 2012 e outro relato foi de um estudante de enfermagem da UFPel que estava realizando a vivência de julho de Para finalizar esta etapa foi efetivada a entrega de documentos oficiais da faculdade de enfermagem- UFPel, assinalando parecer favorável a intercâmbios de estudantes entre as duas instituições de ensino superior. Após, foi oferecido um coffee-break, momento de integração entre brasileiros e uruguaios, comovendo os estudantes brasileiros pelo fato de os próprios anfitriões terem preparado os pratos ofertados e pela receptividade extremamente acolhedora. Dando continuidade ao encontro, foi desenvolvida uma dinâmica com o propósito de formar grupos mistos de estudantes, e estes deveriam formular e contemplar as facilidades e dificuldades do intercâmbio Brasil Uruguay, possibilitando a reflexão de aspectos e possibilidades e troca de conhecimentos sobre os respectivos Sistemas de Saúde. Com o intuito de finalizar as atividades, foi proposta uma dinâmica com balões, para reflexão sobre o encontro, as vivências e os compromissos de cooperação em saúde entre os dois países. Foi oferecida a todos os participantes uma torta doce, também produzida pelos estudantes uruguaios, a qual tinha como decoração as bandeiras dos países-irmãos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de construção conjunta e discussão das fortalezas e dificuldades encontradas para realizar atividades de cooperação e integração entre as duas universidades indicou para o grupo que este primeiro contato entre os estudantes foi
4 um momento impar pois possibilitou perceber pontos cruciais quando se pensa em produção de saúde e formação profissional, pois os profissionais na atualidade devem estar capacitados para as demandas dos usuários e compreender as porosidades existentes entre duas nações que convivem em um espaço único trasnfronteriço. Dentro das fortalezas surgiu as semelhanças entre o Uruguay e o Rio Grande do Sul pois apresentam características, costumes e hábitos semelhantes, que inclui a cultura, pois a comunidade vive, estuda e trabalha entre os dois países, pois em região de fronteira seca é uma linha imaginária que delimita as duas nações. Há uma interesse reciproco em manter este contato e compartilhar vivencias, conhecimentos e a integração binacional, e deste modo podemos ir desconstruindo barreiras para constituir uma integração que seja para além do projeto de extensão, aprendendo dois idiomas. Dentro das dificuldades em realizar os encontros de estudantes entre as duas universidades foi destacado em todos os grupos a falta de apoio financeiro institucional para a realização e deslocamento de estudantes, justificada pela burocracia, além do tempo reduzido para o encontro que foi de aproximadamente cinco horas, devido a distância a ser percorrida para voltar a sede do projeto no Brasil, um ponto que surgiu também como característica contraproducente são os idiomas que em momentos dificultava a compressão de alguns termos. CONCLUSÕES Podemos avaliar o quão produtivo foi essa vivencia para todos os participantes e o contato estabelecido, analisando que quase todos os momentos foram de encontro com novidades, conhecimento e reflexão crítica sobre o fazer e ser profissionais de saúde envolvidos com as questões sócias de dois países. Fica aos estudantes brasileiros a vontade de aumentar o vínculo o qual o encontro propiciou o estabelecimento e, sem dúvidas, a convicção de que é preciso apoio mútuo entre os países Latinos para estabelecermos novas formas de assistência a população, superando os limites de Estados e valorizando o ser humano, pois somente com cooperação técnica poderemos avanças sobre os problemas de saúde das populações.
5 REFERÊNCIAS GADELHA, C. A. G.; COSTA, L., (2007), Integração de fronteiras: a saúde no contexto de uma política nacional de desenvolvimento, Cad Saúde Pública. v. 23, p SANTOS, G. D. V. M.; BENETTI, R. A., (2011), A prestação de serviços de saúde no âmbito do acordo para permissão de residência, estudo e trabalho a nacionais fronteiriços brasileiros e uruguaios. Anais de evento: O direito a saúde e proteção social em faixa de fronteira: Um balanço do debate acadêmico no sul da américa do sul. Pelotas.
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